Discurso durante a 160ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro o convite recebido do Conselho Nacional de Oficiais R/2 do Brasil para um encontro no Rio de Janeiro.

Autor
Osvaldo Sobrinho (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/MT)
Nome completo: Osvaldo Roberto Sobrinho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
FORÇAS ARMADAS.:
  • Registro o convite recebido do Conselho Nacional de Oficiais R/2 do Brasil para um encontro no Rio de Janeiro.
Publicação
Publicação no DSF de 19/09/2009 - Página 45543
Assunto
Outros > FORÇAS ARMADAS.
Indexação
  • REGISTRO, CONVITE, ENCONTRO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), CONSELHO, OFICIAIS, EXERCITO, DEBATE, VALORIZAÇÃO, FORÇAS ARMADAS, RENOVAÇÃO, COMPROMISSO.
  • ELOGIO, TRABALHO, MARINHA, PROGRAMA ANTARTICO BRASILEIRO (PROANTAR), PESQUISA, PARCERIA, UNIVERSIDADE, BRASIL.

O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT. Pela

ordem. Sem revisão do orador.) - Ainda bem que V.

Exª é um...

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) -

É um suplente, um dos mais brilhantes suplentes. Eu

nunca vi, em tão pouco tempo, projetar-se tão rapidamente

quanto esse líder, Osvaldo Sobrinho.

O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - Eu

fico feliz de ver V. Exª presidindo este Senado, porque

é um mestre, é um professor, V. Exª nos ensina. Na

verdade, pela pouca experiência que eu tenho nesta

Casa, eu tenho de aprender muito com Mão Santa,

que é um homem...

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) -

Eu tenho muita confiança nos suplentes, ao contrário

de todos.

O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) -

Obrigado, Excelência.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) -

Eu sei o significado disso. Fernando Henrique Cardoso

adentrou aqui como suplente de Franco Montoro e é,

hoje, o maior estadista deste País.

O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - Indiscutivelmente.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) -

Então, V. Exª já tem essa avenida.

O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - Estou

muito longe de sê-lo; mas, obrigado pela referência,

Excelência.

Quero, somente, comunicar à Casa um convite

que nos veio do Conselho Nacional de Oficiais R/2 do

Brasil. Acho que V. Exª faz parte do R/2; todos nós,

profissionais, tivemos a oportunidade de passar pelas

fileiras do Exército para sermos oficiais temporários.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) -

Eu sou Oficial da Reserva, CPOR.

O Sr. Osvaldo Sobrinho (PTB - MT) - Eu

também.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI)

- Pena que é não remunerado.

O Sr. Osvaldo Sobrinho (PTB - MT) - Eu

sou R/2.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) -

Eu acho que foi a formação e o período mais importante

da minha vida. Lá eu aprendi disciplina, hierarquia

e a respeitar a bandeira, que sintetiza a Constituição:

“Ordem e Progresso”.

O Sr. Osvaldo Sobrinho (PTB - MT) - V.

Exª falou, na verdade, o que o meu coração está repleto

para falar agora. Na verdade, é isto também. Para

mim, o que mais marcou na minha vida toda foi quando

eu fui Oficial da Reserva do Exército. Eu fui Infante e

sou Tenente R/2. Portanto, faço parte da Associação

do Conselho Nacional de Oficiais R/2 do Brasil. E nós

temos, aí, uma Reserva espetacular de homens que

foram formados nas fileiras, homens com disciplina, homens

que sabem o que é hierarquia, pessoas que, na

verdade, sabem dos seus deveres para com a Pátria,

pessoas que, verdadeiramente, ficaram preparadas

para, no momento em que a Pátria chamar, estarem

presentes nesta luta. Portanto, esses companheiros, os

R/2, sempre se reúnem no Brasil em algumas cidades.

Neste ano, será na cidade do Rio de Janeiro, do dia

13 ao dia 17 de outubro, quando nós teremos, no Rio

de Janeiro, o Enorex, que irá reunir todos os Oficiais

R/2 do Brasil. Assuntos importantes serão tratados e,

logicamente, nós renovaremos lá o nosso compromisso

com a Nação em termos de estarmos sempre atualizados

com relação ao que as Forças Armadas pregam e

àquilo para com o qual nós, também, temos obrigação,

porque a Pátria é nossa, e não só deles. O militar está

apenas fazendo, ali, uma escola para preparar novos

cidadãos para o Brasil, mas todos nós temos a mesma

responsabilidade que eles, porque esta Pátria é nossa

e cabe a nós todos, quando juramos, aqui, ser Senadores

ou quando nos tornamos cidadãos de maior idade,

defender a Pátria em todos os sentidos.

Portanto, esses oficiais da reserva se reúnem

para, na verdade, continuar fazendo a sua profissão de

fé pelo Brasil e, evidentemente, sempre se atualizando

para estarem sempre preparados para essa missão.

Portanto, quero, aqui, parabenizar os organizadores

desse evento e dizer que estaremos presentes,

nos dias 13 a 17 de outubro, no Rio de Janeiro, para

também participar desse grande evento que é, indiscutivelmente,

apoiado pelo Departamento de Educação

e Cultura do Exército e, também, pela Diretoria de

Formação e Aperfeiçoamento, onde temos o General

Montezuma, General de Divisão, que coordena esse

trabalho.

Portanto, a todos os R/2 do Brasil que vão estar

nesse encontro queremos mandar o nosso abraço

fraternal, amigo.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) -

Qual será a data?

O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - Será

do dia 13 ao dia 17 de outubro deste ano.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) -

De 13 a 17 de outubro. Então, vamos pedir ao Presidente

Sarney - V. Exª tem a missão, eu estou presidindo,

de ver quais são os R/2, oficiais da reserva - que faça

uma comissão, e já designo V. Exª para ser seu líder.

Eu quero ser liderado por V. Exª.

O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - Muito

obrigado. Sinto-me honrado pela deferência de V.

Exª. Somente uma alma nobre como a sua daria uma

oportunidade dessas.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI)

- Pois é, V. Exª vai fazer o trabalho de ver quem, realmente,

teve o privilégio de fazer o CPOR.

O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - Muito

obrigado, Excelência. Muito obrigado, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) -

Eu gostaria de acompanhá-lo. Vou, junto à Mesa Diretora,

defender essa missão que V. Exª vai cumprir.

O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - O

que será uma grande honra para mim e, evidentemente,

vai engrandecer muito, ricamente, o meu currículo. Muito

obrigado pela bondade de V. Exª nesse sentido.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) -

Isso foi muito oportuno justamente hoje, quando nós

assistimos, aqui, a Zambiasi rendendo homenagem à

comemoração que o gaúcho faz pela Revolução Farroupilha.

Mesmo os gaúchos tendo sido derrotados,

ela trouxe uma mensagem, ela que foi a precursora

da República e da liberdade dos negros.

O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) -

Sem dúvida.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI)

- E nós temos de nos vangloriar das Forças Armadas

que temos. Sempre foram extraordinárias. Eles fizeram

a República, Deodoro e Floriano, e mesmo no regime

ditatorial, eu digo aqui, eu como pai da Pátria, tem

muita conversa fiada. O homem é o homem e suas

circunstâncias.

Eu quero dizer que conheci pessoalmente o Presidente

Castello Branco, no Ceará - eu me formei no

Ceará -, eu conheci pessoalmente o Presidente Geisel,

eu conheci pessoalmente o João Figueiredo - inclusive,

ele ia ao Piauí e o Governador do Piauí, numa

austeridade, convidava-o para almoçar e não tomava

uns uísques, mas eu fazia companhia a João Baptista

Figueiredo, homem de bem. In vino veritas. Eu vi.

Esses homens trouxeram grande desenvolvimento a

este País, grande, na comunicação, e tal.

Eu vou sintetizar, porque nós estamos aqui, é

nosso dever, no Senado da República. Nós temos de

ser os pais da Pátria, esse é o sentido.

Eu advirto o Presidente Luiz Inácio: Pedro II, que

governou este País por 49 anos, deixava a coroa e o

cetro na antessala e vinha ouvir os Senadores. Por

isso ele conseguiu essa unidade no País.

Dessa grandeza que V. Exª traz em pouco tempo,

numa homenagem às Forças Armadas, ao Exército,

nós, que convivemos, sabemos a importância.

Eu resumiria no seguinte, em três ensinamentos

que eu trago à Pátria. Nós somos os pais da Pátria.

Todos eles. Da Marinha, bastava um que gravasse

na mente da nossa mocidade: Barroso. “O Brasil

espera que cada um cumpra o seu dever”.

Eduardo Gomes combateu a primeira ditadura civil

de Vargas. Ditadura nenhuma é boa, está ali o livro

Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos. Mesmo

Vargas sendo bom, sendo um estadista, Eduardo Gomes

disse que isso é muito inoportuno. Isso me inspirou.

Isso inspira o Senado a garantir a democracia.

Esse Brasil ficou na democracia. Vai ter eleições? Só

foi o Senado. Todas as outras instituições fraquejaram.

Aqui, não. Nós fomos altivos.

Bem aí, o Chávez fechou o Senado. Deu no que

deu. O regime de Cuba se alastrou pelo Equador, pela

Bolívia, pelo Paraguai, pela Nicarágua. Já deve muito

a Pátria a nós. O Brasil só tem a democracia, hoje,

pelo Senado. É só por isso que tem essa campanha

negativa. Senão, nós seríamos iguais a Cuba. De democracia

nós entendemos, e entendemos bem: é divisão

de poder e alternância de poder.

E, aqui, nós não deixamos o Presidente da República

indicar o seu candidato, o meu amigo pessoal,

Tião Viana. Não tenho nada contra ele, apenas convicção

de que tínhamos de dividir o poder.

O poder do Presidente da República foi merecedor,

ele ganhou as eleições. Para o do Judiciário,

num erro que nós vivemos, ele já nomeou nove, e

não existe isso no mundo. O poder, ele não teve culpa,

com oito anos, mas é um fato, se ele tivesse aqui,

tinha os três poderes. Seria um Mussolini, um Hitler,

e nós combatendo.

Então, Eduardo Gomes nos ensinou. Ele disse

que o preço da liberdade democrática é a eterna vigilância.

Nós fomos vigilantes, por isso eu me orgulho

deste, que é o melhor Senado da história da República.

Não tinha, não. Ele estava igualzinho a Cuba. Todos os

outros foram ligeirinho. O Chávez fechou e aqui, não.

Nós somos bravos.

E o Caxias. Hoje, nós não vimos a comemoração,

pelo Zambiasi, da Revolução Farroupilha? Caxias, que

representou o Império, foi lá, venceu e não humilhou

os vencidos.

Então, bastariam esses ensinamentos, desses

três, e nós sabemos que todos os outros - todos os

outros - merecem o nosso respeito, a nossa admiração

e a nossa gratidão por defenderem a Bandeira,

que diz: Ordem e Progresso.

O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - Sem

dúvida. Para encerrar, eu quero fazer as palavras de

V. Exª minhas também. Eu tenho certeza de que são

verdadeiras, porque V. Exª assim o faz ao longo da

sua vida.

Quero dizer que, na verdade, o Exército, a Marinha

e a Aeronáutica são as forças que dão segurança

e tranquilidade para que possamos trabalhar neste

País. Enquanto eles garantem a nossa segurança, nós

também estamos produzindo para fazer a riqueza deste

País. Essas pessoas são a síntese da cultura nacional

em termos de preservação daquilo que as nossas gerações

anteriores produziram e fizeram. Portanto, eu

tenho o maior respeito, também, pelas Forças Armadas.

Eu não sou homem que estou na caserna todos

os dias, mas acredito que eles têm grandes valores.

Tanto entre civis, quanto entre militares, tem gente

ruim e gente boa, mas acredito que as pessoas boas

das Forças Armadas são aquelas que, na verdade,

nos fazem sentir orgulho do serviço militar que prestam

a este País.

Veja V. Exª o trabalho que a Marinha faz na Antártida,

que tive oportunidade de conhecer com a Marinha.

É um trabalho espetacular, é um negócio que

vai valer daqui a 50 anos. Quando se estenderem as

fronteiras deste País para o Polo Sul e lá nós tivermos

as nossas pesquisas prontas, o Brasil vai-se orgulhar

desses militares que fizeram esse grande trabalho no

Proantar, que será motivo de um discurso meu daqui

a alguns dias, aqui.

Na verdade, é um trabalho de pesquisa que a

Marinha faz junto com as universidade do Brasil na

Antártida e que é um negócio da melhor qualidade.

Na verdade, tem de se orgulhar o Brasil e tem de se

divulgar mais isso. Aqui, concito a Marinha do Brasil a

divulgar esse trabalho que é feito na Antártida, porque

é um trabalho espetacular. Há mais de 20 anos nós

estamos lá, fazendo pesquisas em todos os sentidos

e fazendo com que a gente possa descobrir novas

riquezas naquele polo antártico, que, na verdade, é

desconhecido do homem. Os países mais adiantados

já têm suas bases lá e estão trabalhando. Portanto, é

apenas um pouco do que faz a Marinha.

O Exército, por meio de seus batalhões de construção,

que estão, também, ajudando o Brasil a crescer,

está aí, sempre, à disposição para trabalhar pelo

Brasil. Há também, sucessivamente, o trabalho que já

fez a Força Aérea Brasileira.

Portanto, são homens que, de uma forma geral,

prestam serviço com convicção. São profissionais da

democracia, são profissionais que, na verdade, botam

respeito, colocam as coisas no seu devido lugar, mas

são homens que, na verdade, merecem o respeito

deste Brasil.

V. Exª citou vários nomes deles, e a gente poderia

citar centenas aqui, mas não precisa, porque a História

já os registrou e todos nós conhecemos o trabalho

certo, o trabalho competente, o trabalho honrado que

eles fazem em prol da democracia e da segurança das

fronteiras deste Brasil.

Muito obrigado, Excelência.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/09/2009 - Página 45543