Discurso durante a 142ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Pesar pelo falecimento do Senador Ted Kennedy, na madrugada de hoje, considerado o senador do século pelo The New York Times, e citado por Nelson Mandela como pioneiro na luta contra o apartheid.

Autor
Gerson Camata (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Gerson Camata
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Pesar pelo falecimento do Senador Ted Kennedy, na madrugada de hoje, considerado o senador do século pelo The New York Times, e citado por Nelson Mandela como pioneiro na luta contra o apartheid.
Publicação
Publicação no DSF de 27/08/2009 - Página 38776
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, PARLAMENTAR ESTRANGEIRO, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), IMPORTANCIA, CONTRIBUIÇÃO, LUTA, COMBATE, APARTHEID, DESENVOLVIMENTO, POLITICA, APOIO, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA, EMPENHO, GARANTIA, PLANO, SAUDE, POPULAÇÃO CARENTE, MANIFESTAÇÃO, PESAMES, FAMILIA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. GERSON CAMATA (PMDB - ES. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente.

            Eu queria apenas registrar aqui, Sr. Presidente, com muito pesar, o falecimento, na madrugada de hoje, de um grande Senador dos nossos tempos: o Senador Ted Kennedy. Ele foi considerado hoje, pelo New York Times, como o Senador do século, pela sua atuação.

            Vi, com muito apreço, ele sendo saudado pelo Nelson Mandela, como pioneiro da luta contra o apartheid, de fora da África do Sul, a briga dele contra o racismo implantado no Governo da África do Sul,. O Presidente daquele grupo terrorista da Irlanda - o Sinn Fein - disse: “Ele pacificou a Irlanda e acabou com aquela guerra civil que havia entre católicos e protestantes.” Descendente de irlandeses, ele era católico.

            Depois, vejo também os parentes de Martin Luther King falando sobre a luta dele para estabelecer a igualdade racial nos Estados Unidos. E aí o New York Times diz ainda: “Se não fosse ele, muitas coisas que estão na lei americana não estariam lá.” Referem-se ao trabalho que ele fez dentro e fora dos Estados Unidos.

            Ele teve os dois irmão assassinados. Aquele incidente de Chappaquiddick, quando morreu Mary Jo, atrapalhou-o, porque senão ele teria sido Presidente dos Estados Unidos. Mas vejam que ele, mesmo assim, como Senador, brilhou no mundo inteiro, como se fosse Presidente dos Estados Unidos.

            Eu estive pessoalmente com ele três vezes, Sr. Presidente: a primeira vez, eu era Governador do Espírito Santo; e o Espírito Santo é o único Estado do mundo em que há uma cidade que se chama Presidente Kennedy, em homenagem a seu irmão. Fui fazer-lhe uma visita, em Washington, e levei a ele algumas fotografias da cidade. E ele me ajudou, como governador, a implantar um hospital na cidade de Presidente Kennedy, que hoje é uma das cidades mais ricas do Espírito Santo, graças à produção de petróleo e gás. Depois, em 1985, eu estive com ele no Rio. Ele ia visitar a cidade de Presidente Kennedy. Eu estava lá, fomos à embaixada americana e, dali, fomos para o aeroporto Santos Dummont, para irmos a Presidente Kennedy, porque ele queria conhecer a cidade. Desabou um temporal. Um chefe de segurança da embaixada não permitiu que ele fosse em um helicóptero, e ele, naquela tarde, tinha que viajar para Buenos Aires, porque estava fazendo uma viagem pela América do Sul e, portanto, ele não foi a Presidente Kennedy. Eu até disse a ele: Senador, então, quando eu chegar no Espírito Santo vou tirar o nome do seu irmão da cidade porque você não a visitou. E ele disse: Não faça isso. E a última vez foi na pré-convenção do Partido Democrata, no dia em que ele deu apoio ao Obama, fui convidado, estava lá e fiquei perto dele, ele já estava com o problema da doença. E dirigi-me a ele e perguntei se ele se lembrava de mim, e ele, como bom político, disse que lembrava. Mas não lembrava mais de nada, já que estava com o cérebro afetado pelo câncer que o matou.

            Mas, de qualquer maneira, um homem que avultou, que cresceu, que se impôs ao mundo como Senador, é um exemplo para todos nós, Senadores, e é o momento de lastimarmos a perda de um homem como este. Ele fez todas as leis voltadas para os deficientes americanos, há 20 anos, quando não havia essa política de apoio aos deficientes, e ele fez lá. E ele foi interessante, porque assumiu, como Senador, quando o Kennedy se elegeu Presidente. Então, ele terminou o mandato do Kennedy, eleito pela Assembléia do Estado de Massachusetts, com 30 anos, foi o Senador mais novo e ficou Senador até ontem, na hora de morrer. E o mais interessante dele é que, percebendo que estava no final, o último documento dele, a última carta, foi pedindo à Assembléia Legislativa de lá, de Massachusetts, que não demorasse - porque a Constituição de lá diz que, dentro de 160 dias, a Assembléia escolhe o Senador -, então, ele pediu numa carta que não demorassem 160 dias, que, numa semana, elegessem o Senador que ficaria no seu lugar, já que ele iria morrer, para que ajudasse o Obama a aprovar o plano de saúde que ele está defendendo nos Estados Unidos, que é exatamente um plano de saúde em favor dos mais fracos, dos mais pobres, dos latinos, dos negros e dos menos favorecidos.

            De modo que lamento daqui, estarei apresentando daqui a pouco, Sr. Presidente, espero que V. Exª assine também, um voto de pesar para comunicar à Embaixada dos Estados Unidos, ao Senado americano, a sua viúva, Victoria Reggie Kennedy, que estão, hoje, velando o corpo dele, que será sepultado na próxima semana, os sentimentos - e acho que falo em nome de todos nós, Senadores -, pela perda deste grande e monumental Senador do mundo.


Modelo1 5/18/247:26



Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/08/2009 - Página 38776