Discurso durante a 136ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem a Maçonaria Brasileira pelo transcurso do Dia do Maçom.

Autor
Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem a Maçonaria Brasileira pelo transcurso do Dia do Maçom.
Publicação
Publicação no DSF de 21/08/2009 - Página 37715
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, MAÇONARIA, SAUDAÇÃO, MEMBROS, PRESENÇA, SESSÃO, ESPECIFICAÇÃO, MULHER, PRESIDENTE, LOJA, DISTRITO FEDERAL (DF), VIUVA, NELSON CARNEIRO, EX SENADOR, CUMPRIMENTO, JUVENTUDE.
  • IMPORTANCIA, FUNÇÃO, MAÇONARIA, DEFESA, VERDADE, TOLERANCIA, ETICA, CONCLAMAÇÃO, ORADOR, AUSENCIA, PERDÃO, ILICITUDE, CORRUPÇÃO, AGRAVAÇÃO, SITUAÇÃO, BRASIL, DESRESPEITO, SOCIEDADE.
  • REPUDIO, DECLARAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DESRESPEITO, ETICA, DIGNIDADE, OMISSÃO, INVESTIGAÇÃO, ARQUIVAMENTO, DENUNCIA, COMISSÃO DE ETICA, DEMONSTRAÇÃO, FALTA, MORAL, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, PAIS, CRITICA, AUTORITARISMO, TENTATIVA, FECHAMENTO, SENADO.
  • CONCLAMAÇÃO, MAÇONARIA, DEFESA, PRESERVAÇÃO, INSTITUIÇÃO PUBLICA, EFICACIA, REFORMA POLITICA, GARANTIA, MODELO POLITICO, COMPATIBILIDADE, SITUAÇÃO, PAIS, INTERESSE PUBLICO, INSTRUMENTO, CONTENÇÃO, PROCESSO, CORRUPÇÃO, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Caro Presidente, Senador Mozarildo Cavalcanti, nosso grande líder, representante da Maçonaria brasileira nesta Casa, sob o seu comando aqui estamos todos os anos nesta sessão solene de homenagem à Maçonaria do nosso País; autoridades maçônicas nominadas, e eu cito o Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil, Marcos José da Silva, o Grão-Mestre do Grande Oriente do Distrito Federal, Jafé Torres, o Grão-Mestre Vice-Presidente da Confederação Maçônica do Brasil, Rubens Ricardo Franz, e todas as personalidades maçônicas aqui presentes. Mas uma homenagem especial às mulheres: a Maria do Carmo Melo, Presidente da Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul do Distrito Federal, a Carmen Carneiro, que me traz à memória a figura exponencial e saudosa de Nelson Carneiro, grande Senador da República, um dos que me inspiraram na minha trajetória política pela sua postura ética, de grandeza moral irresistível. Nelson Carneiro foi um exemplo ímpar de homem público e parlamentar do Brasil, que deve ser lembrado nestes tempos de grande indignação popular, em razão de vermos as vísceras da instituição expostas a todo o País, com todas as suas mazelas, que devem ser combatidas e extirpadas.

            A minha homenagem à juventude. E louvo esse esforço das lideranças maçônicas do Brasil em agregar a força jovem: DeMolay, APJ, Filhas de Jó. E eu me lembro de um cidadão do mundo, Nelson Mandela, que, na sua sabedoria, afirmou: “Eu me recuso a falar de futuro sem que presentes estejam aqueles que o viverão, os jovens”.

            A Maçonaria é esse itinerário histórico fascinante aqui rememorado pelos meus colegas, mas a Maçonaria tem que ser presente e futuro.

            Mozarildo lembrou alguns valores. A verdade, nestes tempos de mentira, em que no Senado Federal se discute qual autoridade disse a verdade e qual autoridade disse a mentira. A mentira como arma de blindagem para erros praticados, ilícitos cometidos no seio do Governo. A mentira como espécie de sentença judicial de absolvição diante das denúncias que explodem no dia a dia da mídia nacional. Não há, Senador Mozarildo, como não nos referirmos a esses valores sustentados pela Maçonaria em todo o mundo: a verdade. Aliás, o Apóstolo disse: “A verdade vos libertará”.

            Não podemos admitir que se instale esse império da mentira em nosso País.

(Intervenção fora do microfone.)

            O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR) Com prazer. Com prazer. A palavra de V. Sª nos honra no Senado Federal.

(Intervenção fora do microfone.)

            O SR. PRESIDENTE (Mozarildo Cavalcanti. PTB - RR) - Eu gostaria de dizer ao irmão que, embora estejamos tendo a tolerância de permitir a manifestação, o Regimento da Casa não permite, tanto que não há som para a interferência do plenário.

            Então, gostaria de pedir a compreensão, para que possamos ouvir o orador da tribuna e o orador que falta ainda para falar.

            O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR) - Eu agradeço a participação, que muito me honra, e a palavra do perdão. Certamente, nós haveremos de perdoar sete, setenta, setenta milhões de vezes o pecador, mas não perdoaremos o pecado. (Palmas.)

            Perdoaremos sempre o ser humano, com as suas fraquezas, mas jamais perdoaremos as ilicitudes, a corrupção, a mentira, o desrespeito à sociedade. Mozarildo falou em tolerância. Devemos ser tolerantes com o ser humano. Não podemos ser tolerantes - devemos ser intolerantes - com a ilicitude e com a corrupção que assola o Brasil e infelicita o povo brasileiro.

            Valores fundamentais defendidos pela Maçonaria incluem no seu itinerário a ética como bandeira essencial. Nestes tempos de grande indignação nacional, a bandeira da ética tem sido rasgada impunemente.

            Quando quem governa afirma: “Uma obra mesmo superfaturada tem que ter continuidade”; quando um governante afirma: “A oposição não tem discurso; o discurso da oposição é o da ética, e esse discurso não leva a lugar algum”, é porque estamos construindo o edifício da imoralidade.

            Quando aqueles que devem dar o exemplo oferecem essa lição de indignidade moral é porque o País está vivendo um momento indiscutivelmente de tristeza; quando as denúncias são palavras soltas ao vento, ignoradas e não investigadas, porque no âmbito de um Conselho de Ética da Câmara Alta sepultam-se denúncias sem investigá-las, é porque estamos proclamando ou consagrando a imoralidade na atividade pública do País.

            Não há como ser tolerante diante desses fatos; não há como perdoar essas mazelas, esses desmandos e esses equívocos. Temos que edificar, sobre os escombros desta tragédia ética que se abate sobre esta instituição, uma instituição mais respeitada, valorizada e acreditada pelo povo brasileiro. E a Maçonaria há de ser voz e palanque para essa pregação.

            Não condenemos a instituição. Repudiemos as teses que pretendem dar um passo na direção do autoritarismo, defendendo o fechamento do Senado Federal. Fechar uma instituição como esta é caminhar para o autoritarismo. O segundo passo seria defender o fim da imprensa, calar a voz da sociedade, eliminando-se os veículos de comunicação, que retratam o dia a dia das aspirações nacionais.

            Não! Condenemos aqueles que aqui conspurcam o ideário do povo. Coloquemo-los para fora, se for possível. Não importa de que forma, que seja nas urnas, nas eleições - e, no ano que vem, as teremos -, mas preservemos a instituição, porque nela estão fincados alicerces básicos do Estado de Direito Democrático. E porque é uma instituição imprescindível. Nós somos passageiros, transitórios, substituíveis; a instituição é permanente, definitiva, insubstituível e tem que ser preservada.

            A Maçonaria, como faz a do Espírito Santo, pode defender, sim, a reforma política como o melhor caminho, não a reforma política dos parlamentares, não a reforma política que apresente alterações casuísticas, revelando o oportunismo daqueles que disputam eleições, mas a reforma política que confira ao País o modelo político compatível com a realidade e as aspirações do nosso povo. Essa é a reforma política da sociedade.

            Dizem alguns que a reforma política interessa aos políticos. Se interessasse, nós a teríamos concluído. Interessa à sociedade, porque pode ser instrumento de contenção do processo de corrupção na atividade pública brasileira, até porque boa parte da corrupção na Administração Pública começa no processo eleitoral. Um novo modelo político é fundamental para o País, para que as demais reformas possam ocorrer com eficiência e resultados.

            Sim, devemos ser duros, enérgicos e rigorosos no diagnóstico, mas sem perder a esperança das soluções. Devemos acreditar nelas!

            Um filósofo de esquerda na Itália já afirmou: “Sejamos rigorosos no diagnóstico, mas não percamos a esperança das soluções, porque elas existem”, até para que possamos continuar respirando, trabalhando, até para que possamos continuar amando e vivendo com dignidade.

            Muito obrigado. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/08/2009 - Página 37715