Discurso durante a 207ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reflexão sobre o pronunciamento do Presidente do Estado de Israel, Shimon Peres, durante a sessão do Congresso Nacional que acaba de se realizar.

Autor
João Pedro (PT - Partido dos Trabalhadores/AM)
Nome completo: João Pedro Gonçalves da Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INTERNACIONAL. POLITICA EXTERNA.:
  • Reflexão sobre o pronunciamento do Presidente do Estado de Israel, Shimon Peres, durante a sessão do Congresso Nacional que acaba de se realizar.
Aparteantes
Eduardo Suplicy, Inácio Arruda.
Publicação
Publicação no DSF de 11/11/2009 - Página 57934
Assunto
Outros > POLITICA INTERNACIONAL. POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • REGISTRO, VISITA, SENADO, PRESIDENTE DE REPUBLICA ESTRANGEIRA, PAIS ESTRANGEIRO, ISRAEL, QUESTIONAMENTO, PRONUNCIAMENTO, DEFESA, PAZ, CONTRADIÇÃO, RELATORIO, VOTAÇÃO, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), CONDENAÇÃO, CRIME, GUERRA, REPRESSÃO, PRIVAÇÃO, LIBERDADE, POVO, REGIÃO, ORIENTE MEDIO, CRITICA, MANIPULAÇÃO, IDEOLOGIA, MEIOS DE COMUNICAÇÃO.
  • NECESSIDADE, CAMPANHA, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), DEFESA, CRIAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, ORIENTE MEDIO.
  • COMENTARIO, INGRESSO, PAIS ESTRANGEIRO, VENEZUELA, MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL), DEFESA, LEGITIMIDADE, ELEIÇÃO, PRESIDENTE DE REPUBLICA ESTRANGEIRA.
  • COBRANÇA, POSIÇÃO, GOVERNO ESTRANGEIRO, DEFESA, MANUTENÇÃO, PAZ.
  • DEFESA, POSSIBILIDADE, BRASIL, CONTRIBUIÇÃO, CRIAÇÃO, ESTADO, REGIÃO, ORIENTE MEDIO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado.

            Sr. Presidente Mão Santa, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, quero, nesta tarde, refletir acerca da sessão do Congresso destinada a recepcionar o Presidente do Estado de Israel, Shimon Peres, que acaba de deixar o Congresso, que acaba de deixar este plenário.

            Quero refletir sobre as palavras do Presidente de Israel, que falou de paz, que defendeu a paz.

            Mas, Sr. Presidente, Srs. Senadores, a ONU acabou de votar, na quinta-feira, o Relatório Gladstone, sobre a Guerra de Israel, agora neste ano, em janeiro e fevereiro, que bombardeou de forma covarde, criminosa, os palestinos que vivem na Faixa de Gaza. Com as armas mais sofisticadas, Israel matou 1.500 palestinos. Mil e quinhentos palestinos foram mortos, assassinados pelas armas de Israel agora em janeiro e fevereiro deste ano. O Presidente fala de paz aqui. “Ah! Israel reagiu contra os foguetes do Hamas!”... Os foguetes do Hamas!...

            Sr. Presidente, Srs. Senadores, esse mesmo mundo, essa mesma mídia que comemora os vinte anos da queda do Muro de Berlim não diz absolutamente nada sobre os muros que Israel constrói na Palestina. Os muros estão ali: quilômetros e quilômetros de muros, dividindo o povo palestino. E, sobre os muros, igualzinho, os da Alemanha Oriental, que condeno, mas o que estou condenando é essa festa que não é outra coisa senão o debate ideológico do capitalismo contra o socialismo. Não se diz nada dos muros construídos pelo presidente que aqui esteve há pouco, os ataques à cultura muçulmana.

            Ou vamos desconhecer a cultura muçulmana? Ou vamos fazer de conta que não existem muros na Palestina construídos por Israel? Ou vamos silenciar à frente a paz que prega o Presidente de Israel e que matou crianças, a população palestina, agora, em janeiro e fevereiro de 2009. Agora! Lá está a Faixa de Gaza bloqueada. Ninguém entra na Faixa de Gaza. E ninguém fala nada sobre esse muro, Senador Inácio Arruda. Ninguém entra em Gaza. Nem a ONU entra em Gaza! - essa que é a verdade - por conta de Israel, porque Israel não permite. Israel que controla hoje a água que alimenta o povo palestino! Isso tem que ser dito. Temos que condenar essa atitude repressora, agressiva, criminosa de Israel contra o povo palestino, que não tem o seu estado!

            Sr. Presidente, este Senado precisa tratar de temas importantes.

            Israel vem aqui, fala de paz e faz a guerra. E nós vamos acreditar que o Presidente Hugo Chávez vai fazer guerra contra a Colômbia, que vai ter guerra. Nem a criancinha acredita nessa guerra, nem a criancinha acredita nessa guerra entre a Colômbia e a Venezuela.

            Esquecem aqueles que, há um ano e meio, foi a Colômbia que invadiu o Equador. Foi a Colômbia que invadiu o Equador! Ou Hugo Chávez, nesses anos todos, invadiu algum país aqui na América Latina?

            Sr. Presidente, Srs. Senadores, estou refletindo sobre essa visita por conta da ênfase da paz quando, na realidade, não existe paz na Palestina. O povo palestino vive vigiado. As cidades na Palestina, Sr. Presidente... Há bem pouco tempo, foram abertos os portões, portões de ferro que obrigam ao controle de todas as pessoas que entram ou saem das cidades palestinas.

            Sr. Presidente, o povo palestino está proibido de visitar a sua capital, que é Jerusalém. O palestino que entra em Jerusalém mora em Jerusalém, mas os palestinos que vivem na Palestina, que vivem em Hebron, que vivem em Hamalah, que vivem nas cidades, em Belém, são proibidos de entrar na capital do seu país. Essa é que é a verdade.

            Então, espero que os dirigentes de Israel, Sr. Presidente, falem da paz, defendam a paz, mas façam a paz. Nós não podemos mais aceitar que, em pleno século XXI, um povo como o histórico povo palestino viva sem o seu Estado. A ONU precisa fazer uma campanha, defender e implementar o Estado Palestino. É inconcebível que esse povo não tenha um Estado em que possa trabalhar, que possa ter a sua autonomia, que possa ter a sua identidade como Estado, Nação.

            É inaceitável a situação de milhões de palestinos vivendo sob essa ameaça permanente da guerra, da violência, da vigilância. Israel controla a fronteira da Cisjordânia. Para entrar na Cisjordânia, você tem que ir para Amã, para a Jordânia, e quem está ali controlando a fronteira do povo palestino é Israel. Além de Israel cuidar do seu Estado, da entrada e saída do seu Estado, controla o povo palestino.

            Estou falando isso porque passei por essa situação, porque fui lá conhecer, em julho, a situação do povo palestino. É inaceitável! Qualquer cidadão, qualquer cidadã que visita a Cisjordânia sai indignado por conta de tamanha humilhação, de tamanha indignação imposta por Israel ao povo palestino.

            Concedo um aparte ao meu companheiro de Partido Senador Eduardo Suplicy.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Prezado Senador João Pedro, quando Israel estava por iniciar a construção do muro que separa Israel da Cisjordânia, o então Presidente dos Estados Unidos, George Walker Bush, muito recomendou que não fosse construído aquele muro. Por outro lado ainda, em 24 de julho do ano passado, 2008, quando o então Senador e candidato a Presidente da República Barack Obama, depois eleito, esteve diante do Portão de Brandemburgo, recordando quando havia sido iniciada a construção daquele muro, quando ele caiu - e ontem se comemorou vinte anos da queda do muro de Berlim -, o Presidente dos Estados Unidos, então candidato, fez um primoroso pronunciamento, no qual disse que agora não era mais época de haver muros que separassem os que muito têm dos que pouco têm, os judeus dos islâmicos, dos cristãos e de pessoas de quaisquer religiões ou de quaisquer origens. E eu fiquei muito esperançoso de que possam os muros, como o muro de Berlim, caírem. Falo do muro que separa Israel da Cisjordânia, do muro que separa os Estados Unidos do México, e de outros. Espero que as palavras do Presidente Shimon Peres no sentido de buscarmos entendimentos, de buscarmos a paz, possam incluir, efetivamente, os passos necessários para acabar com o muro que separa Israel da Cisjordânia e a promoção de um entendimento entre palestinos e judeus. O Brasil é um país onde os povos árabes, judeus, palestinos, israelenses convivem, seja na minha cidade, seja em Manaus, enfim, em todas as cidades brasileiras. Que essa nossa convivência possa, também, ser inspiração para que se promova a paz ali no Oriente Médio. Eu gostaria também que, de fato, as palavras do Presidente Hugo Chávez pudessem ser bem compreendidas. Mas gostaria de lembrar que, nos países das Américas, em especial da América Latina, nós temos tido um longo tempo de paz, salvo um ou outro episódio, como o que V. Exª citou, de uma invasão da Colômbia ao Equador - o que não deve acontecer e que por nós foi condenado. Então, que possa haver uma linguagem de entendimento e de paz entre os povos da América Latina, inclusive entre o venezuelano e o colombiano, e que possamos nós, brasileiros, colaborar para isso, inclusive ao votar “sim”, como eu espero, pelo ingresso da Venezuela no Mercosul, mas com esse apelo. Meus cumprimentos a V. Exª por aqui trazer o tema de como se construir a paz em profundidade.

            O Sr. Inácio Arruda (Bloco/PCdoB - CE) - Senador João Pedro...

            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Muito obrigado, Senador Eduardo Suplicy. E quero concordar com V. Exª, com as preocupações de V. Exª, que estão corretas. Antes desse episódio da Colômbia, que invadiu o espaço e eliminou praticamente todas as pessoas que estavam lá no acampamento, das Farc - e não tem por que não se falar das Farc, que fazem guerras há mais de quarenta anos; então, é fato -, antes, na nossa história recente, qual foi o conflito? Do Peru, com Fujimori, que agora está na prisão, contra o Equador, justamente contra o Equador, por briga ali de um espaço pequeno do seu território. Pois bem. Não há guerra na América Latina. Há golpe, como esse de Honduras. Há golpe.

            O Sr. Inácio Arruda (Bloco/PCdoB - CE) - E do próprio Chávez.

            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Nós não estamos - quero refletir - votando aqui a entrada do Hugo Chávez no Mercosul. O Hugo Chávez é um Presidente eleito com mandato. Com mandato. Há terceiro mandato lá? Há, como há em Nova York agora. O mandato do Prefeito de Nova York acabou, e ninguém diz absolutamente nada. Em Nova York, esse centro político-cultural, eu não ouvi nem li, mas acaba de ser eleito, para o terceiro mandato, o Prefeito de Nova York. Bom, vamos para lá. Aqui não há, nem pode, nem deve. Eu acho que está certa a nossa regra. Agora, quem criou a reeleição, o segundo mandato, hoje é contra fazer esse debate. É impressionante essa dinâmica, Senador Inácio Arruda.

            Pois bem, não há guerra aqui. Não haverá guerra da Colômbia com a Venezuela. Por que eu digo isso? Porque eu tenho uma leitura, e todos aqui têm a leitura.

            O Sr. Inácio Arruda (Bloco/PCdoB - CE) - V. Exª me concede um aparte?

            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Agora, é isso. Nós não vamos votar aqui a entrada do Presidente Hugo Chávez no Mercosul, mas do Estado da Venezuela no Mercosul. E isso é muito importante para o Mercosul, para a nossa região, para os países como o Brasil, a Argentina, o Uruguai, o Paraguai e a própria Venezuela.

            Concedo um aparte a V. Exª, Senador Inácio Arruda.

            O Sr. Inácio Arruda (Bloco/PCdoB - CE) - V. Exª fala de forma muito correta sobre a visita de Shimon Peres. O Brasil é um povo de civilização avançada, um povo novo, civilizado, que compreende bem a questão da paz, que abraça todos os povos. Aqui, ao lado de Shimon Peres, estava um descendente de árabes, o Presidente da Câmara dos Deputados, como há alguns que são descendentes dos israelitas e dos hebreus.

            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - E a sessão foi correta.

            O Sr. Inácio Arruda (Bloco/PCdoB - CE) - Correta. Não há dúvida.

            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Não há dúvida. Não tenho crítica a isso.

            O Sr. Inácio Arruda (Bloco/PCdoB - CE) - Em função disso, considero que devemos fazer duas coisas: receber o Presidente da Autoridade Nacional Palestina, que visitará também este mês o Brasil, e receber também o Presidente do Irã, eleito pelo povo iraniano. Sem preconceito, sem o preconceito de uma parte da mídia - às vezes, a gente fala e termina generalizando -, uma parte pequena da mídia, que tem muito poder, muita sofisticação e acha que pode fazer e transformar a cabeça do povo brasileiro de forma sistemática. Então, eu proponho a V. Exª que a gente possa fazer um requerimento conjunto, para que o Congresso Nacional receba essas duas autoridades. E último: é fato que a leitura de V. Exª é correta sobre a questão, digamos assim, de um desentendimento aparente que ocorre entre a Venezuela e a Colômbia. Não há desentendimento entre o povo venezuelano e o povo colombiano. E talvez, pelo desentendimento aparente e forçado, nós devamos no Brasil acelerar o ingresso da Venezuela no Mercosul. É uma necessidade cada vez mais imperiosa, porque, onde os imperialistas começaram a colocar as suas tropas, as suas armas sofisticadas, criaram-se condições para a realização de guerras; guerras imperialistas, para defender os interesses deles e não dos povos que ficam submetidos a esse terror nas suas regiões. Veja o caso próprio do Oriente Médio, a tragédia em que vive o Oriente Médio; os palestinos, o povo iraniano, o povo iraquiano, o ataque permanente à Síria e a todos daquela região em função da riqueza daquela região. E a nossa região, na América Latina, é muito rica, muito rica. E talvez queiram controlá-la a partir da presença de tropas estrangeiras. Então, eu considero que é mais urgente ainda o ingresso da Venezuela no Mercosul, por essas razões estratégicas, geopolíticas. E depois da Colômbia! Vamos colocar essa Colômbia aqui dentro, para a gente poder ter uma relação mais direta de relações com os povos da América do Sul, que são irmãos nossos e não podem nunca ser adversários, embora alguns queiram transformá-los em adversários. Por isso eu o parabenizo, dou meus parabéns a V. Exª por esse grande pronunciamento na noite de hoje, muito a propósito, logo após a visita do Prêmio Nobel da Paz. Abraço.

            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Obrigado, Senador Inácio Arruda. V. Exª defendeu em seu aparte... Eu entendo a visão estratégica de V. Exª.

(Interrupção do som.)

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Presidente Flexa Ribeiro, que pela primeira vez preside uma sessão do Senado... Eu estou brincando. Mas é raro esse gesto, até porque o incansável Senador do Piauí Mão Santa trabalha até às 21 horas, quase todos os dias.

            Eu conheço a crítica sobre a Colômbia, que V. Exª faz publicamente. Mas, quanto ao gesto de V. Exª em dizer “Ó, a Colômbia deve entrar no Mercosul”, é claro que deve entrar. E eu quero concordar com V. Exª: a Colômbia é um país com 50 milhões de habitantes, com uma economia, com um território riquíssimo. Então, a Colômbia precisa vir para o Mercosul. Nós precisamos tratar o Mercosul - nós, Senadores -, ampliar, entender o papel estratégico do Mercosul, e não dificultar o bloco. Quem tem que defender o Mercosul somos nós, latino-americanos, e não sermos contra o Mercosul, por conta da posição ideológica do Presidente desse ou daquele país.

            Nós vamos ser um bloco forte, com diferenças políticas. E aí a grandeza de nós trabalharmos o Mercosul com diferenças político- ideológicas.

            Mas a Colômbia precisa, logo, logo, ver discutida a sua adesão, o seu ingresso no Mercosul.

            Sr. Presidente, eu termino aqui, primeiro concordando com a adesão...

(Interrupção do som.)

            O SR. PRESIDENTE (Flexa Ribeiro. PSDB - PA) - V. Exª precisa de quanto tempo para concluir?

            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Não quero um tempo do tamanho do meu Estado.

            O SR. PRESIDENTE (Flexa Ribeiro. PSDB - PA) - Darei dois a V.Exª

            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Eu quero dizer, primeiro, da minha concordância com a sessão para recepção ao Presidente do Estado de Israel. O que eu estou cobrando são as palavras. Quem defende a paz tem que fazer a paz, e não fazer a guerra.

            O Presidente de Israel defendeu a paz. Eu espero que a paz reine principalmente para o povo palestino, que padece da prisão, da vigilância, do ataque covarde da aviação israelense, das prisões, Sr. Presidente. Praticamente todas as famílias na Palestina, na Cisjordânia têm um filho seu preso nas prisões, nos desertos do mundo árabe, feitas por Israel. Esta é a verdade: prisões ilegais.

         Então, eu estou terminando e dizendo que espero, tendo em vista as palavras do Presidente de Israel, Sr. Shimon Peres, defendendo a paz, que ele faça verdadeiramente políticas de paz para o povo palestino e para o seu povo. Eu defendo a paz, mas defendo, fundamentalmente, que nós possamos ajudar na criação do Estado Palestino.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/11/2009 - Página 57934