Discurso durante a 188ª Sessão Especial, no Senado Federal

Elogio à luta do Senador Paulo Paim em defesa dos aposentados e conclamação aos Senadores, independente de partidos, a defenderem a população de idosos, no momento em que mais precisa.

Autor
Osvaldo Sobrinho (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/MT)
Nome completo: Osvaldo Roberto Sobrinho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PREVIDENCIA SOCIAL.:
  • Elogio à luta do Senador Paulo Paim em defesa dos aposentados e conclamação aos Senadores, independente de partidos, a defenderem a população de idosos, no momento em que mais precisa.
Publicação
Publicação no DSF de 28/10/2009 - Página 54966
Assunto
Outros > PREVIDENCIA SOCIAL.
Indexação
  • GRAVIDADE, INJUSTIÇA, DESVALORIZAÇÃO, APOSENTADORIA, COMPARAÇÃO, VALOR, CONTRIBUIÇÃO, DIFICULDADE, CONCLAMAÇÃO, COMPROMISSO, SENADOR, AUSENCIA, POLITICA PARTIDARIA, ELOGIO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, PAULO PAIM, CONGRESSISTA.
  • ANALISE, FALENCIA, ESTADO, ATENDIMENTO, CIDADÃO, PRESTAÇÃO DE SERVIÇO, CONTRAPRESTAÇÃO, ARRECADAÇÃO, IMPOSTOS, ESPECIFICAÇÃO, CRESCIMENTO, ESCOLA PARTICULAR, PLANO, SAUDE, PREVIDENCIA COMPLEMENTAR, EMPRESA, SEGURANÇA, COBRANÇA, GOVERNO, INVESTIMENTO, NECESSIDADE, POVO.

            O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - Obrigado. Na verdade, aqui acredito que tem que se fazer uma revisão geral nisso tudo, Senador, porque muitas injustiças estão sendo cometidas pelo Brasil afora. Pessoas que até contribuíram com muito mais de dez salários e, de repente, hoje estão aposentados recebendo dois salários mínimos. É um negócio que não consigo entender. Com meu pai se deu a mesma coisa. Meu pai, a vida toda contribuiu sobre dez salários - e lá na minha terra, Fátima do Sul -, está com 92 anos e agora, quando ele mais precisa, está recebendo sobre um salário e meio, dois salários. É um negócio complicado. E essa coisa nós temos que ver aqui, no Senado mesmo. E, quando V. Exª começou a falar, eu fiquei aqui meditando sobre as coisas. Eu acredito que precisa um compromisso nosso mesmo, de Senadores do Brasil, a respeito desse assunto, independente se é Oposição ou se é Governo, independente da posição que ocupamos aqui ou do partido em que estejamos. E nisso aqui vai - eu sou suspeito para falar - um elogio ao Senador Paim, que, quando oposição, tinha esse comportamento; e como Governo tem o mesmo comportamento. Eu não vi o Senador Paim mudar um minuto sequer durante a sua vida pública toda com relação ao que ele pensa e em relação àquilo em que ele acredita. Ele sempre defendeu os trabalhadores, tem projetos aqui de várias montas; dentro do campo social, em quase todo o leque, ele tem projetos e sempre levou a sério. Ele é Governo hoje, é da base governista, é do PT, mas a tese dele ele não muda, porque ele sempre sabe - e tem aqui defendido - que o trabalhador está acima de tudo, os direitos dos trabalhadores são imutáveis, não se pode transigir sobre eles. E eu quero parabenizá-lo. E a fotografia que o senhor vai amanhã inaugurar na galeria da Comissão é justa, passou da hora, porque, se alguém merece isso é o Paim. E falo descomprometidamente porque nós sempre fomos oposição um ao outro, mas não nas ideias; nas coisas boas. Na Constituinte, trabalhamos juntos. Na LDB, apresentei um projeto de LDB, e Paim, naqueles pontos mais importantes, esteve junto em tudo. Portanto, acredito, Senador Paim, que o senhor está no caminho certo, a História vai registrar isso, e vai agradecer, e vai valorizar o trabalho de V. Exª. E do que o Senador Arns falou aqui nós precisamos pensar. O velho, o aposentado, precisa da gente agora, precisa, e nós seremos, daqui a pouco, um pouquinho mais velhos também, se já não o somos. Portanto, é necessário pensarmos também não em causa própria, mas precisamos pensar que é neste momento, Senador Delcídio, que o cidadão, que o ser humano mais precisa da assistência do Governo. O Governo precisa estar perto, precisa parar de fazer coisas periféricas, coisas que não são dele. Quando o Estado nasceu, foi para quê? Para fazer o social: educação, saúde, segurança. Para isso recolhe impostos. Quando o homem renunciou aos seus direitos, quando passou do jus naturalismo para o jus positivismo, falou: “Olha, vou entregar o governo. Que façam a parte que eu não posso fazer. Vou trabalhar e vou pagar o governo para fazer, pagar com imposto. O governo me dará segurança, saúde, escola.” No entanto, o cidadão continua contribuindo, pagando seus impostos, mas o Estado, lastimavelmente - não o Estado brasileiro, mas o Estado como um todo -, não tem respondido ao que o cidadão paga. Hoje, quando se paga escola particular para um filho, é sinal de falência do Estado. Quando se paga segurança particular, é a falência do Estado. Quando se paga plano de saúde particular, é a falência do Estado. Então, precisamos começar a rever esses conceitos. O Brasil enriqueceu, cresceu, se desenvolveu e hoje tem uma reserva muito boa. Ele deve, portanto, começar a gastar um pouquinho disso aí - gastar não, investir - em seu povo, em sua gente, nas suas inteligências, nos seus velhos, que produziram para que o Brasil chegasse a esse ponto. Portanto, quero aqui parabenizá-lo, de coração aberto mesmo, porque V. Exª realmente merece. Não faço elogios gratuitos porque não vale a pena, mas o trabalho que V. Exª tem feito no campo social merece o nosso respeito, o nosso carinho e merece ser seguido por todos nós, independentemente de sigla partidária, de ideologia, de qualquer coisa. V. Exª, na verdade, faz por merecer porque, ao longo de sua vida política - e desde 86 que o conheço aqui nesta Casa, na Câmara e depois aqui -, V. Exª tem respondido. Ninguém pode colocar um milímetro sequer de distorção entre o seu pensamento de ontem e o seu pensamento de hoje. Parabéns a V. Exª!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/10/2009 - Página 54966