Discurso durante a 155ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comemoração pela alta do PIB registrada no terceiro trimestre do ano. Manifestação de confiança no governo do Presidente Lula, na condução da economia nacional. Destaque para a equipe econômica do governo, durante a crise econômica mundial.

Autor
João Pedro (PT - Partido dos Trabalhadores/AM)
Nome completo: João Pedro Gonçalves da Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • Comemoração pela alta do PIB registrada no terceiro trimestre do ano. Manifestação de confiança no governo do Presidente Lula, na condução da economia nacional. Destaque para a equipe econômica do governo, durante a crise econômica mundial.
Publicação
Publicação no DSF de 15/09/2009 - Página 43330
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • ELOGIO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, GOVERNO FEDERAL, CLASSE EMPRESARIAL, TRABALHADOR, ESTABILIDADE, CRESCIMENTO ECONOMICO, BRASIL, ANALISE, RESULTADO, INDUSTRIA, AGROPECUARIA, VALORIZAÇÃO, SALARIO MINIMO, INCENTIVO, MERCADO INTERNO, INFERIORIDADE, EFEITO, CRISE, ECONOMIA INTERNACIONAL, SAUDAÇÃO, RECUPERAÇÃO, EMPREGO, IMPORTANCIA, DEMOCRACIA, GARANTIA, ORDEM ECONOMICA E SOCIAL, EXPECTATIVA, CONTINUAÇÃO, REFORÇO, ECONOMIA POPULAR.
  • CRITICA, GOVERNO ESTRANGEIRO, DESRESPEITO, TRABALHADOR, AMBITO, COMBATE, CRISE, ECONOMIA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, Senador João Tenório, quero, nesta sessão, falar dos números da nossa economia, principalmente do resultado do PIB no último trimestre.

            Quando falo do Brasil, estou refletindo sobre a importância do papel que jogam todos os setores da nossa economia. O Governo, evidentemente, joga o seu papel e o Presidente Lula, nesse item, o Governo como um todo, a sua equipe econômica, merece o nosso reconhecimento.

            Lembro, Sr. Presidente, que, no início do Governo do Presidente Lula, lá em 2003, quando os números do Risco Brasil, do dólar, os números mostravam que o Presidente Lula, que não tinha nenhuma experiência em administrar, setores da mídia foram contundentes em analisar com desconfiança o início do Governo. Com muita desconfiança. Falava-se, à época, em 2003, que o Brasil poderia se tornar uma Argentina, que tinha quebrado em 2002 e no mesmo período de 2003. O Brasil poderia virar a Argentina. O primeiro passo foi dado quando o Presidente Lula monta a sua equipe econômica. Esse foi o primeiro acerto, e a economia avança.

            Aqui não estou falando só da política tributária, da política fiscal. Estou falando do macro da nossa economia. Por isso, não falo apenas do Governo, mas dos setores que compõem a economia brasileira, setores empresariais, o campo, a indústria. Agora mesmo, a indústria dá resultados que mostram a importância do Brasil em nível internacional como país emergente que compõe o BRIC. O Brasil caminha.

            Dentro dessa política, quero destacar o salário-mínimo do Brasil, que V. Exª acaba de... Fez uma menção há pouco. O salário-mínimo... Esse salário- mínimo que forma uma massa significativa, que estimula e que dá qualidade ao mercado interno... Enfim, o Bolsa Família forma uma massa e vai ajudando. Os investimentos...

            Setores da Oposição ao Governo Lula diziam que eles, lá atrás, sofreram crises, que o ambiente internacional favorecia ao Presidente Lula.

            Chega a crise, comparada por alguns segmentos como a crise com mais profundidade do que a de 29, esta crise de 2008. E ela começa nos Países centrais, nos Estados Unidos, avança para a União Européia e para a Ásia. E o Brasil, com a sua economia, com o Presidente Lula, que, em nenhum momento, abriu mão do otimismo, de o Brasil enfrentar a crise.

            “O Presidente está brincando com a crise; o Presidente Lula tem que levar a sério o enfrentamento da crise...” Quantos discursos, quantos articulistas eu ouvi e li. Eis que estamos atravessando, e o impacto no Brasil foi forte. Na minha região, na Zona Franca, que tem um parque industrial, mais de 20 mil trabalhadores foram demitidos; houve a queda do FPM, a redução do ICMS, o corte do repasse aos municípios, a diminuição, a grita dos prefeitos. Foi rápido esse processo felizmente. Ainda bem que foi rápido. Dolorido, porque a corda acaba quebrando no lado do mais fraco. E os trabalhadores, principalmente os assalariados do nosso País, do mundo, foram as primeiras vítimas. Os banqueiros, bancos importantes quebraram, bancos de referência internacional quebraram. Mas o número de desempregados pelo mundo... No Japão, na Espanha, na Polônia, em toda a Europa, no Brasil foi extremamente dolorido para os trabalhadores, Sr. Presidente.

            Eis que o Brasil começa a sair da crise. E eu quero registrar a minha alegria. Os empregos começam a responder a demandas, os trabalhadores começam a repor salários, e a indústria dá esse sinal, como no último trimestre, da mesma forma que a massa salarial, as compras, toda a cadeia de produção e de venda é aquecida aqui no Brasil.

            Então, eu quero reconhecer, primeiro, a importância da economia brasileira e não posso deixar de mencionar, nesta análise que tento fazer, um valor importante para o Brasil, que é a democracia. Se não tivéssemos democracia, possivelmente estaríamos numa situação bem mais grave. Então, a democracia no País, o funcionamento do Congresso, a importância do Poder Executivo, a estabilidade do Poder Judiciário, isso tudo compõe o cenário que enfrentou a crise e que responde positivamente na hora em que estamos saindo da crise.

            Sr. Presidente, a democracia é fundamental para encaminhar, para garantir a vida, a dinâmica socioeconômica das instituições, da sociedade civil, dos trabalhadores, dos empresários. Enfim, quero destacar, nesta hora da saída da crise, a democracia conquistada pela sociedade brasileira, pelo Estado brasileiro.

            Evidentemente, nós não encerramos o debate sobre a crise. Falta muito ainda, em nível internacional, um entendimento para definirmos marcos regulatórios. Espero que, na próxima reunião do G-20, que se aproxima, os países possam sinalizar para um entendimento em que a economia internacional, o emprego e o respeito aos assalariados, aos trabalhadores possam prevalecer. A solidariedade, na hora da crise, faltou. Foi com muita tristeza que constatei o que o Governo da Espanha fez nesta crise e como o Japão tratou os trabalhadores que contribuíram, na década de 90 e no início deste século, com a economia japonesa. O tratamento que receberam... Senador Mão Santa, os trabalhadores foram humilhados, jogados à própria sorte. O que se viu na União Européia, com os países forçando os trabalhadores a voltarem, a fazerem a viagem de regresso aos seus países!

            Enfim, precisamos tirar lições desta crise mundial. Mas quero também destacar o Brasil. Alguns analistas, alguns economistas dizem que ainda não é hora de festejar, mas os pequenos passos demonstram que a nossa economia responde de forma positiva, haja vista o nosso PIB do último trimestre: 1,9%.

            Então, quero dizer da minha alegria e da minha confiança e destacar o otimismo, a forma como o Presidente Lula conduziu esse processo em nível nacional e também como o Presidente Lula foi importante no debate internacional no âmbito do G-20, nas duas reuniões que aconteceram nesses últimos oito meses.

            Sr. Presidente, espero que o final deste ano de 2009 possa ser importante para a nossa economia, para o crédito, para a agricultura familiar, para o crédito no sentido de apoiar e de fortalecer iniciativas coletivas. Espero que possamos fechar este ano saindo verdadeiramente da crise e dando passos importantes no sentido de consolidarmos uma economia que possa ser favorável, principalmente aos pequenos, aos trabalhadores, aos assalariados. Quando se analisa... Ouço muitos dizerem que a economia é boa quando ela é boa para os banqueiros. A economia tem de ser boa para todos, inclusive para essa grande massa de trabalhadores que montam, que compõem a riqueza não só nacional, mas também a riqueza internacional.

            Sr. Presidente, finalizo aqui a minha fala para destacar e para registrar o meu entusiasmo com as medidas que foram adotadas pelo Governo, pela mobilização de setores da nossa economia. Foram pontuais os comportamentos medrosos. Aquela demissão da Embraer até hoje eu não entendi - a demissão em massa de mais de quatrocentos trabalhadores com mão de obra qualificada. Algumas instituições econômico-financeiras do nosso País adotaram medidas incompatíveis com o quadro da economia nacional.

            Hoje, vejo o crescimento, ainda que pequeno, do PIB, mas isso me faz externar aqui minha confiança na condução da nossa economia, na condução dos setores econômicos do nosso País. Verdadeiramente, o Brasil faz parte de um seleto grupo de países que viraram, nesses últimos anos, uma referência e ganharam respeitabilidade pela condução da sua economia.

            Não é matéria simples um país que tem um PIB como o nosso, com uma população em torno de 200 milhões de brasileiros, ser uma referência como a nossa.

            Exportador de carne bovina, de frango, de ferro, de carros, enfim. O agronegócio brasileiro faz parte desse índice positivo, mas, ao mesmo tempo, isso, fora do Brasil, dá respeitabilidade ao nosso País.

            Também quero mencionar aqui a importância da economia familiar. A produção de alimentos, de legumes, de frutas, com a qual a economia familiar, no Brasil, contribui, principalmente, fundamentalmente para o mercado interno.

            Então, Sr. Presidente, eu finalizo dizendo do meu otimismo com a condução desse processo complexo que foi a crise. Vivemos ainda a crise, estamos saindo dela, e quero destacar aqui o papel importante do Presidente Lula na condução desse que foi, talvez, o maior desafio do Governo, que foi fazer não um enfrentamento, mas adotar medidas, procedimentos para uma crise gerada lá fora. E o Brasil tinha que fazer o seu enfrentamento, e o fez.

            Eu quero dizer da minha alegria por nós estarmos saindo da crise, e isso, evidentemente, não pode ser dado apenas ao Presidente Lula, que jogou um papel importante, mas a todos os setores da nossa economia que sofreram, que sentiram e que adotaram providências para a saída da crise.

            Sr. Presidente, era o que tinha a dizer.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/09/2009 - Página 43330