Discurso durante a 139ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem pelo transcurso amanhã, dia 25 de agosto, do Dia do Soldado. Apresentação das razões que estão levando S.Exa. a deixar o PMDB.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. FORÇAS ARMADAS. POLITICA PARTIDARIA.:
  • Homenagem pelo transcurso amanhã, dia 25 de agosto, do Dia do Soldado. Apresentação das razões que estão levando S.Exa. a deixar o PMDB.
Aparteantes
Rosalba Ciarlini.
Publicação
Publicação no DSF de 25/08/2009 - Página 38388
Assunto
Outros > HOMENAGEM. FORÇAS ARMADAS. POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, SOLDADO, ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, HISTORIA, PAIS.
  • DEFESA, EXISTENCIA, SUPLENTE, REGISTRO, PERSONAGEM ILUSTRE, INICIO, ATUAÇÃO, EXERCICIO, SUPLENCIA.
  • ANUNCIO, RECEBIMENTO, MEDALHA DO PACIFICADOR, REGISTRO, FORMAÇÃO, ORADOR, CENTRO DE PREPARAÇÃO DE OFICIAIS DA RESERVA (CPOR), CONCLAMAÇÃO, GOVERNO, ATENÇÃO, MANUTENÇÃO, ESCOLA MILITAR.
  • COMENTARIO, PARCERIA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), ESTADO DO PIAUI (PI), EXCLUSÃO, ORADOR, DISPUTA, ELEIÇÕES, JUSTIFICAÇÃO, OPOSIÇÃO, GOVERNO ESTADUAL, EXCESSO, MANIPULAÇÃO, INFORMAÇÃO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador João Pedro, que preside esta sessão de segunda-feira, Parlamentares presentes, brasileiros e brasileiras que nos assistem aqui, do plenário, e que nos acompanham pelo sistema de comunicação do Senado.

            O SR. PRESIDENTE (João Pedro. Bloco/PT - AM) - Senador Mão Santa, preciso de sua compreensão para responder ao Senador Alvaro Dias, que fez um apelo.

            A Secretaria informa que a medida provisória não chegou ao Senado.

            Com a palavra V. Exª.

            O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR) - Sr. Presidente, vejo no Jornal do Senado que ela chegou ao Senado. Ou há um equívoco de divulgação, ou realmente está junto à Secretaria da Casa.

            O SR. PRESIDENTE (João Pedro. Bloco/PT - AM) - A matéria fala que chega nesta semana. É isso que está na matéria da Agência Senado.

            O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR) - A informação da nossa assessoria é de que ela teria chegado - da assessoria da Liderança do PSDB.

            De qualquer forma, é evidente ...

            O SR. PRESIDENTE (João Pedro. Bloco/PT - AM) - Mas está registrado o apelo de V. Exª.

            O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR) - Está registrado e espero que a leitura seja feita assim que chegar.

            O SR. PRESIDENTE (João Pedro. Bloco/PT - AM) - Continua com a palavra o Senador Mão Santa.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Brasileiras e brasileiros, amanhã é o Dia do Soldado. Eles o comemoram no dia 25 de agosto porque coincide com o dia do nascimento de nosso Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias.

            Então, o soldado brasileiro é de alta respeitabilidade em nossa história, não só o Duque de Caxias, que foi fundamental para a consolidação de nossa Independência, que foi fundamental defendendo o Brasil nas Guerras do Prata e do Paraguai - e foi Senador da República também.

            Mas, João Pedro, o soldado brasileiro é de alta respeitabilidade e basta rememorar a história. Na história de nosso País, vários deles assumiram o poder na República. No início da República, foram os militares: Deodoro e o Marechal Floriano, que era o vice dele.

            Isso é muito importante, Antonio Carlos Valadares, para acabarmos com esse ridículo desse negócio de suplente. A ignorância, eu digo, é audaciosa. O Marechal Floriano entrou como vice de Deodoro. Mas o Deodoro largou; ele não tinha uma boa situação física de saúde. O vice também é suplente. É só o nome; é questão de etimologia. Mas é votado conjuntamente. José Alencar, que extraordinário vice! O Marco Maciel! Assim também os suplentes de Senadores que enriquecem esta Casa. E isso jamais deve ser levantado aqui, Antonio Carlos Valadares, porque um dos mais influentes, que hoje é o maior estadista que o País tem, é Fernando Henrique Cardoso. Ele adentrou aqui como suplente de Franco Montoro. Está vendo, Senador Antonio Carlos Valadares? Fernando Henrique adentrou aqui como suplente e hoje é o maior estadista deste País, quer queiramos ou não - eu não sou nem do partido dele, mas ele é.

            O que eu quero dizer é que amanhã se comemora o Dia do Soldado, que no Brasil tem muita respeitabilidade, desde os pequenos a estes que assumiram a Presidência: Marechal Hermes da Fonseca e Eurico Gaspar Dutra, no renascer do movimento libertário democrático, não é? E deu um exemplo de muita honestidade. Eles têm muito a nos ensinar. Eu só vou reviver isto para mostrar como o Dia do Soldado é importante para todos nós. Bastaria este ensinamento. Ele substituiu Getúlio Vargas naquele período que chamamos ditatorial civil. Nenhuma ditadura é boa. Como Cristovam sabe das coisas, basta ler o livro de Graciliano Ramos, Memórias do Cárcere, que descreve a ditadura Vargas. Mesmo ele sendo bom, a ditadura não é boa. E a militar vimos também.

            O Dutra deu um grande exemplo de honestidade. João Pedro, eu faço isso porque é ensinamento oportuno. Quando ele saiu do Governo, época em que voltou o Getúlio pela eleição, ele encarregou um genro de arrumar um lugar para ele residir (ele era o Marechal Eurico Gaspar Dutra). Depois da solenidade em que ele passou a faixa e deu posse ao Getúlio, o genro o chamou, à noite, para lhe mostrar o local. Quando ele viu, era um sobrado grande. O ex-Presidente Dutra deu um passo atrás e disse: não, não posso, eu não tenho dinheiro para pagar esta casa, não vou entrar. Vejam bem; saindo da Presidência, um marechal! Aí o genro disse: “mas o senhor não mandou que eu resolvesse? O senhor não vai pagar, não. Esta casa foi de um amigo seu que resolveu lhe emprestar enquanto o senhor não arruma um apartamento”. Mas saiu da Presidência da República, marechal e recuou quando lhe foi indicado morar numa casa que ele achava grande para as posses dele. Então, esse é um grande exemplo. Eles nos enriqueceram.

            Assim foi no período revolucionário. O homem é o homem e suas circunstâncias. Diziam que havia muita corrupção, subversão, e eles tomaram. Agora, eu conheci pessoalmente três deles. Um deles, Castello Branco, ali no Ceará. O homem era honrado. Eu o conhecia do Ceará. Está ali o nosso líder Heráclito. A família dele é ali de Campo Maior. Um homem muito honrado. Eu conheci o Presidente Geisel. Ô homem de moral! Eu convivi com ele, como V. Exª está convivendo com o Luiz Inácio. Mas eu vou te dizer: ô homem de vergonha! Ô homem sério! Esse é o meu diagnóstico. E conheci pessoalmente o João Figueiredo.

            Heráclito, eu tomei dois porres com ele. Ô cabra macho, bacana! Estou falando a verdade. Era governador Lucídio Portela; ele, Presidente da República. O Lucídio, irmão de Petrônio, mais velho, um grande líder, austero, nunca bebeu. Mas o João Figueiredo gostava de tomar uns uísques. Ele foi por duas vezes inaugurar lá, ia jantar na casa do governador, aí o Lucídio botava e chamava aqueles que deveriam fazer companhia para ele enquanto ele ficava ouvindo os cantadores. Quer dizer, eu vi o Figueiredo tomando umas comigo. In vino veritas. Aí é que a gente via... Ele era um homem puro, era um homem assim mesmo. Eu não posso porque eu estaria falhando, quando a gente senta à mesa assim, para beber... Mas, um homem puro - in vino veritas. No caso, ele dizia que ele não era político. Mandaram-no assumir, mandaram o João Baptista Figueiredo reabrir, e ele cumpriu, e ele cumpriu. Era como se o mandassem ir para o Iraque, e ele ia. Ele foi cumprir uma missão militar, de abertura e redemocratização.

            Eu sou orgulhoso, eu convivi com ele: pureza. Por duas vezes, nessas circunstâncias, bebi com ele. Não conheci o Médici nem o Costa e Silva. Não conheci, não posso... Sei assim como vocês sabem, da história, mas esses três que eu conheci são gente boa! Eu acho que o Heráclito os conheceu mais, porque o Heráclito viveu mais aqui. Eu conheci o Castello Branco...

            O Sr. Heráclito Fortes (DEM - PI. Intervenção fora do microfone.) - Só de foto.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Só de foto. Eu tive essa oportunidade.

            E o Geisel, porque, como era governador o Dirceu, esse que morreu, eu o acompanhei também no Piauí.

            Mas o que tenho que dizer é que o Dia do Soldado vai ser comemorado amanhã, quando serão homenageadas várias pessoas. E, no Senado da República, eles me escolheram para receber, no Dia do Soldado, a medalha de Duque de Caxias, que é a do pacificador. Então, eu me sinto honrado, e isso também eu vejo como uma homenagem ao Senado da República, que é respeitado, apreciado...

            O Sr. Heráclito Fortes (DEM - PI. Intervenção fora do microfone.) - E ao Piauí.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - E, como Heráclito disse, ao nosso Piauí, que também tem grande respeito ao Exército.

            Eu, particularmente, acho... Não que tenha mais mérito do que nenhum daqui, mas acho que é porque eu fiz o CPOR e me vanglorio disso. Então, eu sou oficial da reserva não remunerada. Só não é melhor, ô Garibaldi, porque é não remunerada. Mas eu fiz o CPOR Coronel Celestino Nunes, e foi motivo de muita aprendizagem, no início dos anos 1960. A gente aprende lá firmeza, liderança, chefia, respeito à Bandeira, à ordem e ao progresso, disciplina. Então, eu acho que toda a mocidade devia passar por aquilo que havia naqueles anos 1960.

            Aqueles que faziam a universidade, Rosalba Ciarlini, faziam o CPOR, Centro de Preparação de Oficial da Reserva. E os que não tinham faziam esses tiros de guerra, esses batalhões. Eu acho que o Governo tem que atentar bem para isso: está diminuindo. Foram diminuindo dos recursos, e a mocidade não tem essa experiência. Talvez seja isso, Antonio Carlos Valadares, este momento de violência que nós estamos vivendo. A minha geração fez, e eu quero dizer que, na minha vida, João Pedro, foi uma grande oportunidade. Aprendi a disciplina, a hierarquia, aprendi a amar a Pátria, a entender tudo isso.

             Acho que nós temos que advertir o Governo. Hoje eu vejo que estão se acabando os tiros de guerra, e o meu próprio CPOR, de Fortaleza, não tem mais. Então isso é para fazermos uma reflexão. Aquilo foi uma inspiração de Olavo Bilac, que disse: “Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! Criança! Não verás nenhum país como este!”.

            Então, essa passagem, esse serviço militar... Eu acho que nós temos que fazer uma reflexão. Talvez a juventude, violenta como está, não seja igual à nossa. Mas estaremos lá.

            Mas o que eu queria dizer... E quis Deus que o João Pedro... João Pedro, João Pedro, aí você pergunta por que eu estou saindo do PMDB. O meu PMDB se entregou ao PT no Piauí. Rosalba Ciarlini, não há possibilidade de eu ganhar uma convenção hoje. O Heráclito conhece. Não há porque não há. Na Convenção, eles trocaram os delegados. Eu ganhei no passado contra o poderoso presidente da Assembleia. Nós sabemos o que é isso, o que é Poder Legislativo. Quantos interesses! Quanto ao Governador do Estado... O PT está cooptando. Então, não há. Mas, unicamente, é porque o Governador tem me advertido. Eu votei nele em 1994. Mas, João Pedro, eu lamento, mas o homem mente muito. Mas mente! Então, eu não acredito. Ainda tem isto: a gente dizer que não acredita. Olha, eu não sei.

            Olha, eu apanhei muito de meu pai quando criança. Eu acho que ele não apanhou. Ouviu, Rosalba? Sabe como eu apanhava? Tinha o negócio de um dentista. O meu pai era enérgico, era durão. Eu apanhei muito de cinto, de cinturão. Agradeço hoje. Você nunca apanhou, não, não é, Rosalba? Eu apanhei. Ô Cristovam Buarque, você nunca apanhou, não? Eu apanhei de meu pai de cinturão e vou dizer como era a maioria das pisas. O negócio do dentista, Dr. Juvenal Galeno...

            O SR. PRESIDENTE (João Pedro. Bloco/PT - AM) - Senador Mão Santa, vinte segundos, só para prorrogar nossa sessão por mais uma hora. Eu sei que V. Exª só vai falar mais cinco minutos.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - A Rosalba era novinha, criança. Mas quero dizer, o Antonio Carlos...

            A SRA. ROSALBA CIARLINI (DEM - RN) - Senador Mão Santa.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Diga.

            A SRA. ROSALBA CIARLINI (DEM - RN) - Apanhar não apanhei, graças a Deus. Mas meu pai era muito duro com o castigo. Bastava olhar que a gente já entendia que ia perder alguma coisa se não fizesse tudo direitinho.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - O Antonio Carlos Valadares é mais ou menos da minha idade. Você se lembra daqueles dentistas, daquelas brocas com pedal? Vocês foram? João Pedro não foi. É mais novo. Você é novinha, Rosalba. Tinha uma broca com pedal... Quando a gente tinha uma cárie... Ficávamos arrepiados. Era no pedal. O dentista era amigo de meu pai. Eu ia fazer os tratamentos de dente. Eles se encontravam. “E o Francisco?”. “Não vai lá há dois meses.” Eu estava com medo da broca. Quando chegava em casa: “Você mentiu. Não pode mentir”. Então, foi até um bem, não é, Rosalba? Mas era verdade: da broca do dentista eu fugia mesmo. Hoje, tem anestésico. Naquele tempo não tinha não, a gente ficava todo arrepiado.

            Acho que o pai do Governador do Piauí não deu... Ele mente por brincadeira. Nunca vi se mentir tanto! Acho que é um...

            Eu falava do aeroporto internacional. Sou do Piauí. Lá a gente diz que mata a cobra, mostra o pau e a cobra. Então, eu falava dos aeroportos internacionais, em que não há nem teco-teco. Eis aqui, pode botar: “Pouso e decolagem de aves”. Olha aí! Não adianta. Agora, ele compra todas as rádios, faz umas revistas. Olha, eu nunca vi se mentir tanto! Eu acho... Eu não sei o que é. Se eu fosse a mulher dele, ou da família dele, eu o levava a um psicólogo. Eu nunca vi!

            Eu vou provar agora. Eu falava do negócio do aeroporto. Não tem nem teço-teco, nenhum dos dois. Não tem avião de jeito nenhum.

            Mas este senhor aqui que o senhor está vendo é o professor Alcenor Candeira Filho. Este senhor aqui é advogado, foi meu chefe, porque eu era da Previdência Social, do INPS, eu era médico. Então, ele era um superintendente, um burocrata chefe, foi meu chefe. Ele é desses intelectuais. Ele é o Secretário. Ele já é aposentado pela Previdência no maior posto. Advogado brilhante, professor universitário de português. Ninguém sabe mais do que ele. Agora, intelectual desses aí. E é secretário da educação do governo municipal, que é do PT e do PTB. Mas ele é intelectual, você sabe como é.

            Mas mente!

            Mas eu vou contar por que estou assim, com raiva, desde ontem. O Professor Alcenor Candeira lançou um livro. Ele é intelectual mesmo. Ele é da Academia de Letras de Parnaíba e do Piauí. Culto, sabe muito português, direito, professor universitário aposentado. Agora, esses intelectuais são autênticos mesmos, como foi Voltaire, como é aí Cristovam Buarque, como são todos esses intelectuais de toda a história, não é? Como o Joaquim Nabuco. Então, o professor Alcenor Candeira Filho escreveu um livro:

            O professor Alcenor Candeira Filho é poeta e está secretário de educação do município de Parnaíba. Aliado do governo Wellington Dias, porém, homem independente, Nôba [é o apelido dele, ele é conhecido por Nôba] sempre fez valer seu pensamento.

Veja este texto de autoria de Alcenor Filho que revela uma grande verdade a respeito de uma grande ilusão que o governo W. Dias propaga aos piauienses, em especial ao povo parnaibano, que é o tal Aeroporto Internacional de Parnaíba.

            Não adianta, Governador, mentira tem pernas curtas. Eu sempre disse, como o caboclo: é mais fácil tapar o sol do que a verdade. Então, isto aqui é acreditado. Ele é membro. Ele não é do meu lado, não. Está entendendo? Politicamente. É independente. É culto, é honrado, é honesto. É assim mesmo. Isso era de se esperar. E ele fez isso num livro. Me deram a cópia. Pôs no livro de vários... Ele publica. É da Academia de Letras piauiense. O tal Aeroporto Internacional de Parnaíba, ele propaga:

            Aeroporto

            No Aeroporto de Parnaíba

            (por lei agora internacional) [é um poeta, o verdadeiro Voltaire nosso]

            só se veem acrobáticos vôos

            de urubus, rolinhas, gaviões

            não o voo pressurizado de aviões.

            Então? E aí, Sr. governador, onde estão os tão propalados e alardeados voos que seu governo tanta divulga através da mídia?

            Na verdade, esse é o governo da promessa, da propaganda e da ilusão pública.

            E eu digo: mentira! Isso eu disse.

            Ó João Pedro, quando você for governador ou qualquer coisa, não minta de jeito nenhum. Eu agradeço ao meu pai. Era cinturão rodando, porque esse negócio de mentir... Desde a ida ao dentista eu aprendi... Eu acho que o pai do Governador, lá, não usou o cinturão dele. Mas é por brincadeira.

            Mas vou falar de ontem e por que estou aqui. Eu tenho um parente com noventa anos, meio adoentado. Ele é da família, a gente preza e respeita: João Correia, um homem trabalhador, muito bom, um primo mais velho que nos ajudou, apoiou sempre. Não tem aquelas figuras? Só porque ele estava adoentado, numa solenidade lá do Sesc, em que o Dr. Valdeci Cavalcante entregou grandes progressos para a cidade de Parnaíba - eu fui convidado, estava lá -, aí, eu encontrei a minha prima do João Correia, com o marido, engenheiro. “Está doente, e tal”. “Vou lá visitar, Liliane. Wellington, onde é?”. Ensinou o local da casa: “É perto do Detran”. Almoçamos lá em casa com as famílias. Estava até o Deputado Federal Mainha. Eu disse: “Eu vou, eu disse que ia visitá-lo”. Saí depois do almoço, fui com meu filho.

(Interrupção do som)

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Agora, eu tinha lido uma revista - aí é que é! esse negócio de mentira não dá certo -, Piauí, terra querida, que eles fazem no computador. Aí tinha lá: “Novo Detran de Parnaíba”. Isso eu li na véspera, a revista. Bonita! A impressora ali é do pai do João Vicente. É a maior tipografia que tem lá, toda colorida, bonita. Eu vi: “Novo Detran”. Eles fazem no computador: “Aeroporto Internacional de São Raimundo”. Só tem jumento lá do lado da pista, não tem casinha, não tem nada. Mas eles colocam na revista, João Pedro. Olha, na minha cidade, eu li, de noite, aquele colorido bonito. Este nosso Senador, a empresa dele é muito poderosa. A empresa. A revista é linda, colorida, estão entendendo? E eu, novo, pensei... João Pedro, eu vi, na véspera, num computador. Eles fazem só na bicha, botam na revista e botam no mundo. Quer dizer, o sujeito está no sul do Piauí... E eu, que estava em Parnaíba pensava que tinha, porque a gente sempre... Mas, meu amigo, o Detran está do jeitinho que eu inaugurei, que eu deixei. Nem pintar, pintaram. Assim não vale! Não vale! Isso é offside. Isso é aquela do Goebbels: uma mentira repetida se torna... Mas não vale. Mas era no tempo do Hitler, e deu no que deu. Do Goebbles. Agora, com essa comunicação, na terceira onda - não é não, Professor Cristovam? -, da Internet, da comunicação, do blog e dos homens verdadeiros, que carimbou... Aquilo que eu vinha dizendo...

(Interrupção do som.)

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - ...e sou muito mais contra a maneira de administrar: mentindo. Então, essas são as decepções.

            Mas para não ficar só no mal, e que política é ruim, eu traria aqui para o Cristovam aprender, daquele que, moribundo, aqui dizia que a função do Senador é resistir falando e falar resistindo: Teotônio Vilela, que fez renascer a democracia, moribundo de câncer, aqui. Olhem o que ele disse. Ô Cristovam, atentai bem, no futuro vão ler suas frases. Teotônio Vilela:

“Apesar de

Todas as Desgraças

Há uma Pátria

e é por esta pátria

que ainda estou lutando.

A esta pátria.

Se eu pudesse

Renascer hoje,

Iria dedicar

Todo o meu tempo novo.

Em uma campanha de restauração

Da Dignidade

Da Vida do País”

Teotônio Vilela

            E isso é a nossa luta. Queremos restaurar a dignidade do nosso País, mas que ela comece com a verdade na minha cidade natal, com a verdade no Piauí.

            E eu acho que verdade nós não temos hoje, temos a mentira. Mas temos a esperança em uma alternância do poder, já e já, pela felicidade do Piauí.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/08/2009 - Página 38388