Discurso durante a 178ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Elogios ao trabalho do Instituto Brasil Solidário, que alia responsabilidade social e exercício da cidadania.

Autor
Gerson Camata (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Gerson Camata
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SOCIAL.:
  • Elogios ao trabalho do Instituto Brasil Solidário, que alia responsabilidade social e exercício da cidadania.
Publicação
Publicação no DSF de 09/10/2009 - Página 50754
Assunto
Outros > POLITICA SOCIAL.
Indexação
  • REGISTRO, INICIATIVA, FUNDADOR, ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL (ONG), ASSISTENCIA SOCIAL, POPULAÇÃO CARENTE, PROJETO, ASSISTENCIA, DENTISTA, MEDICO, EDUCAÇÃO, SAUDE, CULTURA, INCENTIVO, LEITURA, TRABALHO, VOLUNTARIO, BUSCA, CONTINUAÇÃO, ATENDIMENTO, RESPONSABILIDADE, NATUREZA SOCIAL, EMPRESA, AMPLIAÇÃO, BENEFICIO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. GERSON CAMATA (PMDB - ES. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o conceito de responsabilidade social, de exercício da cidadania, no sentido de que todos, e não apenas o Governo, devemos fazer algo para melhorar as condições de vida da população, é relativamente novo entre os brasileiros. Por ser ainda pouco difundido, são raros os exemplos de pessoas que participam efetivamente de programas sociais ou tomam a iniciativa de iniciar sua execução e persistem em seu propósito, apesar das dificuldades.

            O advogado e fotógrafo Luis Eduardo Salvatore é um deles. Fundador do Instituto Brasil Solidário, ele abandonou a carreira para ajudar os mais necessitados a ter acesso a educação, cultura e saúde. Sua instituição, sem fins lucrativos, atua em comunidades menos favorecidas, com programas de alfabetização, saúde, preservação do meio-ambiente, incentivo à cultura, arte, crédito e empreendedorismo.

            A primeira iniciativa de Luis Eduardo, depois que decidiu mudar de vida, foi seguir para o Alto Xingu, onde, em troca de autorização para fotografar os costumes indígenas, levou dentistas para cuidar da saúde bucal dos habitantes da aldeia. Quatro anos depois dessa experiência, junto com a irmã, Ana Elisa, criou o IBS, Instituto Brasil Solidário.

            O atendimento dentário no Alto Xingu foi uma atitude isolada, mas, com o tempo, o sonho de Luis Eduardo ganhou contornos mais definidos, de um projeto amplo. O IBS hoje atende cerca de 10 cidades todos os anos e já beneficiou 343 mil pessoas. As equipes percorrem o País, identificando comunidades pobres, em que o IDH, o Índice de Desenvolvimento Humano, é mais baixo.

            Este ano, por exemplo, está sendo realizado o Programa de Desenvolvimento Sustentável Amigos do Planeta na Escola. Com o patrocínio de uma rede de varejo, ele atenderá 10 cidades até 2011, introduzindo métodos educacionais nas escolas, além de difundir noções de saúde e levar teatro, música, cinema e computadores às crianças.

            Desde 2002, outro programa do IBS, a Expedição Brasil Melhor, parte do evento esportivo Rally Internacional dos Sertões, proporciona assistência médica e odontológica gratuita nas cidades que integram o itinerário da competição. Além disso, são montadas bibliotecas e técnicos fazem palestras educacionais.

            Este ano, foram investidos um milhão e duzentos mil reais no programa, que atendeu um total de 14 municípios. Os resultados foram expressivos: quase 1.600 consultas médicas e oftalmológicas e mais de 26 mil livros doados para instituições de ensino e estudantes. Em pouco mais de 8 anos, graças ao baixo custo operacional de seus projetos e à preocupação com a continuidade dos programas que realiza, por meio da capacitação da comunidade, Luis Eduardo obteve resultados invejáveis.

            A chamada “abordagem colaborativa” é fundamental para concretizar mudanças na sociedade. Hoje em dia, empresas estimulam seus funcionários a participar de programas de voluntariado, atuando em escolas, organizações sociais e entidades de interesse público, onde compartilham seus conhecimentos e incentivam a educação, a cultura, o esporte e a solidariedade. Agentes de transformação social, eles vão além do mero assistencialismo, que proporciona ajuda ocasional ou emergencial e não traz benefícios duradouros para seu público-alvo.

            Algumas organizações não governamentais, entidades sociais e, especialmente, empresas, convenceram-se do papel essencial do voluntariado para desenvolver uma consciência social, que permita não só influir em políticas públicas, mas também agir no sentido de mudar padrões de vida em comunidades carentes.

            Essa noção de responsabilidade social, no caso das empresas, deixou de ser uma ferramenta de marketing para tornar-se parte de sua estratégia de sustentabilidade, da consciência de que é impossível ignorar o bem comum. Disseminou-se o engajamento em projetos comunitários de longo prazo, já que as empresas constataram a necessidade de não só relacionar-se com a comunidade, tanto em seu entorno como longe dele, mas também de atuar ativamente para auxiliá-la.

            Não é o caso de simplesmente doar dinheiro, mas de possuir uma estrutura capaz de gerar projetos sociais próprios, além de identificar os já existentes que são merecedores de incentivo e apoio. Felizmente, esse conceito vem se disseminando entre os brasileiros. Os beneficiados seremos todos nós, na medida em que deixaremos de lado a expectativa irrealista quanto à capacidade de os governos atenderem a todas as necessidades da população, e aprenderemos que também temos nossa parcela de responsabilidade.

            Era o que eu tinha a dizer.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/10/2009 - Página 50754