Discurso durante a 214ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem aos cinquenta anos da Faculdade de Direito da Universidade de Caxias do Sul.

Autor
Pedro Simon (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RS)
Nome completo: Pedro Jorge Simon
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. ENSINO SUPERIOR.:
  • Homenagem aos cinquenta anos da Faculdade de Direito da Universidade de Caxias do Sul.
Aparteantes
Cristovam Buarque.
Publicação
Publicação no DSF de 19/11/2009 - Página 60273
Assunto
Outros > HOMENAGEM. ENSINO SUPERIOR.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, FACULDADE, DIREITO, MUNICIPIO, CAXIAS DO SUL (RS), ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), SAUDAÇÃO, JOÃO GOULART, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, ASSINATURA, AUTORIZAÇÃO, CRIAÇÃO, UNIVERSIDADE, ANTERIORIDADE, GOLPE DE ESTADO, REGIME MILITAR.
  • ELOGIO, CIDADÃO, MEDICO, MUNICIPIO, CAXIAS DO SUL (RS), ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), CRIAÇÃO, DIREÇÃO, FACULDADE, DIREITO, MEDICINA.
  • REGISTRO, ANTERIORIDADE, ORADOR, INAUGURAÇÃO, CURSO SUPERIOR, ECONOMIA, POLITICA, ATUAÇÃO, PROFESSOR, SOCIOLOGIA, FACULDADE, FILOSOFIA, UNIVERSIDADE, MUNICIPIO, CAXIAS DO SUL (RS), ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), DESCRIÇÃO, EXPERIENCIA, EDUCAÇÃO, DEBATE, DIVORCIO, DESQUITE, ABORTO, LIBERDADE, HOMOSSEXUAL, PERIODO, DITADURA.
  • EXPECTATIVA, ATUAÇÃO, UNIVERSIDADE, INOVAÇÃO, PENSAMENTO, REDUÇÃO, INFLUENCIA, CONSUMO, CONSTRUÇÃO, VALOR, SOCIEDADE.
  • SAUDAÇÃO, MUNICIPIO, CAXIAS DO SUL (RS), ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), CARACTERISTICA, HISTORIA, HOMENAGEM, FUNCIONARIOS, ALUNO, PROFESSOR, DIRETOR, UNIVERSIDADE.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, a Faculdade de Direito da Universidade de Caxias do Sul, minha terra natal, está comemorando cinco décadas de existência, cinquenta anos de cultivo de ideias, meio século de construção de ideais, uma vida a serviço da formação de nossos melhores valores.

            Aliás, quem de nós não gostaria de voltar no tempo e reviver alguns capítulos da própria história? Ora para repeti-los, ora para modificá-los. A minha história começou em Caxias do Sul e passou, na seleção de seus melhores capítulos, por aquela universidade.

            Eu guardo no coração a honra de ser o portador do documento oficial de autorização para que se criasse a Universidade de Caxias do Sul, assinado pelo então Presidente da República João Goulart. Era um momento difícil, dramático da vida brasileira. O odor do golpe já se fazia sentir pelos corredores cinzentos do autoritarismo.

            Quis o destino, querido Mão Santa, que eu testemunhasse ali, naquele ato, além de um dos melhores legados do ex-Presidente, a sua última assinatura oficial antes de ser derrubado do cargo, numa história que se seguiu, aí lembrada, para não ser repetida.

            Eu era Deputado Estadual quando viemos, o PTB do Rio Grande do Sul, conversar com Jango sobre os rumores do golpe. Brizola, ansioso, angustiado e meio rompido com Jango - o episódio da ida de João Goulart ao almoço dos sargentos, o episódio do comício da Avenida Getúlio Vargas, da Central do Brasil -, e a ansiedade com que a gente via como as coisas iriam acabar.

            Chegamos aqui no Palácio do Planalto às dez horas, e ficamos até às quatro horas da tarde. E, às quatro horas da tarde, vieram dizer que o Presidente não podia nos recebe porque ia almoçar com oficiais, Almirantes da Marinha. Que nós fôssemos para o Alvorada. E fomos lá. Às oito horas da noite ele chegou, e ficamos até de madrugada. Das oito às quatro, cinco da madrugada, o Presidente da República ali estava, e eu pude sentir a sua angústia, eu pude sentir o que era uma homem querendo fazer, trabalhar, lutar, e massacrado pelo golpe da opinião da imprensa, da grande imprensa, pelos diabólicos ataques de um homem como o Lacerda e uma oposição radical neste Congresso.

            E quando eu vejo as denúncias que estão aí, todo dia e toda hora, eu vejo o ridículo do que fizeram com Jango. A imprensa mundial publicava que João Goulart era o homem mais rico do mundo e que tinha mais extensão de terra pelo mundo e que comprava, desde que tinha assumido a Presidência da República, uma fazenda por mês. Conseguiu provar, meses depois - indo com Jango no Cartório de Montevidéu -, onde ele dava uma certidão, uma escritura em causa própria, ao Presidente da Time-Life, se comprometendo a vender por US$1 qualquer fazenda que fosse apresentada no nome dele, da mulher dele e dos filhos dele, no tempo em que ele tinha sido Presidente da República. Mas foi o último ato de Sua Excelência. Os meus colegas de Bancada me olharam assim com... Eu era um guri, não tinha trinta anos. “Essa coisa do Pedro, numa hora que nem esta... Nós estamos aqui discutindo o drama do Brasil, um Presidente em vésperas de ser deposto, e ele vem aqui trazer um memorial para criar a Universidade de Caxias do Sul.”

            Eu mesmo me senti mal. Eu me senti chateado. Aquilo não fazia parte do meu estilo. Mas hoje, cinquenta anos depois, eu acho que ficou bem, inclusive para a imagem de João Goulart, para a sua memória. O último ato que ele assinou, como Presidente da República, foi a determinação da criação da Universidade de Caxias do Sul.

            Eu era Deputado Estadual quando nasceu a universidade, uma concretização das mais felizes. O Dr. Virvi Ramos estava à frente, um médico excepcional, mão santa, que nem V. Exª. Dono de um hospital, criou a Faculdade de Direito, depois criou a Faculdade de Medicina. Um homem voltado para o social, preocupado com o social. Foi exatamente ele quem iniciou o grande movimento e que criou a Faculdade de Direito de Caxias do Sul, que teve como primeiro diretor o grande advogado Dr. Ary Zatti Oliva.

            Nos corredores da Universidade de Caxias do Sul... Repare como sou velho, Presidente: estou aqui comemorando os cinquenta anos da criação da Faculdade de Caxias. Os meus cinquenta anos de advogado já faz cinco anos que comemorei. Naquela época, não tinha Faculdade de Direito. A minha, àquela época, só tinha duas: a UCS e a Pontifícia Universidade Católica. Hoje, tem mais de trinta Faculdades de Direito no Rio Grande do Sul, mas a de Caxias foi a quarta que se criou.

            Os corredores da Faculdade de Caxias foram o meu melhor caminho. Orgulho-me de ter participado, mesmo que modestamente, dessa bela história. Como amigo e como colaborador de Virvi Ramos e de Ary Zatti Oliva, fui daquele grupo que começou no início e foi embora até o fim. Orgulho-me mais ainda de sentir que essa mesma Universidade ajudou a construir a minha própria trajetória de vida.

            Ainda me lembro da minha aula inaugural, Sr. Presidente, como retribuição pelo gesto. Fui o primeiro professor que deu a primeira aula como professor de Economia Política na Universidade de Caixas, na Faculdade de Direito de Caxias do Sul. Como primeiro professor de Economia Política, na primeira aula, eu me lembro, como se fosse hoje, da minha emoção. Foi maior a minha emoção nessa aula inaugural de Caxias do que a emoção que eu tive como orador da turma, em Porto Alegre, na Faculdade de Direito, porque ali eu já me sentia responsável. Embora jovem, muito jovem, recém tinha me formado, de repente, eu me sentia, de aluno, de jovem que esperava pelo futuro, não sei o que, eu estava ali falando para aquela Universidade como professor. Foi uma metamorfose muito forte, de um ano para o outro, e eu me senti bem como professor, missão da qual eu nunca vou me esquecer.

            Logo depois, aceitei a cadeira de Sociologia na Faculdade de Filosofia, pelas mãos do então Bispo Diocesano Dom Benedito Zorzi. Eu imaginava apenas ensinar. Mal sabia que iria, na verdade, muito aprender. Passado o tempo, eu já nem sei mais quem foi o mestre e quem foi o aluno.

            Eu não sei mais o que os alunos aprenderam comigo, mas eu sei que eu muito aprendi com os alunos da Universidade de Caxias. Eu confesso: não sei se os meus alunos aprenderam a contento Economia ou Sociologia. Quem sabe, um pouco melhor, Política. Acho que mais Filosofia, a mesma Filosofia que me faz ainda hoje um aprendiz, porque ela é, por definição, uma busca incessante pela compreensão da realidade, a busca obstinada da verdade, a verdade que se ensina e que se aprende, a verdade que liberta, a verdade que salva. Eu me lembro das minhas aulas...

(Interrupção do som.)

            O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - (Fora do microfone.) Da aula de Economia Política.

            Logo depois, caiu Jango, veio a ditadura e veio o terror. As minhas aulas de Economia Política eram célebres em Caxias. Porque eu falava, eu analisava, eu debatia. Eu não ficava na teoria, mas entrava na objetividade, analisava o capitalismo, analisava o comunismo, analisava quem era Alberto Pasqualini, as ideias da sociologia da libertação, as ideias do cristianismo na sua forma mais pura da justiça social. Eram grandes debates. Eram grandes debates.

            E eu, sendo Deputado, sendo político, político de oposição em um regime de ditadura, e eu falando - a maioria dos professores, geralmente, não falava -, e eu falando. De outras aulas, vinham pessoas para assistir e para debater e para discutir. E nós analisando.

            Nas aulas de Sociologia na Faculdade de Filosofia, havia muito mais mulheres, jovens. E nós debatíamos o divórcio, o desquite, o aborto, a liberdade, a homossexualidade, enfim, os grandes debates da sociedade. Mas valia à pena.

            Eu acho que encontrei, então, as palavras-chaves para melhor definir a Universidade de Caxias do Sul: caminho, verdade e vida, algo que sempre nos identificou. Portanto, não importa se professores ou alunos, aí, sim, como aprendizes e seguidores dos ensinamentos da vida.

            Um desafio muito maior hoje, reconheço, do que nos meus tempos idos. Nunca os caminhos foram tão tortuosos; nunca a verdade foi tão vilipendiada; nunca a vida foi tão banalizada.

            Naqueles tempos, ainda em uma idade em que a busca molda caminhos, a Universidade de Caxias do Sul me possibilitou juntar, em uma mesma travessia, a Economia, a Política, a Sociologia, a Filosofia e o Direito. Estão aqui, portanto, as bases da minha formação como cidadão, como ser social, como criatura, como ser político.

            No vigor da minha mocidade, em um ano aluno, esperando receber tudo; no outro, professor, com obrigação de dar. Eu não me contentava com a ciência enquanto conhecimento do que é. Buscava, no meu íntimo, a sensibilidade do filósofo, na minha idealização do dever ser.

            Já navegava, desde aqueles tempos nas águas revoltas da política, quando o mundo ainda tentava ressuscitar o seu melhor conceito de humanidade, depois de quase uma década de mais uma guerra genocida.

            Nós queríamos outro mundo. Desejava eu uma Sociologia nova para aqueles alunos recém saídos de uma verdadeira e cruel bestialidade humana.

            Buscava eu uma receita em que se juntassem a ciência e a Filosofia. O ser e o querer ser. O real e o sonho.

            Mas, tanto lá quanto cá, Presidente Mão Santa, jamais deixei de acreditar que o melhor caminho entre cientista e o filósofo, entre o ser e o dever ser, entre o real e o sonho é o Direito. Um Direito constituído nas melhores bases da Sociologia que eu acreditava ideal para aquela geração.

            Quantos foram os que tombaram, de lá para cá, em nome do mesmo Direito? O Direito universal, o Direito sem discriminação de qualquer natureza.

            Esta foi para mim a grande bandeira vitoriosa de Virvi Ramos, médico que criou a Faculdade de Direito de Caxias. Tinha ele, portanto, uma visão política, sociológica, filosófica, humanística da vida, para o qual ele jurou zelar na sua formatura.

            O Dr. Virvi idealizou construir uma faculdade onde o dever ser é de uma sociedade igualitária sem esse muro da vergonha que ainda deixa do outro lado do Direito milhões de deserdados da vida.

            Acho que os desafios da universidade são, hoje, ainda maiores. O mercado impôs regra que se fale do consumismo, que destroem valores. O caminho, a verdade e a vida tão bem cultivados pela Universidade de Caxias do Sul e pela Faculdade de Direito, nessas cinco décadas, sofrem pressões no sentido da inutilidade do saber, que se move mais do que educar, do que informar e do que consumir.

            Vivemos, hoje, uma cultura arquitetada pela sociedade de consumo a ponto de nos fazer não apenas consumidores de produtos, mas de um ideal de vida, baseado no imobilismo, no conformismo ao pensamento ditado nas facilidades que se expõem nas prateleiras de qualquer supermercado. Para que pensar, para que questionar, se é possível consumir pronto? Pronto e acabado.

            O maior desafio, portanto, da Universidade, nestes nossos dias, é descobrir um novo jeito de ser. E não a maneira mais fácil de ter. Repito, Sr. Presidente: o maior desafio é nós encontrarmos um novo jeito de ser, e não a maneira mais fácil de ter.

            Seria esta a minha lição, hoje, não importa se nas cadeiras de Economia, de Sociologia ou de Filosofia. Seria esta, também e principalmente, a minha lição na Faculdade de Direito. Quem sabe para ensinar. Quem sabe para aprender.

            Parabéns, funcionários, alunos, professores e diretores da Faculdade de Direito da Universidade de Caxias. Parabéns pelos 50 anos de caminhada, caminhada histórica. Continuem, como sempre ensinaram, pavimentando os melhores caminhos com a argamassa da verdade. Continuem, como sempre, dignificando a vida! 

            Uma faculdade que se iniciou numa sala alugada no segundo piso de uma loja de venda de automóveis, a Universidade de Caxias é hoje uma obra extraordinária, monumental. Lembra as mais modernas universidades do Estados Unidos e da Europa, milhares de alunos, vários campi, uma televisão atendendo a cidade inteira, um teatro de primeiro mundo, uma orquestra sinfônica, curso de valoração da vida, a cidade entrando dentro da universidade, a universidade participando de toda vida da cidade; é difícil encontrar uma universidade como a Universidade de Caxias.

            É impressionante como ela conseguiu aquele amalgama dos colonos italianos, dos agricultores, aquela formação de uma cidade que desafiou. Porque Caxias foi o desafio das mãos calejadas contra a montanha. Ao contrário da nossa fronteira, terra plana, o homem a cavalo, defensor do mundo, olhando para frente, sem medo de absolutamente nada, porque tudo era plano, ele via o infinito. Em Caxias do Sul, o colono com 25 hectares, cercado de morro, de floresta e sem absolutamente nada, teve que, palmo a palmo, construir uma cidade, uma vila, aumentar as carroças, os cavalos, crescer; as oficinas, as fábricas, as indústrias e, finalmente, a universidade. Eu morei numa cidade de primeiro mundo. Tenho muito orgulho da Universidade de Caxias do Sul, tenho muito orgulho da Faculdade de Direito de Caxias do Sul - 50 anos!

            Quem diria que eu viveria tanto e teria condições de aqui, no Senado da Republica, poder me dirigir aos meus irmãos lá de Caxias do Sul numa hora tão importante e tão significativa como esta e levar a minha homenagem a Caxias? Estou eu aqui, está o Paim ali, dois caxienses que nos orgulhamos muito e muito da nossa terra e da nossa gente.

            Pois não.

            O Sr. Cristovam Buarque (PDT - DF) - Senador Simon, eu quero apenas me associar a esta homenagem que o senhor presta à Universidade de Caxias, dizendo que o simples fato de ter 50 anos já é, em si, um grande mérito nas universidades brasileiras. Afinal de contas, a primeira universidade brasileira começou em 1922; ou seja, não temos nenhuma universidade centenária, porque o Brasil sempre foi um país que deixou a educação de lado. É preciso dizer que a primeira universidade, inclusive, a Universidade do Brasil, só foi criada para poder dar o título de doutor honoris causa ao Rei da Bélgica em visita ao Brasil; senão, não teria sido criada. Juntaram os cursos que havia - Engenharia, Direito, Medicina - e fizeram aquela Universidade do Brasil, que hoje é a UFRJ. Agora, eu queria aproveitar a frase que o senhor citou: que nós precisamos de um novo jeito de ser e não um novo jeito de ter mais. Essa frase se aplica bem para o Brasil e para o mundo. Nós só discutimos no Brasil como acelerar o ter mais. A gente não discute como fazer um ser brasileiro diferente. O debate entre os candidatos a presidente...

            (Interrupção do som.)

            O Sr. Cristovam Buarque (PDT - DF) -...é quem acelera... O debate presidencial é quem oferece mais renda, mais aceleração. Não estou falando mais renda de comprar votos. Estou falando renda nacional, dinâmica na economia, e não quem faz o Brasil crescer e mudar também, ser diferente. Hoje, estive no almoço que o Presidente Lula ofereceu à Presidenta da Argentina e eu vi como ambos só falaram de economia. Os dois discursos foram sobre economia e cooperação comercial. Não apareceu a palavra de cooperação educacional, científica e tecnológica, salvo no que se refere a um satélite brasileiro-argentino, de que o Presidente Lula falou, devo dizer. Sobre pobreza, não se falou; sobre meio ambiente, a única coisa que o Presidente disse foi que precisamos de países mais ricos e mais limpos, e aí não falou mais. Está precisando haver um novo jeito de ser brasileiro. O Brasil precisa de um novo jeito de ser brasileiro e não apenas uma maneira de crescer mais rapidamente para ter mais. A frase que o senhor citou para a Universidade de Caxias, no início dela, como o senhor disse que era citado, serve também para uma reflexão a respeito do Brasil. Como fazer um Brasil não apenas mais rico, mas um Brasil melhor?

            O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Eu recebo o seu aparte com a minha obrigação de lhe pedir desculpa. Vim aqui falar sobre educação e não pedi licença a V. Exª. Acho que, neste Senado, nesse termo V. Exª está dando aula.

            Principalmente em casa, assisto a V. Exª e fico impressionado pela profundeza do seu conteúdo e fico impressionado pela dedicação que V. Exª tem a essa causa.

            Realmente eu me pergunto: “Quando a gente vai ouvir o Cristovam?” e “Quando a gente vai ver realmente a importância do que o Cristovam diz?”.

            Vejam! Falei aqui meia hora. V. Exª estava ali escrevendo, telefonando. Achei que não estivesse dando bola para o meu discurso. E V. Exª foi pinçar a frase que, modéstia à parte, acho a frase mais importante do discurso. É verdade. No Brasil, nos importamos em ter mais e não em ser. V. Exª, no meio do tumulto que estava ali, pegou a frase que simboliza o meu discurso. Fico muito emocionado, porque realmente é uma frase digna de ser repetida por V. Exª, o que me deixa muito satisfeito.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/11/2009 - Página 60273