Discurso durante a 154ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Observações sobre a importância da música no cotidiano, engrandecendo a brasilidade e a alma de todos. Relato sobre a presença de S.Exa. no Festival da Canção de Itacoatiara, no Amazonas.

Autor
João Pedro (PT - Partido dos Trabalhadores/AM)
Nome completo: João Pedro Gonçalves da Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA CULTURAL. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Observações sobre a importância da música no cotidiano, engrandecendo a brasilidade e a alma de todos. Relato sobre a presença de S.Exa. no Festival da Canção de Itacoatiara, no Amazonas.
Aparteantes
Mozarildo Cavalcanti.
Publicação
Publicação no DSF de 12/09/2009 - Página 42983
Assunto
Outros > POLITICA CULTURAL. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • REGISTRO, PRESENÇA, ORADOR, FESTIVAL, MUSICA, MUNICIPIO, ITACOATIARA (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), IMPORTANCIA, RECONHECIMENTO, AMBITO INTERNACIONAL, AGREGAÇÃO, EXPOSIÇÃO, ARTES PLASTICAS, COMPETIÇÃO ESPORTIVA, ATRAÇÃO, TURISTA, ATLETA PROFISSIONAL, PAIS ESTRANGEIRO, AMERICA LATINA.
  • DEFESA, UTILIZAÇÃO, FESTIVAL, ATRAÇÃO, INVESTIMENTO, SERVIÇO, EQUIPAMENTOS, MELHORIA, MUNICIPIO, ITACOATIARA (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), INCENTIVO, ATIVIDADE ECONOMICA, COMBATE, DESIGUALDADE SOCIAL.
  • MANIFESTAÇÃO, COMPROMISSO, ORADOR, REIVINDICAÇÃO, UNIVERSIDADE DO AMAZONAS (UAM), INSTALAÇÃO, CURSO SUPERIOR, MUSICA, ARTES, MUNICIPIO, ITACOATIARA (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), ATENDIMENTO, JUVENTUDE, REGIÃO, MUNICIPIOS, PROXIMIDADE.
  • DIVULGAÇÃO, NOME, MUSICA, VITORIA, FESTIVAL, ESTADO DO AMAZONAS (AM).
  • REITERAÇÃO, SOLICITAÇÃO, PODER PUBLICO, INICIATIVA PRIVADA, INCENTIVO, ATIVIDADE CULTURAL, BRASIL, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DO AMAZONAS (AM), IMPORTANCIA, FORMAÇÃO, CIDADANIA, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, POPULAÇÃO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, trago da Amazônia um assunto que, também, é do gosto de todo o Brasil. Trata-se da música, a música que engrandece a nossa alma, a nossa brasilidade e nos faz presente no mundo. Presentes com certo orgulho por termos uma compreensão plural da importância da música no nosso cotidiano. Deleitamo-nos com os nossos clássicos eruditos Villa-Lobos, Cláudio Santoro; deleitamo-nos e nos envolvemos com o samba, com Cartola, Chico Buarque, Vinicius de Moraes, Chico da Silva - um amazonense -, com Candinho e Inês e tantos outros músicos que interpretam o Brasil.

            No último domingo, tive a honra e a felicidade de assistir ao 25º Festival da Canção de Itacoatiara - cidade importante no Estado do Amazonas -, conhecido no Brasil e nos países da panamazônia pela sigla Fecani. O festival é denominado como Fecani.

            Itacoatiara, com mais de 100 mil habitantes, localiza-se na margem do rio Amazonas, a 280 quilômetros de Manaus. A cidade é interligada a Manaus pela estrada AM-010. Durante o festival, que ocorreu entre os dias 3 e 7 de setembro, a cidade recebeu centenas de visitantes, na sua grande maioria, moradores das demais cidades amazônicas.

            Eu mesmo sou um dos que acompanham essa festa como expectador, torcedor e incentivador ao longo desses 25 anos.

            O Fecani, em razão da qualidade musical, da regularidade e do profissionalismo dos seus organizadores, conquistou lugar de destaque entre os eventos amazônicos com potencial turístico, como o Círio de Belém e o Festival Folclórico de Parintins. A competição musical agregou outras atividades, como exposições de artes plásticas, saraus e torneios esportivos.

            A consolidação e visibilidade do festival atraem competidores profissionais de todo o Brasil e dos países amazônicos vizinhos, como Venezuela, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia. A disputa dos prêmios entre profissionais de alto nível qualifica o Fecani como referência de festival em nível internacional. Isso é muito importante para o Amazonas, para a Amazônia e para música latino-americana.

            A música possibilita a Itacoatiara a visibilidade que muitas cidades não conseguem com poder político e econômico. Precisamos, no entanto, utilizar essa exposição para atrair investimentos, serviços e equipamentos públicos e privados para a cidade.

            Digo isso, porque Itacoatiara tem um produto turístico singular, que pode estimular setores econômicos correlatos e gerar emprego e renda. Com a atividade econômica, combateremos a desigualdade social. Estou certo de que o Prefeito Antônio Peixoto, que é do meu Partido, age para transformar Itacoatiara em mais um polo cultural do Amazonas e da Amazônia.

            O desenvolvimento de atividades culturais na Amazônia contribui com a sustentabilidade da região. Não só porque se trata de evento voltado para o turismo de entretenimento, cujo impacto ambiental é mínimo e que pode ser controlado, mas, sobretudo, porque a música sempre foi aliada de primeira hora da educação ambiental. E o Fecani tem efeito o seu apelo em favor da preservação da Amazônia.

            Sr. Presidente, peço que dê como lido o meu pronunciamento. Quero destacar a importância desse festival para o Amazonas, para a juventude de Itacoatiara.

            Vou encaminhar este discurso à Mesa, para que ele seja considerado lido na sua totalidade.

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Senador João Pedro, permita-me um aparte?

            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Concedo. Mas devo dizer que terei que me ausentar.

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Só para me solidarizar com V. Exª, com o festival, que, como V. Exª frisou muito bem, já não é um patrimônio só de Itacoatiara e do Amazonas; é do Brasil. E nós lá de Roraima, vizinhos do seu Estado, temos acompanhado esse evento. Muita gente de Roraima vai participar desse festival, porque realmente é um algo muito lindo. Acho que essa cultura da Amazônia, genuinamente da Amazônia, que V. Exª ressalta, tem de ser mais conhecida pelo Brasil. Parabéns!

            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Obrigado, Sr. Presidente.

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO DO SR. SENADOR JOÃO PEDRO.

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            O SR. JOÃO PEDRO (PT - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, trago da Amazônia um assunto que também é do gosto de todo o Brasil. Trata-se da música. A música que engrandece a nossa alma, a nossa brasilidade e nos faz presente no mundo. Presentes com certo orgulho por termos uma compreensão plural da importância da música no nosso cotidiano: deleitamo-nos com os nossos clássicos eruditos, Villa-Lobos, Cláudio Santoro; deleitamo-nos e nos envolvemos com o samba, com Cartola, Chico Buarque, Vinícius de Morais, Chico da Silva, com Candinho e Inês e tantos outros músicos que interpretam o Brasil.

            No último domingo, tive a honra e a felicidade de assistir ao 25.º Festival da Canção de Itacoatiara, conhecido no Brasil e nos países da Panamazônia pela sigla Fecani.

            Itacoatiara, com mais de 100 mil habitantes, localiza-se na margem do rio Amazonas, a 280 quilômetros de Manaus. A cidade é interligada a Manaus pela estrada AM-010. Durante o festival, que ocorreu entre os dias 3 a 7 de setembro, a cidade recebeu centenas de visitantes, na sua grande maioria moradores das demais cidades amazônicas.

            Eu mesmo sou um dos que acompanham essa festa como expectador, torcedor e incentivador ao longo desses 25 anos.

            O Fecani, em razão da qualidade musical, da regularidade e do profissionalismo dos seus organizadores, conquistou lugar de destaque entre os eventos amazônicos com potencial turístico, como o “Círio de Belém” e o “Festival Folclórico de Parintins”. A competição musical agregou outras atividades, como exposições de artes plásticas, saraus e torneios esportivos. A consolidação e visibilidade do festival atraem competidores profissionais de todo o Brasil e dos países amazônicos vizinhos, como Venezuela, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia. A disputa dos prêmios entre profissionais de alto nível qualifica o Fecani como referência de festival em nível internacional. Isso é muito importante para o Amazonas, para a Amazônia e para a música latino-americana.

            A música possibilita a Itacoatiara a visibilidade que muitas cidades não conseguem com poder político e econômico. Precisamos, no entanto, utilizar essa exposição para atrair investimentos, serviços e equipamentos públicos e privados para a cidade. Digo isso porque Itacoatiara tem um produto turístico singular, que pode estimular setores econômicos correlatos e gerar emprego e renda. Com a atividade econômica, combateremos a desigualdade social. Estou certo de que o prefeito Antônio Peixoto, que é do meu partido, age para transformar Itacoatiara em mais um pólo cultural do Amazonas e da Amazônia.

            O desenvolvimento de atividades culturais na Amazônia contribui com a sustentabilidade da região. Não só porque se trata de evento voltado para o turismo de entretenimento, cujo impacto ambiental é mínimo e que pode ser controlado, mas, sobretudo, porque a música sempre foi aliada de primeira hora da educação ambiental. E o Fecani tem feito o seu apelo em favor da preservação da Amazônia.

            O poder público e a iniciativa privada precisam compreender as manifestações e os eventos culturais e artísticos como parceiros no aperfeiçoamento das relações humanas; e, na Amazônia, esse entendimento deve se ampliar para preservação da diversidade social e biológica que hoje mobiliza opiniões e interesses em escala planetária.

            Engana-se quem pensa que o turismo ecológico movimenta-se apenas pela contemplação da floresta e de animais raros e exóticos. Os museus, monumentos históricos e mitológicos, festas comunitárias e festivais folclóricos e de música também se incluem no interesse das pessoas comprometidas com a melhoria da qualidade de vida no planeta. O entrelaçamento cultura e natureza, na Amazônia, é mais denso, mais visível e mais necessário. Esse aspecto é ressaltado tanto no cotidiano quanto nas manifestações culturais sazonais e que atraem pessoas do Brasil e de outros países.

            Não poderia ser diferente, pois estamos nos referindo a uma região que se constitui, historicamente, da troca de experiências entre vários povos locais e externos, desde os colonizadores aos migrantes e turistas de hoje. A Amazônia abriga esse caldeirão cultural manifestado pelas populações das metrópoles, das grandes cidades, das pequenas cidades, dos lugarejos e dos povos tradicionais da floresta. As festas comunitárias, religiosas e artísticas abrigam e expõem essa riqueza cultural. O Fecani, a meu ver, amplia a visibilidade da diversidade cultural amazônica e também funciona como um corredor de intercâmbio cultural.

            Eventos como o Fecani ajudam-nos a compreender e ser compreendidos por outros povos. Eles representam a celebração da cooperação econômica, cultural e política interétnica. É no momento da festa que reforçamos os laços de amizade e apelamos em favor do respeito mútuo e da solidariedade.

            Por isso, é meu desejo contribuir para que Itacoatiara fortaleça o seu festival de música e se torne, logo, um pólo formador de profissionais e platéias de atividades artísticas que constam e que venham a constar da programação do Fecani. É importante que o festival, na medida em que se fortaleça, apoie, também, por meio da sua visibilidade e peso político, iniciativas de outros segmentos das culturas locais. Aliás, trata-se de estratégia bastante utilizada em cidades e regiões onde as manifestações culturais se consolidaram como produtos turísticos.

            Tenho convicção de que as festas populares e tradicionais têm papel relevante na atração de investimentos, direta ou indiretamente, que contribuam para que se estabeleça na região uma economia menos perversa e mais adequada à necessidade de preservação da diversidade social e biológica da Amazônia. Meu desejo é contribuir com esse processo, seja aqui, no Senado, ou na militância política do dia-a-dia do meu partido.

            Por isso, assumo o compromisso de reivindicar à Universidade do Estado do Amazonas (UEA) que instale, em Itacoatiara, um curso de música e artes para atender aos jovens que aspiram à carreira artística. O curso, certamente, atenderá estudantes de Itacoatiara e de municípios vizinhos, como Urucurituba, Itapiranga, Silves e São Sebastião do Uatumã.

            A formação superior em música dará mais ânimo, qualificação e competência técnica aos artistas locais, para que o Fecani tenha longa duração e se aperfeiçoe a cada dia. Farei esse apelo à reitora Marilene Correa e sei que ela atenderá a essa demanda dos moradores de Itacoatiara.

            Estou certo de que a escola de música representará uma nova etapa na história de Itacoatiara e do Fecani. É justo ressaltar, todavia, que esse festival é resultado de experiências que tiveram início no âmbito da Igreja Católica e que se aprimoraram na Associação dos Itacoatiarenses Residentes em Manaus (AIRMA). O Fecani é hoje, como eu disse anteriormente, uma competição de profissionais da música com credibilidade internacional.

            Neste ano, os organizadores reuniram as 24 músicas premiadas em primeiro lugar nos anos anteriores, mais a vencedora de 2009, e realizaram, no domingo, o festival dos festivais. Tive a honra de assisti-lo, e senti orgulho da beleza e do profissionalismo dos músicos, dos organizadores e dos concorrentes.

            Aproveito a oportunidade para divulgar os nomes das músicas vencedoras da categoria festival dos festivais e de músicas inéditas, e parabenizar seus compositores e interpretes.

            Festival dos festivais.

            Melhor música:

            - “Dança”, de Sidney Rezende,

            - “Oriente Amazônico”, de Zé Beto Corrêa, e

            - “Faróis”, de Candinho.

            Melhor música por voto popular:

            - “Língua Brasileira”, de Ademir Pedrosa Araújo e José Miguel de Souza.

            Melhor arranjo:

            - “Ciranda de Sonho”, de Zeca Torres e Anibal Beça.

            Melhor intérprete: Márcia Siqueira

            Melhor letra:

            - “Ciranda de sonho”, de Zeca Torres e Anibal Beça.

            Melhor torcida: “Ciranda de Sonho”.

            Categoria músicas inéditas

            Melhor música:

            - “Imensurável”, de Roberto Azis;

            - “Navegança”, Roth Celestes Iglesias; e

            - “Canto da cidade”, de Marcelo Sirotheua.

            Melhor arranjo:

            - “Sonho”, de Clodoaldo Ferreira;

            Melhor letra:

            - “Imensurável”, de Roberto Azis.

            Melhor intérprete: Ninah Joh, com “Imensurável”.

            Por fim, quero reafirmar o meu apelo ao poder público, à iniciativa privada e ao terceiro setor para que entendam as manifestações culturais do Brasil, e particularmente da Amazônia, como fundamentais para a formação da cidadania, que é o ponto de partida para conquistas sociais que se revertam em melhoria da qualidade de vida de todos os brasileiros.

            Era o que eu tinha a dizer.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/09/2009 - Página 42983