A SR.ª ROSALBA CIARLINI (DEM - RN Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Exmº Sr. Presidente, Senador Neuto de Conto; Exmº Sr. Ministro do Turismo, Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho; Sr. Secretário de Educação do Estado de Tocantins, Senador e meu vizinho - nossos gabinetes são vizinhos - eram, porque agora o senhor está em Tocantins -, Leomar Quintanilha, em nome de quem quero cumprimentar todas as autoridades aqui presentes a esta sessão solene, aos senhores que trabalham e são dedicados a uma atividade que consideramos prioritária para o nosso País.

            O Brasil tem tudo, se o compararmos a outros países, que país oferece melhores condições para o crescimento da atividade turística do que o nosso? Um País lindo! Em todas as regiões encontramos belezas naturais, em todas as regiões, encontramos um povo alegre, um povo afetivo, um povo que sabe receber bem.

            Então, minha presença nesta sessão é exatamente para dizer da importância do desenvolvimento de todas as atividades ligadas ao turismo que geram emprego e renda. No entanto, para que essa atividade possa realmente se transformar... É bem verdade que nos últimos anos sentimos que os Governos Federal, Estadual e Municipal, têm percebido a importância do turismo para impulsionar o desenvolvimento, com a geração de emprego e renda, e também como ferramenta de transformação social.

            Sou do Rio Grande do Norte, um Estado que tem o formato de um elefantezinho, mas que é muito forte e bastante grande para o turismo, atividade que já é fundamental. Não é somente pelas nossas lindas praias da querida Capital Natal, mas pelo potencial, que está em todas as regiões.

            Tive a oportunidade, sim, de mostrar que quando um gestor tem vontade política, tem interesse em desenvolver atividade tão nobre e geradora de renda e de oportunidades, sendo criativo e com parcerias - porque não faltam parcerias se estendemos a mão para nos somarmos em mutirão -, e foi assim que procedi como Prefeita da cidade de Mossoró. Perguntava-me como poderia fazer do semiárido um ponto turístico? Como poderíamos fazer turismo se nos comparássemos com as cidades litorâneas, com a costa branca, que está se desenvolvendo próxima a nossa região, com suas salinas lindas, com suas dunas, com aquela água morna do nosso Atlântico, com as praias lindas, que vão de Pipa, Tibau do Sul, passando por toda a região em torno de Natal? Aí, não foi preciso inventar a roda, bastou girá-la. Tínhamos, na cidade, uma característica muito interessante, resultado do amor que a população tinha pela sua história: Mossoró havia libertado os escravos antes da Lei Áurea; Mossoró teve o primeiro voto feminino; em Mossoró, à época da Guerra do Paraguai, aconteceu com o motim das mulheres; foi a cidade nordestina que resistiu ao bando de Lampião. Mas a cidade, além de ter amor à sua historia, tinha também um movimento cultural que estava aflorando, por meio de grupos. Então, apenas associamos a arte, ao teatro, fazendo disso grandes eventos, e criando um calendário cultural na cidade, com o Auto da Liberdade. A festa de Santa Luzia, a nossa Padroeira, foi acrescido o oratório de Santa Luzia em praça pública. Isso tudo como âncora, como gancho para atrair, para mostrar e divulgar o potencial da cidade. Qual é a cidade deste Brasil que tem a captação de petróleo, aqueles cavalos mecânicos, na praça? No Hotel Thermas, de águas termais, encontra-se também o primeiro poço onde surgiu petróleo. Então fazer disso um marco. Mossoró, cidade de características propícias à fruticultura, transformou-se em um marco de apoio para festas como, a Fenafrut, a Ficro, a Feira da Indústria e Comércio. Mas sempre tendo por trás de tudo isso, ou talvez na frente, o gancho da cultura.

            Então, se vamos às serras do nosso Estado, é um festival gastronômico, um festival de fondue, tudo isso promove e movimenta. Com relação à Festa Junina, está aí o exemplo de Campina Grande e de Caruaru, assim como o de Mossoró também como grande centro da Festa Junina. Mossoró é cidade junina durante todo o mês de junho, tendo o gancho de apresentar em praça pública, nos locais onde houve a resistência ao bando de Lampião, essa história feita pela sua gente, pelo seu povo.

            Existe muitos aspectos, basta que o brasileiro, que já é criativo, utilize essa sua característica. Mas, para isso, precisamos do apoio. Daí por que eu ter um projeto exatamente no sentido de se criar, em cada Município, por meio do Governo Federal, o Fundo Municipal de Desenvolvimento do Turismo, para que sejam transferidos recursos fundo a fundo, normalmente, como se faz para a educação, para a saúde, para as ações sociais, no sentido de impulsionar essa atividade.

            Eu aqui, diariamente, recebo solicitações dos prefeitos para promover um evento que vai atrair o investidor, que vai atrair o visitante. O turismo interno precisa ser aquecido. Muitas vezes, só pensamos no turista lá fora, quando nós temos um potencial muito grande dentro deste Brasil: é o norte que não conhece o sul, é o sul que não conhece o norte, e por aí vai. Nós temos que estimular, mas para isso precisamos de estradas boas, de bons aeroportos. Precisamos ter toda uma infraestrutura e precisamos que no processo educacional esteja, com certeza, desde os pequenininhos, esse sentimento de que o povo brasileiro, em todas as regiões, precisa estar preparado, capacitado.

            Então, o processo educacional, ensino de qualidade, com a visão inclusive da preparação dessa mão de obra, é fundamental para que o nosso País possa, cada vez mais, crescer nas ações do turismo e com isso gerar bem-estar a sua população, porque um povo que tenha oportunidades de trabalho, que tenha oportunidades de mostrar o que é o seu país, de valorizar o que tem de belezas, de potencial, de características e de história, com certeza, estará preparando o grande futuro.

            Então, quero aqui deixar, neste Dia Mundial do Turismo, o meu compromisso, a minha luta e a certeza a todos os senhores envolvidos com a questão do turismo de que não estão sozinhos, estamos juntos, de mãos dadas para promover cada vez mais essa atividade, confiando, sim, que as ações do Governo Federal, governos estaduais, municipais e, principalmente a iniciativa privada - e muitas ações já estão direcionadas para essa área - possam ser ainda maiores. E a iniciativa privada chega forte, decisiva, cada vez mais estimulada quando sente que as gestões estão preocupadas, quando estão realmente passando essa confiança de que vale a pena investir.

            Então, fica aqui o meu abraço e a certeza de que vamos juntos conseguir por esse filão, que é um filão de ouro, desenvolver e trazer cada vez mais oportunidades. E quero aqui, só mais uma vez, relembrar - eu já disse muitas vezes - que vai ser fundamental para os nossos Estados. E Natal, com certeza, já está garantida para receber a Copa, essa vitrine que será não apenas do nosso País, mas, principalmente, uma vitrine para mostrar a todo o mundo o potencial que tem o nosso País, as nossas cidades e a nossa região.

            Muito obrigada. (Palmas.)

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