O SR. TASSO JEREISSATI (PSDB - CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu também não poderia deixar de registrar as minhas palavras sobre essas cenas que nós todos vimos, hoje, pela televisão. Confesso que quase não acreditava no que estava vendo, Presidente: um trator do MST destruindo milhares, não sei se centenas ou milhares de laranjeiras em uma fazenda no Estado de São Paulo.

            Não é possível, no Brasil de hoje, no mundo de hoje, no momento de hoje, com tudo que se fala, que esteja acontecendo uma coisa como essa. Mais ainda estarrecido fiquei quando percebi, pelo noticiário, que era a fazenda do Grupo Cutrale.

            O Grupo Cutrale é hoje, sim, Presidente Sarney, um grande, um verdadeiro orgulho para a agricultura e para a indústria nacional. Por quê? Não apenas nos orgulhamos por ufanismos fúteis, mas pelo seguinte: ele conseguiu se tornar o maior e o melhor produtor de laranjas do mundo, iniciando-se no Brasil com tecnologia e com recursos próprios.

            Conseguiu, ao longo dos anos, superar todas as regiões do mundo em produtividade e qualidade. Chegou ao ponto de, praticamente, a tradicional Flórida, que sempre foi o grande produtor de laranja mundial, deixar de ser concorrente à altura do Grupo Cutrale, pelo que ele conseguiu aqui, no Brasil, dessa maneira tornando-se um dos maiores produtores do mundo.

            Ora, se existe alguma argumentação de que as invasões são feitas em terras improdutivas, neste caso específico, não se fez apenas uma invasão, mas se fez uma verdadeira mutilação, destruição do plantio de laranja mais produtivo do mundo. Portanto, não há a menor justificativa, não há a menor razão de se fazer aquilo que foi feito. Ademais, são justamente essas terras produtivas, essas áreas produtivas que estão dando ao Brasil as divisas, os recursos necessários para que o País possa ter algum superávit na balança comercial.

            Portanto, isso é um crime, é um crime sob todos os aspectos, desde o aspecto menor até o aspecto mais amplo; é um crime macroeconômico e um crime contra a natureza.

            Não é aceitável que este Senado Federal, não é aceitável que a Presidência da República, que o Governo fiquem omissos diante do que está acontecendo no Brasil, de um fato como esse que as câmeras de televisão mostraram para o País inteiro.

            Portanto, venho aqui me associar à Senadora Kátia Abreu na sua colocação e, sem dúvida nenhuma, espero que sejam tomadas as providências e as punições cabíveis para esse fato ocorrido.