Discurso durante a 219ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre a recuperação da indústria naval brasileira, destacando o Programa de Modernização e Expansão da Frota - Promef, como um dos projetos mais importantes incluído no PAC. (como Líder)

Autor
Francisco Dornelles (PP - Progressistas/RJ)
Nome completo: Francisco Oswaldo Neves Dornelles
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INDUSTRIAL.:
  • Comentários sobre a recuperação da indústria naval brasileira, destacando o Programa de Modernização e Expansão da Frota - Promef, como um dos projetos mais importantes incluído no PAC. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 25/11/2009 - Página 61422
Assunto
Outros > POLITICA INDUSTRIAL.
Indexação
  • IMPORTANCIA, PROGRAMA, MODERNIZAÇÃO, EXPANSÃO, FROTA MARITIMA, EMPRESA SUBSIDIARIA, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), INCENTIVO, CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO, INDUSTRIA NAVAL, BRASIL, VIABILIDADE, CONCORRENCIA, MERCADO INTERNACIONAL, REDUÇÃO, DESPESA, FRETE, TRANSPORTE MARITIMO, GARANTIA, SOBERANIA NACIONAL, CRIAÇÃO, ESTALEIRO, CONSTRUÇÃO, NAVIO, AMPLIAÇÃO, OFERTA, EMPREGO, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).
  • COMENTARIO, RELEVANCIA, PROGRAMA, REFORÇO, INDUSTRIA NAVAL, BRASIL, PROJETO, ACELERAÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. FRANCISCO DORNELLES (PP - RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, muito obrigado pelas suas palavras.

            Srªs e Srs. Senadores, eu queria fazer alguns comentários sobre a indústria naval. O Brasil já foi o segundo maior construtor naval do mundo. Perdeu esse posto no fim da década de 80 e praticamente testemunhou o fim de um setor. O setor naval iniciou sua transformação agora, em 2003. Nesse momento, a Transpetro começou a planejar o Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), base do renascimento da indústria naval.

            O Promef foi desenvolvido a partir de um pilar básico: os navios deveriam ser construídos no Brasil, com um índice de nacionalização de 65%, e gerar, assim, o renascimento de uma indústria naval mundialmente competitiva, promovendo desenvolvimento para o Brasil, com geração de tecnologia, empregos e renda.

            O objetivo central do Programa é modernizar e expandir a frota de navios da Transpetro para atingir 100% na cabotagem e 50% nos navios de longo curso, tornando a indústria naval brasileira uma referência internacional, capacitando-a para reduzir os desembolsos com fretes marítimos.

            O Brasil faz 95% do seu comércio internacional pelo mar. O gasto com transporte marítimo no País é de cerca de US$16 bilhões por ano. Hoje, menos de 4% desse comércio é feito por navios brasileiros. Fazer renascer a indústria naval é uma questão de soberania para o País.

            O Promef, Sr. Presidente, é um dos mais importantes projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e vai gerar 40 mil empregos diretos e outros 160 mil indiretos, num total de 200 mil novos postos de trabalho. Nas duas fases do programa serão construídos 49 navios. A primeira fase inclui 26 navios, sendo que o primeiro será entregue em abril de 2010 e o último em março de 2014. Já na segunda fase, serão construídos 23 navios com prazo de entrega entre 2012 e 2014.

            E o Promef é diretamente responsável pela criação do maior estaleiro do Hemisfério Sul. O Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco, gera 9 mil empregos diretos e 36 mil indiretos. Nos próximos anos, serão 12 mil empregos diretos e 44 mil indiretos, provocando um grande impacto no mercado de trabalho na Região Metropolitana do Recife.

            Já o Estaleiro Mauá, em Niterói, Rio de Janeiro, construirá quatro navios como parte da primeira fase do Promef. A primeira entrega do Mauá será realizada em outubro de 2010 e a última em dezembro de 2011.

            Com 19 embarcações em carteira, sem contar os quatro navios de produto do Promef, o Estaleiro Ilha S. A. (Eisa), no Rio de Janeiro, tem hoje 3 mil funcionários, sendo praticamente um terço (1/3) deles moradores das comunidades próximas. Esse número pode subir para 4 mil.

            O maior desafio do pré-sal, localizado a 300 quilômetros da costa, é garantir a expansão da cadeia econômica que envolve o setor, desenvolver tecnologia para o melhor aproveitamento da bacia, capacitar a mão de obra necessária e gerar empregos. E a indústria naval já está se preparando para este desafio.

            Para ter no Brasil o que há de melhor no setor de construção naval, a Transpetro, a Petrobras e o Ministério de Ciência e Tecnologia investiram R$9,5 milhões nas novas instalações do Centro de Engenharia Naval, que agora abriga o mais moderno laboratório desta área na América Latina.

            O setor naval conhece hoje, Sr. Presidente, novos ares e esperanças, trazidos a partir do horizonte estabelecido. Os estaleiros, que estavam relegados a meros reparadores, se tornaram novamente responsáveis pela construção da nova frota brasileira.

            A batalha pelo ressurgimento da indústria naval é uma luta dos que acreditam nas possibilidades e no potencial do País. Hoje, antes mesmo da entrega do primeiro navio, que ocorrerá no início do ano que vem, já temos a quinta maior carteira de encomendas de petroleiros do mundo e a oitava maior carteira no geral.

            Finalizo meu pronunciamento sobre a indústria naval, enfatizando a importância do trabalho desenvolvido na área pela Petrobras, pela Transpetro e pelo seu competente presidente, o ex-Senador Sérgio Machado.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/11/2009 - Página 61422