Pronunciamento de Renato Casagrande em 02/09/2009
Discurso durante a 147ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Homenagem de pesar pelo falecimento do músico capixaba, Maurício de Oliveira.
- Autor
- Renato Casagrande (PSB - Partido Socialista Brasileiro/ES)
- Nome completo: José Renato Casagrande
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- Homenagem de pesar pelo falecimento do músico capixaba, Maurício de Oliveira.
- Publicação
- Publicação no DSF de 03/09/2009 - Página 41172
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM POSTUMA, MUSICO, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, CULTURA.
O SR. RENATO CASAGRANDE (Bloco/PSB - ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, meu assunto é outro, talvez um assunto mais triste, que é a morte de um músico capixaba, Maurício de Oliveira, um violonista, um músico, um maestro.
Maurício de Oliveira, talvez um dos músicos mais famosos do nosso Estado na atualidade, faleceu nesta terça-feira e foi velado no Teatro Carlos Gomes, no centro de Vitória. Ele foi enterrado hoje no cemitério Jardim da Paz, no Município da Serra.
O músico, que estava internado há 17 dias na UTI, já vinha sofrendo desde 2007 com problemas de saúde em decorrência de complicações do diabetes e do Mal de Alzheimer, o que o impossibilitava de realizar uma de sua maiores paixões, que era tocar violão.
O Governador Paulo Hartung decretou luto oficial de três dias.
“O violão é a minha alma; minha alma é o violão. Eu não tenho alma, não; minha alma é um violão”, dizia o músico, que era filho de pescador. Ele começou cedo a tocar samba, tangos e choros. O cavaquinho foi o seu primeiro encontro com um instrumento. Aos seis anos, Sr. Presidente, já fazia algumas notas, mostrando ao pai o desejo de seguir a vida adulta compondo canções.
Após formar dupla com o irmão mais velho, aos 15 anos passou a integrar o regional de chorinho que se apresentava na recém-formada Rádio Clube do Espírito Santo. Porém, a grande consagração da sua carreira deu-se em 1955, quando se apresentou durante o 5º Festival Mundial da Juventude, na Polônia. Classificado em segundo lugar na competição, ganhou notoriedade com a execução de uma das suas principais composições, “Canção da Paz”, música instrumental que traduzia, em sons, os horrores da Segunda Guerra Mundial.
Terminando, Sr. Presidente, em sua carreira, apresentou-se ao lado de grandes nomes da música brasileira, como Emilinha Borba, Altemar Dutra, Ângela Maria, Orlando Silva, Cauby Peixoto, Francisco Alves, Dircinha, Linda Batista, Dalva de Oliveira e Nelson Gonçalves. Porém, o mundo da música curvou-se em definitivo perante o violonista quando este registrou em disco a obra completa para violão composta pelo maestro Heitor Villa-Lobos. O material foi lançado pelo selo London, braço erudito da gravadora internacional Odeon.
Então, fizemos a apresentação, eu, o Senador Magno Malta e o Senador Gerson Camata, de voto de pesar, e é com tristeza que registro esse acontecido na data de ontem - ele foi sepultado hoje - e transmito a minha solidariedade a toda a sua família.
Muito obrigado, Sr. Presidente.