Discurso durante a 221ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a importância da educação para a sociedade, oferecendo dados sobre diversos países que experimentaram crescimento significativo tendo investido em educação.

Autor
Gilvam Borges (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
Nome completo: Gilvam Pinheiro Borges
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO.:
  • Considerações sobre a importância da educação para a sociedade, oferecendo dados sobre diversos países que experimentaram crescimento significativo tendo investido em educação.
Publicação
Publicação no DSF de 26/11/2009 - Página 61814
Assunto
Outros > EDUCAÇÃO.
Indexação
  • RECONHECIMENTO, IMPORTANCIA, EDUCAÇÃO, PROMOÇÃO, DESENVOLVIMENTO, SEMELHANÇA, EXPERIENCIA, PAIS ESTRANGEIRO, REGISTRO, INICIATIVA, ORADOR, PREFEITO, SECRETARIO DE ESTADO, ESTADO DO AMAPA (AP), LANÇAMENTO, PROJETO, MUNICIPIO, RECUPERAÇÃO, ESCOLA PUBLICA, PARCERIA, ALUNO, PAES, CAPTAÇÃO, DOAÇÃO, SOCIEDADE CIVIL.
  • JUSTIFICAÇÃO, EMENDA, ORÇAMENTO, AUTORIA, ORADOR, DESTINAÇÃO, RECURSOS, FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO (FNDE), REFORMULAÇÃO, ESCOLA PUBLICA, INTERIOR, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO AMAPA (AP), EXPECTATIVA, RECUPERAÇÃO, TOTAL, REDE ESCOLAR, INCLUSÃO, INFORMATICA, ACESSO, INTERNET, TREINAMENTO, PROFESSOR, VALORIZAÇÃO, MAGISTERIO, INTEGRAÇÃO, FAMILIA, PREPARAÇÃO, CIDADANIA, AREA, TRANSITO, MEIO AMBIENTE, LIXO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


      O SR. GILVAM BORGES (PMDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Srªs e Srs. Senadores, o tema que me traz à tribuna nesta tarde é da mais alta relevância, porque, nos países ricos da Europa, nos Estados Unidos, na Austrália, no Canadá, no Japão e nos Tigres Asiáticos, ninguém duvida de que a educação é o caminho mais seguro para a superação das desigualdades sociais e, consequentemente, da pobreza, da ignorância, da subserviência e da exploração. Aqui, todavia, a importância do tema ainda tem merecido ações aquém das merecidas.

            É do Educador brasileiro Paulo Freire, falecido em 97, a frase que diz: “A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.

            A via de mão dupla da educação e sociedade exige comprometimento de educadores, de educandos e da sociedade civil para esse importante processo de formação em inserção social.

            No Amapá, Estado, Governo e Município estão comprometidos com a questão. Eu mesmo procurei o Prefeito Roberto Góes, a Prefeita Helena Guerra, a Secretária de Educação Municipal, Conceição Medeiros, e começamos a escolher a Escola Amapá, com a Diretora Joana Célia Barreto, para lançar o Movimento Municipal Pela Educação. Projeto inovador, nós arregaçamos as mangas para recuperar a escola.

            Conversei com pais das crianças e jovens e constatei que todos aguardavam ansiosos por uma providência para a recuperação da escola e da autoestima das pessoas que estudam e trabalham no local.

            Acionei pessoas importantes da sociedade e pedi doações para a Escola Amapá. Todos eles tornaram-se amigos da escola e não tiveram nenhum tipo de dificuldades para se fazerem presentes nessa ação tão importante entre todos que formam a sociedade amapaense. Todos colaboraram e cada um se tornou o que é mais importante, como já ocorre em outros países, quando muitos estudantes retornam às suas faculdades, universidades ou escolas, retribuindo a educação que receberam, a exemplo de Inglaterra, Estados Unidos e outros países, e fazem doações e gestos de cooperação com as instituições de educação.

            Vencemos uma batalha, mas a guerra continua.

            A estrutura física dos colégios do Amapá ainda é muito precária, não é diferente de várias partes da região do País. Em algumas escolas, as salas de aula não têm ventilação adequada, o calor é insuportável, o que prejudica o rendimento escolar dos alunos, o acesso é dificultado pela ausência de asfalto, a conservação dos prédios, principalmente em relação a instalações hidráulicas e elétricas, carece de reformas, e faltam instrumentos básicos para o exercício do trabalho que ali deveria ser executado por monitores e educadores.

            Por tudo isso, na qualidade de Coordenador da Bancada Federal, costurei, com os amapaenses, a apresentação de uma emenda de bancada para a reforma de escolas do Governo do Estado, via FNDE, no valor de R$50 milhões, e uma segunda emenda, também para a reforma das escolas, sendo que esta para a Prefeitura de Macapá, também via FNDE, no valor de R$20 milhões.

            Srª Presidenta, a necessidade da permanência e da atitude, elas devem ser conjuminadas com o desejo de ver acontecer as transformações. O Grupo Amapá, hoje, é o modelo e o plano-piloto para que possamos, a partir dele, estender, a todas as escolas da rede municipal de Macapá - e também, em seguida, às escolas estaduais do Amapá - esse projeto ambicioso, que é a recuperação, dentro de oito meses, de toda essa estrutura que está totalmente comprometida. Nós vemos forros caindo, sistemas elétricos e hidráulicos totalmente comprometidos, a autoestima dos professores muito baixa e, no clima tropical, no clima da Amazônia, a exemplo do Nordeste, o calor é implacável, o que faz o rendimento cair sensivelmente.

            Estivemos, por sete dias, dentro da escola, junto com pais, alunos e professores. Não arredei pé, ficamos juntos! E nessa segunda-feira próxima, a Escola Amapá estará totalmente climatizada, totalmente reequipada. E vamos partir para o plano da informatização da escola, informatização que se estenderá por todas as salas de aula. E também abriremos cursos para incorporar, no mundo cibernético e da Internet, nossos professores. Eles todos, em um tempo muito breve, ainda neste próximo ano, estarão com seus notebooks totalmente atualizados e integrados à Internet. Haverá cursos intensivos.

            A educação, ela não se faz somente com os conhecimentos, ela se faz com a estrutura, com a valorização dos profissionais, com a integração das famílias que têm seus filhos na escola. E é pela escola que nós poderemos melhorar o trânsito, com aulas sobre o assunto dentro dos currículos escolares para que possamos melhorar e preparar nossos profissionais do futuro.

            Dentro da escola, nós poderemos estruturar também o tratamento de lixo: como dividir o lixo para podermos cuidar das cidades. Nós precisamos de uma escola que possa cumprir sua função social, e é somente pelo conhecimento que nós poderemos ultrapassar as barreiras - e nós vamos ultrapassá-las. O Amapá se propõe, como um dos Estados da grande Região Amazônica, a implementar esse grande projeto.

            Há homens, Srª Presidente, que falam, são muito bons em suas elucubrações, mas há homens também que calam, observam, processam seus sentimentos, fazem suas conjecturas e têm uma capacidade incrível de realizar. Entre falar e fazer, há uma distância muito grande. Se nós somarmos todas as inteligências e experiências desta Casa e as somarmos às de todos os outros segmentos, haveremos de modificar essa realidade nacional.

            O Brasil, como um dos países emergentes, precisa estar voltado, como esteve o Japão, quando teve toda sua economia arrasada na Segunda Guerra Mundial. E dali as autoridades e a sociedade tiveram um plano. E o plano foi simples: todos os investimentos públicos, em 70%, seriam investidos em educação. E dentro de oito, dez anos, o país começou a ter o retorno. A qualificação de seus membros, de sua sociedade de modo geral, nas escolas, nas universidades, começou a ter um ganho imediato, na produção de riquezas, no inter-relacionamento.

           Lá, Srª Presidente, um professor é um professor. Um professor é um mestre, e é reverenciado. Infelizmente, no nosso País, apesar de todos os esforços, da LDO, de todos os procedimentos legislativos, nós ainda não conseguimos fazer uma estruturação para podermos mudar.

           A SRª PRESIDENTE (Serys Slhessarenko. Bloco/PT - MT) - Senador Gilvam, eu pediria ao senhor o encerramento do seu pronunciamento porque a Ordem do Dia está acontecendo na sessão do Congresso e eu tenho que suspender imediatamente esta sessão, até que se encerre a Ordem do Dia do Congresso.

           O SR. GILVAM BORGES (PMDB - AP) - Eu pergunto...

           Está bem.

           A SRª PRESIDENTE (Serys Slhessarenko. Bloco/PT - MT) - Eu dou um minuto, pode ser?

           O SR. GILVAM BORGES (PMDB - AP) - E aí eu retomo, em seguida?

           A SRª PRESIDENTE (Serys Slhessarenko. Bloco/PT - MT) - Retoma. Retoma.

            O SR. GILVAM BORGES (PMDB - AP) - Então, não é preciso um minuto. Eu já paro, atendendo ao apelo de V. Exª, porque acho que a eficiência e a compreensão devem estar juntas. Eu encerro agora e aguardo o seu comando para retornarmos ao nosso pronunciamento.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/11/2009 - Página 61814