Pronunciamento de Mão Santa em 22/09/2009
Fala da Presidência durante a 162ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Apela ao Presidente da República para o cumprimento da Constituição no que se refere aos percentuais dos repasses aos municípios.
- Autor
- Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
- Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Fala da Presidência
- Resumo por assunto
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POLITICA FISCAL.
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.:
- Apela ao Presidente da República para o cumprimento da Constituição no que se refere aos percentuais dos repasses aos municípios.
- Publicação
- Publicação no DSF de 23/09/2009 - Página 46520
- Assunto
- Outros > POLITICA FISCAL. ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.
- Indexação
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- LEITURA, ARTIGO, DESCUMPRIMENTO, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, CONCENTRAÇÃO, UNIÃO FEDERAL, ARRECADAÇÃO, TRIBUTOS, ESPECIFICAÇÃO, PREJUIZO, MUNICIPIOS.
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Quis Deus eu estivesse na Presidência neste instante, Senadora Lúcia Vânia. Entendo que o erro do nosso País, Senador Osvaldo Sobrinho, e entendo bem, é a desobediência à Constituição. Simbolicamente, Ulysses Guimarães beijou esta Constituição em 5 de outubro de 1988 e disse: “Desobedecer-llhe é como rasgar a Bandeira do Brasil”.
A Senadora Lúcia Vânia, interpretando o municipalismo, sem dúvida nenhuma, com Dona Ruth Cardoso, que hoje é santa, viveu a situação dos Municípios no Governo Fernando Henrique Cardoso e sabe das dificuldades.
Eu queria advertir o Presidente da República que o Senado é para isto, que governar é fácil, Luiz Inácio. Mas temos de nos curvar às leis e à Justiça. O art. 159 da Constituição diz:
“Art. 159. A União entregará:
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados, quarenta e sete por cento da seguinte forma:
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal;
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios;
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento [...].”
Então, o Governo da União, Sua Excelência, o Presidente Luiz Inácio tem direito só a 53%. Estão garfando os Municípios, de tal maneira que o Presidente da República fica com mais de 60%. Os prefeitos, sofridos, garfados, estavam com 14%, e o Congresso deu-lhes mais 1%. Luiz Inácio, a “lei do garfamento”, que é notória, é uma desobediência à Constituição.
Houve o seguinte fenômeno, Senadora Lúcia Vânia: os Municípios aumentaram. Quando governei o Piauí, só para citar um exemplo, criei - Deus me permitiu fazê-lo - 78 novos Municípios. Eram 145 Municípios. Outros Governadores também os criaram. Desse modo, o número de Municípios aumentou para 5.564. Só isso, Presidente Lula, já diminuía o recurso dos Prefeitos. Com mais esse “garfamento” que há na renda, por meio de taxas e de contribuições, dando um total de 76 obrigações e impostos, estão sacrificando os Municípios.
Então, Lúcia Vânia fez esse apelo à sensibilidade da Presidência da República. Relembro, aqui, que temos de obedecer à Constituição. Este Senado exige isso, porque Rui Barbosa disse - e ele está ali por isso -: “Só há um caminho, uma salvação: a lei e a Justiça”.
Convidamos para usar da palavra, como último orador desta sessão, o Senador Osvaldo Sobrinho, que representa o Mato Grosso e o PTB, Partido de Getúlio Vargas.