Discurso durante a 220ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem ao Municipalismo Brasileiro.

Autor
Mão Santa (PSC - Partido Social Cristão/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.:
  • Homenagem ao Municipalismo Brasileiro.
Publicação
Publicação no DSF de 26/11/2009 - Página 61800
Assunto
Outros > HOMENAGEM. ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.
Indexação
  • QUALIDADE, EX PREFEITO, ESTADO DO PIAUI (PI), REGISTRO, IMPORTANCIA, VALORIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA, MUNICIPIOS, HOMENAGEM, TRABALHO, PREFEITO.
  • PROTESTO, DESCUMPRIMENTO, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, DESEQUILIBRIO, DISTRIBUIÇÃO, RECEITA, FEDERAÇÃO, INDIGNIDADE, NECESSIDADE, PREFEITO, REALIZAÇÃO, MARCHA, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), REIVINDICAÇÃO, RECURSOS.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador César Borges, que preside com muita grandeza, grandeza de César - Roma teve 12, nós só temos 1, mas é melhor do que todos aqueles da história romana -, parlamentares presentes, eu pediria permissão - são tantas lideranças - de saudar a todas no nome de Paulo Roberto Ziulkoski, brasileiras e brasileiros, eu diria aqui menos, eu sou do Partido Social Cristão, Cristo. Então, Cristo, o grande orador - o Presidente me deu 10 minutos -, fez o melhor discurso em um minuto, o Pai Nosso, com 56 palavras, quando balbuciamos nos transportamos daqui aos céus.

            Mas eu diria o seguinte, eu me lembro que eu fui lá em Bogotá e vi o Libertador. O Chávez sabe pouco sobre ele. . El libertador. E na casinha dele, branca, tem uma praça e tem uma estátua. Está ouvindo César? E lá tinha escrito: Simon Bolívar, fui tudo, cabo, tenente, major, coronel, general, marechal, comandante em chefe, ditador, presidente, el libertador, trocaria todos os títulos, mas não abdicaria de ser um bom cidadão. E eu digo a mesma coisa. Deus e o povo de Deus já me elegeram a um bocado de coisa. E o cargo mais significativo e mais honroso é o de prefeito de sua cidade.

            Eu os conheço, eu os acompanhei, fui um deles e vi nascer. É aquele que administra a sua mãe, a sua avó, o seu tio. Prefeito é bicho bom. E eu digo isso. Cadê o Zezinho? Eu gosto muito do povo. Eu era do Partido do Ulysses, mas aquela turma acabou. Ulysses ficou encantado, Teotônio Vilela moribundo discursando aqui, o Tancredo, o Juscelino cassado. Hoje é outra turma.

            Ouça a voz rouca das ruas. E eu não posso andar na rua todo tempo, mas eu chamo ali o Zezinho, pessoa boa, pura, trabalhador. Zezinho, eu vou filiá-lo ao Partido Social Cristão e você vai ser eleito Senador. É mais simpático que o Luiz Inácio e não tem barba. Trabalha aí... Mas eu perguntei, tudo eu pergunto ao Zezinho, eu falo do povo, é a minha luz, é sério. Nenhum Senador foi, mas eu fui almoçar com ele e a Adalgisinha dele lá na casa dele, lá no subúrbio. Família boa, esse povo é que é bom. Aí eu digo, como é o prefeito aí? Eu esculhambo esses bichos ou esses bichos prestam? Não, não faça isso não, o prefeito é gente boa. Prefeito tudo é bom. Olha aí, esse é o conceito. Ele recordou o dele de Santa Quitéria, lá do Ceará, perto de São Francisco de Canindé.

            E eu quero dizer, prefeito, nessa parafernália de governo... E entra governo para mim e são os três instrumentos da democracia, não chamo poder, o Judiciário, o Executivo e o Legislativo. O melhor é prefeito.

            Olhe, muitos são os chamados, poucos são os escolhidos. Eles foram os escolhidos. Essa é a verdade. Agora, um ou outro tem um deslize. Aí é como avião. Outro dia me perguntaram qual a maior invenção. Aí eu disse: rapaz, eu gosto de avião. Esse negócio de computador para mim é um negócio complicado. Eu sou do tempo do livro. E eu acho que é mesmo, porque quando vai uma mulher bonita acolá todos dizem: olha um avião, não dizem olha um computador, um carro, é um avião.

            Prefeito é assim. Quando cai um avião é uma confusão do Deus no mundo. Prefeito quando um faz um deslize é uma... Mas sou orgulhoso e vim dar testemunho.

            Ô, César, está ali o Raupp, eu vim ouvindo a Ciarlini, aquela mulher ali, que foi três vezes prefeita. Nós não somos melhores do que esses daí, não. Eu os conheço. A diversidade deles é essa. Essa conversa do Luiz Inácio nunca antes... Nunca antes houve tanta sem-vergonhice. Eu sou o pai da pátria e entendo das coisas.

            A Constituição deixada por Ulysses em 8 de outubro de 1988 diz tudo, tudo, tudo direitinho. Não eram imbecis aqueles 513 Deputados e 81 Senadores. Estava lá Ulysses, Afonso Arinos, Mário Covas. Então está tudo escrito. Por que estamos aqui e o Raupp ali? O Raupp é melhor que o Paulo Ziulkoski, só o nome que é enrolado? Fica só Paulo, o apóstolo, é melhor. Percorri o meu combate, preguei a minha fé e combati o bom combate. Paulo, mas eu quero dizer o seguinte: por que estamos aqui?

            Nós não somos bons, não. Os presidentes é que tinham vergonha. O meu Presidente da República cumpriu a Constituição. E eu conheço, eu governei, eu fui Presidente. Eu fui com Sarney, generoso; eu fui com Collor, que deu uma demonstração de autoridade; eu fui Presidente com o Camata e o Fernando Henrique. Eles transferiam.

            A Constituição reza... Ulysses disse, beijou a Constituição: “Desobedecê-la é rasgar a Bandeira”. E, aqui, estão rasgando todos os dias, ô Luiz Inácio. Eu só não sei como não trocaram, aí, por uma vermelha. É!

            A Constituição diz: o bolo, a riqueza, o dinheirão, 22,5% para os prefeitinhos; 21,5% para os Governadores de Estado; 53% para o Governo Federal, o Presidente Luiz Inácio; e 3% para os fundos constitucionais. O que é que houve? Não foi, ele não começou, mas eles foram com um apetite, com uma voracidade, tem mais de 76 impostos, e eu os li aqui. Então, ganham mais de 60% e os Prefeitos humilhados, com marcha de Prefeito. Que palhaçada! Nunca antes, na vida, houve isso! Eu fui Prefeito e nunca marchei, não. Não tinha esse negócio de marcha, não. Eu fiz o CPOR, eu marchei no CPOR. Como Prefeito, não tinha essa palhaçada, não. Mas a gente recebia o devido.

            Atentai bem: eles recebem 14%. Para 15%, foi um parto cesariano, com fórceps. Olha a baixa! E mais, atentai bem, Luiz Inácio: Vossa Excelência, Luiz Inácio, estudou no Senai, grande escola. Lá, tinha a Aritmética de Trajano.

            Naquele tempo, Paulo, quantas cidades tinha? Só eu, Deus me permitiu criar no Piauí... (Pausa.)

            Esse aqui eu não posso pegar, não. Está um Prefeito, aqui, representando o Piauí, aí não vale, está ali. Vê, ali: Miguel Borges de Oliveira, herói, cidade do arroz do Piauí, Miguel Alves.

            Mas quero dizer que os Prefeitos... Aumentaram as cidades. Só eu, Deus me permitiu criar, no Piauí, 78 novas cidades, povoados. Então, naquele meu tempo, o número de Municípios era muito menor. Quer dizer, matematicamente, os 22,5% ainda iam ser menores com essa garfada... Lá, no Piauí, a gente chama “capada”. “Caparam” o dinheiro de vocês, e nós estamos por aqui porque nós tínhamos isso, a Constituição era obedecida.

            Aí, ó, foi prefeitinho; Papaléo foi prefeitinho, assim como Rosalba, todo mundo; Arthur...

            (Interrupção do som.)

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Vocês foram prejudicados.

            Então, eu venho aqui dizer e dar esse apreço. Eu não fui como o Simon Bolívar, tanta coisa. Quando D. João VI disse: “Filho, coloca a coroa antes que algum aventureiro a coloque”, esse aventureiro era ele, que andava derrubando reis e instalando repúblicas. Ele disse bom cidadão, e eu sou orgulhoso de tudo, porque o povo e Deus me fizeram dizer que fui um bom Prefeito da minha querida cidade, a amada Parnaíba.

            Então, o nosso perfil é acreditar em Deus e na democracia, mas ter como base os Prefeitos do nosso Brasil. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/11/2009 - Página 61800