Pronunciamento de Osvaldo Sobrinho em 18/09/2009
Discurso durante a 160ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Registro o convite recebido do Conselho Nacional de Oficiais R/2 do Brasil para um encontro no Rio de Janeiro.
- Autor
- Osvaldo Sobrinho (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/MT)
- Nome completo: Osvaldo Roberto Sobrinho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
FORÇAS ARMADAS.:
- Registro o convite recebido do Conselho Nacional de Oficiais R/2 do Brasil para um encontro no Rio de Janeiro.
- Publicação
- Publicação no DSF de 19/09/2009 - Página 45543
- Assunto
- Outros > FORÇAS ARMADAS.
- Indexação
-
- REGISTRO, CONVITE, ENCONTRO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), CONSELHO, OFICIAIS, EXERCITO, DEBATE, VALORIZAÇÃO, FORÇAS ARMADAS, RENOVAÇÃO, COMPROMISSO.
- ELOGIO, TRABALHO, MARINHA, PROGRAMA ANTARTICO BRASILEIRO (PROANTAR), PESQUISA, PARCERIA, UNIVERSIDADE, BRASIL.
O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT. Pela
ordem. Sem revisão do orador.) - Ainda bem que V.
Exª é um...
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) -
É um suplente, um dos mais brilhantes suplentes. Eu
nunca vi, em tão pouco tempo, projetar-se tão rapidamente
quanto esse líder, Osvaldo Sobrinho.
O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - Eu
fico feliz de ver V. Exª presidindo este Senado, porque
é um mestre, é um professor, V. Exª nos ensina. Na
verdade, pela pouca experiência que eu tenho nesta
Casa, eu tenho de aprender muito com Mão Santa,
que é um homem...
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) -
Eu tenho muita confiança nos suplentes, ao contrário
de todos.
O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) -
Obrigado, Excelência.
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) -
Eu sei o significado disso. Fernando Henrique Cardoso
adentrou aqui como suplente de Franco Montoro e é,
hoje, o maior estadista deste País.
O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - Indiscutivelmente.
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) -
Então, V. Exª já tem essa avenida.
O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - Estou
muito longe de sê-lo; mas, obrigado pela referência,
Excelência.
Quero, somente, comunicar à Casa um convite
que nos veio do Conselho Nacional de Oficiais R/2 do
Brasil. Acho que V. Exª faz parte do R/2; todos nós,
profissionais, tivemos a oportunidade de passar pelas
fileiras do Exército para sermos oficiais temporários.
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) -
Eu sou Oficial da Reserva, CPOR.
O Sr. Osvaldo Sobrinho (PTB - MT) - Eu
também.
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI)
- Pena que é não remunerado.
O Sr. Osvaldo Sobrinho (PTB - MT) - Eu
sou R/2.
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) -
Eu acho que foi a formação e o período mais importante
da minha vida. Lá eu aprendi disciplina, hierarquia
e a respeitar a bandeira, que sintetiza a Constituição:
“Ordem e Progresso”.
O Sr. Osvaldo Sobrinho (PTB - MT) - V.
Exª falou, na verdade, o que o meu coração está repleto
para falar agora. Na verdade, é isto também. Para
mim, o que mais marcou na minha vida toda foi quando
eu fui Oficial da Reserva do Exército. Eu fui Infante e
sou Tenente R/2. Portanto, faço parte da Associação
do Conselho Nacional de Oficiais R/2 do Brasil. E nós
temos, aí, uma Reserva espetacular de homens que
foram formados nas fileiras, homens com disciplina, homens
que sabem o que é hierarquia, pessoas que, na
verdade, sabem dos seus deveres para com a Pátria,
pessoas que, verdadeiramente, ficaram preparadas
para, no momento em que a Pátria chamar, estarem
presentes nesta luta. Portanto, esses companheiros, os
R/2, sempre se reúnem no Brasil em algumas cidades.
Neste ano, será na cidade do Rio de Janeiro, do dia
13 ao dia 17 de outubro, quando nós teremos, no Rio
de Janeiro, o Enorex, que irá reunir todos os Oficiais
R/2 do Brasil. Assuntos importantes serão tratados e,
logicamente, nós renovaremos lá o nosso compromisso
com a Nação em termos de estarmos sempre atualizados
com relação ao que as Forças Armadas pregam e
àquilo para com o qual nós, também, temos obrigação,
porque a Pátria é nossa, e não só deles. O militar está
apenas fazendo, ali, uma escola para preparar novos
cidadãos para o Brasil, mas todos nós temos a mesma
responsabilidade que eles, porque esta Pátria é nossa
e cabe a nós todos, quando juramos, aqui, ser Senadores
ou quando nos tornamos cidadãos de maior idade,
defender a Pátria em todos os sentidos.
Portanto, esses oficiais da reserva se reúnem
para, na verdade, continuar fazendo a sua profissão de
fé pelo Brasil e, evidentemente, sempre se atualizando
para estarem sempre preparados para essa missão.
Portanto, quero, aqui, parabenizar os organizadores
desse evento e dizer que estaremos presentes,
nos dias 13 a 17 de outubro, no Rio de Janeiro, para
também participar desse grande evento que é, indiscutivelmente,
apoiado pelo Departamento de Educação
e Cultura do Exército e, também, pela Diretoria de
Formação e Aperfeiçoamento, onde temos o General
Montezuma, General de Divisão, que coordena esse
trabalho.
Portanto, a todos os R/2 do Brasil que vão estar
nesse encontro queremos mandar o nosso abraço
fraternal, amigo.
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) -
Qual será a data?
O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - Será
do dia 13 ao dia 17 de outubro deste ano.
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) -
De 13 a 17 de outubro. Então, vamos pedir ao Presidente
Sarney - V. Exª tem a missão, eu estou presidindo,
de ver quais são os R/2, oficiais da reserva - que faça
uma comissão, e já designo V. Exª para ser seu líder.
Eu quero ser liderado por V. Exª.
O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - Muito
obrigado. Sinto-me honrado pela deferência de V.
Exª. Somente uma alma nobre como a sua daria uma
oportunidade dessas.
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI)
- Pois é, V. Exª vai fazer o trabalho de ver quem, realmente,
teve o privilégio de fazer o CPOR.
O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - Muito
obrigado, Excelência. Muito obrigado, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) -
Eu gostaria de acompanhá-lo. Vou, junto à Mesa Diretora,
defender essa missão que V. Exª vai cumprir.
O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - O
que será uma grande honra para mim e, evidentemente,
vai engrandecer muito, ricamente, o meu currículo. Muito
obrigado pela bondade de V. Exª nesse sentido.
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) -
Isso foi muito oportuno justamente hoje, quando nós
assistimos, aqui, a Zambiasi rendendo homenagem à
comemoração que o gaúcho faz pela Revolução Farroupilha.
Mesmo os gaúchos tendo sido derrotados,
ela trouxe uma mensagem, ela que foi a precursora
da República e da liberdade dos negros.
O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) -
Sem dúvida.
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI)
- E nós temos de nos vangloriar das Forças Armadas
que temos. Sempre foram extraordinárias. Eles fizeram
a República, Deodoro e Floriano, e mesmo no regime
ditatorial, eu digo aqui, eu como pai da Pátria, tem
muita conversa fiada. O homem é o homem e suas
circunstâncias.
Eu quero dizer que conheci pessoalmente o Presidente
Castello Branco, no Ceará - eu me formei no
Ceará -, eu conheci pessoalmente o Presidente Geisel,
eu conheci pessoalmente o João Figueiredo - inclusive,
ele ia ao Piauí e o Governador do Piauí, numa
austeridade, convidava-o para almoçar e não tomava
uns uísques, mas eu fazia companhia a João Baptista
Figueiredo, homem de bem. In vino veritas. Eu vi.
Esses homens trouxeram grande desenvolvimento a
este País, grande, na comunicação, e tal.
Eu vou sintetizar, porque nós estamos aqui, é
nosso dever, no Senado da República. Nós temos de
ser os pais da Pátria, esse é o sentido.
Eu advirto o Presidente Luiz Inácio: Pedro II, que
governou este País por 49 anos, deixava a coroa e o
cetro na antessala e vinha ouvir os Senadores. Por
isso ele conseguiu essa unidade no País.
Dessa grandeza que V. Exª traz em pouco tempo,
numa homenagem às Forças Armadas, ao Exército,
nós, que convivemos, sabemos a importância.
Eu resumiria no seguinte, em três ensinamentos
que eu trago à Pátria. Nós somos os pais da Pátria.
Todos eles. Da Marinha, bastava um que gravasse
na mente da nossa mocidade: Barroso. “O Brasil
espera que cada um cumpra o seu dever”.
Eduardo Gomes combateu a primeira ditadura civil
de Vargas. Ditadura nenhuma é boa, está ali o livro
Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos. Mesmo
Vargas sendo bom, sendo um estadista, Eduardo Gomes
disse que isso é muito inoportuno. Isso me inspirou.
Isso inspira o Senado a garantir a democracia.
Esse Brasil ficou na democracia. Vai ter eleições? Só
foi o Senado. Todas as outras instituições fraquejaram.
Aqui, não. Nós fomos altivos.
Bem aí, o Chávez fechou o Senado. Deu no que
deu. O regime de Cuba se alastrou pelo Equador, pela
Bolívia, pelo Paraguai, pela Nicarágua. Já deve muito
a Pátria a nós. O Brasil só tem a democracia, hoje,
pelo Senado. É só por isso que tem essa campanha
negativa. Senão, nós seríamos iguais a Cuba. De democracia
nós entendemos, e entendemos bem: é divisão
de poder e alternância de poder.
E, aqui, nós não deixamos o Presidente da República
indicar o seu candidato, o meu amigo pessoal,
Tião Viana. Não tenho nada contra ele, apenas convicção
de que tínhamos de dividir o poder.
O poder do Presidente da República foi merecedor,
ele ganhou as eleições. Para o do Judiciário,
num erro que nós vivemos, ele já nomeou nove, e
não existe isso no mundo. O poder, ele não teve culpa,
com oito anos, mas é um fato, se ele tivesse aqui,
tinha os três poderes. Seria um Mussolini, um Hitler,
e nós combatendo.
Então, Eduardo Gomes nos ensinou. Ele disse
que o preço da liberdade democrática é a eterna vigilância.
Nós fomos vigilantes, por isso eu me orgulho
deste, que é o melhor Senado da história da República.
Não tinha, não. Ele estava igualzinho a Cuba. Todos os
outros foram ligeirinho. O Chávez fechou e aqui, não.
Nós somos bravos.
E o Caxias. Hoje, nós não vimos a comemoração,
pelo Zambiasi, da Revolução Farroupilha? Caxias, que
representou o Império, foi lá, venceu e não humilhou
os vencidos.
Então, bastariam esses ensinamentos, desses
três, e nós sabemos que todos os outros - todos os
outros - merecem o nosso respeito, a nossa admiração
e a nossa gratidão por defenderem a Bandeira,
que diz: Ordem e Progresso.
O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - Sem
dúvida. Para encerrar, eu quero fazer as palavras de
V. Exª minhas também. Eu tenho certeza de que são
verdadeiras, porque V. Exª assim o faz ao longo da
sua vida.
Quero dizer que, na verdade, o Exército, a Marinha
e a Aeronáutica são as forças que dão segurança
e tranquilidade para que possamos trabalhar neste
País. Enquanto eles garantem a nossa segurança, nós
também estamos produzindo para fazer a riqueza deste
País. Essas pessoas são a síntese da cultura nacional
em termos de preservação daquilo que as nossas gerações
anteriores produziram e fizeram. Portanto, eu
tenho o maior respeito, também, pelas Forças Armadas.
Eu não sou homem que estou na caserna todos
os dias, mas acredito que eles têm grandes valores.
Tanto entre civis, quanto entre militares, tem gente
ruim e gente boa, mas acredito que as pessoas boas
das Forças Armadas são aquelas que, na verdade,
nos fazem sentir orgulho do serviço militar que prestam
a este País.
Veja V. Exª o trabalho que a Marinha faz na Antártida,
que tive oportunidade de conhecer com a Marinha.
É um trabalho espetacular, é um negócio que
vai valer daqui a 50 anos. Quando se estenderem as
fronteiras deste País para o Polo Sul e lá nós tivermos
as nossas pesquisas prontas, o Brasil vai-se orgulhar
desses militares que fizeram esse grande trabalho no
Proantar, que será motivo de um discurso meu daqui
a alguns dias, aqui.
Na verdade, é um trabalho de pesquisa que a
Marinha faz junto com as universidade do Brasil na
Antártida e que é um negócio da melhor qualidade.
Na verdade, tem de se orgulhar o Brasil e tem de se
divulgar mais isso. Aqui, concito a Marinha do Brasil a
divulgar esse trabalho que é feito na Antártida, porque
é um trabalho espetacular. Há mais de 20 anos nós
estamos lá, fazendo pesquisas em todos os sentidos
e fazendo com que a gente possa descobrir novas
riquezas naquele polo antártico, que, na verdade, é
desconhecido do homem. Os países mais adiantados
já têm suas bases lá e estão trabalhando. Portanto, é
apenas um pouco do que faz a Marinha.
O Exército, por meio de seus batalhões de construção,
que estão, também, ajudando o Brasil a crescer,
está aí, sempre, à disposição para trabalhar pelo
Brasil. Há também, sucessivamente, o trabalho que já
fez a Força Aérea Brasileira.
Portanto, são homens que, de uma forma geral,
prestam serviço com convicção. São profissionais da
democracia, são profissionais que, na verdade, botam
respeito, colocam as coisas no seu devido lugar, mas
são homens que, na verdade, merecem o respeito
deste Brasil.
V. Exª citou vários nomes deles, e a gente poderia
citar centenas aqui, mas não precisa, porque a História
já os registrou e todos nós conhecemos o trabalho
certo, o trabalho competente, o trabalho honrado que
eles fazem em prol da democracia e da segurança das
fronteiras deste Brasil.
Muito obrigado, Excelência.