A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Fico muito agradecida, Srª Presidente.

            Há poucos dias, houve a comemoração do Dia do Professor. Fizemos, inclusive, uma sessão especial neste plenário do Senado. Foi uma sessão de homenagem das mais justas, dada a importância que os educadores têm em todo o nosso País. Em todo e qualquer país sério e responsável, a tarefa de educar as futuras gerações é uma tarefa nobre, uma tarefa extremamente importante. Infelizmente, não há o reconhecimento ainda adequado e a remuneração digna para esse segmento importante, para essa profissão tão nobre, que é a de ensinar.

            Em seguida à sessão - foi pena eu não ter tido acesso à informação, senão eu teria comunicado isto já na própria sessão -, foram homenageados e escolhidos os Professores Nota 10, uma promoção da revista Nova Escola, que é especializada em educação e que homenageou vários professores de todo o Brasil pela dedicação, pelos trabalhos escolhidos, pelo resultado em sala de aula.

            Então, estou aproveitando, Srª Presidente, para encaminhar um voto de aplauso: que o Senado possa encaminhá-lo a todos os professores e professoras homenageados pela revista Nova Escola com o Prêmio Nacional de Professor Nota 10!

            Eu não poderia deixar de fazer uma referência especial à Professora Andréia Betina Legatzke Klitzke, do Município de Joinville. Ela é professora de Matemática, que é a área em que lecionei durante muitos anos na minha vida. Ela concorreu com um trabalho denominado “Construindo o Conceito de Ângulo”. De forma muito criativa, ela trabalha essa questão. Às vezes, as crianças têm um preconceito em relação à Matemática, mas uma ideia criativa e um bom trabalho pedagógico fazem com que a Matemática seja uma ciência maravilhosa que apaixona muitos, principalmente aqueles que podem acessá-la pelo lado lúdico, inclusive. Portanto, a Professora Andréia Betina ganhou o prêmio, a classificação entre os dez melhores estudos de todo o País. Ela é professora da Escola Municipal Karin Barkemeyer de Joinvile.

            Então, aqui, eu queria deixar meus parabéns à Professora Andréia Betina, como também a todos os demais agraciados com o Prêmio Nacional Professor Nota 10.

            Eu gostaria também de aproveitar a sessão de hoje para fazer um registro. No domingo, participei das atividades do Dia Nacional da Juventude. A Arquidiocese de Florianópolis reuniu milhares de jovens num dia inteiro de reflexão, de debates, de atividades culturais e esportivas e também de celebração, trabalhando a questão da violência: como a violência se abate sobre a sociedade, desagrega e faz com que a juventude seja o principal foco, a principal faixa etária de risco em termos de segurança? Se observarmos todos os levantamentos, veremos que as principais vítimas fatais dos crimes estão na faixa etária da juventude. Se verificarmos nos presídios e nas delegacias, veremos também que a juventude está lá, cooptada pela criminalidade.

            Então, efetivamente, essa preocupação da Arquidiocese de Florianópolis é louvável. Eles fizeram trabalhos de grupo, debates e várias reflexões, e, ao final do dia, na celebração, foi apresentada a Carta Aberta da Juventude da Arquidiocese de Florianópolis, cuja leitura faço questão de fazer no plenário do Senado.

            Este é um debate da maior prioridade. Inclusive, estamos em via de aprovar a emenda constitucional, a chamada PEC da Juventude. Espero que tenhamos capacidade de aprová-la rapidamente, para que fique consignada na Carta Magna do Brasil exatamente essa preocupação que toda a sociedade tem de ter com relação à juventude, às políticas públicas voltadas especificamente para a juventude, na área da educação, do lazer, do esporte e da cultura, na geração de emprego, na geração de renda e de oportunidades para esse segmento.

            Isso é muito importante, porque mais da metade da população brasileira está na faixa etária correspondente à juventude. Este momento da história populacional do Brasil não se repetirá mais, Senadora Serys. Não haverá mais momento em que, no Brasil, haverá tantos jovens como atualmente. Por isso, esse é o tema da hora; é assunto com que todos nós temos de estar muito preocupados, pelos riscos, pelos problemas, pela dificuldade. Mesmo com recordes de emprego, a faixa etária correspondente à juventude ainda é a que detém maior índice de desemprego, não é, Senador Paulo Paim?

            Então, esse é um tema sobre o qual nós, Parlamentares, temos a obrigação de nos debruçar com muito afinco, eu diria até com muita diligência, com muita preocupação. Aqui, está a Carta Aberta da Juventude da Arquidiocese de Florianópolis. Quero fazer este registro, porque ela perpassa essa preocupação. É uma Carta muito simples, eu diria até singela, mas também muito forte:

Nós, jovens participantes de diversos grupos na Arquidiocese de Florianópolis, reunidos no Dia Nacional da Juventude, manifestamos por meio dessa Carta nossa opção pela paz e pela vida.

Apontamos a desestruturação das famílias, a falta de oportunidades para o trabalho e estudo, os valores individualistas e a omissão de muitos governantes como as maiores ameaças à nossa integridade. Apesar da insegurança que a violência dessa sociedade nos causa, mantemo-nos firmes na convicção de que todos merecem ‘viver em plenitude’, por isso nos colocamos em marcha pela paz.

Por mais que nos digam que o ‘sol deixou de brilhar’, que nada mais pode ser feito, não nos calamos. Afirmamos antes que ‘paz sem voz é medo’, e proclamamos que, como nossos profetas, para além do combate à violência, construiremos ‘um novo céu e uma nova terra’: a civilização do amor. Para isso, não fazemos questão de cargos ou honrarias, queremos, sim, é companhia: uma nova juventude, bem como uma nova sociedade, é tarefa de todos. A esperança inerente ao jovem que traz o novo será a lâmpada que iluminará nossos passos. Nossa fé em Jesus Cristo será a razão para lutarmos por tudo isso.

Florianópolis, Colégio Catarinense [onde foi realizado o evento], 25 de outubro de 2009 [Dia Nacional da Juventude].

            Por isso, Srª Presidente, fiz questão de fazer essa leitura. Como eu disse, é uma Carta singela, mas que, de forma muito clara e muito contundente, com a veemência dos jovens, diz o que eles querem, aquilo de que eles precisam, o que eles almejam e, principalmente, o que eles esperam que nós façamos, seja nos cargos à frente do Executivo, seja no âmbito federal, estadual ou municipal. Esperam também que nós, Parlamentares, tenhamos um olhar muito especial, muito diferente para este momento, em que há muitos jovens no Brasil e em que muitos problemas ainda afetam essa parcela considerável da população.

            Por isso é que faço o apelo, para que tenhamos, sim, uma preocupação muito grande, muito especial, com os projetos que dizem respeito a essa parcela da população brasileira e para que, de forma especial, tenhamos a capacidade de aprovar muito rapidamente a denominada PEC da Juventude, porque esse é um clamor que vem de toda essa parcela. O tema foi muito debatido, foi tratado, inclusive, no encontro da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Florianópolis, e imagino que isso tenha acontecido em todo o Brasil nesse Dia Nacional da Juventude.

            Era isso o que eu tinha a dizer, Srª Presidente.

            Muito obrigada.

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