O SR. FLÁVIO TORRES (PDT - CE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Presidente Jefferson Praia, meu colega de partido; Presidente Mão Santa, eu queria dizer para o senhor que eu fui menino na Parnaíba, porque tive a felicidade de ter um padrinho de crisma, chamado Antônio do Carmo, e minha madrinha, Dézinha, que todas as férias me mandavam a passagem para eu ir para Parnaíba; e o porto era de amarração nessa época, quando eu era menino. E eu fui muito à Parnaíba, conheço muito os mares de Luís Correia.

            Mas, Sr. Presidente - estou aqui com o Presidente Garibaldi também e a Deputada Moema São Thiago -, quero abordar um assunto importante. Como os senhores todos sabem, vim passar quatro meses no Senado e observei algo sobre o qual, por uma questão até de honestidade, eu gostaria de fazer uma solicitação à Presidência da Casa, Presidente Mão Santa.

            Frequento as Comissões de Ciência e Tecnologia, de Relações Exteriores e Defesa Nacional e, como suplente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, muitas vezes frequento as reuniões. Presidente Garibaldi, a quantidade de papel que é disponibilizado aos Senadores e que não é nem tocado é uma coisa impressionante! São metros. Eu guardei, na primeira semana em que eu estava aqui no Senado, e dava 50 metros de papel branco, não reciclado.

            Então, o que a gente hoje mais fala no Brasil, é a palavra da moda, é sobre autossustentabilidade, meio ambiente. Cada folha de papel daquela significa árvores tombadas, numa época em que o mundo todo se volta para a questão da preservação ambiental, de poupar nossas florestas.

            Acho que o Senado deveria dar o exemplo, a exemplo do que faz aqui, no plenário. Nós temos as votações e não temos os processos, os pareceres, porque nós temos a possibilidade de olhar isso pela Internet, nós temos a possibilidade de antes consultar. Não há nenhuma razão para, nas Comissões, isso não se repetir, Senador Jefferson Praia.

            Na última reunião da Comissão de Relações Exteriores, nós tínhamos um calhamaço desta altura! Havia uns 10 Senadores presentes, e havia uns 30 desses pacotes disponíveis nas mesas que não foram nem tocados. E os que estavam com os Senadores também não foram tocados, porque na grande maioria das vezes o Senador interessa-se por um parecer que ele vai dar ou por um parecer desfavorável. Então, são raros os processos em que as pessoas têm que consultar os pareceres. Acompanha-se muito o Relator nas votações. Então, se tivéssemos aquilo disponível na sala da Comissão - o que já existe - ou se recebêssemos por e-mail... Todo Senador tem um computador no seu gabinete, tem um computador aqui. Se consultássemos o nosso e-mail, poderíamos ver qual é o parecer. Se tivéssemos alguma dúvida, pegávamos o escrito. Mas não precisaria disponibilizar para todos os Senadores das Comissões cada parecer impresso e copiado. E a gente vê que é um papel branquinho, que é não reciclado.

            Isso não se justifica, Sr. Presidente.

            Perdoe-me a impertinência. Não quero ser impertinente, mas quero deixar ao Senado uma contribuição e um pedido: que a Secretaria do Senado trabalhe - e não é muito difícil - para que o Senado, que tanto fala nisso, dê o exemplo ao Brasil, trabalhando de uma forma autossustentável.

            Sr. Presidente, muito obrigado.

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