O SR. CÉSAR BORGES (Bloco/PR - BA. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, esta comunicação inadiável faço para reforçar as preocupações que já expus aqui desta tribuna com relação a dois assuntos que trazem inquietação imensa à população do meu Estado.

            Em primeiro lugar, Sr. Presidente, a questão da saúde, da saúde pública. Aqui, semana passada, eu falava que 66 baianos já morreram por causa da dengue e que a Bahia batia recordes históricos com relação à essa epidemia.

            Em reforço ao que eu disse, o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse que a questão da dengue no Brasil estava restrita a poucos Estados, a quatro Estados. Não citarei os outros. Citarei o meu Estado, a Bahia. Enquanto Estados como Rio de Janeiro e outros fizeram um combate efetivo, fizeram o dever de casa, lamentavelmente, na Bahia, houve um recorde absoluto, Senador Jefferson Praia, na questão da dengue, um aumento de quase 200%. Bateu todos os recordes históricos, e 66 baianos já faleceram.

            Falei aqui também da meningite, que ataca na região de Porto Seguro, segundo polo turístico do Estado da Bahia e do Nordeste brasileiro. Depois de Salvador, a cidade mais visitada no Nordeste é Porto Seguro e seu entorno, Trancoso, onde já faleceram cinco pessoas e foram diagnosticados oito casos de meningite meningocócica, aquela mais grave.

            Pode parecer que estou a fazer crítica ao Governo do Estado, mas não é isso que me move. O que me move é a preocupação.

            No jornal A Tarde, de maior circulação, politicamente isento, está a manchete:“Meningite faz 5ª vítima em Porto Seguro”.

            Sabe o que significa, Sr. Presidente? Significa que agora que estamos entrando no verão. Estamos na primavera, mas na Bahia começa o verão. O que vai acontecer, lamentavelmente, com esse turismo? Hoje há uma enquete no site Bahia Noticias, e majoritariamente todo o povo diz que haverá prejuízo para o turismo baiano. Tenho que lamentar e pedir providências urgentes para que os hoteleiros, o trade turístico não tomem prejuízo mais em Porto Seguro.

            E aqui fiz a pergunta: o que está acontecendo com a saúde da Bahia? E sabem quantos baianos já faleceram este ano por causa da meningite? Trinta e três baianos já faleceram.

            Então, fiz esse alerta para pedir providências urgentes. Que as autoridades estaduais tomem as providências, e, caso elas não disponham dos meios necessários, ou por não terem gestão ou por não terem recursos para trabalhar e ajudar os Municípios, que apelem para o Governo Federal. Eu tenho certeza de que o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, dará todo apoio para essa questão.

            E o outro ponto, Sr. Presidente, é a eterna questão da segurança pública. Nessa mesma página do jornal A Tarde está estampado: “Protesto contra impunidade bloqueia BR-101 no sul do Estado”.

“Cerca de 800 pessoas, entre familiares e amigos de 30 vítimas de assassinato, nas cidades de Ubaitaba e Aurelino Leal, bloquearam a BR 101, na manhã de ontem, em protesto contra a impunidade. Vestidos de camisas pretas e com dezenas de faixas que lembravam alguns crimes sem solução [...]”

           E veja bem V. Exª: não se trata aqui de uma capital, de uma região metropolitana, mas de uma pequena cidade do interior. Ubaitaba, à margem esquerda do rio das Contas, e Aurelino Leal, à margem direita, cujo prefeito, Gilberto Andrade, que era do PR, do meu partido, 48 anos, foi assassinado no dia 5 de maio de 2007, crime esse até hoje não elucidado.

           Então, a população protesta, a população faz um bloqueio na BR 101 no sul do Estado da Bahia, e é essa situação lamentável que ocorre em todo o Estado.

           É tão grave, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que um delegado da cidade de Ipiaú - região que conheço, porque sou filho dessa região: Jequié, Ipiaú, Itagibá, Ubaitaba, Aurelino Leal, Ibirataia, tantas cidades ali próximas - foi assassinado em praça pública, em Ipiaú.

           Então, é outro problema gravíssimo. O crack, Sr. Presidente, toma conta hoje da juventude baiana, e não é apenas na capital do Estado, mas em todo o interior do Estado.

           A quem nós devemos apelar?

            A minha pergunta é exatamente esta: a quem devemos apelar? Porque, outro dia, assaltaram uma secretaria de Estado, a Secretaria de Saúde, e os caixas eletrônicos foram arrombados na madrugada dentro de uma dependência do Governo de Estado. E o Secretário de Segurança disse: “Bom, os bandidos foram muito criativos”. Quer dizer, não podemos apelar ao Secretário de Segurança...

(Interrupção do som.)

            O SR. CÉSAR BORGES (Bloco/PR - BA) - ...a quem cabe as providências. (Fora do microfone.)

            Então, aqui eu não quero fazer crítica e não me move o desejo de fazer crítica. Mas acho que, como representante da Bahia, é meu dever, é minha obrigação estar aqui nesta tribuna, apelando, pedindo, reclamando, suplicando que as autoridades do meu Estado, da saúde, da segurança, possam tomar as providências cabíveis, porque, senão, haverá outras manchetes nos jornais baianos, como essa do jornal A Tarde, que apresentei, mas que também estão na Tribuna da Bahia, no Correio, que são os três maiores jornais do Estado da Bahia.

         Então, Sr. Presidente, agradeço. E a comunicação inadiável é essa, para que haja providências a tempo de não se lamentar mais ainda...

(Interrupção do som.)

            O SR. CÉSAR BORGES (Bloco/PR - BA) - ...por perda de vidas importantes de baianos (fora do microfone), seja por causa de epidemias, como meningite e dengue, seja por causa da violência armada, dos assassinatos que atingem índices históricos nunca alcançados no Estado da Bahia.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

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