Discurso durante a 178ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Agradecimento aos parlamentares pela aprovação, na Câmara dos Deputados, da proposta de emenda à Constituição que dispõe sobre a transposição dos servidores do Estado de Rondônia. Considerações sobre a potencialidade hidrelétrica do Estado de Rondônia com o aproveitamento do Rio Madeira e a implantação das Usinas de Santo Antonio e Jirau.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ADMINISTRAÇÃO PUBLICA. POLITICA ENERGETICA.:
  • Agradecimento aos parlamentares pela aprovação, na Câmara dos Deputados, da proposta de emenda à Constituição que dispõe sobre a transposição dos servidores do Estado de Rondônia. Considerações sobre a potencialidade hidrelétrica do Estado de Rondônia com o aproveitamento do Rio Madeira e a implantação das Usinas de Santo Antonio e Jirau.
Publicação
Publicação no DSF de 09/10/2009 - Página 50719
Assunto
Outros > ADMINISTRAÇÃO PUBLICA. POLITICA ENERGETICA.
Indexação
  • AGRADECIMENTO, CAMARA DOS DEPUTADOS, VOTAÇÃO, SEGUNDO TURNO, PROPOSTA, EMENDA CONSTITUCIONAL, CORREÇÃO, INJUSTIÇA, ESTADO DE RONDONIA (RO), TRANSPOSIÇÃO, UNIÃO FEDERAL, SERVIDOR, TERRITORIOS FEDERAIS.
  • DETALHAMENTO, VANTAGENS, CONSTRUÇÃO, USINA HIDROELETRICA, RIO MADEIRA, PREVISÃO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, OFERTA, EMPREGO, MIGRAÇÃO, AUMENTO, POPULAÇÃO, ATIVIDADE ECONOMICA, REGISTRO, LONGO PRAZO, PLANEJAMENTO, INICIO, GESTÃO, ORADOR, EX GOVERNADOR, ESTADO DE RONDONIA (RO), AVALIAÇÃO, IMPORTANCIA, PREPARAÇÃO, MATRIZ ENERGETICA, BRASIL, ACELERAÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, antes de iniciar meu pronunciamento sobre a potencialidade hidrelétrica do Estado de Rondônia, eu queria, mais uma vez, agradecer à Câmara dos Deputados, em especial ao Presidente Michel Temer, a todos os líderes partidários, ao Líder do Governo na Câmara Federal, a todos os Deputados e Deputadas, por terem aprovado, em segundo turno, no dia de ontem, a Proposta de Emenda à Constituição da Transposição dos Servidores do ex-Território Federal de Rondônia. É um projeto que vem corrigir uma injustiça, até porque o Estado de Roraima e o Estado do Amapá já tiveram esse benefício há muito tempo. E, agora, a matéria já chega ao Senado, à Mesa do Senado, e deverá ser encaminhada à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, na próxima terça-feira, para receber relatório no Senado Federal.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o rio Madeira é uma das mais importantes fontes de energia limpa hoje disponível no Brasil, cujo aproveitamento repercutirá, primeiro, no desenvolvimento da região amazônica e, segundo, em todo o Brasil. O simples fato da redução do desequilíbrio entre a Amazônia e as demais regiões já o justifica.

            O Estado de Rondônia será beneficiário direto da construção das usinas de Jirau e de Santo Antônio, dois dos maiores empreendimentos hidrelétricos que o mundo jamais viu. Os benefícios são inúmeros, e seus efeitos já podem ser sentidos. Enormes canteiros de obra, típicos desse tipo de projeto, recebem mais de vinte mil operários. Gigantescos caminhões e máquinas trabalham a pleno vapor para dar às usinas o ritmo de execução necessário à conclusão nos prazos fixados.

            Independentemente de polêmicas sobre repercussões ambientais, a implantação dessas usinas trará para o Estado de Rondônia um novo ciclo de desenvolvimento. A chegada de grandes contingentes de mão de obra, aumentando a densidade populacional do Estado, permitirá multiplicar a força de trabalho que alavancará nosso progresso.

            A atratividade inerente à existência de centrais hidrelétricas desse porte permitirá a criação de novos núcleos populacionais permanentes, certamente derivados das vilas criadas para alojar operários, técnicos, engenheiros e operadores das usinas.

            Srªs e Srs. Senadores, a construção de centrais hidrelétricas no Brasil, talvez, seja um dos mais eficazes mecanismos de desenvolvimento que se pode utilizar. Já na sua fase de estudos, seguida pela fase da construção, o volume de mão de obra utilizado, seja de alta qualificação, seja de média ou baixa, é altamente compensador para o nível de emprego no País. A seguir, o processo de expansão econômica que gera em sua vizinhança e no espaço abrangido pelas suas linhas de transmissão age como poderoso multiplicador da atividade econômica e de elevação do nível social da população. Outra virtude questionável dos projetos de geração de energia é que eles transcendem governos, pois seu tempo de maturação é muito maior do que qualquer mandato eletivo, seja de Presidente da República, de Governador ou de Prefeito. Assim, Sr. Presidente, construir usinas é um compromisso com o Brasil, nunca com partidos, com eleições ou com caciques políticos.

            As usinas de Jirau e de Santo Antônio são exemplos definitivos do que digo, já que, desde o inventário do rio até a atual fase de construção, passaram-se quase duas décadas, vários governos, pois os estudos dessas obras, Sr. Presidente, começaram ainda quando eu era Governador em 1997, quando encomendei os primeiros estudos dos aproveitamentos das cachoeiras de Santo Antônio e de Jirau, que culminaram nessas obras que hoje estão empregando lá, como já falei, mais de vinte mil trabalhadores e desenvolvendo o Estado de Rondônia, como um todo.

            Srªs e Srs. Senadores, os efeitos das Centrais de Tucuruí e de Itaipu são a vitrine na qual podemos admirar o potencial de benefícios que Santo Antônio e Jirau trarão para a economia e para a população local, regional e nacional.

            O Brasil atinge, finalmente, a maturidade energética e a consciência coletiva de que só a exploração nacional de seus recursos hídricos é que nos dará o diferencial favorável na competição com os demais países do mundo. A posição do Brasil, em primeiro lugar na sigla BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), poderá rapidamente se tornar uma primeira posição econômica, na medida em que nossa infraestrutura de energia estiver preparada para nos dar suporte na arrancada para igualar o desempenho que a China tem hoje. E temos tudo para conseguir isso, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores.

            Sem energia elétrica abundante, não há sustentação da economia. Se o Brasil voltou a crescer neste segundo semestre em torno de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), recuperando um crescimento negativo do primeiro semestre, isso demonstra a pujança e a força da economia brasileira. A geração de energia elétrica é fator fundamental para sustentar o crescimento econômico do nosso País, para continuar gerando emprego e renda.

            Tudo indica que o Brasil crescerá no próximo ano algo em torno de 6% ao ano. Recentemente, li, no jornal Valor Econômico e também na Folha de S.Paulo, uma matéria do economista Mendonça de Barros, que foi Ministro do Governo Fernando Henrique e que, portanto, é um crítico do Governo atual - já vi muitas críticas dele ao Governo atual. Na matéria, ele traz esta boa notícia: ele tinha feito, por meio da sua empresa de consultoria, uma previsão do crescimento do PIB para o ano que vem de cinco pontos percentuais e alterou essa previsão para 6%.

            Então, isso demonstra, mais uma vez, a força da economia brasileira, que vai crescer em ritmo acelerado a partir do ano que vem. E espero que, se o mundo não nos aplicar outra peça, como a que aplicou com a crise que não foi iniciada no Brasil, mas, sim, nos Estados Unidos da América, poderá aqui haver um crescimento sustentável a partir do ano que vem. Para que esse crescimento seja sustentável, é necessário que haja energia elétrica em abundancia, e as usinas de Santo Antônio e de Jirau, no rio Madeira, em Rondônia, assim como a usina de Belo Monte - já está sendo preparado o leilão -, que vai gerar em torno de 9 mil megawatts, um pouco mais do que as usinas do Madeira, vão sustentar o crescimento econômico do Brasil por muitos anos.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, para encerrar, quero dizer que Jirau e Santo Antônio, certamente, serão dois dos pilares de sustentação desse processo de crescimento econômico do nosso País.

            Muito obrigado pela atenção de V. Exª, Sr. Presidente, bem como pela atenção das Srªs e Srs. Senadores e, em especial, dos ouvintes da Rádio Senado e dos telespectadores da TV Senado.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/10/2009 - Página 50719