Discurso durante a 204ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Reflexão sobre notícia de que o Governo Federal contratou, na Bahia, por meio de licitação, fabricação de embarcações a serem utilizadas no transporte escolar em várias regiões do Brasil, inclusive na Região Norte. Lembrança de que há na Casa projeto de autoria de S.Exa. que prevê a instalação, em Cruzeiro do Sul, no Acre, de uma escola técnica de construção naval. Congratulações ao povo da cidade de Feijó, onde haverá nova eleição para prefeito.

Autor
Geraldo Mesquita Júnior (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AC)
Nome completo: Geraldo Gurgel de Mesquita Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. POLITICA DE TRANSPORTES. ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.:
  • Reflexão sobre notícia de que o Governo Federal contratou, na Bahia, por meio de licitação, fabricação de embarcações a serem utilizadas no transporte escolar em várias regiões do Brasil, inclusive na Região Norte. Lembrança de que há na Casa projeto de autoria de S.Exa. que prevê a instalação, em Cruzeiro do Sul, no Acre, de uma escola técnica de construção naval. Congratulações ao povo da cidade de Feijó, onde haverá nova eleição para prefeito.
Publicação
Publicação no DSF de 07/11/2009 - Página 57619
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. POLITICA DE TRANSPORTES. ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.
Indexação
  • COMENTARIO, INICIATIVA, GOVERNO FEDERAL, REALIZAÇÃO, LICITAÇÃO, CONTRATAÇÃO, ESTALEIRO, FABRICAÇÃO, EMBARCAÇÃO, DESTINAÇÃO, TRANSPORTE ESCOLAR, CRIANÇA, ESTUDANTE, DIVERSIDADE, REGIÃO, BRASIL, ESPECIFICAÇÃO, REGIÃO NORTE.
  • JUSTIFICAÇÃO, ANTERIORIDADE, APRESENTAÇÃO, PROJETO DE LEI, DEMORA, TRAMITAÇÃO, PROPOSIÇÃO, CRIAÇÃO, ESCOLA TECNICA, CONSTRUÇÃO NAVAL, MUNICIPIO, CRUZEIRO DO SUL (AC), ESTADO DO ACRE (AC), APROVEITAMENTO, CONHECIMENTO, TRADIÇÃO, FAMILIA, REGIÃO, CONSTRUÇÃO, EMBARCAÇÃO, INCENTIVO, FORMAÇÃO PROFISSIONAL, JUVENTUDE.
  • QUESTIONAMENTO, FALTA, ATENÇÃO, GOVERNO FEDERAL, IMPORTANCIA, INVESTIMENTO, CONSTRUÇÃO, ESCOLA TECNICA, REGIÃO NORTE.
  • JUSTIFICAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE, ORADOR, PARTICIPAÇÃO, ENCONTRO, APOIO, CANDIDATO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), PREFEITO, VICE-PREFEITO, MUNICIPIO, FEIJO (AC), ESTADO DO ACRE (AC), ELOGIO, VIDA PUBLICA, COMPROMETIMENTO, PROGRESSO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, SAUDAÇÃO, POPULAÇÃO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (PMDB - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Mão Santa, prezado amigo que preside esta sessão, Srªs e Srs. Senadores, eu estive, recentemente, na Bahia, mais particularmente em Salvador, e, abrindo os jornais, deparei com a notícia - atentai bem, como diz V. Exª - de que o Governo Federal, por meio de uma licitação, contratava a fabricação de seiscentas embarcações de um determinado estaleiro lá na Bahia, embarcações que serão ou deverão ser utilizadas no transporte escolar de crianças, alunos, estudantes do Norte, Nordeste, enfim, de regiões do País. A notícia me remeteu imediatamente para um projeto de minha autoria aqui nesta Casa - autorizativa, é certo -, que estimula, ou estimulava, o Governo a instalar no Município de Cruzeiro do Sul, Senador Mão Santa, na minha terra, uma escola técnica de construção naval.

            Eu propus, eu tive essa iniciativa e vou justificá-la. Cruzeiro do Sul, Senador Mão Santa, tem uma tradição que a gente costuma chamar de tradição oral; há pessoas lá com essa tradição, que passou do avô para o pai, para o filho: a técnica de construção de embarcações. E nada mais adequado seria, Senador Mão Santa, que o Governo Federal aproveitasse esse conhecimento, essa cultura existente naquela região e instalasse ali uma escola técnica de construção naval. Para quê, Senador Mão Santa? Exatamente para isso.

            Na Bahia - e parabéns à Bahia, que conseguiu esse contrato, não sei qual é o estaleiro -, vão ser fabricadas embarcações que talvez tenham que ir lá para o Acre, talvez até lá para Cruzeiro do Sul, para transportar aluno, estudante da rede pública. Na Amazônia, como V. Exª sabe, as estradas em grande parte são os rios, os pequenos e grandes rios. A criançada vai de casa pra escola e vice-versa em barcos, às vezes correndo risco de morte. Mas essas embarcações poderiam estar sendo fabricadas hoje lá em Cruzeiro do Sul.

            Em Cruzeiro do Sul poderiam, por meio dessa escola técnica, construir embarcações não só ali para a região do Juruá, mas para todo o Estado, para o Amazonas e até para países vizinhos, Venezuela, Colômbia. Poderia ser um grande centro de construção de embarcações de todo porte: pequenas, médias, grandes.

            Mas, infelizmente, esse projeto não anda, não prospera. É um negócio angustiante, Senador Mão Santa. O Governo acertaria se criasse esses pólos de desenvolvimento, essas instituições.

            Por sinal, o Brasil se ressente muito de escolas técnicas. Essa seria, sim, uma luva na mão, como se diz. Essa conciliaria uma tradição que existe na região do Juruá e notadamente ali no Município de Cruzeiro do Sul com uma necessidade premente de produção de embarcações.

            Lá se faz licitação para se comprar embarcação daqui do sul. E agora, certamente, irão embarcações fabricadas na Bahia. Nada contra elas serem fabricadas na Bahia, mas eu acho que o ideal seria que o Governo Federal se compenetrasse de que melhor seria que instalássemos escolas técnicas dessa natureza em regiões que têm essa cultura, essa tradição, porque ela também está se esboroando, Senador Mão Santa, está sumindo no tempo. Daqui a pouco, você não consegue mais, como se diz, essa semente para alimentar uma iniciativa como essa, porque a tradição vai embora. Se você não tem como sustentá-la de forma a aproveitá-la num empreendimento como esse, ela se esboroa no tempo e no espaço.

            Portanto, eu lamento profundamente que, até hoje, o Governo Federal não tenha se compenetrado de que lá, na Região Norte, a gente precisa de empreendimentos como esse, Senador Mão Santa, menos discurso e mais empreendimentos como esse, mais iniciativas como essa. Já pensou uma escola técnica de construção naval lá em Cruzeiro do Sul, quantos jovens poderiam ter um curso técnico, se formar, ter uma profissão? Já pensou a produção, porque, agregado a uma escola técnica dessa, teríamos um estaleiro para o conhecimento se tornar concreto, não é? Seria assim algo muito importante ali para a nossa região do Juruá.

            Mas, Senador Mão Santa, hoje é para eu estar no Acre e voando para o Município de Feijó. Por algumas razões, eu não tive condições de ir. Hoje à noite, por exemplo, participaria de um grande comício no Município de Feijó, terra onde nasceu meu querido pai, já falecido.

            Eu revelei aqui, dias atrás, um fato inédito na história do Acre, da política acreana: dois prefeitos municipais foram cassados por corrupção eleitoral. Um deles o de Feijó, Prefeito Juarez Leitão, do PT; o outro do Município de Sena Madureira, também ligado ao PT, filiado a um partido coligado com o PT. Por consequência, o Tribunal Regional Eleitoral determinou que fossem realizadas novas eleições.

            O curioso, Senador Mão Santa, é que, lá em Feijó, o Pelé, que foi Vereador por alguns mandatos, filiado ao meu Partido, é candidato a Vice-Prefeito na chapa encabeçada pelo ex-Vereador Dindim, também ex-Vereador, candidato a Prefeito pelo PSDB. Fizemos lá uma aliança desde a eleição de 2008. E a eleição, como o Tribunal reconheceu, foi tomada, foi roubada. Por isso, naquela ocasião essa chapa Dindim e Pelé não foi eleita.

            Mas há uma expectativa muito grande agora, Senador Mão Santa. Acho que a população de Feijó teve tempo para refletir demoradamente. Eu tenho a sensação de que, agora, sob maior controle do Tribunal Regional Eleitoral, dos Partidos, espero que a eleição transcorra de forma limpa. E, se ela ocorrer de forma limpa, não tenho dúvida, Senador Mão Santa, de que a chapa Dindim e Pelé será eleita.

            Dindim é um Vereador de muitos mandatos, pessoa experiente, querida no Município. A sensação que ele me passa é a de que está ávido por servir ao Município dele, à população dele. O povo de Feijó é muito querido.

            Eu gostaria imensamente de, hoje à noite, estar com todos eles lá, confraternizando, conversando com a população, não é, Senador Mão Santa? Política é essencialmente isto: é a oportunidade que temos de conversar com a população, ouvir a população, fazer com que a população também nos ouça um pouquinho, trocar ideias, trocar informações e, assim, tentar avançar na construção de uma sociedade justa, democrática.

            Lamento muito não poder ter ido ontem à noite ao meu Estado. Permaneci aqui. A família... O exercício do mandato, Senador Mão Santa - há coisas que a gente precisa revelar de vez em quando -, priva-nos, por exemplo, do convívio com a família. Muitas das vezes, passo um tempo grande sem ver meus filhos, sem ver meus netos. Minha mulher se ressente...Trago, aqui, questões que podem ser consideradas pessoais, para ilustrar o que vou dizer a seguir, Senador Mão Santa. De fato, hoje é o meu aniversário. Na faixa de idade em que a gente está, costumo dizer que não comemoramos mais aniversários. Mas, em todo caso, a família me intimou a permanecer aqui - filhos e netos estão aqui -. Eu acho que devo isso à família: um momento de confraternização, um momento em que podemos dar uma atenção um pouco maior à própria família, que se ressente tanto da nossa ausência. Ficamos para lá e para cá, vamos ao Acre, voltamos para Brasília, vamos ao Uruguai participar do Parlamento do Mercosul. São missões e missões! E a gente se afasta quase por completo da família.

            Por essa razão, estou aqui justificando com muita humildade o fato de eu não ter ido ao meu Estado, de hoje à noite não poder participar desse grande encontro, de uma candidatura importante em meu Estado, do Didim e o Pelé. Eu queria que os amigos e as amigas de Feijó, que hoje me escutam, que participassem. Hoje à noite haverá, de fato, um grande encontro cívico. O Deputado Flaviano, meu companheiro de Partido, Presidente do meu Partido, o PMDB, vai estar presente. Ele confirmou a presença - infelizmente, eu não vou poder estar com ele -, mas em pensamento, vou sintonizar e pedir a Deus que ilumine o povo de Feijó para que tome uma decisão sábia, que ofereça oportunidade ao Dindim e ao Pelé, dois homens públicos compenetrados, comprometidos com o desenvolvimento e o progresso do Município de Feijó. Peço a Deus que ilumine a consciência do povo de Feijó, para que compreenda a necessidade de alternarmos ali o poder. Como eu disse, são duas pessoas que estão ávidas por poder prestar um serviço de qualidade, trabalhar duro, com austeridade, cuidando de cada tostão da prefeitura, fazendo com que cada dinheirinho que entre ali possa ser empregado da melhor forma possível em beneficio da população.

            Portanto, aqui, registro estes fatos, Senador Mão Santa, muito brevemente. Não vou tomar mais tempo.

            Daqui, envio um abraço muito carinhoso ao povo de Feijó. Peço desculpas por, mais tarde, não estar com todos nessa grande festa cívica que acontecerá. Irei, em seguida e, em outra oportunidade, vou participar, efetivamente, da campanha do candidato Dindim e do candidato Pelezinho, meus queridos amigos. Espero que eles tenham sucesso desta vez. A eleição deles, da outra vez, foi tomada por atos escusos, identificados pelo Tribunal Regional Eleitoral, que cassou o mandato do Prefeito. Se não fossem esses atos, certamente eles teriam sido eleitos e hoje estariam administrando a cidade com competência e tirocínio.

            Portanto, Senador Mão Santa, despeço-me e agradeço o tempo concedido e desejo um feliz final de semana a todos que nos ouvem.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/11/2009 - Página 57619