Discurso durante a 163ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Lê e-mail que recebeu da Senhora Silvana Maria Oliveira da Silva, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em apoio ao discurso de S.Exa. contra proposta de taxação das cadernetas de poupança.

Autor
Papaléo Paes (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AP)
Nome completo: João Bosco Papaléo Paes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SOCIO ECONOMICA.:
  • Lê e-mail que recebeu da Senhora Silvana Maria Oliveira da Silva, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em apoio ao discurso de S.Exa. contra proposta de taxação das cadernetas de poupança.
Publicação
Publicação no DSF de 24/09/2009 - Página 46704
Assunto
Outros > POLITICA SOCIO ECONOMICA.
Indexação
  • LEITURA, MENSAGEM (MSG), INTERNET, CIDADÃO, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), APOIO, DISCURSO, ORADOR, OPOSIÇÃO, TRIBUTAÇÃO, CADERNETA DE POUPANÇA, DEPOIMENTO, AUSENCIA, POSSE, CAPITAL ESPECULATIVO, NECESSIDADE, POUPANÇA, ATENDIMENTO, DOENÇA, APOSENTADORIA.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Recebi um e-mail, Sr. Presidente, da Srª Silvana Maria Oliveira da Silva, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul e vou ater-me simplesmente à sua leitura:

Exmº. Sr. Senador Papaléo:

Li seu pronunciamento na Agência Senado, de hoje, 22/09/2009, intitulado ‘Papaléo Paes discursa contra proposta de taxação das cadernetas de poupança’.

Concordo plenamente com seu posicionamento.

Tenho 45 anos, esclerose múltipla progressiva, continuo trabalhando, mas não sei até quando - talvez seja obrigada a me aposentar. Já tenho 30 anos de contribuição, mas a aposentadoria reduziria muito meu salário, além de ser algo que historicamente vai reduzindo ao longo do tempo. Quanto mais dura a aposentadoria, piores são os rendimentos.

Pensando nesta possibilidade, estou economizando para tentar manter o cumprimento de necessidades que a doença me impõe (medicação cara e contínua, fisioterapia, plano de saúde para internações, alimentação especial, transporte de táxi, já praticamente que não há lugar para pessoas doentes/deficientes no transporte público). A taxação de uma caderneta de poupança criada para este fim chega a ser algo desanimante. Se já é difícil trabalhar desde os 15 anos sem parar e acabar com uma aposentadoria irrisória, mais difícil ainda é suportar IR [imposto de renda] sobre caderneta de poupança, chamada agora de grande investimento, quando é o mais simplório dos investimentos, exatamente para quem não está especulando, apenas se precavendo para um futuro incerto. Quem vai me ajudar se eu precisar parar de trabalhar muito antes do que pretendia? Ninguém. Eu mesma tenho que economizar e me prevenir.

Escrevo isso porque parece que V. Exª captou exatamente o espírito da caderneta de poupança - não é coisa de magnatas especuladores do mercado financeiro, mas de trabalhadores que aprenderam que não podem contar com a sorte e precisam cuidar de seu futuro de alguma forma.

Minha fisioterapeuta, que trabalha das 7h da manhã até quase às 21h, todos os dias, está juntando para comprar um apartamento. Está desiludida e se pergunta: será que devo guardar dinheiro debaixo do colchão?

Que bom que um Senador tem esta noção da realidade.

Espero que V. Exª seja ouvido por seus pares.

De qualquer forma, parabéns por sua atuação.”

            A Srª Silvana Maria O. da Silva, de Porto Alegre, enviou-me este email, consequente ao discurso que fiz ontem, sobre caderneta de poupança. Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/09/2009 - Página 46704