Discurso durante a 185ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da participação de S.Exa. na festa de Nossa Senhora de Nazaré. Anúncio de que o requerimento que pleiteia a criação da CPI da Previdência está com quase vinte e sete assinaturas. Críticas à Governadora do Estado do Pará, Ana Júlia Carepa, por causa do aumento da violência no Estado do Pará e dos problemas verificados na área da saúde.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO. PREVIDENCIA SOCIAL. ESTADO DO PARA (PA), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Registro da participação de S.Exa. na festa de Nossa Senhora de Nazaré. Anúncio de que o requerimento que pleiteia a criação da CPI da Previdência está com quase vinte e sete assinaturas. Críticas à Governadora do Estado do Pará, Ana Júlia Carepa, por causa do aumento da violência no Estado do Pará e dos problemas verificados na área da saúde.
Publicação
Publicação no DSF de 21/10/2009 - Página 53717
Assunto
Outros > SENADO. PREVIDENCIA SOCIAL. ESTADO DO PARA (PA), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, FESTA, SANTO PADROEIRO, ESTADO DO PARA (PA).
  • CUMPRIMENTO, VEREADOR, MUNICIPIO, MARITUBA (PA), ESTADO DO PARA (PA), VISITA, SENADO.
  • SOLICITAÇÃO, MÃO SANTA, SENADOR, ASSINATURA, REQUERIMENTO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PREVIDENCIA SOCIAL.
  • GRAVIDADE, SITUAÇÃO, SEGURANÇA PUBLICA, ESTADO DO PARA (PA), HOMICIDIO, VITIMA, POLICIAL, REGISTRO, EXAME, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), PEDIDO, IMPEACHMENT, GOVERNADOR, INTERVENÇÃO FEDERAL, MOTIVO, NEGLIGENCIA, GOVERNO ESTADUAL, REPUDIO, ABANDONO, HOSPITAL, CORTE, VERBA, FALTA, ADMINISTRAÇÃO, SANTA CASA DE MISERICORDIA, MORTE, RECEM NASCIDO, APRESENTAÇÃO, DADOS, DESCUMPRIMENTO, PROMESSA, CAMPANHA ELEITORAL.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Mão Santa, Srs. Senadores, volto do meu Estado. Estive no Pará, Senador Jefferson Praia, e participei da Festa de Nossa Senhora de Nazaré. Havia mais de um milhão de pessoas nas ruas depositando sua fé naquela santa milagrosa, gente de todas as regiões do Estado, de todo o Brasil, do mundo inteiro, que foram assistir à Virgem de Nazaré, Senador Mão Santa. Algo indescritível. Mas volto, Senador, da minha terra e, cada vez que vou, volto mais preocupado.

            Antes de começar o meu pronunciamento, Senador Mão Santa, quero saudar o nobre Vereador e Presidente da Câmara de Marituba - Marituba é a cidade onde moro, próxima a Belém. Vereador Melo, é um prazer muito grande tê-lo aqui no Senado Federal. Saiba do nosso carinho e de nossa admiração por aquela terra de Marituba e por V. Exª.

            Senador Mão Santa, antes de entrar nos problemas do meu Estado, devo dizer que estou levando às mãos de V. Exª, hoje, a CPI da Previdência, para que V. Exª assine. Já estamos quase conseguindo as 27 assinaturas. Devo fazer um pronunciamento sobre esse assunto e sobre os aposentados deste País na quinta-feira.

            Devo, hoje, Senador, dizer ao meu Pará, dizer ao povo do meu querido Estado do Pará o quanto é preocupante ver a violência alastrar-se naquele Estado. Recentemente, perdemos um agente federal, um policial federal, crivado por sete tiros. Homem de caráter, homem de trabalho, homem que defendia os direitos dos paraenses, abatido violentamente, Senador Mão Santa.

            Há muito, eu venho falando, nesta tribuna, da segurança do meu Estado e do meu País. Vejo uma guerra instalada no meu Estado, no Rio de Janeiro e em outros Estados da Federação brasileira. Vejo, com muita tristeza, o sangue do paraense derramado. Vejo, com muita tristeza, o sangue dos brasileiros derramado e os bandidos avançando, como no caso do Rio de Janeiro.

            Sociedade brasileira, estão derrubando helicópteros! É verdade! É verdade, Brasil! Os bandidos estão derrubando helicópteros no Rio de Janeiro! Quando é que V. Exª poderia pensar que um dia isso poderia acontecer neste País? Quando é que V. Exª poderia pensar que um colega seu, da Polícia Federal, seria violentado e crivado de balas, no Estado do Pará? Quantos crimes, sociedade paraense, eu já mostrei desta tribuna?

            E vejo o quanto isso já começa a preocupar o Supremo Tribunal Federal, meu nobre Vereador. O Ministro Gilmar Mendes começa a analisar um pedido de impeachment no meu Estado. Irá a Plenário um pedido de impeachment para o meu Estado, um pedido de intervenção federal no meu Estado diante de tanta calamidade, paraenses, diante de tantas mortes, diante de tanta negligência, diante de tanta incapacidade de governar.

            Vejamos, por exemplo, a área da saúde, paraenses. Recentemente, meu nobre Vereador, a Governadora recebeu um hospital em Santarém - vou mostrar para o Brasil, vou mostrar, por meio da TV Senado, a incompetência da nossa Governadora, vou mostrar o desastre que aconteceu no Estado do Pará, pelo fato de nós, paraenses, termos colocado a Srª Ana Júlia Carepa na direção do nosso Estado -.

            Os bandidos tomaram conta. A saúde é a pior de todos tempos na história do Pará. A Governadora, com a sua incapacidade, recebe um hospital, em Santarém, no oeste do Pará, cidade com mais de 250 mil habitantes, para servir a 10 Municípios; 600 mil pessoas serão servidas pelo hospital construído pelo Governo anterior. E que hospital, Senadores! Olhe, Brasil, olhe Senador Mão Santa, que hospital! O melhor hospital talvez do norte do Brasil. Um hospital digno daquele povo, um hospital feito em respeito àquele povo. Sabem o que a Governadora fez, Srªs e Srs. Senadores? Este é o hospital, Senadores. A Governadora, inicialmente, não queria fazer com que esse hospital funcionasse. Recebeu o hospital equipado, equipado, simplesmente para colocá-lo para funcionar. E aquela senhora, chamada Ana Júlia Carepa, precisou de muitas ações de rua - passeatas, carreatas - daquele povo santareno, ações dos Vereadores, ações de líderes políticos, dos Deputados, em especial do Deputado Alexandre Von, do meu Partido, pedindo à Governadora que colocasse o hospital para funcionar. Este Senador, quantas vezes esteve aqui, Senador Expedito, pedindo que a Governadora colocasse o hospital para funcionar. Diante de tanta pressão, a Governadora colocou o hospital para funcionar. E agora Senador, por que eu volto a esta tribuna para falar do mesmo hospital? Ora, se a Governadora colocou o hospital para funcionar, por que volta o Senador Mário Couto a esta tribuna questionando novamente sobre este assunto? Acho que a Governadora do meu Estado não gosta do povo santareno. Cortou a verba do hospital; tirou R$1,3 milhão da verba que era repassada ao hospital; demitiu funcionários, médicos, enfermeiros do hospital; fechou a UTI! Não tem nenhum parente dela internado lá. Ela é Governadora. Ela tem leito especial para parentes e amigos. Mas, lá, no oeste do Pará, uma cidade que tem apenas linhas de avião a 1.300Km distante da capital, que é Belém. E a Governadora: “Eu vou maltratar o povo de Santarém!” Por que, Governadora, a senhora ganhou a eleição lá, Governadora?! A senhora prometeu saúde para o povo santareno, Governadora!

            Aí é que eu questiono, sabe Vereador da minha terra, aí é que eu questiono, Vereador! Político tem o direito de mentir em palanque o que ele quiser mentir. Esta é a minha grande indignação, Senador Expedito. O político sobe em um palanque, Senador, em campanha, como a Governadora do meu Pará subiu em palanques dizendo que acabaria com a violência no meu Estado - a violência tomou conta do meu Estado -. Mentiu criminosamente, Senador! Nada acontece, absolutamente nada! A Governadora disse, em palanques, que ia melhorar a saúde no meu Estado, no entanto, demite servidores da saúde! O hospital de referência, que ganhou prêmio internacional da Santa Casa de Misericórdia, Senador, no Estado do Pará, tão mal, tão mal-administrada, que lá, Senador, houve um escândalo, que foi abafado, um escândalo nacional, um escândalo em que 240 bebês perderam a vida! Duzentos e quarenta bebês perderam a vida! E nada aconteceu, absolutamente nada! Assassinaram os bebês. Mataram os bebês! São 240 famílias chorando a perda de seus filhinhos. Não existe coisa mais deprimente, mais dolorosa, de maior sentimento do que você perder o filho bebê. Foram 240, Vereador! Foram 240 bebês, e nada aconteceu! Nenhum processo foi aberto contra ninguém. Nenhum processo foi aberto contra a Governadora. Foi como se nada tivesse acontecido. Tudo passou como se nada tivesse acontecido!

            Hospital Ophir Loyola, outro hospital de referência para o tratamento do câncer. Os doentes de câncer do meu Estado estão sendo transferidos para o Piauí. Não se trata mais doente de câncer no Ophir Loyola! Estão sendo transferidos para o Piauí, Senador Mão Santa. E agora, o Hospital de Santarém.

            Mostra TV Senado, mostra de novo para o Brasil. Um baita hospital, um dos maiores, com capacidade de atendimento extraordinária! Olha a UTI deste hospital. A UTI, esta aqui, está altamente equipada, mas fechada agora por ordem da Governadora; funcionários demitidos; hospital sem condição de funcionamento em sua capacidade plena, corte de verbas na saúde.

            Amanhã, mais uma vez, entrarei com o pedido para que este Plenário aprove aqui um requerimento de agradecimento, de louvor ao Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.

            Ministro, muito obrigado por sua ação em defesa do Estado do Pará. V. Exª, que vai mandar para o plenário nesse Supremo a discussão de uma intervenção no Estado do Pará. Não é que eu queira, não, Ministro. Não é que eu deseje, não, Ministro. Eu não desejaria nada disso que está acontecendo no meu Estado, mas há uma necessidade imperiosa, Ministro, imperiosa, de que se tome qualquer providência em relação ao bem-estar dos paraenses. Nunca se viu tanta criminalidade. Nunca se viu tanta incompetência de um governo. Nunca se viu um desleixo tão grande, um abandono dos paraenses.

            Andei nas estradas do Pará. Nenhuma, nenhuma, meu caro Vereador, se V. Exª andar, nenhuma tem condição de tráfego.

            Senador Mão Santa, sei que hoje é um dia em que muitos oradores querem vir a esta tribuna. Por isso, vim fazer apenas essa referência.

            Tenho certeza de que os santarenos, neste momento, devem estar aflitos com ameaças do fechamento da UTI, se ela já não estiver fechada. Agora, tenho certeza de que já deve estar, com as demissões, com os cortes de verbas, porque esse hospital serve a dez Municípios, a 600 mil pessoas. E ele foi feito exatamente para isso, ele foi feito exatamente para servir à população daqueles Municípios, porque aqueles Municípios são distantes da capital do Estado do Pará.

            Essa Governadora, Senador Mão Santa, que se diz Governadora, foi aos palanques enganar os paraenses, foi aos palanques mentir aos paraenses, dizendo que ia melhorar a segurança e a saúde do meu Estado. Tudo está ruim. Nada melhorou, estradas, saúde, educação... Só melhorou o bem-estar da Governadora. Isso aí melhorou, minha querida Governadora do meu Estado!

            Quando eu falo que V. Exª vai a bares, V. Exª fica com raiva deste Senador! Eu não falaria, se V. Exª tivesse uma conduta de uma mulher decente! V. Exª está abusando! V. Exª está brincando. V. Exª está maltratando aqueles que confiaram em V. Exª.

            Quando eu falo, Governadora, eu falo para o vosso bem. Ao deitar na sua cama, Governadora, ao fazer a sua meditação e as suas orações, tenho certeza de que a senhora foi ao Círio de Nazaré junto com a candidata do Presidente da República, Dilma. A Dilma só se lembrou de Nazaré agora. A Dilma só lembrou do Círio de Nazaré agora. Nunca foi ao Círio de Nazaré. Não sabe nem o que é ser devota de Nazaré. Mas, como a eleição está próxima, lá estão Dilma e Ana Júlia juntas, lado a lado.

            Mas quando a Santa passou, Governadora, não deve ter escutado os pedidos de V. Exª em relação à causa própria (Fora do microfone).

(Interrupção do som)

            O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Não deve, Governadora, porque V. Exª está devendo muito ao cidadão. V. Exª tem feito maldade ao cidadão. V. Exª tem sido perversa ao cidadão paraense, Governadora. Não adianta ir para o Círio pedir à Nossa Senhora de Nazaré. Nem a Dilma. Nem a Dilma.

            Ora, Dilma, tu fostes te lembrar de Nossa Senhora de Nazaré agora, Dilma? Por que não foi antes?

            Ora, Pedro Simon, se ela foi pedir pela doença dela, até que é perdoável. Mas eu nunca vi, Pedro Simon, Dilma no Círio de Nazaré. Nunca na minha vida. Agora, porque falta um ano...

(Interrupção do som)

            O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Agora, do lado de quem ela foi ficar, Senador Flávio? Ao lado da maior pecadora hoje em dia, no Estado do Pará, que é Ana Júlia Carepa, que mentiu para o povo do Pará, que maltrata o povo do Pará, que humilha o povo do Pará. Deve estar muito mal a Ana Júlia Carepa com Nossa Senhora de Nazaré.

            Senador Mão Santa, desço desta tribuna com o compromisso de na quinta-feira falar sobre a CPI da Previdência, dos aposentados e na sexta-feira falar da intervenção, que se aproxima, no Estado do Pará. Senador Mão Santa, desço mais uma vez desta tribuna certo de que estou defendendo os direitos do povo paraense, como prometi em campanha pública.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/10/2009 - Página 53717