O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (PMDB - AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na última reunião que nós realizamos na liderança do PMDB, no final do ano passado, quando discutíamos várias questões ligadas ao partido e entrou na pauta de discussão inclusive a eleição presidencial, um colega nosso - muito querido por sinal - disse claramente: “Olha, a gente tem que ter cuidado nessa caminhada, porque tudo indica que o PMDB será a noiva do PT, ou seja, indicará o candidato a Vice-Presidente na chapa apresentada pelo PT”.

            Eu, logicamente, reagi incontinente - V. Exª estava presente na reunião -, achando que aquilo era um absurdo, que um partido grande como o nosso não poderia abdicar do direito de ter uma candidatura própria à Presidência da República.

            O tempo passou, estamos em setembro, e o que observo, as notícias que colho, Presidente, são de que talvez aquele nosso colega estivesse de fato vaticinando algo que vai acontecer. Lastimavelmente, o PMDB parece que abdicou do direito de indicar um candidato à Presidência da República. E tudo indica que se encaminha para de fato se constituir essa noiva na chapa do PT.

            Por conta disso, Sr. Presidente, eu que me bati sempre por uma candidatura própria - V. Exª é testemunha disso - já estou jogando a toalha. Nós estamos aí nos aproximando de um prazo fatal de filiação eleitoral. No próximo dia 3 encerra-se o prazo para filiações eleitorais para aqueles que pretendem disputar eleição no próximo ano. Da mesma forma, iniciam-se os prazos para a eleição que vai colher o voto de mais de 131 milhões de brasileiros que vão escolher o futuro Presidente da República, Governadores, Senadores, Deputados Federais e Estaduais.

            A eleição de um novo Presidente da República, que deve ter um projeto de desenvolvimento nacional moderno, sério, comprometido com as reais aspirações da sociedade, obriga e obrigará o Parlamento brasileiro a se preparar para esse momento tão importante da vida nacional.

            Por isso, Sr. Presidente, quero comunicar a V. Exª e a meus Pares que, a partir de hoje, estarei buscando entre colegas Senadores e Deputados Federais de todos os partidos aqueles dispostos a integrar uma frente parlamentar nacional suprapartidária de apoio ao Governador Serra, caso ele venha a ser candidato à Presidência da República. Digo isso com todo o respeito aos demais candidatos que se colocam desde já no processo.

            Eu creio que a nossa missão a partir daí será não só a de prestar apoio político ao nosso candidato - ele será o meu candidato -, mas preparar o caminho para a transição entre o atual Governo do Presidente Lula e o de José Serra, que vai ganhar a eleição por ampla maioria de votos, tenho certeza absoluta.

            A frente parlamentar pró-José Serra, tenho certeza, Presidente, será integrada por políticos de todos os partidos interessados em ajudar a construir um país melhor para todos. A partir de agora vou me empenhar em conversar pessoalmente com cada companheiro nosso, cada Senador, cada Deputado Federal, no sentido de conquistá-lo para essa frente parlamentar suprapartidária e nacional de apoio à candidatura do futuro Presidente Serra.

            Era o que eu tinha a dizer.

            Muito obrigado.