O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (PMDB - AC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador) - Senador Mão Santa, que preside a sessão, quero, antes de mais nada, agradecer a gentileza usual do Senador Paim, grande amigo, que me facultou a possibilidade de falar, desde que V. Exª garanta que ele falará a seguir, porque é orador inscrito.

            Do contrário, eu já renuncio aqui à prerrogativa.

            Mas, eu queria, Senador Mão Santa, em primeiro lugar, parabenizar os meus conterrâneos de Feijó, ali do coração do Acre, Município belíssimo, às margens do rio Envira.

            Em Feijó, como todos sabem, porque eu já havia anunciado aqui por diversas vezes, em virtude da cassação do Prefeito Juarez Leitão, do PT, por compra de votos, corrupção eleitoral, a Justiça Eleitoral do meu Estado houve por bem promover nova eleição. E essa eleição ocorreu agora no domingo.

            Eu quero parabenizar o povo de Feijó pela forma como se houve nesse processo eleitoral, que, de forma democrática, de forma civilizada, deu um não sonoro a uma política que vinha sendo levada a efeito naquele Município e que, certamente, não é mais do agrado da grande maioria da população de Feijó.

            O candidato Raimundo Ferreira, conhecido pelos amigos e na intimidade como Dindin, juntamente com o Vereador Pelé, do PMDB, candidato a vice na sua chapa, tiveram a sua postulação acolhida pelo povo de Feijó.

            E o resultado da eleição foi que a chapa vencedora Dindin e Pelé obteve quase 55% dos votos no último pleito ocorrido no domingo passado.

            Qual a relevância e o significado dessa eleição em um Município do interior do Estado? Primeiro, no Estado, representou vitória porque foi uma eleição calcada na conjunção de esforços de todos os partidos de oposição do Acre. É um fenômeno que deve fazer com que meditemos, pensemos com vagar, mas seguramente esse de fato será o caminho a seguir.

            No final do mês de setembro, por minha iniciativa, propus aos Presidentes e Líderes de todos os partidos de oposição da minha terra que nós procurássemos uma maneira, uma fórmula de nos unirmos para participarmos da eleição de 2010. Naquele momento, a proposta soou, digamos, um pouco contrária a tudo que vinha sendo encaminhado, ou seja, duas candidaturas ao governo, por dois grandes partidos de oposição, PMDB e PSDB.

            Na minha avaliação - e a eleição de Feijó mostra exatamente isto Senador Mão Santa -, se unirmos para o pleito de 2010 todos os partidos de oposição, como ocorreu agora em Feijó, tenho certeza absoluta de que teremos o acolhimento por parte do povo acreano de nossas teses, de nossas proposições, de nosso propósito e interesse em conquistar o governo do Estado, em eleger senadores, uma grande bancada de deputados federais e uma grande bancada de deputados estaduais.

            Esse é o chamado princípio da alternância do poder. Há tempos em que o mesmo grupo político comanda as ações públicas no Estado do Acre. Acho que é hora de fazermos alternância de poder, e o exemplo que vem de Feijó deve repercutir em todo o País. Mesmo sendo Feijó ser um Município pequenininho, é um exemplo o que ocorreu ali: partidos de oposição, de forma deliberada, dedicada, compenetrada e civilizada, reuniram-se em torno de uma chapa - cabeça, PSDB; vice-prefeito, PMDB. Todos os demais partidos apoiaram essa coligação, essa chapa, e o resultado foi o que se viu e o que a população de Feijó ofereceu não só ao Acre, mas a todo o País: uma vitória expressiva, uma vitória inquestionável.

            Esta é a fala do povo de Feijó: “Queremos mudar, vamos mudar, vamos eleger Dindin, vamos eleger Pelé.” E fizeram isso, porque enxergaram de nossa parte a superação de dificuldades, de divergências, para coligirmos todos para um único propósito: conquistarmos a Prefeitura de Feijó, e, a partir daquela plataforma, fazermos uma grande administração, promovendo e oferecendo ao povo de Feijó as condições necessárias para que a grande maioria daquela população alcance patamares de vida bem melhores do que tem hoje.

            Portanto, Senador Mão Santa, mais uma vez, agradecendo ao Senador Paim, quero aqui parabenizar a população de Feijó, parabenizar os partidos de oposição do meu Estado, pela postura séria, compenetrada com que participaram desse pleito, de forma responsável, alguns renunciando a interesses imediatos e pessoais em favor do interesse maior da população de Feijó, em favor do interesse maior do conjunto das oposições do Estado. Que sirva de lição, que sirva de exemplo para o pleito que se aproxima no nosso Estado.

            Essa é a fórmula, esse é o meio pelo qual vamos promover no nosso Estado do Acre, meu querido Estado do Acre, a alternância de poder, de forma democrática, civilizada, porque tudo tem um tempo nessa vida, e creio que, em que pesem os avanços promovidos até agora por aqueles que estão no poder no meu Estado, é hora de mudança, é hora de novos avanços, é hora de nova visão. E o povo acreano vai entender que estaremos preparados para essa conjuntura, para essa missão, caso a gente repita a perfomance, caso a gente repita a mesma fórmula exercitada no Município de Feijó, unindo-nos, determinados, à conquista de um poder, para que, através de ações públicas, possamos oferecer ao povo de Feijó e, em breve, ao povo de todo o meu Estado melhores condições, outras perspectivas, outros rumos, outros questionamentos. Acho que é isso o que nos reservam o futuro e a história.

            Senador Mão Santa, obrigado pelo tempo concedido e, mais uma vez, Senador Paim, meus agradecimentos.

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