Discurso durante a 161ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Críticas ao governo Lula no que tange à saúde diante dos números de mortos pela gripe A, além dos casos de dengue e malária. Importância da educação para o País e sugestões para uma melhor distribuição das verbas para o programa Bolsa Família, o que envolveria diretamente os prefeitos dos diversos municípios brasileiros. Rendimento baixo apresentado pela UESPI - Universidade Estadual do Piauí, na última avaliação do ENADE.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. SAUDE. POLITICA SOCIAL.:
  • Críticas ao governo Lula no que tange à saúde diante dos números de mortos pela gripe A, além dos casos de dengue e malária. Importância da educação para o País e sugestões para uma melhor distribuição das verbas para o programa Bolsa Família, o que envolveria diretamente os prefeitos dos diversos municípios brasileiros. Rendimento baixo apresentado pela UESPI - Universidade Estadual do Piauí, na última avaliação do ENADE.
Publicação
Publicação no DSF de 22/09/2009 - Página 46291
Assunto
Outros > HOMENAGEM. SAUDE. POLITICA SOCIAL.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, RADIALISTA, CONTRIBUIÇÃO, RADIO, INFORMAÇÃO, POVO, BRASIL, ELOGIO, PARTICIPAÇÃO, POLITICA NACIONAL.
  • CRITICA, GOVERNO, MANIPULAÇÃO, INFORMAÇÃO, ESPECIFICAÇÃO, SUPERIORIDADE, MORTE, PAIS, VITIMA, DOENÇA TRANSMISSIVEL.
  • ELOGIO, GOVERNO, VALORIZAÇÃO, SALARIO MINIMO, QUESTIONAMENTO, PROGRAMA, BOLSA FAMILIA, FALTA, VINCULAÇÃO, POLITICA DE EMPREGO, SUGESTÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, GESTÃO, PREFEITURA, OBJETIVO, INTEGRAÇÃO, ASSISTENCIA SOCIAL, OPORTUNIDADE, EMPREGO.
  • ELOGIO, DESCENTRALIZAÇÃO, INFORMAÇÃO, INTERNET, LIBERDADE DE IMPRENSA, COMBATE, MANIPULAÇÃO, OPINIÃO PUBLICA.
  • COMENTARIO, EXAME, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), AVALIAÇÃO, ENSINO SUPERIOR, REBAIXAMENTO, UNIVERSIDADE ESTADUAL, ESTADO DO PIAUI (PI), LEITURA, TRECHO, ARTIGO DE IMPRENSA, TENTATIVA, REITOR, JUSTIFICAÇÃO, SITUAÇÃO, OCULTAÇÃO, CRISE, INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL, SUSPEIÇÃO, CORRUPÇÃO, INFERIORIDADE, ORÇAMENTO.
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, SUPERIORIDADE, GASTOS PUBLICOS, CARGO EM COMISSÃO, DISPENSA, CONCURSO PUBLICO, FAVORECIMENTO, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Mário Couto, que preside esta sessão de segunda-feira; Parlamentares na Casa; brasileiras e brasileiros aqui no Plenário e os que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado da República, sistema de grande credibilidade: a televisão, a rádio AM, a rádio FM, o jornal diário e o jornal semanário.

            Queremos dizer o seguinte, Senador Mário Couto: eu acredito - e ali, quis Deus, está o Cristovam Buarque - que a Educação é fundamental na nossa civilização. O professor Cristovam Buarque, na sua santa ousadia, disse que nós deveríamos mudar a Bandeira: “Educação é Ordem e Progresso”. Não é? Então, foi bom, porque essa força define o entusiasmo com que eu falo aqui e agora.

            Olha, este Governo do Brasil não vai bem não! Ele foi sabido, sabido.

            Ele pegou a mídia aí... Aí eu digo que nunca antes houve um negócio desse, nem no tempo do Hitler. No tempo do Hitler deu no que deu. Então, a lei lá, o Goebbels, chefe da comunicação, dizia que uma mentira repetida torna-se verdade. Deu no que deu. Mário Couto, Hitler ia sair com dois mil soldados e Goebbels botava nas rádios - naquele tempo já havia - que Hitler ia com 12 mil soldados. Então, aí, os povos da Europa só iam abrindo, pois o homem com 12 mil... Ele levava dois, três mil e dizia que eram 20 mil. Ele foi amedrontando o mundo e, de mentira em mentira, deu no que deu.

         Olha, acho que o homem mais corajoso - ó Professor Cristovam, presta atenção aqui - hoje é o mentiroso. O mentiroso é o homem mais corajoso hoje. Naquele tempo, dava certo: o Hitler dizia, a rádio era dele, era do governo e propagava-se que ele tinha armas. Mas agora!

            Em 1880, surgiu o livro de Alvin Toffler, A terceira onda. A primeira onda, o mundo a viveu na agricultura; dez mil anos; depois, foi o fenômeno da indústria, nos centros urbanos. E ele previu essa - que ninguém a entende, eu não entendo mais - parafernália de comunicação: a desmassificação. Rapaz, é todo dia inventando negócio que a gente não sabe! Então, mentir hoje, não dá. É portal. É Internet. É blog. Tem até o Twitter - eu pensei que era uma música. Aí, minha filha disse: “Não, papai, tem de ter twitter também”. Eu digo: “Olha, eu pensei que fosse negócio de som para botar no carro”. Então, o negócio é esse; essa é a verdade! E ele já previa a desmassificação da comunicação. Então, o Luiz Inácio tem de ver que a verdade vem. Aliás, provérbio não erra, tem até na Bíblia. Há aquele que diz seguinte: “Mentira tem perna curta”. Isto eu aprendi aí no meio do povo. Lá no Piauí eu aprendi que “é mais fácil tapar o sol com a peneira do que esconder a verdade”. E eles mentem muito! Ô Governo pra mentir! Eu nunca vi um negócio desse! O Cristovam, ali, que é intelectual, Shakespeare dizia: “Palavras, palavras, palavras...”; “Há algo de pobre no reino da Dinamarca”, não é? Ele dizia que “era melhor ser mendigo em Nápoles do que rei na Dinamarca”. Está ouvindo, Luiz Inácio? E ele dizia: “Palavras, palavras, palavras...”. Agora, Mário Couto, eu digo: “É mentira, mentira, mentira...”. Mas como essa gente mente!

            Mário Couto, V. Exª não vai ganhar o título. Este Governo está tão ruim, é só mentira... Eu sou médico. Autoridade médica respeitada. Tenho 42 anos de Medicina. Nós fomos campeões agora, Cristovam. Ô Cristovam, já ganhamos a Gripe Suína. É o lugar que já morreu mais gente.

            É o lugar em que já morreu mais gente. Ô Luiz Inácio, é só pegar o AeroLula e ir buscar a medalha, ela é sua. Já ganhamos. Estamos na frente. É o País em que mais morreu gente de gripe suína. Não vamos falar da dengue, da leptospirose, da malária e tal. Somos campeões. Temos que estar orgulhosos. E nós sabemos a desgraceira, porque o Estado dele, olhem ali a cara, acabrunhado - olhe para cá, Mário Couto - o Governo é do PT, também no meu Piauí. Mas o meu é pior do que o seu. Você quer trocar? O povo troca logo.

            Mas, professor Cristovam Buarque, eu tenho as minhas crenças. Creio em Deus; creio no amor, que acimenta a família, a grande instituição; creio no estudo - ô Luiz Inácio, eu creio no estudo. O estudo leva à sabedoria e a sabedoria está no Livro de Deus - vale mais do que ouro e prata. E eu creio - como Rui Barbosa - no trabalho. Primeiro, porque Deus disse: “Comerás o pão com o suor do teu rosto”. Segundo, porque o Apóstolo Paulo disse: “Quem não trabalha, não pode ganhar para comer” - foi o Apóstolo Paulo. Ele era mais duro do que nós. E o trabalho é que faz a riqueza. E Rui Barbosa está ali porque ele disse: “A primazia tem que ser dada ao trabalho e ao trabalhador. Ele vem antes, ele é que faz a riqueza.”

            Realmente, o ponto alto do nosso Presidente foi a valorização do salário-mínimo feito por nós aqui. Ele era de US$70 e hoje é de US$200 e tanto. Foi um grande feito. Divisão de riquezas. Mas quero dizer que esse programa que está aí, eu tenho minhas dúvidas. É caridade, eu não sou contra a caridade, não posso ser: fé, esperança, caridade, amor. Não sou. Agora, estou aqui para ensinar o Luiz Inácio. É meu dever, é dever do Senador; o Senado só presta para isso. O Pedro II ficava ali, deixava a coroa e o cetro e se sentava aqui. Era humilde Pedro II. O Luiz Inácio nunca veio, ele faz é gozar. Eu sei como resolver esse problema da Bolsa Família. Isso é um problemão. Olha, eu nem me preocupo com os que estão recebendo a caridade, o que é bom, mas me preocupo com os exemplos - Padre Antônio - de os filhos não verem os pais trabalhar. Eu me preocupo. Eu sou o pai da Pátria. Eu posso dizer, como Cícero: “O Senado e o povo de Roma”. Eu posso dizer o Senado. Então, eu fui Prefeitinho, e o Luiz Inácio não foi; eu fui Governador de Estado, e ele não foi. Ô Cristovam, Franklin Delano Roosevelt, quatro vezes presidente, disse: “Cada pessoa que ouço é superior a mim em determinado assunto e eu procuro aprender”. Luiz Inácio, vamos resolver o problema do Bolsa Família agora. Aprenda, aqui. Eu fui Prefeitinho. Prefeitinho é quem sabe das coisas. Prefeitinho sabe de tudo. Eu já fui, sou orgulhoso.

            Olha, Roberto Cavalcanti, presta atenção, desliga esse telefone. Olha aqui, Prefeitinho... Eu vou dar só um exemplo para o Luiz Inácio.

            Cristovam, você conhece o José Dirceu? Eu não tenho nada contra, quero só citar um fato, porque um quadro vale por dez mil palavras. Não tenho nada contra esse José Dirceu, nem a favor. Mas esse José Dirceu... O Gabeira é líder, é ícone, porque, na ditadura, sequestrou um embaixador americano. É complicado. Aí trocou por vinte que estavam presos pela ditadura, e o José Dirceu se liberta no meio desse rolo. Vai lá para Cuba, estuda aquela teoria... Eu conheço Cuba. E o José Dirceu sentiu uma saudade, fez uma plástica, voltou. Não tenho nada contra nem a favor. Aí o José Dirceu se meteu com cirurgia plástica no interior do Paraná. É lógico, humano que é, bacana, ele foi atrás de uma mulher, e tinha que ir, e fez certo. Começou um namoro lá.

            O Prefeitinho de lá - ela era funcionária da Prefeitura - começou a cismar: esse cara tem algo errado. Olha, como Prefeito sabe de tudo! Sabe de tudo. Prefeito vive ali, o dia a dia, conhece. Eu já fui, sei como é isso, Luiz Inácio. Aí ele cismou, até que chamou a funcionária: olha, aquele seu namorado é meio esquisito, é diferente, tem um comportamento anormal. Outro dia eu fui.. Ele só bebe um copo de cerveja, porque bêbado poderia falar demais...

            Aí a mulher, santa mulher, eu não estou falando, apaixonada, e é bonito o amor, a paixão, não estou falando, aí se viu ali... Isso não está direito. Nós temos que fazer uma sindicância, ver como é que esse cara chegou aqui. O Prefeitinho que sabe de tudo. Aí ela - o amor, o amor é danado! - disse: “Não, Prefeito; ele é meu primo.” Aí o Prefeito, se é primo da funcionária dele, antiga, correligionária, ele confiou. Mas era o José Dirceu. Eu só quero dizer que Prefeito sabe de tudo. Olha aí. Porque descobrir no início...

            Então, Cristovam, pega essas bolsas... Luiz Inácio, tem 13 milhões. É muito. É muito. É muito. O nosso País, mãe, pai, Portugal tem 9 milhões de habitantes, só para a gente comparar, para saber que é muito. Treze milhões! Mas divida, Luiz Inácio. E Vossa Excelência, Presidente, foi feliz porque estudou no Senai, boa escola. Vossa Excelência sabe um bocado de coisa, porque o Senai é uma escola padrão. O País era organizado. Vossa Excelência foi feliz.

            Então, no Senai... Ó Professor Cristovam, não tem aquela aritmética do Professor Trajano? Nunca estudou nela não? Pois é, rapaz. Aí dá lá as operações. Divida esses 13 milhões por 5.564, que é o número das cidades. Então já dá um número administrável. Entregue essas bolsas para os Prefeitos. Os Prefeitos! Não é Brasil? Então. Presta atenção. O Prefeito pode até botar mais x de dinheiro, está ouvindo Mozarildo? Chama o Governador, mais y, dá até mais dinheiro para ele. Mas o Prefeito tem capacidade, no seu serviço social, de orientar aquele gente para trabalhar. É simples, Luiz Inácio. Se eu não soubesse disso, não estaria aqui, Cristovam. Chama ali na hora o serviço social. Aquela ali cozinha bem e não sei o quê: vai ser merendeira das escolas. É muita escola, não é? Aquele ali é fortão: vai para a guarda municipal. Aquele gosta de plantar: vai se jardineiro da praça. Está ouvindo? Então, em pouco tempo, estava esse povo encaminhado ao trabalho. O trabalho é que dignifica. Eu, como médico, vejo que ele até é, hoje, usado - não é, Mozarildo? - na terapêutica. Mas é um outro caso.

            Então, o que eu quero dizer... Ô Mário Couto, V. Exª perdeu. Existem uns jornais independentes. Graças a Deus, Deus gosta do Piauí e lá tem um bicho rico danado, que é o dono deste jornal aqui, em que escreve o Zózimo Tavares. Ele é rico, ele vende negócio de peça de bicicleta, de moto, no Brasil todo e vive na... Quem quiser ir para a China, ele é melhor do que o Itamaraty. Na China, ninguém dá valor - está ouvindo, Cristovam? - a esse negócio de Senador, prefeito, não. É a quem compra. Então, o chinês precisa vender. Ele vai comprar peça. É até pai lá. Morreu um, ele já adquiriu o direito de ser pai. É um rolo doido. Esse homem é rico. Como é rico, é independente. Não há nenhuma independência sem a independência econômica.

            Mas eu quero lhe dizer o seguinte... Olha como a verdade vem. Aí o Governador compra tudo, tudinho. Mas existe esse independente, esse negócio de blog, twitter, não sei o quê, é confusão muita, e não consegue esconder como ele.

            Então, vamos ver o seguinte. Numa página só, minha maior obra quando governei o Piauí, Cristovam... Não sei se V. Exª... Vamos disputar. V. Exª fica com a medalha de ouro e eu, no mínimo, com a de prata. Fui o Governador de Estado que criou mais faculdades neste Brasil. Criei 400 no Piauí, 36 campi avançados. O vestibular tinha 65 mil pessoas para 13 mil vagas. Mas o diabo do PT está acabando com tudo. Lá no Piauí não tem negócio de vulcão, de terremoto, tsunami, mas teve esse negócio. Agora, fiz bem feito mesmo, com inteligência e competência. A Fundação Getúlio Vargas supervisionava. Inclusive, fiz lá um curso. O primeiro curso que contratei foi de Gestão Pública. Eu ia. Às sete horas saía do Palácio, era quinta, sexta e sábado. Professoras bonitas e atualizadas, professores dinâmicos. E ela [FGV] supervisionava.

            Cristovam, em 1990, o MEC, que V. Exª dirigiu com muita sabedoria, disse que, das dez melhores universidades do Brasil, sete eram públicas e três privadas, Luiz Inácio. Olha a gravidade. Em 2000, quando eu governava, essa situação inverteu-se. Atentai bem. Entre as dez melhores, estavam três públicas e sete privadas. Eram para ricos. Há muitas privadas por aí. Um curso de Medicina custa R$4 mil por mês. Isto é um acinte ao pobre, ao filho do trabalhador que ganha salário mínimo - três públicas e sete privadas. A do Piauí era uma das três. E olha como que está em pouco tempo.

            O jornal do homem livre: O Diário do Povo. Há poucos jornais no Brasil livres. Isso foi uma bênção de Deus. Deus não ia também botar só desgraça, não. Esse cara é rico. Ele não está nem aí. Não se compra um bicho desses porque ele tem mais dinheiro do que o Governo, negocia com a China.

            Então, numa página só. Atentai bem: “Uespi reprovada: a culpa é do garçom?” Eu vou ler. A Uespi e o Enade. Maria do Socorro Rocha Cavalcanti Barros. Essa senhora é esposa de um ex-líder Deputado Federal, Estadual, Presidente da Assembléia. Foi reitora. Ela foi da Universidade Federal e do Estado. É longo, mas complexo.

            Essa Uespi tinha convênio com Cuba, que eu fiz, com a primeira Universidade de São Marcos, com Coimbra. Sabe quantos foram utilizados? Nenhum. Podia o estudante que tirasse o primeiro lugar ir a Coimbra fazer Direito.

            Não precisa estudar, não, esse povo. Esse povo entrou pela porta larga.

            Mário Couto, o Cristovam não sabe quanto ganha um DAS-6 do Governo Federal. V. Exª não sabe porque, como eu, nós só fomos Governadores. V. Exª devia ter sido. Não tem DAS-6 em Governo. Tem DAS-1, DAS-2, DAS-3 e DAS-4. O Governo tem cinco e seis. O seis é R$10.548,00. O Luiz Inácio já nomeou mais de 50 mil por aí. E não só 6 - não vou mentir -, de todos. Mas um 6, que é o que ganha mais - eu vou dizer, é o que ganha mais -, é R$10.548,00, viu, Mozarildo? Entraram pela porta larga, como diz a Bíblia, da sem-vergonhice, da safadeza, sem concurso, sem nada.

            Eu pergunto, ô Mozarildo: quanto ganha um médico aposentado? Quanto ganha um engenheiro, uma professorinha, um soldado que não seja de Brasília, hein, Mário Couto?

            Então, essa gente está aí, essa gente que queria o terceiro mandato, dez mil e quinhentos... Eu vinha no avião com um bocado de gente: “O que vocês estão fazendo?”; “Estamos fazendo concurso”. E esses não precisaram não. Carteirinha do PT, e puf. Já estão querendo entrar até na Corte Suprema da Justiça, Mozarildo. Se tem carteirinha do PT, entra. Calma, isso é um negócio sério. Agora, quem pode dizer somos nós. Quem entende somos nós. Nós é que somos o freio.

            Atentai bem: “A UESPI e o Enade”. É uma senhora. Agorinha, o José Serra disse que a mulher sabe mais, é mais honrada. É um artigo, eu li, contando o fracasso, a desgraceira que está havendo na Universidade do Estado do Piauí. Está aqui. Não dá, porque eu não vou abusar do tempo, mas eu vou ler um aqui que eu gostei e que é mais cômodo.

         E o pior é o seguinte: meu amigo Suplicy, não caia mais nessa. V. Exª... O Governador mentiu lá e disse que tinha aeroporto internacional. Tudo mentira. Um é na minha cidade, e não tem nem teco-teco. Nem teco-teco, aquele avião pequeno. Tiraram. Aí, o Suplicy pegou, foi ler, o Heráclito acabou com ele. Virgem Maria! Então, não venha não, Suplicy. Manda uma pessoa, porque isto aqui é verdade. Eu não tenho nada com isso não. Estou é lamentando.

            Mas, Roberto Cavalcanti: “UESPI reprovada: a culpa é do garçom?”. Este eu vou ler, porque achei jocoso. O da outra tem mais conteúdo, o da professora: “A UESPI e o Enade”, de Maria do Socorro Rocha, uma das senhoras mais dignas, mais honradas, esposa... Mas, vou ler, porque este aqui é mais jocoso, este artigo. Daniel Solon, Presidente da Associação dos Docentes, dos professores.

“UESPI reprovada: a culpa é do garçom?

Um dos piores cursos de Pedagogia do Brasil, segundo avaliação do MEC, é o da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), instalado em São Raimundo Nonato. [Do povo bravo, inteligente, competente.] A culpa da nota 1, no entanto, é do garçom. [Porque fizeram lá o teste, e tiraram 1, esse negócio do Enade.] Pelo menos é o que praticamente diz a reitora... [Aloprada, uma aloprada.] ...da instituição. Ela afirmou na TV que o índice desastroso foi resultado da ressaca da festa dos alunos na noite anterior ao exame de avaliação discente, o ENADE.”

            Porque eles estavam em uma festa e foram fazer ressacados e bêbados a prova. Então, a Reitora, justificando isso, antes de ter a humildade de reconhecer, melhorar, colocar aulas, contratar melhores professores, e melhorar. Mas vai lá:

            ( ) “Ao que parece, quem precisa de sobriedade é a reitoria da UESPI, caso continue tentando esconder debaixo do tapete do Palácio do Pirajá a grave crise da Instituição.”

            É um palácio. Ô Mário Couto, era o Palácio do Governo. Palácio moderno, viu, Cristovam? Você já teve esse ato heróico? Eu, Governador, deixei o melhor Palácio do Governador e fui para o antigo, o pequeno, para dar para o reitor. Está ouvindo, Mário Couto? Eu dei. Eu deixei de governar nesse palácio, o melhor, o suntuoso, o Versalhes, e me recolhi a um pequeno e antigo para construir a universidade. Atentai bem, esse aqui foi bom porque já lembrou as coisas.

“...Palácio do Pirajá a grave crise da Instituição. [É chamado de palácio lá.] Na avaliação geral, verificando a situação estrutural de outros cursos, a UESPI ficou com nota 2. [Na versão geral, a UESPI toda: 2. Aquela que era a terceira entre as três melhores do Brasil, públicas.] A universidade caiu um degrau no ranking que havia sido comemorado pela reitoria no ano passado. [Quer dizer, ela vinha... A prova é que tiraram a melhor.] Agora, por ser desfavorável, o exame é atacado pela reitora.

No entanto, não é preciso nenhuma avaliação do MEC para mostrar que as coisas não estão bem na Instituição. Seja em Teresina, ou em outros campi, as deficiências podem ser vistas sem qualquer esforço. Não estamos falando apenas do altíssimo número de professores com contratos precários (substitutos/temporários, com baixa titulação), que passam de 60% do quadro docente. Falamos da falta de salas para professores prepararem aulas e orientarem alunos. Nos referimos à inexistência de bibliotecas de verdade nos campi e pólos “avançados” e estruturas outras como laboratórios decentemente equipados. Nos remetemos ainda à falta de uma ação planejada e coerente de melhoria de titulação dos docentes. Nos dirigimos ao baixíssimo número de professores em regime de Dedicação Exclusiva, índice diretamente relacionado à falta de pesquisa na Instituição.

Só quem está muito embriagado em presidir e gerenciar uma fundação privada - que sobrevive da sucção de recursos da já anêmica...”

            Tem uma fundação que dirige. Aí é que ele já está acusando a corrupção, que é comum no Governo do PT. Corrupção. Ulysses dizia: “Corrupção é o cupim da democracia”. Eu nunca vi tanto cupim como existe nos Governos do PT.

            Está aqui:

“...não tem a dose de coragem necessária para admitir que grande parte dos problemas da instituição só será resolvida com a mudança da política econômica e educacional do governo [do PT] Wellington Dias. [que é o culpado, o professor. Culpa logo... A tua, como é o nome lá da Governadora? Pois é, aqui já está carimbado. Querendo trocar, a gente troca.] Além dos problemas de gestão - cuja agenda prioritária é maquiar a Universidade às vésperas da disputa pela reitoria - a questão do financiamento insuficiente da UESPI nunca foi resolvida. E sem dinheiro suficiente, não há autonomia, não há como resolver os graves entraves elencados. É hora da comunidade universitária reagir e exigir um orçamento digno para a UESPI, e sem a ingerência de fundações privadas.”

            Em um jornal só, três artigos. E aqui: “Edson Ferreira contesta reitora da Uespi”:

“...pois os cursos da UESPI em São Raimundo Nonato não contam com laboratórios e nem com estrutura física adequada, e isso também é perguntado aos alunos.”

Então, Edson Ferreira é um Deputado, não é do meu Partido, é do Democratas, mas o pai dele já foi prefeito, o irmão já foi prefeito, e ele simboliza a cidade.

Então, esse Edson Ferreira chegou a pedir - é porque o rolo, o dinheiro, e coisa... - uma CPI contra a Uespi.

            Então, é o seguinte: é o Governo. A segurança está aí. Olha aqui, por isso que eu digo que não vai bem, Luiz Inácio. Não se engane. Esse negócio dessas pesquisas, o Hitler teve 99%. Esses regimes totalitários, a imprensa quer é o dinheiro. E um partido desse, que rouba, que mata lá em São Paulo - denunciaram aqui, os Senadores paulistas -, eles não vão falsear as pesquisas? É um pecado venal. É venal ou venial, Mário Couto?

            Mas, segurança. É um cronista social aqui que diz que uma das coisas mais importantes em um governo é a segurança. Norberto Bobbio, o maior teórico político, Senador vitalício da Itália, disse que o mínimo que se tem que exigir de um governo é segurança à vida, à liberdade e à propriedade. Nós vivemos em uma barbárie, ninguém tem segurança a nada, dei nota para a segurança.

            Mas este cronista aqui é até um cronista social, é o Ibrahim Sued do Piauí, Nelito Marques. Olhem o que ele diz aqui - ele tem uma coluna in, e in é uma coisa boa, o aniversário dessa...; e out é “fora” -: “A falta de policiamento é grande, como se não bastasse o povo ter medo dos próprios policiais”.

            Isso é no meu Piauí, mas é no Brasil... Quer dizer, até o...

            Segurança está aí. Saúde, tivemos destaque agora. Somos os campeões do mundo em morte. Nós não vamos falar na tabela do SUS, em que é R$2,50 uma consulta, hein? E um parto, R$20,00. E não se atende às dificuldades dos pobres, porque a saúde só está boa para quem é rico e quem tem plano de saúde. E a educação? Está aí o desmonte. Isso aqui é no Piauí e ocorre no Brasil.

            Então, essas são as nossas palavras. E mais o pedido, o apelo ao Presidente da República. Eu votei em Luiz Inácio, em 1994. Ô Luiz Inácio, acuda! Acuda aí o Piauí! E V. Exª sempre foi muito forte lá. E eu queria dizer o seguinte: hoje nós vivemos pela esperança. Ernest Hemingway disse que a maior estupidez é perder a esperança.

            Então, nós temos a esperança que a democracia nos oferece: a alternância do poder. O povo vai fazer a alternância do poder, no meu Estado do Piauí e no Brasil.

            Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. Muito agradecido pelo tempo.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/09/2009 - Página 46291