Discurso durante a 212ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem à memória do Professor Hélio Gracie.

Autor
Sergio Guerra (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PE)
Nome completo: Severino Sérgio Estelita Guerra
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à memória do Professor Hélio Gracie.
Publicação
Publicação no DSF de 18/11/2009 - Página 59542
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, ATLETA PROFISSIONAL, PROFESSOR, DESENVOLVIMENTO, TECNICA DESPORTIVA, LUTA, COMENTARIO, HISTORIA, FAMILIA, SUGESTÃO, APROVEITAMENTO, OLIMPIADAS, AUMENTO, INVESTIMENTO, PRATICA ESPORTIVA.

                          SENADO FEDERAL SF -

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            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. SÉRGIO GUERRA (PSDB - PE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Srªs e Srs. Deputados, meus senhores, minhas senhoras, nesse campo, sou discípulo do Senador Arthur Virgílio; e, se houvesse homenagem a prestar aqui no campo das artes marciais, seria, seguramente, ao nosso Hélio Gracie, que fundou entre nós a cultura da luta livre e do jiu-jitsu. Arthur é responsável pela minha animação nesse episódio.

            Eu me lembro, ainda menino, meu pai era Deputado Federal, eu morava no Rio, e um pouco depois disso eu já ouvia falar de Hélio Gracie, da família Gracie, das suas vitórias e dos combates que eram travados e que o Brasil acompanhava. Muito tempo depois, sempre acompanhei esse processo até que, recentemente, nos últimos anos, comecei a perceber um enorme crescimento desse movimento no Brasil e fora dele. Desde então, acompanho de maneira sistemática as lutas e, como qualquer brasileiro, tenho orgulho do que foi feito no Brasil, do que está sendo feito no Brasil e daquilo que está sendo feito no mundo por lutadores brasileiros.

            Arthur é uma pessoa, é um político muito especial, porque ele é extremamente versátil, é bastante amplo, complexo e, nesse campo, ele tem uma visão muito grande da importância da luta e da história da luta. Isso, de alguma maneira, sensibilizou a mim e a muitos companheiros que com ele convivem.

            Essa contaminação foi tão exacerbada que há poucos dias pegamos um avião aqui, fomos a Los Angeles, assistimos a uma luta entre dois brasileiros, entre outras lutas, e voltamos um dia depois. É evidente que não é fácil sair do trabalho aqui que nós temos, que se prolonga pelos fins de semana, pegar um avião, descer ali e assistir a um combate de luta livre e voltar para o Brasil. Fui lá com o Arthur. Vi um espetáculo que me emocionou, especialmente pela importância dos lutadores brasileiros naquela cena. A cena é muito forte. Muita gente, muita animação, muita energia, muito investimento. É um movimento surpreendente para uma pessoa que nunca compareceu a um espetáculo daqueles. O fato de brasileiros estarem ali com o papel que tiveram é emocionante para brasileiros que pretendem desenvolver o País e fazê-lo melhor ainda.

            De maneira que a história da família Gracie, de Hélio Gracie, é uma das melhores histórias do nosso País. É um dos nossos símbolos. O Brasil é muito pobre de símbolos e de símbolos que geraram determinadas situações que ajudam o País a se desenvolver do ponto de vista público, a ter mais conceito, a ganhar imagem. E penso que há uma subestimação desta luta no Brasil. Vejo, como vi com Arthur, o tamanho daquele movimento lá, vejo os esforços feitos no Brasil por Wallid, por exemplo, e outros, e sinto que falta investimento, falta efetivamente dar atenção ao que merece atenção. Não apenas nesse esporte, mas nos esportes de uma maneira geral. Não é sentimento da Oposição.

            Quando as Olimpíadas foram marcadas para o Rio de Janeiro, todos nós nos comovemos. Sem dúvida foi uma conquista brasileira de grande valor. Mas eu gostaria de ver o esporte amador e o esporte de uma maneira geral com investimento pesado e uma atenção real daquelas autoridades. Secretarias nos Estados que tratam dos esportes são subsecretarias, não são secretarias de verdade. Não têm orçamento nem têm prioridade. Dependem muito da personalidade da pessoa que está ali ocasionalmente, ocupando um espaço ou outro, a prioridade e o verdadeiro apoio às atividades que precisam ser apoiadas.

            Eu sinto isso no MMA. Vejo e percebo que é preciso contribuir. Vejo o esforço de muita gente, gente que vem lá debaixo. Por que não lançar no Brasil um grande programa para que a nossa juventude pobre tenha acesso aos esportes mesmo? Por que não investir alguns milhões e milhões no programa para trazer essa juventude da pobreza para a luta, para o esporte da luta, como para outras atividades esportivas? Por que não dar prioridade a isso? É fundamental fazer isso! Eu falei sobre isso com o Governador de São Paulo, nosso amigo. Espero que ele tenha compreendido e ajude a desenvolver isso em São Paulo.

            Mas a grande resposta brasileira a tudo que acontece, especialmente com a concentração de interesse nas Olimpíadas, seria aproveitar este momento para investir fortemente nos esportes nacionais, dar dinheiro a eles, dar prioridade a eles, fazer o Brasil e a juventude se mobilizarem de forma construtiva para entrarem na vida esportiva e na vida pública. Porque isso também é vida pública. Lutadores também terminam sendo, como nós, políticos, homens públicos, assim como o são jogadores de futebol e grande atletas.

            Quero saudá-lo por esta homenagem de hoje, que é um sinal de que algo começa a acontecer, que as pessoas começam a perceber a importância desse esporte e dessa grande potencialidade e realidade no Brasil dos nossos lutadores e daqueles que trabalham no contexto desse grande movimento.

            Parabenizo a todos, a família Gracie, e quero dar a minha palavra de elogio ao Senador Arthur Virgílio, pela sua lucidez e pela sua iniciativa de hoje. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/11/2009 - Página 59542