Discurso durante a 143ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com a perigosa linha de gastança pela qual se envereda o governo, e transcrição nos Anais de diversas matérias jornalísticas sobre a questão. Homenagem pelo transcurso do Dia do Soldado. (como Líder)

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. HOMENAGEM. FORÇAS ARMADAS.:
  • Preocupação com a perigosa linha de gastança pela qual se envereda o governo, e transcrição nos Anais de diversas matérias jornalísticas sobre a questão. Homenagem pelo transcurso do Dia do Soldado. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 28/08/2009 - Página 39673
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. HOMENAGEM. FORÇAS ARMADAS.
Indexação
  • COMENTARIO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O ESTADO DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), QUESTIONAMENTO, EXCESSO, GASTOS PUBLICOS, GOVERNO, INSUFICIENCIA, RECURSOS, PAGAMENTO, JUROS, DIVIDA EXTERNA.
  • HOMENAGEM, DIA, SOLDADO, OPORTUNIDADE, ELOGIO, PATRIOTISMO, CIDADANIA, LUIS ALVES DE LIMA E SILVA, VULTO HISTORICO, PATRONO, EXERCITO.
  • IMPORTANCIA, PRESENÇA, FORÇAS ARMADAS, REGIÃO AMAZONICA, DEFESA, SOBERANIA NACIONAL, ELOGIO, TRABALHO, COMANDANTE, COMANDO MILITAR DA AMAZONIA (CMA).

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, trago aqui dois tópicos que julgo necessário abordá-los na tarde de hoje.

            Em primeiro lugar, Sr. Presidente, um pouco de economia. Ao contrário do dito popular da água mole em pedra dura, de nada valeram seguidas e enfáticas advertências das oposições, de economistas, do empresariado e da imprensa, ponderando ao Governo mais austeridade em seus gastos.

            De ouvidos moucos, o Governo enveredou por uma perigosa linha de gastança, pouco lhe importando os riscos de um endividamento da máquina pública.

           “A máquina estatal”, recorro então a palavras do jornalista Rolf Kuntz, de O Estado de S. Paulo, em 26 deste mês e deste ano, “é cada vez mais emperrada e, com exceção de alguns componentes, cada vez menos parecida com a imagem apresentada pelo Presidente Lula em seu falatório sobre a crise”.

            Fecho aspas para o jornalista Rolf Kuntz. E ainda:

O Banco Central de fato contribuiu, desde o ano passado, para atenuar a escassez de crédito e seu efeito recessivo. Os incentivos concedidos pelo Tesouro contribuíram para aumentar as vendas de alguns setores... Mas não houve nada remotamente semelhante a uma onda de investimentos financiados pelo Tesouro. Os números divulgados em Brasília, ontem, desmentem aquela conversa de forma inequívoca.

            Hoje, mais uma informação preocupante. Está nos jornais online desta tarde: “Economia do Governo para pagar juros cai pela metade”. Esse é o título de notícia veiculada pelo Estadão. O subtítulo confirma a preocupação: “Superávit primário até julho soma R$38,4 bilhões, o equivalente a 2,25% do PIB primário”.

            Conclusão: “O que o Governo economizou não foi suficiente para pagar os juros da dívida”. A verdade nua e crua, como a vê quem acompanha a política econômica e como analisa o citado jornalista Rolf Kuntz é uma só: “Nunca se gastou tanto dinheiro [segundo diz Rolf Kuntz e com ele eu concordo] para devastar e desmoralizar um governo. No Brasil, a administração federal é cada vez mais cara, mais balofa e mais sujeita à politiquice rasteira.”

            O quadro extremamente negativo parece não abalar o Governo. Seguidamente, aqui mesmo neste plenário, vozes da chamada base aliada proclamam alto e bom som números positivos, por exemplo, em relação à criação de empregos e à evolução da produção industrial.

           São dados concretos, mas os que apregoam tais índices não dizem que se trata de evolução mínima, sem que, na comparação com um ano atrás, fiquem na rabeira.

            De que adianta vir aqui e anunciar que “o Governo vai ensejar a banda larga para 49 milhões de estudantes”, ao lado de “outros avanços”. E falam bonito, usando palavras como “inserção digital, softwares pedagógicos do século XXI”.

           Importante é acompanhar o que de tudo isso vai, de fato, confirmar-se.

            Os dados da dívida pública, aparentemente, pouco interessam ao Governo. Ao povo devem preocupar. Aonde foram as afirmações ribombantes que proclamavam, não faz muito, que “agora é o Brasil que empresta dinheiro ao FMI”.

           Será que a frase confere com a notícia que acabei de ler, informando que a economia do Governo foi pequena e não vai dar para pagar os juros da dívida?

            Leio em O Estado de S. Paulo: “Dívida do setor público sobe para 44,1% do PIB em julho”. Em valores nominais, a dívida subiu de R$1,259 trilhão em junho para R$1,283 trilhão no mês passado”.

            Com esta nota, leio outra, também dos jornais online de agora à tarde:

Produção industrial de São Paulo está 10% abaixo do nível pré-crise. 

Produção subiu 2% de junho para julho, mas caiu 9,4% ante julho de 2008. No na,o a queda acumulada é de 12,8%, a pior desde 2003, início da medição, segundo informou a Fiesp.

            Repito um dos tópicos dessa frase, não sem antes manifestar a preocupação que é do povo. Não é do Governo, infelizmente: “... a pior desde 2003”.

           O que foi pior, está na notícia: foi a queda na produção industrial do Brasil. Não me agrada veicular notícia desse teor. É, contudo, de meu dever alertar. É o que faço neste momento de apreensão.

            Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente, e peço que os anexos também sejam considerados parte dos Anais da Casa.

            O segundo tópico, Sr. Presidente, é sobre o Dia do Soldado, porque assim como todo jornalista prefere ser chamado simplesmente de repórter, sugerindo democracia e liberdade de expressão, a palavra soldado, estou convencido, define o militar de qualquer posto ou patente e sugere apreço, cidadania e patriotismo. Sugere a Nação.

            Não é por acaso, pois que a data de nascimento de um dos maiores vultos históricos e do Exército do Brasil foi escolhida e é definitivamente o Dia do Soldado.

            Um e outro, o soldado e Caxias, confundem-se no que ambos têm com virtude maior: o patriotismo! Patriotismo é entendido como sentimento de amor e devoção à Pátria, aos seus símbolos, a começar pela Bandeira, mas igualmente ao Hino e ao Brasão. É o patriotismo que melhor identifica o cidadão com a Pátria, sempre que ele se expressa em atitudes de devoção.

            Em época de tantas e nem sempre compreensíveis mudanças, o patriotismo é a força que pode assegurar o exercício da cidadania, essa palavra de quatro sílabas, originária do latim civitas, cidade. A cidade é vista como célula básica do ser, portanto do cidadão. Esse, por sua vez, tem vinculação forte com a noção de direitos, especialmente aos direitos políticos que permitem ao cidadão participar, de alguma forma, da direção dos negócios públicos do Estado.

            A concepção de direitos, por sua vez, pressupõe contrapartida de deveres, entre os quais, a honorabilidade e a exação sempre que o cidadão ascende a postos ou a mandatos eletivos.

            Houvesse mais patriotismo e práticas incompatíveis com a cidadania, com os direitos do cidadão, jamais existiriam, ensejando, assim, espaço maior para o efetivo trabalho em favor das comunidades. A elas, deve vincular-se o homem público no exercício de suas atividades. Desvios, jamais!

            No momento em que esta Casa presta homenagem a Luís Alves de Lima e Silva, a noção de patriotismo e cidadania assume dimensão como a sugerir que exemplos por ele deixados contribuam para a normalidade, entendida como democracia plena e correção no comando das funções públicas. É este, pois, o momento adequado para relembrar os feitos do chefe militar vitorioso, do guerreiro obstinado e do homem de Estado exemplar, que nos motiva e espelha até os dias de hoje. Pelos seus notáveis exemplos, mais que nunca essenciais.

            Duque de Caxias teve papel significativo na vida política do Império, como um dos líderes do Partido Conservador. Senador vitalício desde 1845, foi Presidente - Governador - das Províncias do Maranhão e do Rio Grande do Sul, por ocasião do término dos movimentos revolucionários que pacificou, e Vice-Presidente da Província de São Paulo. Ministro da Guerra e Presidente do Conselho de Ministros do Império por três vezes, procurou modernizar os regulamentos militares, substituindo as normas de origem colonial. Na terceira vez em que ocupou a Presidência do Conselho, apaziguou os Conservadores, então divididos quanto à questão da escravatura, encerrou o conflito entre o Estado e os Bispos - a chamada Questão Religiosa - e iniciou o aperfeiçoamento do sistema eleitoral. Em reconhecimento aos seus serviços, o Imperador Dom Pedro II agraciou-o, sucessivamente, com os títulos de Barão, Conde, Marquês e, finalmente, Duque de Caxias.

            Em meio século de serviço, coincidindo com o período crítico para a afirmação da nossa nacionalidade, Caxias interpretou com invulgar lucidez a realidade de sua época e vislumbrou um futuro grandioso para o Brasil. Para culto da sua memória, o Governo Federal proclamou-o, em 1962, Patrono do Exército Brasileiro. O dia do seu nascimento, 25 de agosto, é considerado o Dia do Soldado.

            Caxias é o Exército e, como se costuma proclamar com justeza, é também símbolo brasileiro de entusiasmo e da nossa veneração patriótica. Ele é o próprio soldado brasileiro. Todos os valores morais, físicos, intelectuais do bom soldado Caxias os possuía: bravura, generosidade, robustez, inteligência, entusiasmo. Herói ilustre do Brasil que soube combater brava e vitoriosamente em todos os setores onde o chamou o serviço da Pátria, Caxias, o Pacificador, foi o nosso maior soldado de todos os tempos. Seu comovente exemplo de bravura, de generosidade, de trato político, de desinteresse pessoal foi avocado com brilho pelo escritor Gustavo Barroso, da Academia Brasileira de Letras.

            O jornalista Barbosa Lima Sobrinho, de saudosa memória, o cognomina de “O Patrono da Anistia”. E o povo brasileiro, em espontânea consagração, popularizou o vocábulo caxias com o qual são apelidados os que cumprem irrestritamente com todos os seus deveres. Caxias, pois é verbete acolhido em todos os dicionários da língua portuguesa para definir a pessoa extremamente escrupulosa no cumprimento de suas obrigações.

            Gilberto Freyre, notável sociólogo, também reconhece as virtudes do Duque de Caxias com estas palavras:

Caxiismo não é conjunto de virtudes apenas militares, mas de virtudes cívicas comuns a militares e civis. Os caxias devem tanto ser paisanos como militares. Acredito que o caxiismo deveria ser aprendido tanto nas escolas civis quanto nas militares. É o Brasil inteiro que precisa dele.

            E eu diria, Sr. Presidente, que, talvez, agora, e nesta quadra em que vive o Senado, talvez agora mais do que nunca.

            Não posso encerrar estas palavras em louvor a Caxias sem mencionar o significado, igualmente de forte patriotismo, que é a presença das Forças Armadas na minha região. O soldado brasileiro ali está, numa região de imensas fronteiras, para a defesa da soberania do País.

            Será que essa não seria a mais notável afirmação de patriotismo e cidadania? O soldado brasileiro na Amazônia é a comprovação de tudo a que me referi, na busca da melhor definição de cidadania.

            Srªs e Srs. Senadores, ilustres militares que nos honraram com sua presença, não faz muito, tive a honra de visitar as frentes avançadas do Exército do Brasil em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. Vi e senti, em cada uma das almas dos soldados que ali servem, o tanto de patriotismo de que são detentores. Deles não ouvi, mas senti algo como que palavras mágicas de autodefinição: “Nós somos soldados, e nossa missão é defender a soberania brasileira”, prática de que se desincumbem com o patriotismo herdado de Caxias.

           Preparado muito bem, sim, como tive o ensejo de constatar, o soldado brasileiro na Amazônia é sentinela e cidadão, militar e uma vez mais cidadão, brasileiro acima de tudo! Com uma diferença merecedora de fecho para as palavras com que saúdo o grande Patrono do Exército: a missão do soldado na Amazônia é prática visível, relevante e até comovedora. Ali, o soldado do Brasil assume, na plenitude, condição para que, na dimensão de maior densidade, receba o mais forte aconchego à Pátria.

           Sr. Presidente, digo a V. Exª que faço aqui uma homenagem a dois militares: ao atual Comandante Militar da Amazônia, o General Mattos, e a esse general insigne, absolutamente decente e corajoso, que é o General Augusto Heleno, que hoje está exercendo importante função dentro do Ministério do Exército aqui em Brasília. O General Mattos está no seu lugar como Comandante Militar da Amazônia.

            O trabalho é belíssimo. Apesar dos cortes, dos contingenciamentos que o Governo impõe às verbas das Forças Armadas, o trabalho que faz o Exército brasileiro na minha região é belíssimo. Lá forma-se o mais habilidoso soldado guerrilheiro de selva do mundo.

            É praticamente impossível que qualquer nação estrangeira se estabeleça em solo amazônico, apesar de faltarem ainda instrumentos, logística e dinheiro para que o Exército possa transformar o Brasil numa efetiva potência militar defensiva, já que não temos a menor vocação para potência militar ofensiva - graças a Deus. Lá, aprendemos algo que me comove: índios e descendentes diretos de índios andam mais rápido na selva do que todo e qualquer decatleta ou triatleta do próprio Exército. Não tem como alguém dominar aquela natureza com tanta maestria como fazem aqueles soldados. Então, se há cobiça sobre a Amazônia, percam as esperanças quaisquer potências, porque o Exército está preparado para enfrentar essa cobiça.

            Por outro lado, entendo que defender a Amazônia implica mais do que presença militar. Implica também presença civil, amparada pelo Estado, com escolas, postos de saúde, perspectivas de desenvolvimento de comércio e atividades que geram emprego. É fundamental que se complete isso fazendo um tripé com conhecimento. É preciso conhecer a região. Então, chega de orçamento mesquinho para o Inpa, para o Museu Goeldi. Chega de gastar dinheiro no custeio estupidamente e poupar o dinheiro que deveria ser o do investimento em laboratório, ciência, pesquisa e tecnologia. Conhecendo-se a Amazônia, vai dar para defendê-la. Não se pode defender concretamente aquilo que não se conhece.

            O mais é o Brasil tomar ciência de que precisa ele próprio conhecer a Amazônia para com ela fazer uma parceria vitoriosa. Cada um fazendo sua parte, a coisa andará bem. E o Exército faz sua parte melhor do que ninguém. Portanto, nossa homenagem ao Exército de Caxias e ao papel brilhante e comovente que realiza junto com a Marinha e a Aeronáutica no meu Estado e na minha região.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

            *******************************************************************************

            SEGUEM, NA ÍNTEGRA, DISCURSOS DO SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO.

            *******************************************************************************

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, ao contrário do dito popular da água mole em pedra dura, de nada valeram seguidas e enfáticas advertências das oposições, de economistas, do empresariado e da imprensa, ponderando ao Governo mais austeridade em seus gastos.

            De ouvidos moucos, o Governo enveredou numa perigosa linha de gastança, pouco lhe importando os riscos de um endividamento da máquina pública.

            A máquina estatal, recorro a palavras do jornalista Rolf Kuntz (O ESTADO DE S.PAULO, 26/08/2009)), “é cada vez mais emperrada e, com exceção de alguns componentes, cada vez me nos parecida com a imagem apresentada pelo Presidente Lula em seu falatório sobre a crise”

            E ainda:“O Banco Central de fato contribuiu, desde o ano passado, para atenuar a escassez de crédito e seu efeito recessivo. Os incentivos concedidos pelo Tesouro contribuíram para aumentar as vendas de alguns setores...

            ...Mas não houve nada remotamente semelhante a uma onda de investimentos financiados pelo Tesouro. Os números divulgados em Brasília, ontem, desmentem aquela conversa de forma inequívoca”.

            Hoje, mais uma informação preocupante. Está nos jornais online desta tarde:

            Economia do Governo para pagar

            juros cai pela metade

            Esse é o titulo de notícia veiculada pelo Estadão. O subtítulo confirma a preocupação:

            Superavit primário até julho soma R$ 38,4 bilhões, o equivalente a 2,25% do PIB primário.

            Conclusão:

            O que o Governo economizou não foi suficiente para pagar os juros da dívida.

            A verdade, nua e crua, como a vê quem acompanha a política econômica e como analisa o citado jornalista Rolf Kuntz, é uma só:

            “Nunca se gastou tanto dinheiro para devastar e desmoralizar um Governo.

            No Brasil, a administração federal é cada vez mais cara, mais balofa e mais sujeita à politiquice rasteira.”

            O quadro extremamente negativo parece não abalar o Governo. Seguidamente, aqui mesmo neste Plenário, vozes da chamada Base Aliada proclamam alto e bom som números positivos, por exemplo, em relação à criação de empregos e da evolução da produção industrial.

            São dados corretos, mas os que apregoam tais índices não dizem que se trata de evolução mínima, sem que, na comparação com um ano atrás, ficam na rabeira.

            De que adianta vir aqui e anunciar que “o Governo vai ensejar banda larga para 49 milhões de estudantes”, ao lado de “outros avanços”. E falam bonito, usando palavras como inserção digital, softwares pedagógicos do século 21. Importante é acompanhar para ver o que, de tudo isso, vai se confirmar.

            Os dados da dívida pública, aparentemente pouco interessam ao Governo. Ao povo, preocupam! Aonde foram as afirmativas ribombantes que proclamavam, não faz muito, que “agora é o Brasil que empresta dinheiro ao FMI.”.

            Será que a frase confere com notícia que acabei de ler, informando que a economia do Governo foi pequena e não vai dar para pagar os juros da dívida.

            Leio em O Estado de S.Paulo:

            Dívida do setor público sobe para 44,1% do PIB em julho

            Em valores nominais, a dívida subiu de R$ 1,259 trilhão em junho para R$ 1,283 trilhão no mês passado

            Como esta nota, leio outra, também dos jornais online de agora à tarde:

Produção industrial de SP está

10% abaixo do nível pré-crise

Produção subiu 2% de junho para julho, mas caiu 9,4% ante julho de 2008. No ano, queda acumulada é de 12,8%, a pior desde 2003, início da medição, informou a Fiesp.

             Repito um dos tópicos dessa frase, não sem antes manifestar a preocupação, que é do povo. Não é do Governo, infelizmente: a pior desde 2003

            O que foi pior, está na notícia: foi a queda na produção industrial do Brasil.

            Não me agrada veicular notícias desse teor.

            É, contudo, de meu dever alertar. É o que faço, neste momento de apreensão.

            Era o que tinha a dizer.

            Muito obrigado.

 

            ****************************************************************************

         DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO

            inseridos nos termos do art. 210, inciso I e §2º do Regimento Interno

            ******************************************************************************

            quinta-feira, 27 de agosto de 2009, 11:09 |ESTADAO Online

            1

            Economia do governo para pagar juros cai pela metade

            Superávit primário até julho soma R$ 38,4 bilhões, o equivalente a 2,25% do PIB, anuncia o Banco Central

            Fernando Nakagawa e Fábio Graner, da Agência Estado

            BRASÍLIA - No acumulado de janeiro a julho, o superávit primário do setor público consolidado - a economia feita pelo governo para pagar juros da dívida - somou R$ 38,435 bilhões, o equivalente a 2,25% do PIB, menos da metade do registrado em igual período de 2008, quando o esforço fiscal foi de R$ 92,770 bilhões, o correspondente a 5,63% do PIB.

            vida do setor público sobe para 44,1% do PIB em julho 

            Ipea prevê alta de 1,9% da produção industrial em julho

            Inadimplência deve seguir em alta por dois meses, diz Febraban

            O que o governo economizou não foi suficiente para pagar os juros da dívida. Com isso, o déficit nominal em julho subiu para R$ 12 bilhões. Em julho de 2008, o saldo negativo foi de R$ 7,883 bilhões. Segundo os dados do Banco Central, a maior contribuição para o déficit nominal foi do governo central, que respondeu por R$ 13,125 bilhões. Uma pequena fração desse déficit foi compensada pelo superávit nominal das empresas estatais, de R$ 207 milhões em julho. 

            O superávit primário é o resultado da arrecadação do governo menos os gastos com as autarquias municipais, estaduais, federal e as empresas estatais. Neste cálculo, não é levado em conta o pagamento de juros da dívida. 

            Ainda de acordo com o BC, o superávit primário de janeiro a julho somou R$ 22,640 bilhões no governo central (1,32% do PIB); R$ 16,117 bilhões nos governos regionais (0,94% do PIB) e déficit de R$ 323 milhões nas estatais (0,02% do PIB).  
Segundo o Banco Central, nos primeiros sete meses do ano, as estatais federais acumularam déficit primário de R$ 2,205 bilhões (0,13% do PIB). No acumulado em 12 meses até julho deste ano, o superávit primário do setor público acumula R$ 52,085 bilhões, correspondente a 1,76% do PIB.  
Nesse período, a contribuição do governo central foi de R$ 25,497 bilhões (0,86% do PIB); os governos regionais apresentaram resultado primário positivo de R$ 24, 629 bilhões (0,83% do PIB) e as estatais contribuíram com R$ 1,960 bilhão (0,07%), sendo que as empresas federais tiveram déficit de R$ 905 milhões.

 

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, assim como todo jornalista prefere ser chamado simplesmente de Repórter, sugerindo democracia e liberdade de expressão, a palavra Soldado, estou convencido, define o militar de qualquer posto ou patente e sugere apreço, cidadania e patriotismo. A Nação!

            o é por acaso, pois, que a data de nascimento de um dos maiores vultos históricos e do Exército do Brasil, foi escolhida e é, definitivamente, o Dia do Soldado.

            Um e outro, o Soldado e Caxias, confundem-se no que ambos têm, como virtude maior: o patriotismo! Patriotismo é entendido como sentimento de amor e devoção à tria, aos seus símbolos, a começar pela bandeira, mas igualmente ao hino e ao brasão. É o patriotismo que melhor identifica o cidadão com a Pátria, sempre que ele se expressa em atitudes de devoção.

            Em época de tantas e nem sempre compreensíveis mudanças, o patriotismo é a força que pode assegurar o exercício da cidadania, essa palavra quatro sílabas, originária do Latim civitas, cidade. A cidade é vista como célula básica do ser, portanto do cidadão. Este, por sua vez, tem vinculação forte à noção de direitos, especialmente os direitos políticos que permitem ao cidadão participar, de alguma forma, da direção dos negócios públicos do Estado.

            A concepção de direitos, por sua vez pressupõe contrapartida de deveres, entre os quais a honorabilidade e a exação sempre que o cidadão ascende a postos ou a mandatos eletivos.

            Houvesse mais patriotismo e práticas incompatíveis com a cidadania, com os direitos do cidadão, jamais existiriam, ensejando, assim, espaço maior para o efetivo trabalho em favor das comunidades. A elas deve vincular-se o homem público no exercício de suas atividades. Desvios, jamais!

            No momento em que esta Casa presta homenagem a Luís Alves de Lima e Silva, a noção de patriotismo e cidadania assume dimensão, como a sugerir que exemplos por ele deixados contribuam para a normalidade, entendida como democracia plena e correção no comando das funções públicas.

            É este, pois, momento adequado para relembrar os feitos do chefe militar vitorioso, do guerreiro obstinado e do homem de Estado exemplar que nos motiva e espelha até os dias de hoje. Pelos seus notáveis exemplos, mais do que nunca essenciais.

            Duque de Caxias teve papel significativo na vida política do Imrio, como um dos líderes do Partido Conservador. Senador vitalício desde 1845, foi presidente (governador) das províncias do Maranhão e Rio Grande do Sul, por ocasião do término dos movimentos revolucionários que pacificou, e vice-presidente da província de o Paulo. Ministro da Guerra e presidente do Conselho de Ministros do Império por três vezes, procurou modernizar os regulamentos militares, substituindo as normas de origem colonial.

            Na terceira vez em que ocupou a presidência do Conselho apaziguou os conservadores, então divididos quanto à questão da escravatura, encerrou o conflito entre o Estado e os bispos ("questão religiosa") e iniciou o aperfeiçoamento do sistema eleitoral. Em reconhecimento aos seus serviços, o Imperador Pedro II agraciou-o, sucessivamente, com os títulos de Barão, Conde, Marquês e Duque de Caxias.

            Em meio século de serviços - coincidindo com um período crítico para a afirmação da nossa nacionalidade -, Caxias interpretou com invulgar lucidez a realidade de sua época e vislumbrou um futuro grandioso para o Brasil.

            Para culto de sua memória, o governo federal proclamou-o, em 1962, "patrono do Exército Brasileiro". O dia do seu nascimento, 25 de agosto, é considerado o Dia do Soldado.

            Caxias é o Exército e, como se costuma proclamar com justeza, é também símbolo brasileiro de entusiasmo e da nossa veneração patriótica, o próprio Soldado Brasileiro! Todos os valores morais, físicos e intelectuais do bom soldado, Caxias os possuía: bravura, generosidade, robustez e intelincia e entusiasmo. Herói ilustre do Brasil que soube combater brava e vitoriosamente em todos os setores onde o chamou o serviço da Pátria, Caxias -- o Pacificador foi o nosso maior soldado de todo os tempos.

                  Seu comovente exemplo de bravura, de generosidade, de trato político, de desinteresse pessoal, foi evocado, com brilho, pelo escritor Gustavo Barroso, da Academia Brasileira de Letras.

             O jornalista Barbosa Lima Sobrinho, de saudosa memória, o cognomina de "O Patrono da Anistia" e o povo brasileiro, em espontânea consagração, popularizou o vocábulo "caxias", com o qual são apelidados os que cumprem, irrestritamente, os seus deveres.

            Caxias, pois, é verbete acolhido em todos os dicionários da Língua portuguesa, para definir a pessoa extremamente escrupulosa no cumprimento de suas obrigações.

            Gilberto Freyre, notável sociólogo, também reconhece as virtudes do Duque de Caxias com essas palavras: "Caxiismo não é conjunto de virtudes apenas militares, mas de virtudes cívicas, comuns a militares e civis. Os "caxias" devem ser tanto paisanos como militares. Eu acredito que o caxiismo deveria ser aprendido tanto nas escolas civis quanto nas militares. É o Brasil inteiro que precisa dele"...

            o posso encerrar essas palavras em louvor a Caxias sem mencionar o significado, igualmente de forte patriotismo, que é a presença das forças armadas na minha região. O soldado brasileiro ali está, numa região de imensas fronteiras, para a defesa da soberania do País.

            Será que essa não seria a mais notável afirmação de patriotismo e cidadania? O soldado brasileiro na Amazônia é a comprovação de tudo a que me referi, na busca da melhor definição de cidadania.

            Srªs. e Srs. Senadores, Ilustres militares que nos honram com sua presença, não faz muito, tive a honra de visitar as frentes avançadas do Exército do Brasil em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. Vi e senti, em cada uma das almas dos Soldados que ali servem o tanto de patriotismo de que são detentores. Deles, não ouvi, mas senti algo como que palavras mágicas de autodefinição: s somos soldados e nossa missão é defender a soberania brasileira”, prática de que se desincumbem com o patriotismo herdado de Caxias.

            Preparado, muito bem, sim, como tive ensejo de constatar, o Soldado brasileiro na Amazônia é sentinela e cidadão, militar e uma vez mais cidadão, brasileiro acima de tudo! Com uma diferença, merecedora de fecho para as palavras com que saúdo o Grande Patrono do Exército: a missão do Soldado na Amazônia é prática visível, relevante e até comovedora.

            Ali, na Floresta Maior, o Soldado do Brasil assume na plenitude condição para que, na dimensão de maior densidade, receba o mais forte aconchego àtria.

            Muito obrigado. Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/08/2009 - Página 39673