Discurso durante a 181ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem aos professores pelo transcurso, amanhã, do Dia do Professor.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. EDUCAÇÃO.:
  • Homenagem aos professores pelo transcurso, amanhã, do Dia do Professor.
Publicação
Publicação no DSF de 15/10/2009 - Página 51764
Assunto
Outros > HOMENAGEM. EDUCAÇÃO.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, PROFESSOR, IMPORTANCIA, VALORIZAÇÃO, EXERCICIO PROFISSIONAL, ELOGIO, SUPLANTAÇÃO, DIFICULDADE.
  • SAUDAÇÃO, INICIATIVA, HOMENAGEM, ANISIO TEIXEIRA, DARCY RIBEIRO, GUSTAVO CAPANEMA, JOÃO CALMON, PAULO FREIRE, PERSONAGEM ILUSTRE, HISTORIA, BRASIL, ESPECIALISTA, EDUCAÇÃO.
  • COMENTARIO, EXPERIENCIA, PAIS ESTRANGEIRO, SUPERIORIDADE, INVESTIMENTO, EDUCAÇÃO, SUPLANTAÇÃO, SUBDESENVOLVIMENTO, ANALISE, EVOLUÇÃO, BRASIL, FUNDO DE DESENVOLVIMENTO, EDUCAÇÃO BASICA, PISO SALARIAL, PROFESSOR, NECESSIDADE, COMPLEMENTAÇÃO, PROVIDENCIA, PRIORIDADE, SETOR, REGISTRO, DADOS.

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            O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Pela Liderança do PMDB. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Senador Mão Santa. Eu tenho barba, mas não tenho a popularidade do Presidente Lula. Se tivesse 50% da popularidade do Presidente Lula, eu sairia candidato a Presidente da República. Mas, quem sabe, um dia.

            E eu senti muito a sua saída, nobre Presidente Mão Santa, do PMDB. Sei que é o partido do coração. Mas há certas horas em que as circunstâncias nos forçam a fazer coisas que o coração não pede. V. Exª está em um bom partido, que é o partido do peixe, não é, PSC?

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - É. Cristão. Nós não somos cristãos?

            O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO) - Partido Social Cristão.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - O Brasil está precisando é de Deus.

            O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO) - É um bom partido.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Diz a doutrina cristã que devemos alimentar os famintos, dar água ao sedento, visitar os presos, assistir os doentes, dar emprego. Foi o que fizemos na nossa vida. É o nosso perfil.

            O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO) - Já estivemos juntos em várias campanhas com o PSC lá no meu Estado, Rondônia. É um partido que eu prezo muito. Espero que V. Exª tenha tanto sucesso no PSC quanto teve em nosso querido PMDB.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é com grande entusiasmo que me associo às homenagens prestadas esta semana aqui no Senado Federal ao professor, à professora, ao educador, à educadora. A bela iniciativa do Senador Cristovam Buarque, que apresentou requerimento para que o período do Expediente da sessão do dia 15, portanto, amanhã - faço este pronunciamento hoje porque viajarei esta noite, não estarei aqui amanhã, senão o faria amanhã, no dia em que comemoraremos o Dia do Professor -, como eu dizia, o período do Expediente da sessão do dia 15 fosse destinado a comemorar o Dia do Professor, nos dá a oportunidade de reverenciar aqueles que se dedicam à que é, seguramente, a mais nobre das atividades profissionais.

            Minha satisfação é ainda maior, Sr. Presidente, porque nesta semana estão sendo homenageados alguns dos grandes educacionistas de nosso País: brasileiros como Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro, Gustavo Capanema, João Calmon, Paulo Freire e tantos outros que, encarando a educação de nossa gente como um sacerdócio, contribuíram de maneira decisiva para o desenvolvimento social e econômico de nossa Pátria.

            Mais que mitos isolados, porém, esses grandes educadores devem ser vistos, na verdade, como símbolos da determinação e da competência de todos os nossos professores, quaisquer que sejam suas especializações e quaisquer que sejam os municípios, Estados ou regiões em que exercem sua profissão.

            Se gigantes como os que citei chegaram a avultar, e continuam avultando, é porque na base existe um trabalho que é feito com muito carinho, com muito respeito pela instigante missão de formar e instruir. Isso, bem sabemos, apesar de todas as dificuldades, de todas as circunstâncias desfavoráveis que a classe continua a enfrentar.

            Dificuldades, Srªs e Srs. Senadores, que mesmo em momentos de celebração como o de hoje ou desta semana merecem ser celebradas, até para que inspirem uma discussão sobre a melhor forma de serem superadas.

            De tempos em tempos, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, surge algum projeto que dá à sociedade brasileira, e muito especialmente a nossos professores, um alento, uma esperança de que a educação vai se transformar, finalmente, na prioridade das prioridades. De tempos em tempos, Sr. Presidente Mão Santa, Srªs e Srs. Senadores, chegamos a nos animar com a expectativa de que o Brasil vai se juntar a tantos outros países que, em determinado momento de sua história, decidiriam privilegiar o setor, e depois colheram os frutos de tal decisão.

            Cito aqui, apenas para ilustrar, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Coréia do Sul, um país que era subdesenvolvido, um país que era atrasado. Em trinta anos, deram um salto de qualidade, passaram para o primeiro mundo, como um país desenvolvido, industrializado, humano, através da educação, com investimentos maciços na educação. Então, todos os países que experimentaram investimentos maciços, com prioridade à educação, tiveram êxito.

            Esse otimismo, de certa maneira, tomou conta de nosso País quando da aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Esse otimismo, de certa maneira, voltou a se manifestar quando foi criado o Fundef. E esse otimismo, de certa maneira, tornou a aparecer no ano passado, quando aprovamos o projeto de lei que cria o piso nacional dos professores da educação básica. Tivemos muitos avanços, mas precisamos avançar muito mais.

            Ainda assim, Srªs e Srs. Senadores, fica sempre aquele sentimento de que falta o passo decisivo. É um sentimento explicado, vejam bem, não somente por aqueles números que costumam ser exibidos para ilustrar um certo descompromisso dos governos, ao longo de nossa história, com a causa da educação.

            Números como o percentual do Produto Interno Bruto aplicado no setor, que perfidamente se mantém, há décadas, na faixa dos 4% e se mostra bastante inferior ao de nações mais desenvolvidas. Ou o percentual de alunos matriculados no ensino fundamental que conseguem concluí-lo, que mal passa dos 50%. Ou o percentual de professores do ensino básico que têm diploma universitário, que permanece muito longe dos mais de 90% e, em alguns casos, 100% observados em tantos países. Ou, ainda, aqueles números que expressam a baixa remuneração de nossos mestres, quando comparada à de outras profissões que exigem o mesmo grau de instrução.

            Todos esses números, Sr. Presidente, só fazem confirmar a tese de que ainda temos um longo caminho a percorrer. Mais que isso, porém, mais até do que esses números tão expressivos, o que existe é aquele sentimento de que falei há pouco, aquele algo no ar que nos diz que, de fato, ainda não demos a volta por cima.

            Há que se reconhecer, é certo, os notáveis avanços obtidos ao longo do tempo, particularmente nos últimos anos. Mas se a maioria dos professores do Brasil continua a sofrer com salários quase indignos, com excesso de alunos nas salas de aula, com um quadro de indisciplina e violência que se espalhou pela maioria das escolas - principalmente as públicas -, com alguma confusão nas propostas pedagógicas e, no limite, até com o desgaste de sua imagem profissional, isso é sinal de que ainda não chegamos ao ponto de inflexão; ainda não chegamos àquele dia em que a educação se transformará, efetivamente, em nossa prioridade.

            Espero, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores; espero, senhoras e senhores professores que se encontram nos seus Estados, em salas de aula, planejando - e gostaria de saudar, com muito afeto e com muito respeito, todos os professores do nosso País -, que esse dia da redenção definitiva da educação em nosso País esteja muito próximo, com muita fé em Deus e na força do nosso povo.

            Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/10/2009 - Página 51764