O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT - AC. Pela Liderança do PT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Mão Santa, agradeço-lhe as palavras.

            Trago aqui a lembrança aos Senadores sobre a importância de uma visita à nossa Casa nos próximos dias. O Presidente do Senado Federal, Senador José Sarney, convidou o Presidente do Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), Jia Qinglin, a visitar o Congresso Nacional brasileiro nos dias 25 e 30 deste mês. Haverá um forte debate no auditório Petrônio Portella a partir do dia 26, às 11 horas, com o Presidente do CCPPC, que discorrerá sobre toda a evolução histórica das relações envolvendo a China e a América Latina, sobre o significado histórico e político da China como uma nova China, sobre a evolução e os avanços da República Popular da China e sobre o que significa a política chinesa neste momento, as relações multilaterais.

            Há, inclusive, agora, o G-2, e já se reconhece a relação forte entre a China e os Estados Unidos, debatendo temas essenciais para o planeta, como o aquecimento global e a responsabilidade em controlar o clima planetário. Há uma situação que diz respeito ao desafio das relações comerciais multilaterais, de modo particular, da China com a América Latina e, de modo mais especial, da China com o Brasil.

            Não estamos falando de uma visita qualquer. Trata-se de um país que desponta no mundo como a grande nação do futuro. Já é a grande nação do presente, afirma-se com consolidada força no cenário internacional e influencia políticas em todos os continentes hoje, não só pela relações comerciais, mas também pela influência política que exerce.

            A figura do Presidente do CCPPC equivale à do Presidente do Congresso Nacional brasileiro, pois se coloca como a quarta autoridade do Estado chinês, após o Presidente, o Vice-Presidente e o Primeiro-Ministro. O ambiente em que ele preside é de relação de consulta, de supervisão democrática, com um fórum de grandes discussões envolvendo os parlamentares chineses, os representantes dos comitês locais, os representantes do Comitê Nacional, os representantes não vinculados a partidos políticos e, o que é mais interessante ainda, os representantes de localidades essenciais do cenário político internacional, como Taiwan, Hong Kong e Macau.

            Então, a situação é de muita expectativa em relação a essa visita. Espero que haja o melhor nível de debate e envolvimento das responsabilidades entre o Brasil e a China e que o cenário político seja devidamente aproveitado por nós, Senador Flávio Arns, que temos o melhor interesse para que a China seja, de fato, um expoente das melhores relações políticas internacionais, dos melhores indicadores de direitos humanos e de democracia e da afirmação do Estado Nacional do tempo presente, como imaginamos devam ser os Estados Nacionais nos dias de hoje.

            A China deixa uma enorme dúvida e inquietação planetária quando o assunto é o aquecimento global. A máquina produtiva e econômica daquele país está a exigir um suporte energético assustador para o mundo. Há a expectativa de mais de oitocentas usinas térmicas a serem geradas como usinas novas para o suporte ao consumo da produção nacional até o ano de 2015. Isso não é pouca coisa, isso diz respeito a grandes preocupações do mundo. Quando olhamos para o fato de que somente China e Estados Unidos são responsáveis por algo em torno de 60% da poluição global, nós, com isso, já absorvemos a dimensão e a importância que tem esse encontro para a política brasileira, para as relações internacionais do Brasil e, sobretudo, para um futuro das relações envolvendo a América Latina, o Brasil e a China e das relações políticas com os países.

            Há algumas inquietações também com os países africanos, porque a China, muitas vezes, estabelece relações com países de prática política ainda questionável do ponto de vista dos direitos humanos e da afirmação da democracia. Entendemos que isso é respeitável, porque se refere à autodeterminação do povo chinês, às prerrogativas do Estado nacional chinês, mas, sem dúvida alguma, discutir, refletir, trocar experiências sobre os melhores resultados das democracias no planeta hoje é um imperativo para nós, do Brasil. Espero que o Parlamento esteja à altura desse desafio e possa afirmar conteúdo político e responsabilidade com as grandes e essenciais causas dos direitos humanos, dos direitos políticos, da afirmação dos Estados plurais, que devem fazer parte da vida democrática e do sentimento de Estado/Nação, o que envolve o nosso querido Brasil.

            Então, Sr. Presidente, quero dar, em nome do Partido dos Trabalhadores, as boas-vindas ao Sr. Jia Qinglin, que é o Presidente do Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC). O Partido dos Trabalhadores está interessado e atento e deseja o melhor êxito possível para esse encontro envolvendo os chefes dos Parlamentos brasileiro e chinês.

            Muito obrigado.

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