O SR. JOSÉ AGRIPINO (DEM - RN. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu quero prestar um testemunho. A Senadora Kátia Abreu, que, além de Senadora, é Presidente da Confederação Nacional da Agricultura, no uso de suas prerrogativas de Presidente da CNA, esteve no meu Estado, em Natal, na sexta-feira passada, para um evento da sua entidade, reunindo mais de mil proprietários. Eram pequeníssimos proprietários. Pequeníssimos. Não vi ninguém rico lá. Eu estive presente lá durante um bom pedaço da tarde. Não havia ninguém rico. Era gente modestamente vestida, vinda de 57 dos 167 Municípios do Estado, de 1/3 dos Municípios do Rio Grande do Norte, que foram ter um encontro para tratar de tecnologia, de índice de produtividade, de assuntos da categoria.

            E a Senadora Kátia Abreu falou, entendeu-se, recolheu reivindicações como as que eu, em nome dos agricultores do Rio Grande do Norte, coloquei. E encerramos o evento com uma contribuição positiva.

            S. Exª tem toda a autoridade. Eu sou testemunha. Eu vi o encontro que ela fez com produtores rurais, que não eram grandes produtores. Eram pequeníssimos produtores rurais. Havia desde assentados do Incra até proprietários de terra que tinham um pequeno ou um médio rebanho. Mas a esmagadora maioria era de pequeníssimos proprietários. Ela falava para a essência da gente que mora no campo, que tira do campo o seu sustento. Ela dirige uma entidade que, como o Senador Arthur Virgílio colocou com muita propriedade, produz grande parte do superávit da balança comercial do Brasil, responde por um pedaço importante do PIB nacional.

            E eu ouvi, com ouvidos bem abertos, o protesto que S. Exª fez com relação à matéria, que eu também assisti no Bom Dia Brasil de hoje, cedinho: um trator passando por cima de cinco mil pés de laranja. Movimento de protesto de ocupação desordenada, anarquista, em cima de terra produtiva. E movimento organizado e levado a efeito pelo MST, que é uma entidade clandestina, sem razão jurídica, sem personalidade jurídica, sem, portanto, ser processada ou sem ter obrigação de responder criminalmente pelas suas atividades e pelas suas ações.

            Mas estava lá a bandeira do MST, as pessoas vestidas de MST e a TV Globo, com isenção, fazendo observações tipo: não havia no acampamento um único fogão quente. Guardei bem a observação. A comida dos invasores, dos devastadores dos cinco mil pés de laranja derrubados receberam quentinhas compradas com o dinheiro que veio de algum lugar. Comprada com dinheiro, público ou privado. Veio de algum lugar.

            Então, S. Exª, com a legitimidade que confere à atuação de que eu fui testemunha na sexta-feira no meu Estado, esteve reunida não com a elite da agricultura. Esteve reunida com pequenos produtores nordestinos do meu Estado. Com a mesma autoridade, vem aqui falar pela atividade econômica que responde em muito pela formação do nosso PIB e que merece ser protegida de ação clandestina que foi flagrada e que tem que ser policiada, investigada e, pela lei brasileira, condenada.

            Eu quero aqui aplaudir a manifestação da Senadora Kátia Abreu e prestar o meu testemunho de sua ação patriótica e isenta.