Pronunciamento de Francisco Dornelles em 14/10/2009
Discurso durante a 181ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Análise do desempenho da Companhia Vale do Rio Doce em sua transição de empresa estatal para empresa privada, manifestando-se contrariamente à intervenção do governo em assuntos relativos à sua administração.
- Autor
- Francisco Dornelles (PP - Progressistas/RJ)
- Nome completo: Francisco Oswaldo Neves Dornelles
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
POLITICA MINERAL.:
- Análise do desempenho da Companhia Vale do Rio Doce em sua transição de empresa estatal para empresa privada, manifestando-se contrariamente à intervenção do governo em assuntos relativos à sua administração.
- Publicação
- Publicação no DSF de 15/10/2009 - Página 51754
- Assunto
- Outros > POLITICA MINERAL.
- Indexação
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- APRESENTAÇÃO, DADOS, AUMENTO, PRODUTIVIDADE, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), POSTERIORIDADE, PRIVATIZAÇÃO, VALORIZAÇÃO, AMBITO, MERCADO, ELOGIO, EFICIENCIA, GESTÃO, SUPERIORIDADE, INVESTIMENTO, CRESCIMENTO, EMPREGO, AQUISIÇÃO, INSUMO, EQUIPAMENTOS, BRASIL, BUSCA, BENEFICIAMENTO, MINERIO, ANEXAÇÃO, VALOR, EXPORTAÇÃO.
- COMENTARIO, NOTICIARIO, POSSIBILIDADE, PRESIDENTE DA REPUBLICA, INTERFERENCIA, ADMINISTRAÇÃO, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), OPOSIÇÃO, ORADOR, RISCOS, PERDA, SEGURANÇA, MERCADO, INVESTIMENTO, PAIS.
SENADO FEDERAL SF -
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O SR. FRANCISCO DORNELLES (PP - RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, de 1943 a 1997, no período em que foi estatal, a Vale produziu em média 35 milhões de toneladas por ano, passando a 165 milhões depois da privatização e a 221 milhões no período 2001 a 2008. As exportações se multiplicaram em quase cinco vezes em valores monetários comparáveis. Os dividendos pagos à União triplicaram e os impostos pagos aumentaram 22 vezes. Estes números todos ganharam expressão ainda maior nos anos recentes, a partir de 2001. A Vale empregava 15 mil funcionários em 1997; hoje, são mais de 62 mil empregos diretos.
No dia da sua privatização, em maio de 1997, a Vale foi valorizada em 10,4 bilhões de dólares. Quatro anos depois, em 15 de março de 2001, seu valor era menor: 9,2 bilhões de dólares. Ou seja, o valor da Vale manteve-se praticamente inalterável, numa ordem de grandeza que correspondia efetivamente às percepções do mercado de então.
Hoje, Srª Presidente, a Vale tem um valor de mercado de 115 bilhões de dólares, mesmo depois da crise que derrubou as ações das companhias no mundo todo. De fato, o preço do seu principal produto teve um expressivo crescimento desde 2001, multiplicando-se por 2,8 vezes. Não explica, porém, a multiplicação do capital da Vale em quase 11 vezes no mesmo período. Essa valorização deve-se à estratégia de crescimento da companhia adotada desde 2001 e a eficiência de sua gestão.
Entre 1970 e 2001, o investimento médio da companhia situou-se em cerca de 738 milhões de dólares por ano a preços de 2008, tendo evoluído para 4,5 bilhões em média nos últimos oito anos, atingindo a cifra de 10,2 bilhões de dólares apenas no ano de 2008, quase totalmente em investimentos diretos.
A Vale se transformou em uma empresa global, adquirindo empresas não apenas no Brasil, mas também em outros países. Isso não é mau para o País; ao contrário, fortalece a empresa nacional. Hoje, 84% dos empregos da Vale estão no Brasil e as compras de insumos e equipamentos no País cresceram 127% nos últimos 4 anos.
A Vale não só se preocupa somente com a extração e exportação de matérias primas minerais. Além de diversificar sua produção para outros minerais, como o cobre e o níquel, a Vale investiu pesadamente em plantas de pelotização que agregam valor à exportação e, principalmente, vem investindo e induzindo o investimento na produção de aço no País aumentando o valor agregado de nossas exportações. Nos últimos anos, a Vale atraiu para o Brasil aproximadamente 17 bilhões de dólares em novos projetos siderúrgicos.
Srª Presidente, em uma economia de mercado, é válido a disputa e rotineiro o conflito de interesse nas empresas. Desses conflitos, entretanto, não deve o Governo tomar o partido de quaisquer das partes envolvidas.
A imprensa tem noticiado que o Senhor Presidente da República desejaria interferir em assuntos relativos à administração da Vale. Entretanto, o espírito público e o respeito à empresa privada que caracterizam o Presidente Lula não podem confirmar esse tipo de notícia.
A intervenção do Governo em problemas específicos de uma empresa privada seria motivo de enorme insegurança para aqueles que desejam investir e produzir no País.
Muito obrigado, Srª Presidente.
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