Discurso durante a 162ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Satisfação com resultados de estudo da Fundação Getúlio Vargas, que indicam sucesso das políticas de transferência de renda do Governo Federal. Situação do processo de instalação de sede da Embrapa em Sinop/MT.

Autor
Serys Slhessarenko (PT - Partido dos Trabalhadores/MT)
Nome completo: Serys Marly Slhessarenko
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SOCIAL. BANCOS. POLITICA AGRICOLA.:
  • Satisfação com resultados de estudo da Fundação Getúlio Vargas, que indicam sucesso das políticas de transferência de renda do Governo Federal. Situação do processo de instalação de sede da Embrapa em Sinop/MT.
Publicação
Publicação no DSF de 23/09/2009 - Página 46448
Assunto
Outros > POLITICA SOCIAL. BANCOS. POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • REGISTRO, VISITA, MUNICIPIO, CLAUDIA (MT), ESTADO DE MATO GROSSO (MT), PARTICIPAÇÃO, REUNIÃO, CAMARA MUNICIPAL, FESTA, IDOSO, ELOGIO, MOBILIZAÇÃO, ESPECIFICAÇÃO, LUTA, DIREITOS, PREVIDENCIA SOCIAL, APOIO, PAULO PAIM, SENADOR.
  • CONVITE, DEBATE, BANCADA, INSTALAÇÃO, FUNCIONAMENTO, BANCO DE DESENVOLVIMENTO, REGIÃO CENTRO OESTE, PROJETO DE LEI, AUTORIA, LUCIA VANIA, SENADOR, ANUNCIO, RELATORIO, ORADOR.
  • APRESENTAÇÃO, DADOS, FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS (FGV), INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), RESULTADO, POLITICA SOCIAL, GOVERNO FEDERAL, MELHORIA, RENDA, MAIORIA, POPULAÇÃO, MOVIMENTAÇÃO, CLASSE SOCIAL, IMPORTANCIA, PROGRAMA, BOLSA FAMILIA, CONTRIBUIÇÃO, RETOMADA, CRESCIMENTO ECONOMICO.
  • ANUNCIO, REUNIÃO, BANCADA, CONGRESSISTA, DIRETORIA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), ESCLARECIMENTOS, INSTALAÇÃO, CENTRO DE PESQUISA, SEDE, MUNICIPIO, SINOP (MT), ESTADO DE MATO GROSSO (MT), PREVISÃO, EVOLUÇÃO, AGRICULTURA, EXPORTAÇÃO, ECONOMIA FAMILIAR, SUPERIORIDADE, PARTICIPAÇÃO, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), REGISTRO, VISITA, INTERIOR, ELOGIO, DESENVOLVIMENTO, MUNICIPIOS.
  • ELOGIO, APLICAÇÃO, LEGISLAÇÃO, OBRIGATORIEDADE, PREFEITURA, AQUISIÇÃO, PERCENTAGEM, ALIMENTOS, MERENDA ESCOLAR, AGRICULTOR, ECONOMIA FAMILIAR.

                          SENADO FEDERAL SF -

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            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Senador Paim, em homenagem à sua presença na Presidência, após seu pronunciamento sobre a questão dos idosos, quero dizer que estive, há uma semana, em vários Municípios do meu Estado de Mato Grosso, sendo que em um deles, no Município de Cláudia, houve uma animada reunião na Câmara de Vereadores, animada no sentido de uma participação muito significativa do Prefeito da cidade, Sr. Vilmar, do meu amigo e companheiro Vereador Antônio, Presidente do meu Partido, o PT, de vários vereadores, senão de todos, de praticamente todos da Câmara, de muitas lideranças da cidade, do Município de Cláudia.

            Senador Paim, ao lado da Câmara da cidade - se não me engano, foi num sábado ou domingo à tarde; andei em tantos Municípios que agora não me recordo -, havia uma festa de idosos. Era muita gente, uma festa muito animada, do Município de Cláudia e de Municípios vizinhos. Eu fui convidada para ir até lá. Quando cheguei à festa, fui muito bem recebida mesmo, fui aplaudida, e até me deram o microfone para eu falar. Na minha fala, fiz referência ao Senador Paim, que foi muito aplaudido. Falei de todas as suas lutas aqui, dentro dos meus limites de entendimento, porque era um discurso rápido, e o senhor foi muito bem lembrado.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) - Luta que a senhora sempre travou junto conosco, defendendo os mesmos pontos de vista.

            A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Falei que sempre procurávamos estar juntos em todas essas lutas, mas que quem puxava era o senhor.

            Falei do Estatuto do Idoso, enfim, de todas as questões. Eu havia me esquecido de comunicá-lo. Esse feito foi há uns dez dias, mais ou menos, no Município de Cláudia, no meu Mato Grosso.

            Realmente, Senador, vale a pena. Fazemos todas essas lutas, às vezes distantes, e pensamos que as pessoas não ficam sabendo. Mas as pessoas estavam sabendo, sim.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) - Já agradeço, de pronto, ao Estado do Mato Grosso, pelas considerações aqui manifestadas por V. Exª.

            A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, eu gostaria só de mencionar alguns dados aqui do nosso Governo, do Governo do Presidente Lula, até porque estou com um pouco de pressa, porque tenho uma reunião agora em que vamos discutir, com a Bancada da Região Centro-Oeste, a instalação e o funcionamento do Banco de Desenvolvimento da Região Centro-Oeste. Sou a Relatora do projeto de lei, que é da Senadora Lúcia Vânia. Estamos há bastante tempo tentando, realmente, fazer o entendimento entre todas as partes, para que, quando for instalado, o Banco já comece a funcionar sem arestas. Parece que isso já está pronto, e estou chamando a Bancada da Região Centro-Oeste para mostrar meu relatório final, que vamos levar para a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, para que, se aprovado, a gente já dê os trâmites sequenciais a fim de que, como o Nordeste e a Amazônia, que já têm seus bancos, também a região Centro-Oeste - Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal - tenha seu banco de desenvolvimento. Como Relatora, estou chamando para essa reunião que acontecerá daqui a poucos instantes.

            Mas minha fala de hoje aqui, Srªs e Srs. Senadores, é no sentido de dizer que o Governo do Presidente Lula passará para a história como o detentor do mais ousado programa social já implementado por um governante. São números, senhores e senhoras, que por si só refletem o que estou afirmando. Podem muitas pessoas, contrariadas, achar que não se está resolvendo uma série de problemas, e não se está mesmo. Se estivesse tudo resolvido, seria muito fácil a vida dos brasileiros e a solução dos problemas. Mas os números que a gente tem e apresenta, por si só, já dizem o que significa o Governo do Presidente Lula.

            Vejam que cerca de 32 milhões de brasileiros - não são dados do Governo, mas da Fundação Getúlio Vargas; as pessoas que nos estão vendo e ouvindo não pensem que foi o PT que entregou esses dados para a Senadora - subiram de classe social entre os anos de 2003 e 2008. Entre eles, 19,4 milhões deixaram a classe E, que traça a linha da pobreza no País, tendo a renda domiciliar inferior a R$768,00. Dezenove milhões saíram dos R$768,00 para cima, e 1,5 milhão de brasileiros saíram da classe D (de R$768,00 a R$1.114,00). Por isso, houve uma queda acumulada, senhores e senhoras, de 43% no grupo dos mais pobres nesse período. Quer dizer, 43% dos mais pobres de nosso País melhoraram a sua renda. Aliás, 57% tiveram a sua renda melhorada.

            Ao mesmo tempo, as classes A e B, que representam o grupo com renda domiciliar mais elevada (superior a R$4.807,00), ganhou 6 milhões de pessoas. A classe C (renda familiar entre R$1.115,00 e R$4.807,00), que reúne a maioria da população, recebeu 25,9 milhões de brasileiros nos últimos cinco anos.

            A constatação faz parte de um estudo divulgado, como eu disse aqui, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), com base nos dados de 2008 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), apresentada na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

            De acordo com o economista da FGV Marcelo Neri, responsável pelo estudo, esse movimento foi puxado principalmente pelas políticas de transferência de renda do Governo Federal, como o Bolsa Família, que traz como impacto direto a melhoria na renda do brasileiro pertencente à camada mais baixa. Ele acredita que as transferências de renda no momento atual de crise podem contribuir para a retomada da economia.

            Diz Neri: “Se eu reajusto o Bolsa Família, a grande beneficiária é a classe E. Se eu aumento o salário mínimo, quem mais ganha é a classe D. Já se faço o reajuste nas aposentadorias acima do salário mínimo quem ganha mais é a classe AB”.

            Quero registrar também que amanhã, às 8h30, a Bancada Federal do meu Estado de Mato Grosso estará reunida com a Diretoria da Embrapa para tratar da instalação da sede da Embrapa na cidade de Sinop, que, aliás, já está sendo instalada. A reunião será para colocar a Bancada a par de todos os procedimentos já feitos e daqueles que deverão acontecer nos próximos dias. Esse, senhores e senhoras, especialmente nossos mato-grossenses, é um grande avanço para todo o meu Estado de Mato Grosso.

            É ponto pacífico que, hoje em dia, o maior negócio no Brasil continua a ser o agronegócio, reforçado pela fantástica agricultura familiar também. Juntos, o agronegócio e a agricultura familiar têm o maior peso no PIB nacional. É o que gera quase 40% de todos os empregos existentes em nosso País. Não resta como resistir diante desse que é o negócio mais pujante deste pujante País em que vivemos.

            Repito que essa vocação brasileira ganha destaque especialmente neste momento em que se atravessa uma crise global de alimentos. O Brasil, com sua produção excepcional, ganhou uma importância fundamental na discussão e na solução desse dilema. O mundo não terá nenhuma solução para esta guerra sem a participação decisiva de nosso País, de nossos produtores agrícolas, de nossos trabalhadores agrícolas, da agricultura familiar, de todos os brasileiros e de todas as brasileiras que se dedicam ao agronegócio e à pequena e média agricultura e pecuária.

            Por isso tudo, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a instalação da sede da Embrapa em Sinop, Mato Grosso, é motivo de muito orgulho, realmente, para o nosso Estado, até de festa para todos nós que lutamos pelo desenvolvimento de Mato Grosso e do Brasil. Com esse Centro de Pesquisas da Embrapa em Mato Grosso, teremos pesquisas próprias voltadas para o Estado, de acordo com nossa realidade, barateando nossos custos.

            Essa iniciativa do Governo do Presidente Lula significa um bilhão de recursos adicionais nos próximos dois anos e sete meses. Além de Mato Grosso, o Tocantins e o Maranhão também receberão centros de pesquisas da Embrapa. No caso de Mato Grosso, minha satisfação é muito grande, pois esta é uma luta à qual me dediquei desde meus primeiros momentos nesta Casa, desde que aqui cheguei. Sempre soubemos da importância desse centro de pesquisa, e ele agora é uma realidade, graças à visão de estadista do Presidente Lula, que, dessa forma, impulsiona o futuro do agronegócio em Mato Grosso e da pequena agricultura, da agricultura familiar, que também vem começando, realmente, a se organizar. Com certeza, o sucesso da agricultura familiar também em Mato Grosso está chegando.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tenho conversado muito com as pessoas da agricultura familiar. Neste último final de semana, Sr. Presidente, Srs. Senadores, estive em 12 Municípios do meu Estado de Mato Grosso. Estive em Rio Branco, em Vila Bela da Santíssima Trindade, a primeira capital de Mato Grosso. No apogeu do desenvolvimento de Mato Grosso, quando Vila Bela era capital, chegamos a ter 90% do povo de Vila Bela negro. E hoje temos 43% ainda, Presidente Paulo Paim, e é um espetáculo o que vemos lá, o espetáculo da cultura africana, da cultura negra. Estive lá, na sexta-feira, junto com o Ministro da Igualdade Racial. Foi uma das coisas mais belas que vi, a Dança do Congo e outras danças - agora não me recordo de todos os nomes das danças. Lá estivemos, vendo o valor da cultura da nossa querida Vila Bela da Santíssima Trindade.

            Estive em Campos de Júlio, em Figueirópolis d’Oeste, em Indiavaí, Jauru - vou voltar a falar aqui desses Municípios -, Vale de São Domingos, São José dos Quatro Marcos, Mirassol d’Oeste, Curvelândia. Estive na Festa do Queijo. Alguém já viu um queijo de 750 quilos? Setecentos e cinquenta quilos! Estive lá, cortando o maior queijo do mundo, que vai para o Guiness, em Curvelândia, um Município pequenino de Mato Grosso, mas que tem sua história de desenvolvimento econômico, com certeza.

            Estive em Araputanga, estive em Lambari d’Oeste, enfim, nesses Municípios, conversando sobre o Luz para Todos, sobre alimentação escolar, essa alimentação escolar que foi aprovada há pouco tempo aqui, por unanimidade deste Plenário. Hoje, as prefeituras terão que comprar, obrigatoriamente, pelo menos 30%, para alimentação escolar, da agricultura familiar, podendo comprar até 100%. Isso é da maior importância, porque foi bem bolado realmente, Senador Paim, Senador Mão Santa, pelo nosso Governo, botar o recurso da plantação da pequena agricultura familiar. Ao comprar alimentação escolar, obrigatoriamente, da agricultura familiar, eles estarão recebendo dinheiro pela sua produção. Muitas vezes, as prefeituras compravam alimentos industrializados, às vezes até fora do Estado de Mato Grosso ou de outros lugares distantes. Agora, o recurso vai ficar dentro do Município, na casa do agricultor familiar, seja fruta, seja leite, seja carne, seja ovo, sejam legumes e verduras, etc. e tal.

            O meu tempo terminou, e eu sei que outros Srs. Senadores querem fazer seus pronunciamentos.

            Um abraço carinhoso a toda essa minha população de Mato Grosso, por onde estive nesse final de semana.

            Muito obrigada.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/09/2009 - Página 46448