Discurso durante a 189ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Transcurso, em 24 de outubro, dos 340 anos da cidade de Manaus.

Autor
Jefferson Praia (PDT - Partido Democrático Trabalhista/AM)
Nome completo: Jefferson Praia Bezerra
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Transcurso, em 24 de outubro, dos 340 anos da cidade de Manaus.
Aparteantes
Mozarildo Cavalcanti, Romeu Tuma.
Publicação
Publicação no DSF de 28/10/2009 - Página 54714
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, CAPITAL DE ESTADO, LEITURA, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, A CRITICA, AMAZONAS EM TEMPO, JORNAL DO COMMERCIO, ESTADO DO AMAZONAS (AM), REGISTRO, DECLARAÇÃO, JEFFERSON PERES, EX SENADOR, ELOGIO, DESENVOLVIMENTO, SIMULTANEIDADE, PRESERVAÇÃO, FLORESTA AMAZONICA.

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           O SR. JEFFERSON PRAIA (PDT - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente.

           Eu gostaria, neste momento, de destacar diversos jornais do Estado do Amazonas, diante da comemoração que tivemos no dia 24 de outubro dos 340 anos de Manaus.

           Começo, Sr. Presidente, com a edição especial do jornal A Crítica, que diz o seguinte, em sua primeira página:

Com os olhos para o futuro, Manaus negligencia seu passado.

Coração ou cérebro? Difícil definir a que parte do corpo humano o Centro Histórico de Manaus corresponderia no conjunto da capital da Amazônia.

O fato é que, coração ou cérebro, o Centro está doente. As antigas ruas que eram origem de um orgulho sem precedentes, hoje estão apinhadas de vendedores ambulantes, mendigos e marginais. Nos calçadões portentosos por onde circulava o abundante dinheiro da Zona Franca, hoje restam alguns poucos pequenos comércios que insistem em permanecer onde estão quando a maioria de seus vizinhos já migrou para outros centros comerciais mais modernos.A dor do Centro é a dor de uma cidade que, mais que nunca, busca uma identidade em meio a “revoluções econômicas” que, de tempos em tempos, muda feições, povos e o rosto de Manaus.

O Centro Histórico ainda é morada de tradicionais famílias da cidade, mas será este o seu destino em tempos de modernidade? Morada de uns poucos e dormitório daqueles que a cidade não quer mais?

Para o técnico em Ciências Sociais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), André Bazzanella, a história mostrou que, com o tempo, várias Manaus foram se sucedendo. Reconstruções sucessivas dentro de um mesmo espaço urbano. “O problema é que as cidades não podem se suceder, porque o que fica da que passou é destruído. As cidades têm se ser simultâneas”, afirma.

E, a cada Manaus construída, um pouco (e, às vezes, tudo) vai ficando para trás. Onde está o Forte de São José do Rio Negro, berço de nascimento da cidade?

Projetar o futuro é fundamental para o desenvolvimento de uma cidade, entretanto, Manaus observou, nos últimos anos, um intenso processo de esquecimento de seu passado, hoje relegado a alguns poucos prédios históricos e à memória dos nossos velhos.

O “I Fórum A CRÍTICA Manaus: construindo os próximos 60 anos” reuniu especialistas dedicados ao estudo do Centro Histórico de Manaus, que chegaram ao consenso de que, sim, é possível termos um Centro mais saudável, desde que todos, Poder Público e sociedade civil organizada, atuem juntos. Mas antes dessa união, é preciso que a cidade volte os seus olhos, sempre focados no futuro, e aprenda um pouco mais com os erros de seu passado.

           Sr. Presidente, nesta primeira página da edição especial do jornal A Crítica, eles fazem aqui uma citação, que eu gostaria de rapidamente ler, do nosso saudoso Senador Jefferson Péres, trecho de evocação de Manaus como a vi ou sonhei. Diz o Senador Jefferson Péres:

Romper com o que fomos significaria cortar raízes, implicaria uma automutilação, uma perda de identidade. Por mais próspera que se apresente, uma comunidade amnésica será vazia como um corpo sem alma, se me permitem o lugar-comum.

           Sr. Presidente, gostaria também de rapidamente destacar o que diz outro jornal do nosso Estado, Amazonas em Tempo:

As cidades são criadas à imagem e semelhança dos sonhos e ambições dos seus pioneiros. Por primeiro, a fortaleza e a bandeira que delimitam o território conquistado, mas também é o marco da expansão, se não houver mudança dos planos - por algum motivo, não foi possível fixar-se nessa primeira escolha. Depois, são os arruamentos, as construções, os monumentos, as ruas desenhando o futuro, que só existe enquanto presente, porque não se vive no futuro.

Em 340 anos, Manaus seguiu os procedimentos das cidades.

Seu primeiro e grande arquiteto da modernidade foi Eduardo Ribeiro, chamado de “Pensador”, pois olhava além da realidade imediata, como fazem os visionários e, talvez, por isso tenham dado o seu nome ao único hospital psiquiátrico da capital amazonense e à sua (no princípio do século 20) avenida mais importante, centro comercial e financeiro da riqueza construída por uma única árvore: a seringueira. Ribeiro criou o destino de Manaus à imagem e semelhança das cidades européias do século 19. Até hoje uma febre de nostalgia marca essa história e impacta as novas gerações de nativos e migrantes que habitam a maior cidade da Amazônia.

Para celebrar esses 340 anos de fundação e de inserção de Manaus na história do mundo moderno, o Em Tempo, leva, nesta edição, os seus leitores a uma viagem por essa paisagem tantas vezes mudada; uma viagem por uma cidade que se esforça por construir a própria imagem e semelhança.

           Sr. Presidente, destaco também o que diz o Jornal do Commercio referente aos 340 anos de Manaus. O jornal é um dos mais antigos do Estado, fundado em 1904.

Futuro é o presente de Manaus.

Manaus chega aos 340 anos refletindo a juventude de quem se prepara para entrar no futuro, com o fôlego de uma metrópole acostumada a mudar e superar obstáculos.

           Isso é o que diz o Jornal do Commercio.

           Senador Romeu Tuma, é com muito prazer que ouço V. Exª.

           O Sr. Romeu Tuma (PTB - SP) - Desculpe, Senador Jefferson, eu me julgo um amante da Amazônia. Várias vezes fui a Manaus como chefe de polícia e hoje eu vou por razões que o Arthur Virgílio sempre conta para os companheiros, pelo amor que tenho a Manaus, à Amazônia. Andei pelo interior do Amazonas, e é profundamente amargo realmente o que se vê na região do comércio de Manaus: várias portas fechadas, um comércio diminuto, e a população praticamente vai ao shopping para fazer suas compras dos produtos necessários. Abandonou-se totalmente o comércio. É claro que a Zona Franca, através da Drª... Senador Arthur, me ajude...

           O SR. JEFFERSON PRAIA (PDT - AM) - Flávia Grosso, Superintende da Suframa. Flávia Grosso.

           O Sr. Romeu Tuma (PTB - SP) - A Flávia tem um potencial enorme, não só para zelar pelo desenvolvimento econômico e financeiro e da produção da região amazônica, como serviços sociais que eu desconhecia e que ela apresentou na última vez em que lá estive. Encontrei com ela aqui em Brasília junto com V. Exª, fazendo a abertura da Feira Verde de Manaus e mostrando...

           O SR. JEFFERSON PRAIA (PDT - AM) - Feira Internacional da Amazônia.

           O Sr. Romeu Tuma (PTB - SP) - Feira Internacional da Amazônia. Então, queria me solidarizar com V. Exª e dizer que o Arthur Virgílio, V. Exª, os membros do Amazonas contam com mais um Senador que é clonado pelo Amazonas. Então, eu cumprimento V. Exª e dou toda a razão a sua angústia, no depoimento, principalmente na escrita do jornal no aniversário da região. Obrigado, Senador.

           O SR. JEFFERSON PRAIA (PDT - AM) - Muito obrigado, Senador Romeu Tuma, V. Exª que representa muito bem o Estado de São Paulo, que tem o espírito brasileiro, o espírito paulista.

           (Interrupção do som.)

           O SR. JEFFERSON PRAIA (PDT - AM) - Muito obrigado, Sr. Presidente. É com muito prazer que ouço o Senador Mozarildo Cavalcanti.

           O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Senador Jefferson Praia, hoje, inclusive, no pronunciamento que fiz em homenagem ao ex-Governador e ex-Senador Gilberto Mestrinho, frisei que estudei em Manaus no Colégio Dom Bosco, no Colégio Estadual Paes de Carvalho, e só saí de lá para Belém porque quis fazer medicina e, à época, não tinha. Então, quero me associar à homenagem que V. Exª presta a Manaus, aos seus 340 anos. Quero dizer que nós de Roraima, que já fomos Amazonas e depois fomos desmembrados em 1943 por Getúlio Vargas, temos muito orgulho dos vizinhos e, portanto, vamos dizer assim, do Estado-Mãe que foi o Amazonas para nós, e temos lá uma grande colônia amazonense. Portanto, quero me associar aqui aos parabéns e à análise que V. Exª faz das transformações que Manaus sofreu nesses anos.

           O SR. JEFFERSON PRAIA (PDT - AM) - Muito obrigado, Senador Mozarildo.

           Para concluir, Sr. Presidente, quero também destacar o Jornal Diário do Amazonas pelas matérias que fizeram referência aos 340 anos e dizer que Manaus hoje é uma grande metrópole, tem os seus problemas, como todas as metrópoles têm. É claro, nós que somos de lá estamos buscando cada vez mais as soluções dos problemas enfrentados por aquela cidade que a cada dia busca, na verdade, ser uma cidade melhor. Nossa cidade tem um povo maravilhoso e, dentro do contexto da Amazônia, é uma referência pelo Estado em que está inclusa, o Amazonas, Estado com o menor percentual de desmatamento. Assim, nesses 340 anos, queremos dizer que estamos fazendo a nossa parte no contexto de preservar e conservar, cada vez mais, aquele Estado.

           Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/10/2009 - Página 54714