Discurso durante a 170ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem ao 180 anos da primeira imigração alemã recebida no Estado do Paraná.

Autor
Flávio Arns (S/PARTIDO - Sem Partido/PR)
Nome completo: Flávio José Arns
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao 180 anos da primeira imigração alemã recebida no Estado do Paraná.
Publicação
Publicação no DSF de 01/10/2009 - Página 48516
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • LEITURA, REQUERIMENTO, ENDEREÇAMENTO, EMBAIXADOR, PAIS ESTRANGEIRO, ALEMANHA, BRASIL, INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL, MUNICIPIO, CURITIBA (PR), HOMENAGEM, ANIVERSARIO, COMUNIDADE, DESCENDENTE, IMIGRAÇÃO, ESTADO DO PARANA (PR), CONTRIBUIÇÃO, CONSTRUÇÃO, ESTADO DEMOCRATICO.

            O SR. FLÁVIO ARNS (S/Partido - PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, se V. Exª permitir, gostaria de encaminhar um documento que se refere ao 180º aniversário da primeira imigração alemã, recebida no Estado do Paraná e comemorado no dia de hoje.

            Estou fazendo este requerimento para ser encaminhado para o Embaixador da República Federal da Alemanha, para o Instituto Goethe, em Curitiba, e, ao mesmo tempo, para toda a comunidade alemã-brasileira, descendentes de alemães que, em conjunto com todos os demais brasileiros, vêm contribuindo para a construção de um Brasil democrático, livre, desenvolvido, e hoje se celebra esse 180º aniversário da primeira imigração alemã recebida no meu Estado, o Estado do Paraná.

            Então, vou ler o texto Sr. Presidente:

“Já se passaram algumas dezenas de anos desde que os primeiros imigrantes alemães aportaram no Brasil em 1818 - peregrinos de terras longínquas que aqui chegaram com a perspectiva de plantarem seus sonhos em uma terra promissora. Ao escreverem a sua história, eles [os alemães] imprimiram a sua genética na história da colonização e povoamento brasileiro. Impulsionados pelo sonho de assegurarem um futuro mais hospitaleiro para as gerações que começavam a despontar, eles enfrentaram os obstáculos, venceram os desafios e desbravaram caminhos, deixando uma trilha de determinação, coragem, perseverança e fé para os que os seguiriam. Ao se tornarem os protagonistas de uma nova fronteira, eles estabeleceram o espírito da saga brasileira.

O movimento migratório alemão no Brasil, que se iniciou no século XIX e estendeu-se até meados do século XX, concentrou-se no Sul do País, região que foi fortemente influenciada, tanto pela língua alemã, costumes, arquitetura, como pela culinária, festas da cerveja e músicas típicas. Blumenau, Joinville, São Leopoldo (1824, 1ª colônia no Rio Grande do Sul), Três Forquilhas, Nova Petrópolis, Santo Ângelo, Brusque, Pomerode, São Pedro de Alcântara (1828, 1ª colônia em Santa Catarina) são algumas das cidades fundadas no Estado gaúcho e catarinense que mais preservam os resquícios da cultura alemã. Algumas dessas cidades tornaram-se requisitados destinos turísticos, sendo que Santa Catarina é considerado o Estado “mais alemão” do Brasil. No Paraná [meu Estado - e quero aqui prestar homenagem a Santa Catarina novamente, porque as famílias de meus pais, as duas famílias, vieram de Santa Catarina para o Paraná], a colonização alemã também deixou traços de sua forte presença. No dia 30 de setembro, estão sendo comemorados os 180 anos da 1ª imigração alemã para o Estado, que se iniciou com a implantação da primeira colônia em 1829 em Rio Negro. A partir dessa data, os imigrantes alemães alastraram sua presença com a fundação das colônias de Terra Nova, Santa Leopoldina e Castro (1855). No século XX, eles se estabeleceram em Ponta Grossa, Palmeira, Irati, Cruz Machado, Entre Rios (Guarapuava), dentre outras cidades.

Em Curitiba, os imigrantes começaram a chegar a partir de 1833 e influenciaram fortemente a cultura local. Hoje em dia, ainda existem muitos casarões espalhados em vários bairros da cidade e sabe-se também que muitas sociedades teuto-brasileiras, como o Clube Concórdia, Duque de Caxias, Clube Thalia, dentre outras, foram organizadas pelos imigrantes objetivando preservar a cultura germânica.

Não restam dúvidas de que, ao saudarmos, no dia de hoje, a memória da chegada dos primeiros imigrantes alemães ao Paraná, estamos rendendo um merecido tributo a uma das maiores influências na formação do povo e da cultura brasileira. As pequenas colônias que foram fundadas pelos imigrantes alemães transformaram-se em referências de progresso e desenvolvimento. Os seus descendentes brasileiros [temos sempre que lembrar, os seus descendentes, os que vieram da Alemanha, brasileiros como todos nós] são pessoas que hoje muito honram e orgulham a nossa Pátria. Atualmente, estima-se que 18 milhões de brasileiros [10% da população] têm pelo menos um antepassado de origem alemã. O patrimônio linguístico, étnico, social do nosso País tem raízes multiculturais [isso é muito bonito] que evidenciam que a fusão de diferentes tradições culturais é benéfica, necessária e salutar.

            Então, é um requerimento, Sr. Presidente, que o Senado Federal dirigirá ao Embaixador da República Federal da Alemanha no Brasil e ao Instituto Goethe de Curitiba.

         Através desta leitura, também os Estados, particularmente do Sul, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, serão homenageados, porque os alemães e os descendentes de alemães, como de tantas outras culturas vêm contribuindo decisivamente, cada um com o seu espaço, com o seu talento, para o desenvolvimento de um Brasil desenvolvido, justo, solidário, que valoriza a grande riqueza que o Brasil tem, que é a presença de pessoas de tantos Países do mundo, constituindo o povo brasileiro.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/10/2009 - Página 48516