Pronunciamento de Antonio Carlos Júnior em 07/10/2009
Discurso durante a 177ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Considerações sobre o aumento desmedido dos gastos públicos. A elevação da criminalidade na Bahia. (como Lider)
- Autor
- Antonio Carlos Júnior (DEM - Democratas/BA)
- Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães Júnior
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
ESTADO DA BAHIA (BA), GOVERNO ESTADUAL.:
- Considerações sobre o aumento desmedido dos gastos públicos. A elevação da criminalidade na Bahia. (como Lider)
- Publicação
- Publicação no DSF de 08/10/2009 - Página 50287
- Assunto
- Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. ESTADO DA BAHIA (BA), GOVERNO ESTADUAL.
- Indexação
-
- REITERAÇÃO, DENUNCIA, EXCESSO, AUMENTO, GASTOS PUBLICOS, SIMULTANEIDADE, FALTA, SEGURANÇA PUBLICA, ESTADO DA BAHIA (BA), INCOMPETENCIA, OMISSÃO, GOVERNO ESTADUAL.
- PROTESTO, FALTA, PLANEJAMENTO, PRIORIDADE, GASTOS PUBLICOS, PERDA, OPORTUNIDADE, ESTRUTURAÇÃO, INFRAESTRUTURA, DESENVOLVIMENTO, ABANDONO, PROJETO, FONTE ALTERNATIVA DE ENERGIA, ESPECIFICAÇÃO, MAMONA, IRREGULARIDADE, FINANCIAMENTO, CONFEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES NA AGRICULTURA (CONTAG), SEM-TERRA, CRITERIOS, POLITICA PARTIDARIA.
- GRAVIDADE, SITUAÇÃO, ESTADO DA BAHIA (BA), REDUÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO, PERDA, INVESTIMENTO, INDUSTRIA, EFEITO, AUMENTO, CRIME, SUPERIORIDADE, TAXAS, HOMICIDIO, CAPITAL DE ESTADO, OCORRENCIA, VIOLENCIA, INCENDIO, ONIBUS, POSTO POLICIAL, NEGLIGENCIA, APLICAÇÃO DE RECURSOS, PROGRAMA NACIONAL, SEGURANÇA PUBLICA, QUADRO DE PESSOAL, APARELHAMENTO, DELEGACIA, INCLUSÃO, ATENDIMENTO, INTERIOR.
SENADO FEDERAL SF -
SECRETARIA-GERAL DA MESA SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA |
O SR. ANTONIO CARLOS JÚNIOR (DEM - BA. Pela Liderança do DEM. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, dois assuntos me trazem à tribuna; dois assuntos que estão relacionados e que, infelizmente, têm sido recorrentes.
O primeiro deles é o aumento desmedido dos gastos públicos, prática temerária do Governo e que, constantemente, venho denunciando desta tribuna.
O segundo assunto que pretendo tratar refere-se à insegurança que vem assombrando a Bahia cada vez mais, agravada pela inoperância e pela incompetência do Governo do Estado.
O telespectador da TV Senado que me assiste agora pode estar se perguntando: como é que o aumento dos gastos públicos do Governo Federal pode estar relacionado com a segurança pública na Bahia?
Podemos dizer que tudo se resume em saber gastar.
Este Governo não sabe gastar, porque gasta muito e faz isso de forma desordenada, sem planejamento, sem prioridades, muitas vezes inchando ainda mais a máquina pública e, com isso, alimentando e engordando sua própria ineficiência. E o pior é que o Governo não esboça nenhum movimento no sentido de diminuir esses gastos. Pelo contrário.
Enquanto os países desenvolvidos dirigem seus gastos de forma a promover mudanças estruturais e de infraestrutura, no Brasil, o Programa de Aceleração do Crescimento, apresentando ao País como um plano estruturado de investimentos em infraestrutura, não consegue sair do papel, para desânimo da “mãe do PAC”, a Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
A desordem e a falta de planejamento estratégico ficam evidentes, por exemplo, quando o Governo cai de amores pelas reservas de petróleo do pré-sal e se esquece de sua antiga paixão: a produção de combustíveis alternativos, em especial, o etanol.
Outro exemplo da imprevidência deste Governo, também no campo da energia, é o natimorto projeto de produção de mamona par fins combustíveis, que, de salvação da lavoura, anunciada com pompa e circunstância, transformou-se em mero escoadouro de recursos públicos para movimentos sociais como o MST e a Contag.
Nesse caso, aliaram-se a disposição atávica deste Governo em desperdiçar dinheiro e a sua compulsão irrefreável em financiar, com dinheiro público, movimentos sociais sabidamente ligados a partidos políticos.
Senhores, inúmeras vezes afirmei e demonstrei, com dados, que o Governo Federal gasta muito e gasta mal.
Pois o mesmo ocorre na Bahia, em que o Governador Jaques Wagner desperdiça recursos, mas deixa de atender a áreas que deveriam ser prioritárias.
Antes do Governo do PT, durante os Governos de Antonio Carlos Magalhães, Paulo Souto e César Borges, a Bahia se destacava pelo turismo, pelo crescimento econômico, com a instalação de várias plantas industriais. Em síntese, a economia baiana liderava a região.
Hoje, nosso Estado cresce menos que a média do Nordeste e perde investimentos para os vizinhos.
As consequências dessa estagnação, além, claro, do desemprego, aparecem no aumento acentuado da criminalidade, que se alastra por todo o Estado.
A taxa de homicídios de Salvador não para de crescer e já é o dobro da verificada no Rio de Janeiro.
Há menos de um mês, nossa Capital vivenciou cenas de violência, vandalismo, como nunca vira antes: atentados contra postos e viaturas policiais, ônibus incendiados, toques de recolher ditados por gangues de traficantes.
No interior do Estado, delegacias vazias por falta de efetivo e recursos funcionam precariamente.
Vejam os senhores: a Bahia possui a maior malha rodoviária federal, com mais de seis mil e quinhentos quilômetros de extensão, e, para fiscalizá-los, a Polícia Rodoviária Federal não dispõe sequer de um helicóptero.
Para fiscalizar esses, repito, seis mil e quinhentos quilômetros, a Polícia Rodoviária conta com apenas 26 postos, 10 delegacias e 461 policiais, distribuídos entre atividades de campo e também na burocracia. Em 10 anos, o efetivo da Polícia Rodoviária na Bahia diminuiu em 10%.
Alguém há de dizer: “Ah, mas faltam recursos!”.
Ora, se faltam recursos, então, como explicar que a Bahia tenha utilizado, em 2008, menos de 30% da verba do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) recebida pelo Ministério da Justiça?
Tanto essa letargia é inaceitável que, agora, o Ministério da Justiça decidiu suspender o repasse de verbas do Programa.
Pois se, em 2008, o Governo Jaques Wagner não soube ou não quis utilizar os recursos que lhe foram disponibilizados para que cuidasse da segurança pública, este ano não tem sido diferente: já estamos a menos de três meses de 2010, e, até agora, apenas 21% dos recursos previstos para 2009 foram efetivamente gastos.
O que acontece na Bahia, portanto, é um caso concreto, um triste exemplo do que ocorre no Governo Federal: gasta-se muito e se gasta mal. Gasta-se com o que não é importante, deixando-se de lado o que é prioritário e urgente.
Era o que eu tinha a dizer.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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