O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Augusto Botelho, que preside esta sessão de sexta-feira; Parlamentares na Casa; brasileiras e brasileiros aqui no plenário do Senado e que nos acompanham pelo sistema de comunicação do Senado, Senador Mozarildo Cavalcanti, nunca fale depois de um grande orador. Cícero, grande orador e grande Senador da Roma, dizia: “O Senado e o povo de Roma”. Sentimos o que o Mozarildo falou, e ele pode falar: “O Senado e o povo bravo e sofrido de Roraima, rico em esperanças”.

            Mas eu queria dizer que a nossa experiência com o PT no Piauí - o Pedro Simon já viveu isso - foi uma desgraceira. E eu ajudei, e eu votei no Lula e no Governador em 1994. Mas Pedro, Pedro, quero dizer, primeiro, ô Augusto Botelho, que é médico, eu cheguei à conclusão de que arrependimento não mata, porque assim eu já tinha morrido. E eu já pedi perdão ao povo do Piauí.

            Mas aqui está. Falou-se muito em educação. Pedro Simon, olhe para cá, a maior obra de educação no Brasil foi feita no meu Governo, no Brasil. O maior desenvolvimento universitário do Brasil: a Uespi. Pedro Simon, Deus me permitiu criar 400 faculdades no Piauí, 36 campus avançados. O Palácio do Governo, majestoso, eu o entreguei ao Reitor e fui governar no pequenininho, o histórico.

            Pedro Simon, em 1990, este País, o MEC anunciou: das 10 melhores universidades deste País - atentai bem a gravidade, Luiz Inácio; eu aqui estou, eu sou o pai da Pátria, e o Senado só tem esse significado -, 7 eram do Governo e 3 eram privadas. Meditai! Ô Pedro Simon, quando nós votamos e assumimos o Governo, ele queria o apoio e eu disse: “Basta indicar Pedro Simon Ministro, que este Partido, o PMDB, de vergonha, estará bem representado”. Não pela quantidade, mas pela história e pela qualidade. Está aí, o Mercadante, testemunho como foi a minha opinião. Mas quero lhe dizer que das 10 melhores - ô Senador Osvaldo Sobrinho -, 7 eram do Governo; 3, privadas. Dez anos depois, em 2000, quando eu governava o Piauí - olha a gravidade, Mozarildo -: das 10 melhores, 7 eram privadas; 3, do Governo. E, a do Piauí, a Uespi, era uma dessas três melhores universidades do Governo. Está ouvindo, Pedro Simon?

            Esta é a verdade sobre a desgraceira deste Partido no Piauí. Está aqui: 65 mil estudantes brasileiros iam tentar vestibular no Piauí, e nós oferecíamos 13 mil vagas. Treze mil! Hoje, reduziu-se para um quarto. Fechou-se.

            Xavier Neto é o Presidente do PR, Deputado Estadual, foi Secretário de Segurança no período Alberto Silva, é um bravo Deputado da base aliada: “Xavier pede intervenção na Uespi e ataca Valéria Madeira”. Não sou eu, não.

            Ô Luiz Inácio, não adianta comprar a mídia. Isso não sai nos jornais oficiais, nos órgãos de comunicação. Mas, nós, Luiz Inácio, estamos vivendo - e eu já sabia disso. Em 1980, naquele tempo, eu li o livro A Terceira Onda, de Alvin Toffler. Primeira onda: a agricultura - dez mil anos; segunda onda: período industrial - foram morar nas cidades pelo emprego nas indústrias, há 400 anos. E viria essa onda da desmassificação do sistema de comunicação. Eu já sabia, Luiz Inácio! Estou aqui, não sei se V. Exª chegará; estou aqui calçando o meu espaço, acreditando em Deus, no amor, no estudo e no trabalho.

O Deputado Xavier Neto (PR) pediu intervenção do Governo estadual na Uespi (Universidade Estadual do Piauí), pelo fato de seus cursos terem recebido as piores avaliações do último exame do Enade.

Xavier Neto defendeu também que os reitores sejam escolhidos pelo Governo, citando o exemplo da Secretaria de Educação... O Deputado afirmou que a reitora Valéria Madeira [indicada aí pelo Governo do PT] é “arrogante e autoritária”.

De acordo com Xavier Neto, os cursos da Uespi são de fácil administração, como pedagogia, e por isso não se justifica que a avaliação seja a pior do Brasil. Considerou os resultados da última avaliação humilhantes para o Estado e desestimulantes para os pais de alunos.

         Olha aí, ô Pedro Simon. Eu sei que estou aqui para ensinar o Luiz Inácio. Só tem um culpado disso aqui, é o Governador do PT, Luiz Inácio. Ô Pedro Simon, está na cara que o dinheiro é pouco, mas o Governador sabe onde há dinheiro. Eu pegava e ia lá. Coloquei um vice-Reitor de assuntos de saúde. Pedro Simon, faltava dinheiro para a saúde, para a Faculdade de Odontologia, a de Medicina, que eu criei, a de Fisioterapia e tal. Faltava. Eu dava direto ao Vice-Reitor da saúde. Francisco Ramos está aí, é um médico de 80 anos, ilibado, idôneo, três vezes diretor do Hospital Getúlio Vargas, professor idôneo. Ele ia lá, não tinha... O Governador precisa ter sensibilidade, saber onde há dinheiro. Era no Detran. Agora lá está cheio de aloprado, tirando dinheiro para fazer campanha, essa roubalheira e essa imoralidade. Eu tirava e dava mesmo. Está faltando para a Faculdade de Medicina? Está aqui. Dr. Eurípedes, diretor da Faculdade de Medicina, e Dr. Valdir Aragão, lá das unidades do norte do Piauí, iam direto ao Governador do Estado. Senador Mozarildo, é isso que o Luiz Inácio não sabe. Se eu perguntar onde é que há dinheiro... É no Detran, e é muito. Agora é que estão roubando. É o emplacamento mais caro do Brasil. É que se multa muito, com aquele bichinho no meio das estradas; é a maior indústria de multa. O povo está tirando placa de moto, de carro, tudo, no Maranhão. No meu tempo, não existia essa roubalheira, e o dinheiro que tinha - eu digo - eu o tirava e mandava dar e estava dado. Está aí, a autoridade é moral. Entendeu, Mozarildo? Está aqui.

            E mais, Pedro Simon, sei a grandeza do Estado de V. Exª, mas o maior jornalista da história do Brasil é do Piauí: Carlos Castello Branco, Castelinho. Na ditadura, fechado o Congresso, era a trincheira onde se falava das liberdades democráticas. E, lá, no Piauí, existe um - está ouvindo, Pedro Simon? -, que é o Zózimo Tavares, da Academia de Letras, intelectual, talvez o melhor do Brasil. Eu digo isso porque conheço Zózimo Tavares, que é independente. Basta isso, Luiz Inácio. Tu podes botar essa mídia todinha aí, comprada, paga, mas só esta manchete de Zózimo Tavares aqui é a verdade. Como Cristo eu digo: “Em verdade, em verdade, eu vos digo”. Aqui é Zózimo Tavares. Pode botar todo o sistema pago do Governo, mas isto aqui é a verdade.

            Ô Sobrinho, lá, o cabra macho do Piauí, o caboclo do Piauí diz: “É mais fácil tapar o sol com uma peneira do que esconder a verdade”. Só esta manchete de Zózimo Tavares: “Entenda a desenfreada política de desmonte da Uespi”...

            Bota isso; não vou ler não. Aqui existe moral, dignidade; não adianta. Você pode comprar e pagar, governadorzinho, toda a imprensa, mas este aqui não tem, porque este jornalista tem história, tem moral, tem vergonha e tem credibilidade. Pronto, não fui eu; está aqui!

            Aí, ele vai analisando e compara com o Instituto Federal de Educação de Ciência e Tecnologia do Piauí, que foi vangloriado. Outro dia, nós tivemos aqui as escolas primárias privadas, laureadas. “No governo Mão Santa, a Universidade Estadual conseguiu um alto quantitativo esplendoroso.” Basta isso, Mozarildo. Lá nas entrelinhas, o reconhecimento. Na análise do desmonte da Uespi: “No governo Mão Santa, a Universidade Estadual conseguiu um alto quantitativo esplendoroso. Mas o atual Governo, desde o seu início, deu andamento a um projeto para encolher a instituição”. Pronto! Esse é o atestado, é o carimbo que me faz repetir aqui aquela minha reza: só uma coisa a gente faz uma vez na vida: nascer, morrer e votar no PT.

            O Cristovam já saiu ali, já está ligando, vibrando com isso.

            Mas o Padre António Vieira disse: “Um bem é sempre acompanhado de outro bem”. Mas, Mozarildo, o inverso é: uma desgraça é sempre acompanhada de outra desgraça. Não deixe esse... Ó Mozarildo, vá e tome aquele governo. Não deixe esse micróbio invadir Roraima. V. Exª, como médico, faça a vacina, e a vacina é o seu próprio nome para governar aquele Estado.

            Outra desgraça. Recebi um e-mail. Essa é a terceira onda, Senador Osvaldo Sobrinho. Olha aqui: “Piauí vai jogar 50.000 sacos de feijão no mato”.

            Recebi o seguinte e-mail:

Caro Senador espero contar com seu apoio nessa tribuna, em defesa dos produtores rurais do sul do Piauí, que estão prestes a perder sua safra de feijão, pois a Conab reluta em comprar no preço mínimo, mais ou menos como fez as declarações do Senador Alvaro Dias [foi o Osmar Dias] ontem em defesa dos produtores do Estado de origem.

Para mais fico ao seu dispor.

Amanhã estarei em Brasília se o senhor quiser mais informações estarei aí por volta das 13 horas. [Que dia é hoje? (Pausa.) É dia 11].

Agradecemos desde já seu apoio.

Joaquim Caldas. [sic.]

           E olha a manchete do jornal: “Sul do Piauí pode ter safra de feijão perdida”. O Governo não viabiliza. Tudo “lascado”. Vão perder 50 mil.

            Olha, Mozarildo, não deixe esse povo invadir o seu Estado. É lá que começa o Brasil. Não é mais do Oiapoque ao Arroio Chuí, não. Como é o nome? É de Caburaí ao Chuí. Lá começa a esperança da alternância no poder neste País.

            Mas olhem aí. Olhem o Piauí lascado aqui! Dois. Pior: Delta - Cooperativa Agropecuária do Baixo Parnaíba Ltda. Está aqui. É um documento grande, grande, grande. Olhem aqui. É o seguinte: essa Delta é uma bacia leiteira e foi criada no tempo dos militares - Alberto Silva era Governador e João Paulo Reis Velloso... Investi.

            Não consigo emagrecer, porque os produtos são bons. É a melhor manteiga que conheço no Brasil. É o melhor doce de leite. Há o queijo, o leite. Eles fazem tudo. Como em tudo tem dificuldade, eles também tiveram e têm. Conheço a causa, porque, quando Governador, eu os ajudei. O Governo do Estado tinha uma companhia de laticínio desativada, e eu aprovei no Legislativo a doação dos imóveis, dos terrenos e dos maquinários. Eles tomaram fôlego. Determinei - Mozarildo, aprenda isto, porque já fui um extraordinário Governador - a Herbert Silva, sobrinho de Alberto Silva, filho do honrado... Eu dava - não era negócio de municipalização, não - escolarização da merenda escolar, Mozarildo. Eu dava à diretora porque diretora não rouba, não. São todas direitas e honestas. Eu as orientava e dizia-lhes que comprassem para a merenda escolar o produto da região. Coloquei lá um fiscal para orientá-las para que comprassem leite, alimento ideal, e fortaleci indiretamente... Herbert Silva. Botei ele, só para isso, no meu Governo: para fiscalizar todas as professoras da região da bacia leiteira do norte do Piauí, para que a merenda escolar tivesse como sua prioridade o leite. E assim foi feito e ela fortaleceu. Agora, com dificuldade, vai lá o Governo...

            Eu só criei uma Secretaria, foi a de Meio Ambiente, para facilitar, para orientar e tudo. E agora está a perseguir e fechando aquela estrutura - que eu peguei de última hora - e o Piauí que está tendo dificuldade.

            Funcionário da Secretaria de Meio Ambiente. Ô Osmar Júnior, V. Exª foi meu Vice-Governador, um homem de sensibilidade, que indicou esse secretário. V. Exª tem juízo e tem sensibilidade. Quem criou essa secretaria fui eu, e só essa, para orientar, facilitar e fazer crescer e evitar ingerências de burocratas de Brasília, que chegam lá criando dificuldade, para receber propina. Essa é a verdade.

            Ó Sr. Osmar Júnior, pois veja lá esses seus pupilos, olhe a besteira que estão fazendo... Foram com policiais (vinte) e seis fiscais. Não tem policial para pegar os bandidos que andam assaltando no meio da rua, sequestrando os comerciantes. Vão numa firma idônea. Eles precisam de orientação e de apoio. Orientar sobretudo os milhares e milhares de produtores, fazendeiros na higiene: como é que se coleta o lixo que vai para a empresa Delta.

            Então, nós queremos aqui o seguinte: só emprego direto ela dá 125; indiretos, produtores, 900; a rede de revenda é de 30 mil; produz 25 mil de leite. Chega lá com polícia. Isso é para orientar, para facilitar. Ô Osmar Júnior. Osmar Júnior, não caia no meu conceito de estar junto com esses aloprados. V. Exª que é o responsável e que indicou. A minha inspiração de criar essa secretaria para ajudar os piauienses, orientar e formar a higienização, principalmente na fonte de origem dos leites. Isso é que é importante.

            Eles conseguiram - ainda há juízes em Parnaíba - uma liminar, mas foram lá com a polícia e com tudo. Queremos, então, defender. É lógico que ninguém mais do que eu defende a higiene pela minha própria formação de médico, mas queria que essa secretaria tivesse, sobretudo, uma capacidade de orientação.

            Este Senado é tão importante, Mozarildo, que ganhei este livro: A Bíblia, seus mistérios, história e lenda. Um olhar sob a bíblia 2100 anos depois. Primeiro Volume de Adão a Sansão. É de Erivaldo Jarbas. Ele manda aqui uma carta, um e-mail. Estou gostando muito e até muito oportuno. Eu sou bíblico. Diz: “Não vos inquieteis com o amanhã. Vivei o hoje”. Está vendo, ô Augusto Botelho, as preocupações do passado, do presente e do futuro são um peso muito grande. Então, vivo o hoje. “Não vos inquieteis... Sob os céus, há um tempo e um propósito para cada fim”.

            Então, eu quero dizer que é muito oportuno. Um caricaturista fez até uma caricatura. Está aqui, é um gatinho, o Mão Santa engolindo um peixe. O peixe é o símbolo do PSC.

            Então, isso é muito importante, porque esse Partido, que eu estou namorando, eu não quero... Ó Fátima, você já deixou um partido? Rapaz, isso é complicado. Deixe não! Isso é como largar mulher. Eu nunca larguei a minha Adalgizinha não, mas é complicado. Não é bom não e não quero não. Você já largou, Augusto Botelho? Já largou. É complicado. Eu faço com o coração partido. Mas é que o meu foi cooptado pelo poder. Poder não me encanta. Porta larga, como está na Bíblia. Então, eu não tenho chance. E aqui já tem a crítica.

            Então, é muito útil, porque se realmente eu ingressar nesse Partido - ó Mozarildo, desligue o seu telefone, vamos embora aqui em sintonia aqui conosco -, que tem como símbolo esse peixe aqui, que nós estamos aqui, olha aí, que simboliza o Cristianismo. Ele tem como programa a promoção do homem e como doutrina a doutrina cristã. Nada melhor na história do nosso mundo do que a doutrina de Cristo.

            Então, eu faço minhas as palavras daquele maior líder que disse, e posso dizer: “Estou percorrendo o meu caminho, pregando minha fé e combatendo o bom combate”.

            Com a palavra o Mozarildo.

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Senador Mão Santa, V. Exª fez um pronunciamento com muitas denúncias e ao final está mostrando essa charge aí que ilustra o namoro que V. Exª já está desenvolvendo com o Partido Social Cristão.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Eu botei a charge aqui.

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - E eu lamento, já disse isso na tribuna um dia desse, que o PMDB não tenha a sensibilidade para, digamos assim, ver a importância que tem V. Exª como político, tendo sido Prefeito, Governador, Senador atuante, e que só porque V. Exª tem uma posição independente, o Partido faz pouco caso e até não lhe quer. Espero que isso sirva até para refletir, para que a Justiça Eleitoral possa melhor regulamentar essa questão da fidelidade partidária. A fidelidade, como disse o Senador Flávio Arns, não é uma coisa de mão única, não é só filiado que tem que ter para com o partido, o partido tem que ter para com o filiado. Então, acho que V. Exª faz muito bem, se não encontra dentro do seu Partido o apoio e o reconhecimento que merece, de realmente buscar outro partido. E o Partido Social Cristão, como disse V. Exª, tem uma doutrina muito importante, que é a doutrina humanista, da preocupação realmente com a parte social e com o ensinamento cristão. Parabéns, portanto, por isso. Mas eu queria aproveitar, Senador Mão Santa, para trazer um pedido dos funcionários da Casa mais antigos. Eles estão com problemas para justificar com suas esposas o que eles estavam fazendo aqui às segundas e sextas-feiras, porque V. Exª disse que só agora, recentemente, começou a funcionar o Senado às segundas e sextas-feiras. E eles já vêm aqui há muito tempo. E as esposas estão perguntando: “O que vocês estão fazendo segundas e sextas-feiras, se não tinha sessão no Senado?” Então, é bom que V. Exª pegue essa informação, porque os funcionários estão preocupados com isso.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Não, os funcionários são exemplares. Eles vinham. Nós Senadores é que não vínhamos. E nós corrigimos essa nódoa no funcionamento desta Casa. Fomos nós.

            Pedro Simon, eu entendo, Deus escreve certo por linhas tortas. A maior instituição que entendo é a família, tanto é que Deus, o poderoso, pegou o filho dele e não desgarrou. Colocou-o em uma família, na Sagrada Família - Jesus, Maria e José. O amor é o cimento dessa família. Se até na família há momentos de necessidade de liberdade - graças a Deus, na minha não, e não quero que tenha isso, quero morrer com a minha Adalgizinha -; se até na família, eu vejo aí, se dissolve, como é que vem essa palhaçada aí que não tem juízo de que não se tem o direito de sair do partido? Quem disse isso? Se a maior instituição é a família, como é? Quando... Oferecem a minha cabeça, como Herodes à bailarina, a Salomé, que dançava e disse que queria a cabeça de João Batista. Herodes entregou. Querem entregar a minha cabeça para o Governador do Estado facilitar a vida. Então, não é justo. Então, saio convicto com a consciência e tudo.

            Acho que um grupelho não pode decidir se mereço ser ou não Senador. Não é um grupelho. O povo é soberano. O povo é que decide. Então, sempre cantei no Piauí que o povo é o poder. Essa decisão de ser ou não ser, de votar... Mas o que me estimulou foi um Deputado brilhante, um dos mais novos do Piauí. Ele assumiu com a morte de Mussa Demes. Foi Prefeito várias vezes. É o Mainha, um dos mais brilhantes. Ele um dia me convidou para o Partido dele, que ele preside. Na reunião ele disse: “Aqui está o Mão Santa. A minha missão de Deputado me fez andar pelo Brasil. Eu ando e ando e o Brasil quer o Mão Santa Senador”.

            O Sr. Osvaldo Sobrinho (PTB - MT) - V. Exª me concede um aparte?

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Então entendo que o Piauí não pode decepcionar o Brasil. O Partido Democratas, lá, me saúda assim e o meu não, não está direita essa história.

            Com a palavra esse mais novel Senador, que tem uma missão muito difícil: substituir Jayme Campos. É difícil, foi como Pelé, contundiu-se, perdemos, está acabado, aí veio o Amarildo, e fez os gols. É como V. Exª, está um verdadeiro Amarildo aqui, suando a camisa e elevando o Estado de Mato Grosso.

            O Sr. Osvaldo Sobrinho (PTB - MT) - Agradeço e concordo com V. Exª. Na verdade, não é uma missão fácil substituir o Senador e Governador Jayme Campos. Aliás, eu fui Vice-Governador de Jayme Campos e aprendi a gostar dele porque é uma pessoa certa, uma pessoa correta, uma pessoa séria, decente, leal, amigo, companheiro e amigo de todas as horas. Portanto, deu-me esse privilégio de aqui vir representá-lo e representar o povo de Mato Grosso, evidentemente. Mas eu quero dizer a V. Exª que é um prazer ouvi-lo, não só eu como o Brasil todo, ouvir o pronunciamento de V. Exª. V. Exª é um intelectual, um literato, um poeta, um homem que compõe aqui para este Senado, com as suas luzes, com as suas verdades, com a sua experiência, com a sua inteligência, com o seu preparo intelectual. E quero dizer que qualquer partido que recebê-lo vai ser um partido feliz, um partido que vai aumentar o seu patrimônio moral, porque V. Exª é um homem que faz por merecer o voto do povo de sua terra, é um homem que dedica a sua alma, a sua vida, o seu trabalho às suas convicções; é um homem que não tergiversa com a verdade, é um homem que aqui sempre está colocando aquilo que pensa e aquilo em que acredita. E feliz do homem que pode colocar aquilo em que acredita, que pode falar aquilo que pensa e aquilo, na verdade, que norteia a sua vida e o seu ideal. Portanto, quero parabenizar V. Exª e dizer que não importa o partido. O que importa são as suas convicções. O que importa é que V. Exª é o veículo que transmite as ideias para a construção de um partido, para a construção de uma família, para a construção das coisas boas que norteiam o País. E Deus me deu esse prazer, essa felicidade de estar aqui hoje para falar isso para o senhor. Aliás, quando eu falo aqui, eu já tinha recomendação de alguns amigos, como, por exemplo, o Prefeito Wilson Santos, da capital Cuiabá, do PSDB. E ele fala: olha, quando você for lá, escuta o Mão Santa. Ele é a sabedoria ambulante. É o homem que, na verdade, convence a todos nós. Jayme Campos também tinha falado a mesma coisa. E eu, como bom ouvidor, ouvi V. Exª e confirmo. Na verdade, é muito bom estar aqui, numa sexta-feira, ouvindo palavras sábias, competentes, honradas de um homem que tem uma vida pública dedicada a este País. Parabéns a V. Exª!

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Eu agradeço e quero dizer que eu já conhecia, porque conheci lá o Prefeito e o irmão dele, que é Vice-Prefeito de Chapada dos Guimarães, com os quais convivi e agradeço a convivência. Então, essas são as nossas palavras.

            E do PMDB grandes recordações. Ulysses, a história de grandeza dele foi em 1974. Mozarildo, em 1972, eu liderava com Elias Ximenes do Prado e tomava a Prefeitura da maior cidade do Piauí, Parnaíba, das mãos do Governo da Revolução. Então, a nossa história é longa, insinuosa e de agradecimentos à grandeza do PMDB, ao qual eu sou muito agradecido, porque me fez governar o Piauí por duas vezes e hoje Senador da República.

            Mas é de coração partido. E Deus escreve certo por linhas tortas. E aprendi do Livro de Deus: fazes por ti e eu te ajudarei. E o Apóstolo Paulo, maior líder, que maior tempo pregou o Cristianismo, disse, e eu posso fazer disso as minhas palavras: “Percorri o meu caminho, preguei a minha fé e combati o bom combate”.

            Obrigado.

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