Discurso durante a 174ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Manifestação em defesa da escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Críticas ao governo do Estado do Piauí. Leitura de artigo do jornalista Zózimo Tavares, intitulado "Com propaganda de prosperidade governo atola Piauí em dívidas".

Autor
Mão Santa (PSC - Partido Social Cristão/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESPORTE. ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Manifestação em defesa da escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Críticas ao governo do Estado do Piauí. Leitura de artigo do jornalista Zózimo Tavares, intitulado "Com propaganda de prosperidade governo atola Piauí em dívidas".
Publicação
Publicação no DSF de 03/10/2009 - Página 49241
Assunto
Outros > ESPORTE. ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • DEFESA, ESCOLHA, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), SEDE, OLIMPIADAS, IMPORTANCIA, VITORIA, BRASIL, REALIZAÇÃO, CAMPEONATO MUNDIAL, FUTEBOL, EXPECTATIVA, EMPENHO, GOVERNO, PREPARAÇÃO, ESPECIFICAÇÃO, SEGURANÇA PUBLICA.
  • CRITICA, GOVERNADOR, ESTADO DO PIAUI (PI), AUSENCIA, CONCLUSÃO, OBRAS, RELEVANCIA, REGIÃO.
  • COMENTARIO, LEITURA, ARTIGO DE IMPRENSA, AUTORIA, JORNALISTA, ESTADO DO PIAUI (PI), DENUNCIA, CRISE, FINANÇAS, GOVERNO ESTADUAL, EXCESSO, DIVIDA, EMPRESTIMO, AMEAÇA, IMPOSSIBILIDADE, PAGAMENTO, DECIMO TERCEIRO SALARIO, SIMULTANEIDADE, PROPAGANDA, PROGRESSO.

                          SENADO FEDERAL SF -

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            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Mário Couto, Parlamentares da Casa, brasileiras e brasileiros aqui presentes e que nos assistem pelo fabuloso sistema de comunicação do Senado, esta sessão é transmitida pela TV Senado, pela rádio AM, FM e ondas curtas e depois reproduzida nos jornais do Senado, o diário, o semanário, a agência de notícias. Esse conjunto faz deste Senado uma das maiores instituições do mundo em defesa da democracia.

            A democracia que nós vivemos se deve unicamente ao Senado da República. Não há duas instituições no País que salvaguardam a democracia. Aí está o exemplo bem próximo. Esse nosso regime, Mário Couto, foi trazido por Rui Barbosa, que, sofrendo o exílio no início da República de Marechal Floriano Peixoto, Marechal de Ferro, foi residir na Inglaterra e, lá, viu a beleza da democracia, mesmo monárquica, com o seu regime bicameral. Lá é a Casa de Lordes, que significa o Senado, e a Câmara dos Comuns, a Câmara dos Deputados. E viu também como se construía um regime presidencialista democrático, bicameral, nos Estados Unidos da América.

            Nós somos isso. A nossa estrutura política, graças a Rui Barbosa, graças a este Senado, não tem nada a ver com a filosofia política de Cuba, de Fidel Castro, 50 anos no poder, com arbitrariedades, com a filosofia política do seu discípulo Chávez, que teve ontem rechaçada, neste Senado, sua entrada no Mercosul, por um parecer corajoso e competente do Senador Tasso Jereissati. É isso. Não tem nada a ver com o regime do Equador, do menino Correa. Não tem nada a ver com o regime da Bolívia, do índio Morales; nada a ver com o regime do Paraguai, do padre reprodutor; nada a ver com o regime da Nicarágua e agora com a confusão de Honduras.

            Este Senado, sabiamente, não deixamos que se imiscuísse naquela problemática. Quando eu ressaltava que deveríamos, primeiro, ler e estudarmos a constituição de Honduras antes de mandarmos uma comissão, dirigida por um Senador vocacionado para aquele problema, que seria o Senador Arthur Virgílio, a Câmara dos Deputados procedeu assim. Em boa hora, impedi que aquele fajuto documento fosse aprovado, que mostraria pequenez intelectual desta Casa.

            Mas é esta Casa que aqui está. E aqui já vimos passar Pedro Simon, com um belo pronunciamento sobre o momento universal das conquistas dos Jogos Olímpicos.

            Mário Couto, entendo, e entendo bem: basta dizer que Cícero já dizia, no parlamento italiano: “Mens sana in corpore sano”. Esta é a beleza do esporte, “mente sã em corpo são”.

            As Olimpíadas, as suas conquistas visam a isto, ou seja, aperfeiçoar, aprimorar e enriquecer aquilo que foi mais importante, o presente de Deus, o nosso corpo. É isso. E sabemos que o esporte, muito mais do que uma sala de aula, educa. Além de aprimorar o corpo, aperfeiçoando essa riqueza que torna-nos todos iguais e filhos de Deus, pelo corpo que possuímos, sem dúvida nenhuma, há o lado educativo dos esportes. Vê-se que ninguém ganha sozinho. Precisamos de companheiros, precisamos formar uma equipe. No esporte, vê-se que existem, como na vida, revezes, vitórias e derrotas. Mas, depois de uma derrota, que não venha o desespero, que venha mais esforço, mais treino, mais afinco, mais amor para a consecução da vitória. Isso o esporte nos ensina. O esporte nos ensina muito mais. Lá, há regras, há leis, há juízes, como na vida social.

            Então, essa é a beleza do esporte; essa é a beleza dos povos civilizados, com que temos a ver. Temos a ver com a cultura ocidental de Atenas, da Grécia; temos a ver com o renascimento da Itália no mundo, com a Revolução Francesa, “liberdade, igualdade e fraternidade”. Temos a ver com a revolução industrial da Inglaterra. Temos a ver com o nascimento da democracia lá, tão bem dissertada por John Locke. É a força do Parlamento, que eles só abriram como uma imposição aos reis. Eles que tinham credibilidade, como nós que temos credibilidade nesta Pátria. Eles diziam que reabririam - Carlos I -, porque estavam precisando de dinheiro, para enfrentar uma guerra contra a Irlanda e a Escócia, mas jamais o rei estaria acima da lei. Essa é a beleza da nossa cultura, daí conquistarmos, lutarmos para conquistarmos os Jogos Olímpicos. Muito bom.

            E eu daria, Mário Couto, um testemunho de quanto isso significa para o Brasil. O ano de 1950 foi um ano santo, foi muito importante, mas me lembro, lá na minha Parnaíba, da tristeza. O Brasil parado, pegavam-se por rádios as transmissões dos jogos esportivos. O Brasil embalado no seu futebol. Vou relembrar àqueles que viveram aquele momento de grandeza nacional e internacional, o Brasil se firmando no esporte. O Brasil ganhava de todos os adversários, por lavagem, por goleada, de todos, todos. No último jogo, com o nosso pequeno e vizinho Uruguai, o Brasil parou; o Brasil ficou mudo; o Brasil se entristeceu; o Brasil ficou de luto: Uruguai 2 a 1, gol de Gigghia. Ainda não esqueço a tristeza.

            Mas não sei, ô Mário Couto, se é porque meu nome é Francisco, o do santo que disse “Onde houver tristeza, busque a alegria”, menino, torcendo pelo Brasil como todos os brasileiros e brasileiras, crianças que hoje recordo, fui buscar essa alegria no meu Fluminense. O Fluminense sagrara-se, então, campeão do Rio de Janeiro. E o time era: Castilho; Píndaro e Pinheiro; Jair, Edson e Bigode; Telê, Didi, Carlyle; Orlando e Quincas. Veludo era o reserva. Então, o time do Brasil que perdeu a finalista, mas que foi o segundo lugar deu grandeza, despertou o esporte, o futebol no Brasil. E, irradiando-se, outras grandezas esportivas. Hoje, estamos lutando, para vencer e conseguir aqui os Jogos Olímpicos. Responsavelmente, como conquistamos a Copa do Mundo, 64 anos depois. Depois do Maracanã, do Brasil vice-campeão do mundo, o time de 50, segundo lugar, Mário Couto... Você já estava nascido em 50, Mário Couto? Já? Você nasceu em que ano, Mário Couto?

            O SR. PRESIDENTE (Mário Couto. PSDB - PA) - Em 1946.

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Quarenta e seis... Tinha quatro anos. Ouviu o pai contar, a mãe contar.

            Barbosa; Castilho - era o reserva do meu Fluminense -; Augusto; Ely; Juvenal; Nena; Newton Santos; Bauer; Bigode; Danilo; Noronha; Rui; Adãozinho; Ademir, o goleador Ademir - foi o goleador da Copa -; Alfredo II; Baltasar, o grande Baltasar; Chico; Friaça; Jair; Maneca; Rodrigues; Zizinho; e o técnico era o Costa.

            Mas torcemos para que o Brasil, em 2016, ganhe os Jogos Olímpicos, já que a nossa cultura nasceu da cultura grega, da civilização da política - da política por Aristóteles e Platão, da sabedoria por Sócrates, da minha Medicina por Hipócrates, da Farmácia pelo conhecimento de Galeno. Essa é a nossa formação cultural, a que chega até nós. Nós torcemos para que cheguem os Jogos Olímpicos, que nasceram lá na Grécia, na Esparta, nas Atenas. Nós torcemos, mas também para que o Governo tenha responsabilidade. O Governo não pode fazer disso um ato de irresponsabilidade. Elas têm que acontecer aqui, como Eurico Gaspar Dutra promoveu com austeridade, há 64 anos atrás, a Copa do Mundo. Nós não podemos fazer disso um jogo político, um voltar ao governo do passado: caiu Roma, porque os governantes tinham o slogan “governar é fácil: é dar pão e circo para o povo”.

            Atentai bem, eles conquistaram, mas, junto com essa conquista, vem a responsabilidade do Governo. Não podemos esquecer os nossos problemas. Não podemos esquecer que muito mais importante do que os atletas são os nossos velhinhos aposentados, que estão endividados, enganados e assaltados por esse sistema previdenciário que os enganou.

            Muito mais importante do que isso é a segurança pública - e aqui adentra Magno Malta -, que teremos de oferecer. O mínimo que o Governo tem que dar é segurança à vida, à liberdade, à propriedade. Muito mais são perspectivas de estudo com ética, porque o estudo é que leva à sabedoria, que está no Livro de Deus - agora sou um membro do PSC, do Partido Cristão. E sabedoria vale mais do que ouro e prata. É isso. Muito mais são as nossas preocupações quando o País nega trabalho a todos os brasileiros. Como diz Rui Barbosa, o trabalho é que tem que ter primazia, e o trabalhador, porque vem antes e é quem faz as riquezas.

            Então, eu queria que viesse a Copa do Mundo, que viessem as Olimpíadas, mas que elas fossem acompanhadas não da vaidade de nossos governantes, mas da responsabilidade com aquilo que estamos em deficiência: com a saúde abalada, com a falta do teto para milhares e milhões de brasileiros.

            Justamente agora em que Magno Malta assume, lembro que o nosso Partido, o Partido Cristão, dá alimentos aos que têm fome, água aos que têm sede, abrigo aos desabrigados; são aqueles que têm a tolerância e a solidariedade de não soltar os presos, mas de pelo menos visitá-los, de amparar os doentes, como o próprio Cristo fez, curando-os.

            Então, estamos aqui. E queria, neste instante, traduzir o desejo de todas as brasileiras e todos os brasileiros. Ganhemos e vamos sediar com responsabilidade a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Merecemos? Merecemos. Este País foi descoberto apenas oito anos depois dos Estados Unidos da América. Então, podemos conquistar justamente agora, quando, nessa disputa, não representamos somente o Brasil, mas a América do Sul e a América Latina, de vigorosa tradição esportiva.

            Mas, Mário Couto, queria vir aqui para dizer que vai continuar a luta. Saber quem é pior, se é a sua Governadora ou o meu Governador. Olha, Mário Couto, eu ouvi os relatos. Eu ouvi. Não me surpreendi, porque já declarei aqui, anos atrás, que votei em Luiz Inácio. Já declarei e aqui o faço como uma reza, Magno Malta: três coisas a gente só faz uma vez na vida, que são nascer, morrer e votar no PT. Você já votou, Mário Couto? Eu já votei, mas estou arrependido, e o povo do Piauí já me perdoou.

            Eu quero dizer o seguinte, Mário Couto: Heráclito Fortes trouxe um artigo de Zózimo Tavares, jornalista que está em primeiro lugar na imprensa piauiense, no qual ele revive Carlos Castello Branco, José Nery. Heráclito Fortes, há pouco, trouxe um artigo dele, em que ele denuncia o descaramento da propaganda e da mentira do Governo do Estado do Piauí - o Heráclito. E eu agora, para desbancar o Mário Couto, Zózimo Tavares revive Carlos Castello Branco, o maior dos jornalistas brasileiros, do mais difícil momento da nossa história, no período da ditadura militar, que teve coragem de escrever todas as lamentações e desejo de redemocratização do povo brasileiro na ditadura militar.

            Zózimo Tavares, de 1/10/2009 - atentai bem! Bota bem grande aí, faz de conta que é o Mercadante, do Partido dos Trabalhadores; bota na televisão. Mário Couto, olha o que diz Zózimo Tavares: “Com propaganda de prosperidade, governo atola Piauí em dívidas”. Não sou eu quem diz, é o Zózimo Tavares. Essa é a realidade. E, Zé Nery, eu gostei muito do livro do Jorge Amado - o Magno Malta é baiano; o melhor livro dele é aquele: Dona Flor e Seus Dois Maridos. O Governador do Piauí, do PT, disse que tem quatro candidatos. Ora, se para arrumar duas mulheres é complicado, a gente não consegue - eu não quero, não, só quero a Adalgisa -, como é que o homem pode ter quatro candidatos! Rapaz, ele mente, engana todo mundo, está enganando os candidatos. Eu sou mais velho, mais sofrido e represento a verdade - meu nome é Francisco. “Onde tiver o erro, leve a verdade”; a dúvida, a fé; o desespero, a esperança. Olha, Mário Couto, o homem diz que tem quatro candidatos. Ora, se a gente não consegue ter duas mulheres; eu não quero, não, mas é difícil. Mentiroso, enganando aí. Mas como é que pode? Está no Livro de Deus, mentiroso: “Ninguém pode servir a dois senhores”. Ou tu serves a um, ou a outro... Como é que tu podes, mentiroso danado, dizer que tem quatro candidatos! Ninguém pode ter nem duas mulheres, quanto mais quatro candidatos?

            Quer uma prova? A candidata do Governo, José Nery, à Presidência da República, a Dilma - aquela que ontem quis fechar o Tribunal de Contas da União porque descobriu as corrupções das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), só tem 20% no Piauí; esse José Serra, do teu partido, Mário Couto, está é com 60%. Agora, o José Nery falou que pode ser o Serra. Aí arejou o Lula. Pode ser uma boa! Mas eu estou dizendo a verdade: quatro.

            Mas olhe o que diz o Zózimo Tavares - eu vi, é muito contundente. O Heráclito, de quem me socorro, disse que, em seu artigo, o Zózimo criticava as mentiras, as obras. Mas ainda faltou aqui, Zózimo! O homem disse que ia fazer cinco hidrelétricas. Cinco! Rapaz, o homem quando mente é de muito: são quatro candidatos, tem cinco hidrelétricas. Cinco hidrelétricas! Não terminou, e a que existe é incompleta. Ô Magno Malta, nós temos a Barragem de Boa Esperança. Falta a eclusa; por isso, o rio Parnaíba não é navegável.

            O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco/PR - ES. Fora do microfone.) - Eu já fui à Parnaíba, rapaz. Esqueceu?

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Eu sei. E adorou os mares calientes, o sol que nos tosta o ano inteiro, o vento que nos acaricia, os verdes mares bravios, os rios que nos abraçam, cem lagoas, e o melhor é a gente piauiense, a melhor gente do mundo. O Magno Malta foi e vai voltar. Mar caliente! Ali, eu o vi feliz, com a família, tomando água de coco, o ventinho, na Praia do Coqueiro.

            Então, está ouvindo, Mário Couto? Eu sei que ali foi muito grave, ali é muito grave. Mas eu me socorro do discurso do Heráclito, que diz: e as cinco hidrelétricas? Nenhuma! Disse que ia inaugurar o porto. Não tem nada, só o menino. A ferrovia...

            Olha, olha, olha aí. Alberto Silva, que foi para o céu, foi enganado. Quem está livre de ser enganado, Magno Malta? Alberto Silva estava aqui. Disseram que iam terminar o trem de Parnaíba para Teresina. Sessenta dias, o Governador mentiroso do Partido dos Trabalhadores, Magno Malta, disse que era para Parnaíba, para lá, para a praia de Luís Correia; quatro meses para Teresina. E o nosso bom velhinho Alberto Silva, por amor, era engenheiro ferroviário, foi diretor da estrada de ferro, levou a primeira locomotiva, tinha que estar livre de ser enganado, Magno Malta. O Alberto Silva apoiou, nos deixou e foi para o céu porque não podia ver essa tristeza. Nem um dormente. Sabe o que é dormente, Mário Couto? Vem cá, socorra aqui. É aquele pau que segura os trilhos. Eles trocaram. E disseram para o homem que iriam fazer a estrada de ferro. O homem já foi para o céu, eu sei. Esse sofrimento que ele teve de ter sido enganado, na certa fez com que conquistasse um lugar melhor no reino do céu. Aqui está o que Tiago disse. Eu sou do PSC, do Partido Cristão. Essa é a filosofia. “A fé sem obras já nasce morta”. A fé de Alberto Silva é com obras.

            Então, Magno Malta, ele foi. Já pensou o sofrimento de Alberto Silva ao se entregar ao PT? Eu entendo. Foi porque disseram que em sessenta dias, Parnaíba, Luís Correia e em quatro meses, Parnaíba e Teresina. Nenhum dormente. Vai mentir, Governador! O Alberto Silva, lá em cima agora, vai dizer que você o enganou.

            É o seguinte, só para terminar, vou ler o que escreveu Zózimo, o melhor jornalista do Piauí, o mais sério, o mais acreditado. Manchete: “Com propaganda de prosperidade, governo atola Piauí em dívidas”. Ô, José Nery, tu sabes que eu gosto, o melhor estado é liso. Quando eu estou liso, eu estou feliz. Não estou devendo a ninguém. Mas dívida é a escravidão da vida moderna. Abraham Lincoln disse: “Não baseie sua prosperidade em dinheiro emprestado”. Isso aqui é a escravidão, José Nery, da vida moderna. O homem endividou todo o Piauí. O Luiz Inácio, uma vez, chegou para mim e disse: “Tome conta do meu menino”. Mas, Magno Malta, no menino nem a Febem dá jeito. É travesso, é mentiroso. Eu já disse isso, o Alberto Silva já foi para o céu, já sofreu. O Luiz Inácio passou a mão: “Mão Santa, tome conta do menino”. Luiz Inácio, teu menino é travesso, mentiroso. Ele não dá, não.

O Brasil enfrentou a crise econômica mundial tirando recursos dos Estados e dos Municípios. Isso ocorreu quando reduziu o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos automóveis e dos eletrodomésticos da chamada linha branca (geladeiras, lavadeiras, etc.). Como se sabe, o IPI é um item importante na composição dos Estados e dos Municípios”.

            Estou lendo o artigo do jornalista Zózimo Tavares, o mais conceituado do Piauí e talvez do Brasil, com toda certeza.

Passada a crise, o Governo Federal começa a cuidar dos efeitos colaterais de suas medidas. Como, com a perda de receitas, os Estados e Municípios ficaram em situação calamitosa, o governo começa a repor as perdas sofridas durante a crise. Os Municípios estão recebendo uma diferença de R$1 bilhão. Os Estados precisarão de, no mínimo, R$4 bilhões”.

            Atentai bem, Magno. O jornalista, responsável.

O governador Wellington Dias revelou, em seu programa semanal “Conversando com o Governador”, que o Ministério da Fazenda propôs resolver a crise dos Estados através de empréstimos. O governador do Piauí se posicionou contra. E justificou: o Estado não tem mais condição de se endividar.

            Já se endividou todo, menino! Não tem, não pode... Tem de arrumar uma moeda nova para circular lá!

            E tem outra matéria que diz o seguinte - olha aí, bota grande -: “Empresas evitam assinar contratos com o Governo”. Rapaz! O homem é caloteiro, engana, está devendo para todo mundo. Só ao pai do Senador João Vicente, ele deve o Piauí todo; se juntar o Maranhão e o Ceará, não dá para pagar. É, tirou os negócios do Estado... Está aqui, olha aqui, pode ler. É grande, olha o artigo aqui de Luciano Coelho, um repórter político, provando que empresas não querem, fogem como o diabo da cruz, porque o homem... Foram oferecer agora. Normal, né! Não é uma maneira? Embora o Abraham Lincoln tenha dito: “Não baseie sua prosperidade com dinheiro emprestado”.

            E aí Zózimo disse que o Estado não tem mais condição de se endividar - já tirou tudo, já endividou tudo, já gastou tudo. “Em outras palavras, o Piauí chegou ao limite de sua capacidade de endividamento no atual governo.” Não havia isso. Podíamos até dizer que éramos pobres, mas pobres de vergonha. Com todos os governantes - não foi comigo não -, todos, não tinha esse negócio de dívida não; era Petrônio Portella, Alberto Silva, Dirceu - morreu aqui no primeiro -, Lucídio Portella - austeridade -, Freitas Neto. “Só este ano, o Governo do Estado está tomando emprestado quase R$ 1 bilhão.” Olha aí, Magno Malta: R$1 bilhão é o que o Luiz Inácio vai dar para todos os Municípios. Olha aí, presta atenção: R$1 bilhão, que nós votamos, para todos os Municípios; só ele já tirou R$1 bilhão...

            O filho do Luiz Inácio era... “Tome conta do meu menino...”. Não dá, ele tinha de ter passado vinte anos na Febem e ainda saía... Olha aí, R$1 bilhão ele já tinha tirado...

            Está aqui, este é o Zózimo:

[...] A situação é preocupante, pois o governo alardeia, quase que semanalmente, que estão vindo milhões e mais milhões de Brasília para o Piauí [mente, todo dia diz que vai chegar], como se o Governo Federal estivesse injetando recursos no Estado.

Se isso estivesse acontecendo, que necessidade o Piauí teria de se endividar como está fazendo? Esta semana, o secretário de Fazenda, Antônio Neto...

            Antônio Neto é um homem de bem, é um candidato do PT, é decente, é honrado e é honesto. É o menino lá que é travesso; faltou-lhe apanhar quando menino. Meu pai pegava o cinto e dizia: “Quem mente rouba! Quem mente rouba!”. Faltaram uns anos de Febem para o Governador do Piauí. Olha aí: Antônio Neto é um homem de bem, candidato... Olha como eu sou justo: ele é do PT, ele já foi candidato a Governador do Estado...

Esta semana, o secretário de Fazenda, Antônio Neto, revelou que a crise financeira do Estado ainda não passou e que ela ameaça o pagamento do 13º salário [eu não disse? Vejam como o Secretário de Fazenda é honrado!]. Isso tudo é preocupante. Enquanto propaganda prosperidade, o Governo do Piauí atola o Estado em dívidas.

            Repeti aí, como refrão - você, que é músico, sabe que existe o refrão. Lá, no Piauí, estão cantando: “um milhão de amigos, que eu tenho, e vou ter um milhão de votos”. É aquela música do Roberto Carlos. Quero Roberto Carlos cantando, Pelé fazendo gol, eu operando, e Dom Hélder celebrando. Então, a turma associou e canta essa música que fala de um milhão de amigos. Quando eu chego num baile, num casamento, os músicos já a tocam. Canta aí, Mário Couto, porque eu não sei cantar. Deus não me deu esse dom que deu a V. Exª. O dom da música é muito maior do que o da oratória.

            “Jesus é meu pastor e nada me faltará.” Isso é um samba de Davi dedilhando sua harpa. Que coisa bonita!

            Então, vamos ao refrão: “Enquanto propagandeia prosperidade, o Governo do Piauí atola o Estado em dívidas”.

            Essas são as minhas palavras.

            Ó Deus, ó Deus, ó Luiz Inácio, ó Luiz Inácio, o seu menino fez muito mal para o Piauí! Nós apelamos para a sensibilidade do Presidente da República.

            Era o que tinha a dizer. Agradeço pelo tempo que me foi dado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/10/2009 - Página 49241