Discurso durante a 219ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Relato sobre as eleições do Partido dos Trabalhadores, realizadas no último fim de semana, no Estado de Mato Grosso do Sul. Registro da decisão da Petrobras de instalar no Estado uma unidade de produção de fertilizantes, mencionando todas as vantagens que esse empreendimento trará para o Estado de Mato Grosso do Sul. Anúncio do falecimento, no sábado passado, do pintor Jorapimo, João Ramão Pinto de Morais, que hoje faria 72 anos, e que expressou a cultura, a história e o Pantanal Matogrossense, solidarizando-se com a família enlutada.

Autor
Delcídio do Amaral (PT - Partido dos Trabalhadores/MS)
Nome completo: Delcídio do Amaral Gomez
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA. DESENVOLVIMENTO REGIONAL. HOMENAGEM.:
  • Relato sobre as eleições do Partido dos Trabalhadores, realizadas no último fim de semana, no Estado de Mato Grosso do Sul. Registro da decisão da Petrobras de instalar no Estado uma unidade de produção de fertilizantes, mencionando todas as vantagens que esse empreendimento trará para o Estado de Mato Grosso do Sul. Anúncio do falecimento, no sábado passado, do pintor Jorapimo, João Ramão Pinto de Morais, que hoje faria 72 anos, e que expressou a cultura, a história e o Pantanal Matogrossense, solidarizando-se com a família enlutada.
Publicação
Publicação no DSF de 25/11/2009 - Página 61544
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA. DESENVOLVIMENTO REGIONAL. HOMENAGEM.
Indexação
  • REGISTRO, ELEIÇÕES, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), SUPERIORIDADE, NUMERO, VOTO, ASSOCIADO, APOIO, CHAPA.
  • EXPECTATIVA, DECISÃO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), INSTALAÇÃO, UNIDADE, PRODUÇÃO, FERTILIZANTE, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), IMPORTANCIA, VANTAGENS, GARANTIA, AUTONOMIA, POSSIBILIDADE, AMPLIAÇÃO, CONCORRENCIA, PRODUTO NACIONAL, MERCADO INTERNACIONAL, REDUÇÃO, PREÇO, ALIMENTOS, MANIFESTAÇÃO, DISPOSIÇÃO, ORADOR, EMPENHO, GOVERNADOR, SECRETARIO DE ESTADO, ATRAÇÃO, INVESTIMENTO, OPORTUNIDADE, DIVERSIFICAÇÃO, ECONOMIA, INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
  • HOMENAGEM POSTUMA, PINTOR, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), DIVULGAÇÃO, CULTURA, HISTORIA, REGIÃO, SOLIDARIEDADE, PESAMES, FAMILIA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. DELCÍDIO AMARAL (Bloco/PT - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Suficiente, Sr. Presidente.

            Primeiro, eu gostaria de registrar a eleição realizada no domingo em Mato Grosso do Sul, onde convalidamos no voto dos militantes a chapa de consenso que construímos. A maioria dos Municípios de Mato Grosso do Sul teve chapas de consenso, que tiveram na sua composição as principais correntes do Partido dos Trabalhadores. Foram mais de 16 mil votantes, um número muito expressivo. Vitória da militância, vitória da força do Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso do Sul e, mais do que nunca, a consolidação de um projeto que, sem dúvida nenhuma, foi exitoso no nosso Estado, como também tem sido exitoso no Brasil, sob o comando do Presidente Lula. Não poderia deixar de registrar esse evento que, para nós do PT, é de extrema relevância, com um número de votantes recorde, número esse que não conseguimos alcançar em outros pleitos, inclusive quando éramos Governo em Mato Grosso do Sul.

            O SR. PRESIDENTE (João Pedro. Bloco/PT - AM) - Senador Delcídio, deixe-me fazer um aparte.

            O SR. DELCÍDIO AMARAL (Bloco/PT - MS) - Claro, Presidente.

            O SR. PRESIDENTE (João Pedro. Bloco/PT - AM) - Primeiro, concordo com o registro de V. Exª, mas quero destacar que o número de participantes, em âmbito nacional, Senador Delcídio, que foi às urnas votar está em torno de 450 mil filiados.

            O SR. DELCÍDIO AMARAL (Bloco/PT - MS) - Eis a pujança do nosso Partido, que, para escolher as suas lideranças, os seus dirigentes, o faz no voto. Esse é o PT.

            Sr. Presidente, vim também a esta tribuna para registrar um evento, do meu ponto de vista, importante, mas julgo-me também no dever de esclarecê-lo para que efetivamente a opinião pública do meu Estado, o Mato Grosso do Sul, para que a população em geral venha a entender bem ou venha a compreender, de forma compatível com a realidade, uma notícia que foi veiculada pela imprensa do meu Estado com relação à decisão da Petrobras no que se refere à construção de uma unidade de fertilizantes em nosso Estado.

            Essa notícia foi manchete de vários jornais e sites de notícias. Evidentemente, como eu pertencia aos quadros da Petrobras, senti-me na obrigação, ao ser instado pela imprensa do meu Estado, Srs. Senadores e Srªs Senadoras, de buscar informações com meus ex-companheiros de diretoria e de trabalho na Petrobras para saber, efetivamente, como a Petrobras via esse projeto e se existia uma definição com relação à instalação dessa unidade de fertilizantes em Mato Grosso do Sul.

            Para nós, esse é um projeto muito importante. Quando fui Diretor da Petrobras - o Senador Garibaldi Alves Filho, que vejo aqui, era, na época, Governador do Rio Grande do Norte -, tínhamos muitos investimentos naquele Estado. O Senador Garibaldi, preocupado com seu Estado, frequentava sempre a Petrobras, defendendo novos investimentos par ao Rio Grande do Norte.

            Desde 1999, sonhamos com esse projeto, cuja construção foi da minha época em Mato Grosso do Sul, usando o gás boliviano por meio de uma separadora de gás na divisa do Brasil com a Bolívia, em Corumbá, na minha cidade.

            E por que esse projeto era importante, é importante para nós e será importante para Mato Grosso do Sul?

            O gás boliviano, Senador João Pedro, Presidente, não traz só o gás metano quando ele é transportado pelo meu Estado, consumido no meu Estado e em outros Estados da Federação; ele traz gases ricos. V. Exª citou aí a inauguração do gasoduto Coari-Manaus, velho sonho de Manaus, também um projeto que começamos a desenvolver na minha época, e hoje esse projeto é uma realidade e trará benefícios incalculáveis à cidade de Manaus e ao Amazonas. É uma grande riqueza. Mas, quando o gás da Bolívia vem, além de trazer metano em grande quantidade ele traz gases ricos: etano, propano, butano. Do etano, obtemos o eteno, obtemos o polietileno, que é a matéria prima da indústria plástica. Por isto pensou-se, àquela época, em se instalar um polo gás-químico, para aproveitar essa fração do etano que vem no gás da Bolívia e que seria separado por essa separadora de gás localizada em Corumbá, na minha cidade, na minha terra.

            Temos também o propano e o butano. E esses gases ricos não só, como disse, podem se transformar em matéria prima para a indústria petroquímica, mas também podem ser utilizados no fornecimento de GLP, gás liquefeito de petróleo, o gás de botijão, que todos nós temos em nossas casas para cozinhar, e também amônia e ureia. Ou seja, esse projeto previa a produção de amônia e uréia por quê? Preocupados,...

            E hoje o Presidente Lula... Por isto que a Petrobras está discutindo essa unidade de fertilizantes, porque o Presidente Lula quer buscar uma solução definitiva. Nós importamos 70% dos fertilizantes que consumimos. Nós precisamos ter autonomia. Portanto, uma das alternativas é produzir fertilizantes dessa unidade que pode vir a se instalar em Mato Grosso do Sul. Existem outras alternativas. O potássio lá do Amazonas, as reservas imensas de potássio que existem no Amazonas...

            Mas a verdade é a seguinte: nós precisamos, de uma vez por todas, buscar, mais do que nunca, essa produção de fertilizantes que vai nos garantir insumos, projetando cada vez mais o agronegócio brasileiro como um dos mais competitivos do mundo. Levar comida barata para o brasileiro e exportar para outros países, para outros continentes. Já naquela época discutíamos isso, portanto é um projeto que já vinha sendo elaborado àquela época pela Petrobras e pela Braskem. Com as inseguranças ocorridas no que se refere ao gás boliviano, as dificuldades que enfrentamos também nas refinarias, nos próprios investimentos associados à produção de gás na Bolívia, esse projeto foi sobrestado.

            Voltou, Sr. Presidente, à carga exatamente agora, chamado pelo Presidente Lula, em função da preocupação do Presidente com a produção de fertilizantes.

            Conversei várias vezes com a Ministra Dilma e com a Diretoria da Petrobras sobre esse projeto crucial para Mato Grosso do Sul, porque dali nós atendemos uma das regiões mais produtivas do País, com uma agricultura pujante. A produção de fertilizantes em Mato Grosso do Sul propiciaria a toda a Região Centro-Oeste, ao oeste de São Paulo, ao oeste do Paraná e ao oeste de Minas esse insumo básico para a agricultura.

            Ontem os jornais e os sites, como eu disse a V. Exª, Sr. Presidente, Srs. e Srªs Senadoras, noticiaram que esse projeto estava definido para Mato Grosso do Sul. Eu espero que ele venha a se definir e venha a ser instalado no nosso Estado. A nossa Bancada, o Governador do Estado e seus secretários, não tenho dúvida nenhuma, farão todos os esforços para que isso aconteça. Isso significa desenvolvimento econômico, social, tecnológico, geração de emprego, produtividade na agricultura.

            Mas, Sr. Presidente, eu vim aqui registrar que ainda não existe, lamentavelmente, essa decisão. Conversei hoje com a Diretoria da Petrobras, porque, como disse, por ter sido do quadro da Petrobras, fui instado pela imprensa do meu Estado a me posicionar.

            Vou esclarecer, claramente, o meu Estado sobre essa questão. Primeiro: a Diretoria da Petrobras amanhã se reunirá para deliberar sobre a contratação do projeto básico dessa unidade de fertilizantes. Este é o primeiro ponto importante: projeto básico, ou seja, essa unidade está em fase de projeto.

            Segundo ponto, Sr. Presidente: foi noticiado que estavam disputando Mato Grosso do Sul, o meu Estado, e Mato Grosso. Não é verdade. Há uma disputa, por esse projeto, de Mato Grosso do Sul com o Espírito Santo, ou seja, os dois Estados que concorrem para a instalação dessa fábrica são o Mato Grosso do Sul, o Estado onde nasci, e o Espírito Santo.

            É importante também destacar, Sr. Presidente, que para implantação desse projeto - como disse aqui, ele vem do tempo em que eu ainda era diretor da companhia -, a Petrobras, até pela situação geográfica, estuda Três Lagoas, que fica na divisa de Mato Grosso do Sul com São Paulo. Esse é um ponto também relevante, importante.

            A informação, Sr. Presidente, que obtive é a de que esse projeto tem uma sensibilidade muito grande no que se refere à rentabilidade, ao retorno do investimento. Portanto, serão decisivos os incentivos que os dois Estados - o meu Estado, Mato Grosso do Sul, e o Estado do Espírito Santo - vão propor à Petrobras. Repetindo, como o retorno desse projeto é muito sensível, vão prevalecer os incentivos que cada Estado vier a oferecer à Patrobras.

            Gostaríamos muito que já estivesse decidido que seria em Mato Grosso do Sul, mas isso ainda não aconteceu.

            Agora nós tomamos consciência do andamento desse projeto, e isso é importante. Então, temos que nos empenhar para garantir que esse fique em Mato Grosso do Sul, pelo seu posicionamento geográfico na Região Centro-Oeste, um Estado mesopotâmico, de um lado o Rio Paraná, do outro lado o Rio Paraguai. Que ele fique no centro-oeste, área onde o agronegócio prevalece, o eficiente agro-negócio brasileiro, com todas as alternativas de logística para atender vários Estados, não só do centro-oeste mas também do sudeste e do sul: ferrovias, hidrovias, rodovias e instalações aeroportuárias.

            Vamos nos empenhar. Iremos à Petrobras. É o momento de toda a classe política de Mato Grosso do Sul e da nossa Bancada, composta por três Senadores e os oito Deputados, se juntarem para que tenhamos sucesso nessa nova jornada. Não tenho dúvida nenhuma de que o Governador do Estado, André Puccinelli, e os seus secretários também trabalharão intensamente para apresentar à Petrobras uma proposta que torne muito mais atrativo Mato Grosso do Sul, se comparado com o Espírito Santo.

            Esse é o grande desafio. Eu tinha obrigação também, Sr. Presidente, de esclarecer essa questão porque, para nós, esse é um projeto de extrema relevância, extremamente importante. Há quase uma obsessão de todas as autoridades de Mato Grosso do Sul de levar investimento, de diversificar a economia do nosso Estado, que não pode ficar só na soja e no boi; tem que diversificar com turismo, mineração, metalurgia, álcool, fertilizantes, como é o tema de que nós estamos tratando. É importante lembrar, Sr. Presidente, que esse projeto significa investimento de US$2 bilhões, e nós não podemos de forma alguma perder esses investimentos.

            Infelizmente, não está decidido, mas nós vamos trabalhar consistente e competentemente para que efetivamente a Petrobras venha a instalar a sua futura fábrica de fertilizantes, para atender às necessidades brasileiras, se Deus quiser, no meu Estado, Mato Grosso do Sul.

            Muito obrigado, Sr. Presidente, pela paciência e pela tolerância.

            Eu gostaria de registrar esse discurso nos Anais do Senado porque é um tema muito relevante, e nós vamos tratar ao longo das próximas semanas sistematicamente dessa questão.

            Muito obrigado, Presidente.

            O SR. PRESIDENTE (João Pedro. Bloco/PT - AM) - Obrigado, Senador Delcídio.

            O SR. DELCÍDIO AMARAL (Bloco/PT - MS) - Sr. Presidente, eu gostaria só de fazer um registro, se o senhor me permite.

            Abusando um pouquinho mais da tolerância de V. Exª, quero registrar a morte, ocorrida no sábado passado, do pintor Jorapimo, João Ramão Pinto de Morais, que hoje faria 72 anos. Nosso famoso Jorapimo, foi um pintor que expressou a nossa cultura, a nossa história, o nosso Pantanal. Se houve alguém na história da nossa Corumbá, da nossa Ladário, do nosso Pantanal, que retratou o dia a dia da nossa gente, do nosso povo, do pantaneiro, foi o nosso querido Jorapimo. Por isso, quero aqui apresentar a minha solidariedade, o meu carinho, o meu respeito ao nosso Jorapimo, João Ramão Pinto de Morais, que hoje faria 72 anos. Quero me solidarizar com a sua família e desejar que Deus ilumine e abençoe todos eles.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/11/2009 - Página 61544