Discurso durante a 140ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração do Ano da França no Brasil e a ação das Alianças Francesas como agentes de difusão cultural em nosso país.

Autor
Sérgio Zambiasi (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RS)
Nome completo: Sérgio Pedro Zambiasi
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do Ano da França no Brasil e a ação das Alianças Francesas como agentes de difusão cultural em nosso país.
Publicação
Publicação no DSF de 26/08/2009 - Página 38422
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANO, BRASIL, PAIS ESTRANGEIRO, FRANÇA, COMENTARIO, HISTORIA, INTEGRAÇÃO, REFORÇO, INTERCAMBIO, CIENCIA E TECNOLOGIA, CULTURA, SOCIEDADE, REGISTRO, DECLARAÇÃO, CHEFE DE ESTADO.
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, LINGUA FRANCESA, PROMOÇÃO, DIVULGAÇÃO, ARTES.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. SÉRGIO ZAMBIASI (PTB - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado, colega Presidente Romeu Tuma.

            Vou aproveitar desta solenidade, que é formal, mas entrando na informalidade que o Senador Tuma propôs, o que é muito bom, desmistificando um pouco o processo e nos aproximando ainda mais da compreensão da cidadania. Acho que, às vezes, romper esses conceitos é muito importante, porque o senhor acabou de me arremeter há muitos anos, há quarenta e poucos anos lá nos anos sessenta.

            O senhor acabou de provocar em mim uma lembrança, uma imagem muito bonita do meu curso ginasial, com o Frei Carlos, se não me engano, que era um apaixonado pelo francês e incluiu no currículo da escola o francês. E durante os quatro anos do ginásio nós convivemos com a língua, o que para mim resultou numa informação complementar extremamente importante. Eu sou muito grato à época e ao Ginásio São José de Soledade e à Escola Técnica Frei Clemente, que tinham, no seu currículo, o francês.

            E acabei de lembrar também que, neste exato momento, uma grande companheira, candidata a vice-governadora do Rio Grande do Sul, junto com o Governador Germano Rigotto, a Sônia Santos, está em Grenoble na França para aprender a língua. Ela é cientista política e na condição de cientista política entendeu que, para avançar mais, aprofundar mais o seu grau de conhecimento e a sua capacidade de análise do processo ela precisa saber Francês. Portanto, ela decidiu passar um ano na França, com orientação da Aliança Francesa do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.

            Então, são esses fatos, esses vínculos que nos aproximam ainda mais e o Senador Adelmir Santana nos pediu que estivéssemos aqui, na impossibilidade da sua presença neste momento, para iniciarmos essa saudação merecida.

            Após o retumbante sucesso do Ano do Brasil na França, realizado em 2005, os dois países amigos promovem, em 2009, o Ano da França no Brasil, iniciativa que, mesmo antes de seu término, já podemos reputar vitoriosa!

            É nesse espírito de forte intercâmbio científico, tecnológico e sociocultural que marca o Ano da França no Brasil que o Senado Federal, por uma brilhante propositura encabeçada pelo Senador Adelmir Santana, promove esta Sessão Especial.

            Falar sobre as relações entre o Brasil e a França é sempre tarefa muito extensa, porquanto é quase inesgotável a abrangência desse mister! Porém, é tarefa das mais amenas, dado o nível de amizade e de cooperação com o qual nossos países conduzem o intercâmbio nos mais diversos campos da atividade humana.

            A influência da sociedade francesa no mundo, especialmente nos países do hemisfério ocidental, pode ser medida usando a régua da abrangência democrática nas nações modernas. Se hoje a democracia é uma regra, e não honrosa exceção, devemos isso à Revolução Francesa, que difundiu pelo mundo os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.

            Brasil e França sempre tiveram excelentes relações, tanto no campo oficial quanto em matéria de afinidades. A exemplo da sociedade francesa, somos um povo que não tolera a intolerância, que valoriza a liberdade de pensamento e de expressão, e dela não abdica.

            No plano cultural, somos países de enorme riqueza e diversidade de movimentos e manifestações. Talvez seja esse o motivo do estrondoso sucesso de iniciativas como o Ano da França no Brasil, na esteira do Ano do Brasil na França.

            De fato, a criação artística, o debate de ideias e a diversidade regional e sociocultural são eixos centrais deste Ano da França no Brasil, sempre como forma de priorizar a divulgação da cultura francesa em nosso País e a promoção de saudável e proveitoso intercâmbio de pensamento e de manifestações culturais.

            Não menos importante é a troca de experiências nos campos da inovação tecnológica, da pesquisa científica e do dinamismo econômico, bem como a busca de parcerias franco-brasileiras em projetos nos dois países e também em outras regiões do mundo, especialmente na África, no Caribe e na nossa América Latina.

            Esse espírito de profundo intercâmbio já estava previsto na declaração conjunta dos Presidentes Jacques Chirac e Luiz Inácio Lula da Silva, por ocasião da visita de Estado do Presidente Francês ao Brasil ocorrida em 2006. O mesmo espírito foi sabiamente reafirmado entre os Presidentes Lula e Nicolas Sarkozy em reunião na Guiana Francesa em fevereiro de 2008. E é exatamente pela Guiana Francesa, Senador Tuma, que o Brasil faz fronteira com a Europa. Nós surpreendemos quando discutimos as fronteiras do Brasil. Somos um país com mais de dezesseis mil quilômetros de fronteiras com onze Estados brasileiros, dez países sul-americanos e um país europeu, que é a França. Portanto, há mais um aspecto relevante que deve ser sempre lembrado. O Brasil faz fronteira com a Europa, com a França, através da Guiana Francesa, aqui na América do Sul. 

            A profunda troca de experiências entre as culturas brasileira e francesa não seria tão profícua não fosse a presença em nosso País da Aliança Francesa, agente de difusão cultural da França no Brasil e em todo o mundo, cuja trajetória de sucesso também homenageamos nesta Sessão Especial.

            Presente no Brasil desde 1885, apenas dois anos depois da criação de sua sede em Paris, a instituição conta hoje com 39 associações e 8 centros correspondentes em quase todos os Estados brasileiros, levando a riquíssima cultura francesa aos quatro cantos do nosso País.

            Além de divulgar a língua e a cultura francesas, a Aliança promove diversas manifestações artísticas em suas instituições, não só de responsabilidade de artistas franceses, mas também de artistas brasileiros, populares ou eruditos.

            Nesta ocasião em que o Senado Federal homenageia o Ano da França no Brasil, eu gostaria de saudar a grande Nação Francesa, tão bem representada no Brasil por seus inúmeros diplomatas e pelas 39 Alianças Francesas.

            O intercâmbio entre França e Brasil, que já era forte antes deste ano, certamente se fortalecerá ainda mais de agora em diante.

            Esta é uma realidade de que o Senado da República se orgulha em participar.

            Muito obrigado. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/08/2009 - Página 38422