O SR. PRESIDENTE (Jefferson Praia. PDT - AM) - Convido, para compor a Mesa, o Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Exmº Sr. Mauro Campbell Marques; Exmº Sr. João Thomé Mestrinho, filho do ex-Senador Gilberto Mestrinho; Sr. Luiz Carlos Mestrinho, filho, também, do ex-Senador Gilberto Mestrinho, e o representante do Governo do Rio Grande do Sul, Sr. Mário Nogueira.

            Quero agradecer a presença de todos.

            Minhas senhoras e meus senhores, o Senado Federal homenageia hoje, em sessão especial, a memória de um dos homens públicos brasileiros mais marcantes de todos os tempos: o ex-Governador do Amazonas e ex-Senador da República Gilberto Mestrinho, falecido em Manaus no último dia 19 de julho.

            Gilberto Mestrinho de Medeiros Raposo nasceu em Manaus no dia 23 de fevereiro de 1928. Após passar parte da infância na cidade de Lábrea, retornou à capital do Amazonas na década de 1940. Já em 1955, debutaria na política conduzido pelo então Governador Plínio Coelho, de que se tornaria posteriormente adversário.

            Elegeu-se Prefeito de Manaus, cargo que ocupou de 1956 a 1958. Em 1959, elegeu-se, pela primeira vez, Governador do Amazonas, cargo que exerceria por mais duas vezes.

            Após deixar o Palácio Rio Negro, veio a ditadura militar, que o cassou e o proibiu de retornar ao Amazonas por longos vinte anos.

            Foi extenso o exílio, mas o entusiasmo do povo amazonense por seu líder não arrefeceu. Após a anistia, retornou ao Estado numa das maiores festas populares já vistas na capital do Amazonas. Tamanha popularidade reconduziu Mestrinho ao governo nas eleições de 1982, tendo sido novamente eleito em 1991.

            Em 1998, o reconhecimento do povo amazonense por tudo o que Gilberto Mestrinho fez pelo povo do seu Estado o trouxe ao Senado Federal, onde permaneceu entre 1999 e 2007. Reconhecido como político hábil, discreto e objetivo, foi guindado por três vezes consecutivas à Presidência da Comissão Mista de Orçamento, sem dúvida uma das mais importantes do Congresso Nacional.

            Nos últimos dias de sua vida, já debilitado pelo câncer contra o qual lutou bravamente até o fim, nunca perdeu a serenidade. Muito pelo contrário! Como bem disse o Senador Arthur Virgílio, pediu que o povo cantasse em sua despedida a música Boto Navegador, composta em sua homenagem, e que eternizou o apelido pelo qual gostava de ser chamado pelos amazonenses.

            No Senado Federal, Gilberto Mestrinho deixa um vazio indescritível; vazio do político experiente e dedicado, ardoroso defensor do Amazonas e do Brasil.

            Em seu Estado natal, resta um vácuo impossível de preencher, vácuo produzido por uma trajetória de sucesso, pela caminhada de um Governador de extremada competência e dedicação, sempre disposto a desenvolver o seu Estado e a ajudar especialmente à população mais pobre.

            Falecido em 19 de julho de 2009, aos 81 anos, Gilberto Mestrinho deixou viúva a Senhora Maria Emília Mestrinho, além de nove filhos e mais de vinte netos, a quem saudamos neste momento.

            Deixou também órfãos todos os cidadãos amazonenses, testemunhas vivas do amor de Gilberto Mestrinho pelo Amazonas e de tudo o que ele fez pelo seu povo.

            O Senado da República, aqui representado por Senadores e funcionários, curva-se neste momento à memória de um dos políticos mais importantes e carismáticos que este País já viu e que, por oito anos, deu-nos a honra de sua convivência.