O SR. NEUTO DE CONTO (PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente Serys Slhessarenko; Sr. Ministro de Estado de Turismo, Exmº Sr. Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho; Srª Nilde Clara de Souza Brun, Presidente do Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais do Turismo; Flávio Peruzzi, representante da Associação das Empresas Marítimas; Presidente da CNTur - Confederação Nacional do Turismo -, Sr. Nelson Abreu Pinto; Eraldo Alves da Cruz, Vice-Presidente do Conselho de Turismo, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, saúdo a todos com muita alegria e satisfação.

            Permitam-me que, ao saudar o Sr. Moacyr Roberto, que é Diretor Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade, e o Sr. João Quirino Júnior, que é Diretor de Relações Parlamentares da Associação Brasileira de Agência de Viagens, eu possa cumprimentar as senhoras e os senhores desse importante segmento da economia do Brasil.

            O Brasil vive um momento auspicioso no que concerne às expectativas do crescimento econômico, do desenvolvimento e da melhoria da qualidade de vida de sua população. Ao lado de fatores tradicionais e indispensáveis para a consolidação da nossa economia, como, por exemplo, a pujança do agronegócio, temos agora, também, a perspectiva de alavancar o nosso desenvolvimento com os recursos da biodiversidade, do pré-sal e do turismo.

            Por tudo isso, Srª Presidente, é com imensa alegria que me associo à presente comemoração do Dia Mundial do Turismo, a transcorrer no próximo domingo, 27 de setembro.

            Essa data, como se sabe, foi instituída em 1980, pela Organização Mundial do Turismo, agência das Nações Unidas, para divulgar em todo o mundo a importância da atividade turística, ressaltando seus valores sociais, econômicos, culturais e políticos. A escolha da data refere-se ao dia em que foram aprovados os estatutos da Organização Mundial do Turismo; e o lema escolhido para a celebração deste ano é “Celebrando a diversidade” - uma escolha muito feliz, que remete à diversidade de atrativos turísticos em todo o planeta e, principalmente, à diversidade de etnias, culturas, costumes e crenças que fazem do turismo uma fonte inesgotável de conhecimento e de interação social.

            Referi-me ao turismo, há pouco, como um recurso econômico de grande importância, ao lado de atividades produtivas tradicionais, como o agronegócio, e outras que apenas se vão desvendando gradativamente, como a biodiversidade. Na verdade, o turismo já representa uma fonte tradicional de riquezas para muitas nações, mas em nosso País foi historicamente relegado a segundo plano, em que pese o nosso imenso potencial de atrativos. Seria fastidioso, Srª Presidente, e talvez repetitivo, listar o vasto rol de nossas atrações, bastando lembrar que elas contemplam ecossistemas diferenciados, como a Floresta Amazônica, o Cerrado, a Mata Atlântica e o Pantanal; os nove mil quilômetros de litoral, com praias belíssimas e sol durante quase todo o ano; as grandes metrópoles, com seus monumentos arquitetônicos e suas avançadas tecnologias; as cataratas, as cavernas, as montanhas, as tradicionais culturas e os eventos populares religiosos, artísticos, recreativos, como o Círio de Nazaré, o carnaval, o futebol, entre tantos outros.

            Enfim, Srª Presidente, o Brasil tem opções para todos os gostos e para a prática do turismo durante todo o ano. Assim, não admira que Geoffrey Kent, Presidente do Conselho Mundial de Viagens e Turismo, quando esteve no Brasil - mais precisamente em Florianópolis, no mês de maio -, tenha-se manifestado enfaticamente: “Nunca vi um País com tanto potencial para o nosso setor”.

            Entretanto, a exploração do turismo em nosso País está apenas engatinhando. Especialistas estimaram que, em 2001, o turismo tenha gerado uma receita, na soma de todos os Países, de US$3,4 trilhões, o que equivalia, então, a 10,9% do PIB mundial. Em numerosos Países, o turismo representa a principal atividade econômica. Primeira do ranking, a França recebe anualmente cerca de 70 milhões de visitantes, conforme revelou um estudo publicado em 2002, enquanto o Brasil, 39º lugar na ordem de classificação, não alcançou 3 milhões.

            Apesar desses números, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nós temos razões para manter o otimismo. Primeiramente, porque o Brasil, aos poucos, começa a tomar consciência de seu potencial nesse setor. Quando esteve em Florianópolis, na abertura do Congresso Mundial de Turismo, o Presidente Lula destacou os investimentos que estão sendo feitos nessa área, com a criação de 14 universidades públicas e 98 extensões universitárias destinadas à preparação de mão de obra voltada para essa atividade. Destacou, também, os investimentos em infraestrutura, aí incluídas as obras para desenvolver a aviação regional, de forma a melhor atender ao mercado doméstico e ao Mercosul. Esses projetos representam apenas uma parte inicial dos preparativos para o Brasil sediar a Copa do Mundo de 2014 e, certamente, até mesmo as Olimpíadas.

            O Brasil, portanto, começa a se conscientizar do seu potencial nas atividades turísticas e também começa a reconhecer a necessidade de investir fortemente na educação, na saúde, na segurança pública e tecnológica, além dos setores básicos de infraestrutura, como energia, comunicação e transporte.

            A segunda condição que justifica o nosso otimismo é a tendência mundial do desenvolvimento do ecoturismo, um segmento que tem apresentado resultados promissores nos últimos anos e para o qual se projetam crescimento de 20% ao ano.

            Por ora, estima-se que o ecoturismo gere uma receita de US$260 bilhões ao ano, mas a perspectiva de crescimento desse mercado é exponencial. O Brasil, com tantas riquezas naturais a preservar, pode encontrar nesse segmento não apenas uma gigantesca fonte de renda, mas também uma forma de conciliar a geração de renda, de desenvolvimento sustentável e a preservação ambiental. Com exceção dos esportes típicos de inverno e de duas ou três outras modalidades, nós temos condições de oferecer atividades tão diversas quanto a cavalgada, o ciclismo, o rapel, a escalada, o mergulho, o montanhismo, o rafting ou a exploração de cavernas e grutas.

(A Srª Presidente faz soar a campainha.)

            O SR. NEUTO DE CONTO (PMDB - SC) - Peço mais dois, três minutos, Srª Presidente, para concluir.

            A SRª PRESIDENTE (Serys Slhessarenko. Bloco/PT - MT) - Nós já lhe concedemos mais dois minutos e lhe concederemos mais dois.

            O SR. NEUTO DE CONTO (PMDB - SC) - Não poderia encerrar este pronunciamento, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, sem aludir à reunião do Conselho Mundial de Viagens e Turismo - WTTC, a sigla em inglês - ocorrida em Florianópolis, entre 14 e 18 de maio. O WTTC, fundado por empresários de turismo pouco depois do ataque terrorista de 11 de setembro a Nova York, tem como objetivo integrar os setores público e privado para a promoção e o desenvolvimento do setor.

            O encontro em Florianópolis reuniu cerca de mil participantes, incluindo autoridades públicas, representantes de companhias aéreas, de operadoras de turismo, da rede hoteleira, de administradoras de cartões de crédito e, ainda, promotores de eventos e empresários em geral.

            Além do Presidente Lula, também o Governador Luís Henrique destacou o potencial do Brasil e de Santa Catarina para receber os visitantes e os investimentos dos empresários do setor. Ao salientar o fato de que o Estado tem apenas 3% de sua população abaixo da linha da pobreza, o Governador Luís Henrique afirmou que a qualidade de vida e os atrativos naturais, a nossa serra, a neve, as nossas praias paradisíacas, o vinho, a maçã - o Estado é o maior produtor do Brasil e grande exportador -, como também a Ocktoberfest, as nossas festas das colheitas encantam os turistas, e a descentralização do Governo aproxima a sociedade, fazendo de Santa Catarina um cenário adequado para a implantação de empreendimentos turísticos.

            Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, vou cumprir o tempo. Vou pedir que o resto do meu pronunciamento seja inserido nos Anais da Casa.

            Quero cumprimentar, aplaudir e homenagear todos os que trabalham e lutam nessa atividade tão importante para o lazer, para a economia, para o desenvolvimento.

            Com a modernidade e, principalmente, com o encurtamento das distâncias que se faz pela Internet, pela comunicação online, há aumento de desemprego em todos os segmentos, comerciais, industriais, mas, certamente, essas pessoas encontrarão espaço no turismo por meio do serviço. Por isso, quero aplaudi-los, cumprimentá-los e parabenizá-los por esta data pela qual tanto estamos aqui a lutar.

            Muito obrigado. (Palmas.)

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SEGUE NA ÍNTEGRA PRONUNCIAMENTO DO SENADOR NEUTO DE CONTO.

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            O SR. NEUTO DE CONTO (PMDB - SC. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores,

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