Discurso durante a 172ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comunica sua filiação ao Partido Social Cristão - PSC, ocorrida no dia 23 de setembro de 2009.

Autor
Mão Santa (PSC - Partido Social Cristão/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA.:
  • Comunica sua filiação ao Partido Social Cristão - PSC, ocorrida no dia 23 de setembro de 2009.
Publicação
Publicação no DSF de 02/10/2009 - Página 48983
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • AVALIAÇÃO, ALTERAÇÃO, DIRETRIZ, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), RENUNCIA, APRESENTAÇÃO, CANDIDATURA, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, OBEDIENCIA, GOVERNO, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), MOTIVO, SAIDA, ORADOR.
  • REGISTRO, FILIAÇÃO PARTIDARIA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO SOCIAL CRISTÃO (PSC), IDEOLOGIA, CRISTÃO, PREVISÃO, CRESCIMENTO, AMBITO, POLITICA NACIONAL, AGRADECIMENTO, HONRA, SAUDAÇÃO, DIRETRIZ, ETICA, DEMOCRACIA, COMENTARIO, IGUALDADE, INGRESSO, JOAQUIM RORIZ, EX GOVERNADOR, DISTRITO FEDERAL (DF).

            O SR. MÃO SANTA (S/Partido - PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Senador Paulo Paim, Parlamentares, brasileiras e brasileiros, realmente tenho de dar uma satisfação ao País, pois nós somos Senadores da República do Brasil.

            Senador Paulo Paim, por esta Casa - quis Deus estar aí o Senador Heráclito Fortes - passou, como Heráclito, um brilhante piauiense, Petrônio Portella, que presidiu o Senado por duas vezes, foi Ministro da Justiça deste País e seria, sem dúvida nenhuma, o primeiro Presidente civil pós-revolução.

            Naquele tempo, era o Colégio Eleitoral. Então, ele tinha acertado com Tancredo que ele seria o candidato do PDS e o Tancredo Neves, do PP, o seu vice, e o Colégio Eleitoral tombaria o MDB da época. Deus não quis. Mas ele deu um ensinamento muito importante: “Só não muda quem se demite do direito de pensar”. E, antes, eu conhecia do filósofo Descartes: “Penso, logo existo”.

            Então, quero dizer que o PMDB hoje, o antigo MDB - está aqui o Heráclito, companheiro, irmão, camarada, lá do Piauí, que foi PMDB; conheci-o no PMDB -, não é aquele com que sonhamos, de Ulysses encantado no fundo do mar; de Teotônio Vilela, moribundo, discursando, que dizia: “Resistir falando, falar resistindo”; não é o de, vamos dizer, Tancredo Neves, que se imolou pela democracia; de Juscelino, aqui humilhado, cassado como Senador da República. Não é aquele, bastaria o exemplo, em 1974, de Ulysses Guimarães, que, com coragem, se lançou candidato a Presidente da República sem nenhuma chance. Fora chamado o anticandidato porque a eleição era indireta no Congresso e sabia, de antemão, que ele era minoritário. Mas, com a sua coragem, usou aquela oportunidade para falar ao País, para inspirar o País a acreditar numa redemocratização.

            Depois, quando veio essa redemocratização, vi, recentemente, o meu Partido, nas últimas eleições - talvez isso nunca mais vá ocorrer -, ter o maior número de votos, maior número de Vereadores, de Prefeitos, Deputados Estaduais e Federais, Senadores e Governadores. Mas vi esse Partido recusar o direito de ser candidato Requião, Itamar Franco, Anthony Garotinho, Germano Rigotto; e o mais constrangedor de tudo foi quando vi a sua Executiva, depois de Pedro Simon ter sido aclamado em uma plenária do partido, proibir a candidatura e a convenção que ia consagrar Pedro Simon seu candidato. E esse Partido, ultimamente, nós vimos que impediu até, de ser lançado a Governador da capital da República, Roriz.

            Então, não há dúvida de que esse Partido foi cooptado pelo Governo, pelo Partido dos Trabalhadores. Talvez eu seja hoje o político mais sofrido e experimentado do Piauí. Então, eu sei como funcionam essas coisas da política. Numa convenção, eu não tenho mais o domínio partidário que tive quando, por duas vezes, fui eleito Governador pelo PMDB e pelo povo do meu Piauí, e também Senador da República. Senti, tinha convicção de que o lado ligado ao Governo do Estado e ao PT nacional ficou mais forte. Então, não era legítimo eu deixar que o meu mandato, que pertence ao povo do Piauí, fosse decidido por uns poucos.

            Realmente, em todas as instituições, há o direito, e a mais sagrada delas é a família. Na Sagrada Família, Deus colocou Jesus. Às vezes, um ou outro parceiro que forma o casal se desliga por causa justa. Eu também me desliguei por essa justa causa e por coerência.

            Então, busquei, e acho que, numa inspiração de Deus - agradeço a alguns Partidos, todos muito bons, alguns convites -, ingressei nesse partido, o PSC. Por quê? Primeiro, Paim, meu nome é Francisco. É um nome cristão. Francisco, meu patrono, foi o que mais se aproximou de Cristo. Andava no mundo com uma bandeira: “Paz e bem”.

            Esse é o Partido Social Cristão, e sua origem é muito pura. Isso me impressionou. Pode ser pequeno, mas vamos, juntos, fazê-lo grande. Nunca vi uma coisa nascer grande.

            Ele nasceu na pureza do ideal. É preciso entender a política nacional. Ele nasceu da inspiração de Pedro Aleixo. Os jovens não sabem quem foi Pedro Aleixo. Oriundo de Minas, berço da melhor história libertária deste País, Pedro Aleixo foi Vice-Presidente da República no regime militar de Costa e Silva.

            Costa e Silva morreu, e ele não assumiu. Aliás, são dois mineiros que estiveram para ser Presidentes e não assumiram: Tancredo, por destinação, porque Deus o chamou, imolou-se; e o nosso Pedro Aleixo, legitimamente Presidente da República, uma vez que Costa e Silva falecera. Mas os militares não o deixaram assumir porque ele se recusara a assinar os atos institucionais - o Ato Institucional nº 05 - e exigia a volta mais rápida da redemocratização do Brasil.

            Esse era Pedro Aleixo, daí as raízes desse Partido serem mineiras. Aliás, o Presidente atual é um familiar, liderado pelos sonhos de Pedro Aleixo: Vítor Nósseis. O Vice-Presidente é um pastor, Everaldo Dias. E também me encanta o seu Secretário, que é o Gilberto Nascimento. V. Exª deve conhecê-lo. Ele era do PMDB e teve muitos mandatos. É paulista, ficou sendo o primeiro suplente, tendo quase o mesmo número de votos do Presidente Michel Temer. Ele foi o principal elo. Enfim, os Deputados Federais nos encantaram todos. Não vou citar nomes porque me poderia esquecer de alguns, mas estou muito honroso de estar na convivência dessas pessoas. Mas simbolizaria todos na pessoa do líder, que é do Rio de Janeiro, advogado, Dr. Hugo Leal. Há uns 18 Deputados Federais hoje, alguns ingressaram agora.

            Ontem, tomou posse o Roriz, esse símbolo. O significado do Roriz na política do Brasil é muito grande. Ele foi Vereador em Goiás, Deputado Estadual, Vice-Governador, Ministro, e solicitado para governar Brasília, uma por indicação do Executivo, indireta, e três, pelo povo. Então, Roriz tem muito significado e grandeza. Coincidentemente, ele também deixou o PMDB.

            O PSC tem um símbolo: um peixe. E peixe nos lembra Cristo, quando Ele foi alimentar seus irmãos e os famintos. Peixe e pão. Pão e peixe. Lembra-nos partilha, comunhão. Esse é o símbolo cristão do nosso Partido. Ele tem um slogan: “Fé, ética e democracia”. Fé que remove montanhas. Ele tem um programa, que nos encanta: a promoção do homem.

            Senador Heráclito Fortes, por coincidência, esse programa era do nosso ex-Governador e Senador Dirceu Arcoverde, que tombou bem aí, como Senador: promoção do homem. O homem em primeiro lugar. E encanta-me esse programa, Senador Paulo Paim, porque médico que sou, professor de fisiologia que for, o primeiro ecologista Sófocles disse: “Muitas são as maravilhas da natureza, mas a mais maravilhosa é o ser humano”. E este Partido teve a inteligência de botar no seu programa o homem em primeiro lugar. E a doutrina é a nossa, a doutrina cristã, essa que nós vivemos. Sou filho de uma Terceira Franciscana cristã. No seu colo, aprendi os princípios cristãos. Sempre digo: não sou mão santa, mas sou filho de mãe santa. Minha mãe era Terceira Franciscana.

            Vim para este Partido para ficar. Ele é pequeno no Piauí, mas vamos fazê-lo grande. Convidamos todos para que venham conosco, com Cristo. Posso dizer como aquele que foi o maior líder do cristianismo, o Apóstolo Paulo: “Percorri o meu caminho, preguei a minha fé e combatemos o bom combate”.

            Senador Paulo Paim, aqui no Congresso, no Piauí e no Brasil, vou-me inspirar no próprio Partido, que é cristão, social cristão, naquilo que foi a minha vida de político: procurar alimentar os famintos, dar de beber aos que tinham sede, medicamentos aos doentes, casa aos desabrigados. Enfim, essa filosofia cristã foi incorporada na minha vida.

            Terminaria afirmando ao Partido e ao Brasil que, como Cristo disse, não vim para ser servido; vim para servir ao Partido, para servir à democracia e ao meu País no Partido Social Cristão.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/10/2009 - Página 48983