Pronunciamento de Eduardo Suplicy em 01/12/2009
Discurso durante a 229ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comentários a respeito do filme "Lula, o Filho do Brasil".
- Autor
- Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
- Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
POLITICA CULTURAL.:
- Comentários a respeito do filme "Lula, o Filho do Brasil".
- Aparteantes
- João Pedro, Marcelo Crivella, Mário Couto.
- Publicação
- Publicação no DSF de 02/12/2009 - Página 63979
- Assunto
- Outros > POLITICA CULTURAL.
- Indexação
-
- COMENTARIO, FILME NACIONAL, BIOGRAFIA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, INFANCIA, CRESCIMENTO, IMPORTANCIA, ORIENTAÇÃO, MÃE, DESCRIÇÃO, HISTORIA, VIAGEM, ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), ESTADO DE SÃO PAULO (SP), RECOMENDAÇÃO, LEITURA, LIVRO, AUTORIA, EX-DEPUTADO, SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, DADOS, FILME, HOMENAGEM, PRODUÇÃO.
SENADO FEDERAL SF -
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O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Marconi Perillo, Srªs e Srs. Senadores, eu gostaria de aqui falar sobre algo que está tendo e ainda terá enorme repercussão no Brasil e no mundo. Eu me refiro ao filme “Lula, o Filho do Brasil”, de Fábio Barreto, que teve a colaboração de toda a família de Luiz Carlos Barreto e que se constitui em algo, na minha avaliação, de excepcional importância e qualidade. Ali está o testemunho de uma história pouco usual, a história de um menino que nasceu em Caetés, um lugar distante, cuja sede ficava no Município de Garanhuns, em um sítio relativamente muito simples, onde havia alguns animais, algumas cabras, algumas vacas.
Eis que, da família numerosa do Sr. Aristides e da Dona Lindu, nasceram inúmeras crianças. Luiz Inácio da Silva ainda estava na barriga de sua mãe quando, certo dia, seu pai, Aristides, resolve seguir para São Paulo. Apenas mais tarde, certo dia, veio visitar o filho, quando este tinha cinco anos, atendendo à solicitação de um dos irmãos mais velhos, o segundo dos irmãos, que acompanhara o Sr. Aristides até Vicente de Carvalho, em Guarujá. Como o Sr. Aristides não sabia escrever, pediu ao filho que escrevesse uma carta para a família, e, então, ele a escreveu e, de maneira diferente do que o orientara o pai, pediu à sua mãe que tudo vendesse daquela simples propriedade - os seus animais e tudo - e viesse se juntar a eles ali, naquele lugar. Eis que, então, em 1952, Luiz Inácio da Silva, com sete anos de idade, sai de Caetés, Garanhuns, acompanhado de Dona Lindu, sua mãe, e de seus outros irmãos e irmãs, e, por treze dias, num caminhão muito precário, por estradas ainda de terra, de barro, viaja em direção a São Paulo. Esse menino, graças, sobretudo, à extraordinária fibra de sua mãe, ao carinho e à orientação dessa senhora, acaba desenvolvendo-se de maneira tal, que, em 2002, se torna o Presidente do Brasil, agora já no seu sétimo ano de mandato.
Trata-se de uma bonita história, em que um pai, por vezes, por circunstâncias da vida, acaba não sendo o pai mais presente que um filho gostaria de ter. Esse pai, pelas circunstâncias do duro trabalho e da responsabilidade de ter de sustentar uma família tão numerosa, acaba, por vezes, tornando-se bravo, para não dizer até um tanto violento, com suas crianças. Por vezes, tendo bebido um pouco de cachaça, se não bastante, sai atrás de suas crianças, inclusive do próprio Lula, para lhes dar surras. Mas há momentos em que o Sr. Aristides, o pai daquele menino, também lhes dá o carinho de um pai. Isso, por exemplo, está muito bem descrito não apenas na história de Denise Paraná, em cuja obra se baseou Fábio Barreto para fazer seu filme, mas também no bonito livro O Menino Lula, de Audálio Dantas, que foi Deputado Federal, que foi Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo e que é um excelente escritor. Antes mesmo que Bruno Barreto resolvesse fazer esse filme, já havia Audálio Dantas resolvido escrever o livro da história do Presidente Lula quando menino.
Quero recomendar também que as pessoas possam ler tanto o livro de Denise Paraná, quanto o livro de Audálio Dantas. O de Denise Paraná tem um bonito prefácio do Professor Antonio Candido, e o livro de Audálio Dantas tem um bonito prefácio de Ricardo Kotscho - ambos, como poucos, conheceram a história do Presidente Lula. Diz, no prefácio, Ricardo Kotscho:
O menino de Tanque d’Arca e o menino de Caetés. Os dois saíram meninos lá das profundas dos sertões nordestinos e percorreram trajetórias de vida improváveis, se a gente for olhar de onde partiram e aonde chegaram.
Audálio saiu de Tanque d’Arca, nas Alagoas, pegou um ita, desembarcou em Santos, subiu a serra e faz mais de meio século está na lista dos melhores jornalistas brasileiros, além de ser respeitado escritor. No meio do caminho, brigou contra a ditadura e foi ser deputado federal em Brasília.
Luiz Inácio, o Lula, pegou um pau de arara, deixou para trás Caetés, antigo distrito de Garanhuns, em Pernambuco, fez-se torneiro mecânico, liderou as lutas que levaram ao renascimento do movimento operário no Brasil, depois de anos de sufoco da ditadura, comandou grandes greves e chegou a Brasília como presidente da República. Está terminando seu segundo mandato presidencial com os maiores índices de popularidade da história republicana.
Para citar um momento que não foi tão comum, do pai Aristides em relação ao menino Lula, vou ler um pequeno trecho, na qualidade literária de Audálio Dantas:
Foi numa dessas caçadas que Lula sentiu, pela primeira vez, um carinho do pai.
Lula foi cortar uns matos em volta da casa com um facão, para afastar as cobras. Muitas delas chegavam a entrar na casa.
Aristides estava voltando da mata quando viu o filho empenhado na tarefa, achou que era uma coisa boa, ele estava crescendo, decidindo sozinho o que fazer. Não demorou muito, ouviu um grito. Correu ao encontro de Lula, aflito, imaginando que uma cobra o tivesse mordido.
- Que foi, meu filho?
Lula tinha se ferido com o facão, um corte feio acima do joelho. O ferimento não parava de sangrar. Aristides mais se afligiu. Ergueu o filho nos braços, correu até a beira do rio e colocou-o no barco.
Enquanto o pai remava, Lula chegou a se esquecer da dor do ferimento. O homem que movimentava os remos, com pressa de chegar, parecia outro. Não era o pai brabo que conhecia.
Aristides remou, sozinho, um estirão de rio, até Itapema. Pegou o Lula no barco, escanchou-o no pescoço e saiu correndo, até chegar ao pronto-socorro. No caminho, ofegante, perguntava de vez em quando:
- Tá doendo muito?
Estava, mas aquele carinho do pai, assim de repente, amenizava a dor do menino.
E, por aí, seguem tantas cenas bonitas, comoventes, às vezes de extrema dificuldade, típicas dos nordestinos que, saindo ali do agreste, da caatinga, vieram para São Paulo.
Pensei até que, na trilha do filme, prezado Senador João Pedro, eu fosse ouvir aquela música que, ainda outro dia, foi lembrada pelo Presidente Lula na entrevista ao Kennedy Alencar na Rede TV - aliás, foi uma excelente entrevista. Quando perguntado sobre qual a canção mais bonita que conhecia, Lula, sem muito hesitar, disse: “A Triste Partida”. É uma canção do Patativa do Assaré, cantada tão bem pelo sertanejo Luiz Gonzaga. Pensei que essa música estaria na trilha do filme, sobretudo quando, em “Lula, o Filho do Brasil”, é mostrada, de maneira bela, a emoção do menino e de toda a sua família percorrendo o Brasil, desde Garanhuns até chegar a Santos e, depois, a Guarujá.
Naquela música, fala-se muito bem:
E vende seu burro
Jegue e cavalo.
[...]
Vamos pra São Paulo
Morrer ou viver.
Pois logo aparece
Feliz fazendeiro
Por pouco dinheiro
Lhe compra o que tem.
Ai, ai, ai, ai
Meu Deus
Faz pena o nortista
Tão forte e tão bravo
Viver como escravo
No Norte ou no Sul.”
E há outros versos mais, tão bonitos, do Patativa do Assaré!
Em novembro do ano passado, na Universidade Federal de Pernambuco, em Recife, na bonita homenagem que aquela Universidade fez a Josué de Castro - ali estava presente sua filha, Ana de Castro -, quando a orquestra sinfônica composta de meninos e meninas de um dos bairros mais carentes de Recife cantou para o Presidente, em homenagem a Josué de Castro, a canção “A Triste Partida”, vi o Presidente comovido com aquela canção.
(Interrupção do som.)
O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Gostaria de ressaltar também, prezado Senador João Pedro, que esse filme conta com a atuação da extraordinária atriz Glória Pires, que, ainda na semana passada, ganhou o prêmio de melhor atriz pela sua atuação em outro filme, intitulado “É Proibido Fumar”, em que ela também está excepcional. Em “Lula, o Filho do Brasil”, ela mostra muito bem a fibra, a determinação e o carinho de uma mãe por seus filhos. Não digo isso pelo fato de Lula ser hoje o Presidente da República, mas pelas circunstâncias que fizeram com que seu pai, Aristides, não estivesse tão presente, mesmo com o carinho que, nesse momento, ele se apresentou perante o filho. Mas como é que uma mãe pôde, em tantos momentos da vida do Presidente, formá-lo...
(Interrupção do som.)
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Senador, peço que conclua.
O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Essa mãe o formou, de forma a ser ele hoje este Presidente de todos os brasileiros, tão respeitado em todos os países do mundo.
Esse filme, Senador João Pedro, será visto, certamente, com enorme atenção, por todos os povos do mundo.
Concedo o aparte a V. Exª.
O Sr. João Pedro (Bloco/PT - AM) - Serei rápido. Senador Suplicy, V. Exª faz uma reflexão acerca de uma obra que, com certeza, vai fazer parte do elenco dos grandes filmes brasileiros, primeiro porque é um belo filme, as fotografias e o cenário são belíssimos; segundo porque fala de uma liderança popular, fala de um Presidente. O filme fala de parte de sua história. Inclusive, quero confessar que a minha expectativa era a de que o filme abordaria, e não abordou, o Presidente Lula no PT, na construção de um Partido nacional.
(Interrupção do som.)
O Sr. João Pedro (Bloco/PT - AM) - Serei rápido Sr. Presidente. O filme não aborda esse aspecto, como não aborda a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Porque aborda fatos ocorridos antes da história do PT e da CUT. São os primeiros 35 anos da vida do Presidente.
O Sr. João Pedro (Bloco/PT - AM) - Mas o filme aborda um momento muito bonito da vida do Presidente Lula, do qual V. Exª já falou: a saga não a da família do Presidente Lula - da sua mãe, do seu pai -, mas a de milhares de nordestinos que migram para São Paulo, para o centro da indústria nacional. É a saga de milhares e milhares pessoas. É evidente que não saem presidentes da República os filhos das famílias que migram para São Paulo para comporem o parque industrial, a grande mão de obra de São Paulo. Então, o filme retrata o zelo da mulher, da mãe. Trata da responsabilidade da mulher com muitos filhos, encaminhando-os para o estudo - esse é um aspecto bonito do filme. E, evidentemente, retrata, com muita fidelidade, os anos 80: a dureza do movimento sindical no ABC paulista, em São Bernardo, e a história deste que é um grande Presidente da República. Então, quero parabenizá-lo pela reflexão dessa obra cinematográfica, porque retrata um brasileiro que, independentemente de com ele concordarem ou dele discordarem, é vencedor, um brasileiro que tem um posicionamento político-ideológico, um brasileiro que hoje é respeitado mundialmente. Parabéns pela reflexão que faz desse que, com certeza, será um dos grandes filmes da história do cinema brasileiro!
O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Gostaria apenas, Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Todos nós gostaríamos de assistir ao filme, mas, assim, ninguém mais vai assistir a ele. Quero ajudar o Luiz Inácio, o diretor. Assim, como o Romeu Tuma estava dizendo, não é preciso mais assistir ao filme. Quero dar essa chance aos cinegrafistas, ao povo.
Senador Marcelo Crivella, V. Exª é o próximo orador que falará na tribuna. V. Exª está inscrito como Líder. V. Exª não vai falar? A Igreja Universal não vai exibir o cinema, não? (Pausa.)
O filme deve ter aquela parte boa: “The end”. Não tem, não?
O Sr. Marcelo Crivella (Bloco/PRB - RJ) - Sr. Presidente, antes do the end, eu gostaria apenas de ressaltar o papel extraordinário da mulher brasileira. Senador Suplicy, falo daquela mulher humilde e triste, obscura e anônima. Quando, pelo exemplo, educava seu filho com abnegação, com renúncia, com idealismo, suportando todas as agruras da pobreza, ela não sabia que ali forjava o futuro Presidente deste País. Nós, quando olhamos a História do País, vemos que os avanços na cidadania se deram muito mais pela reivindicação e pela luta dos pobres do que pela consciência ou pela generosidade das elites. Está aí um filme que pode comprovar essa nossa tese. Parabéns a V. Exª!
O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Sr. Presidente, apenas gostaria de pedir para ser transcrita toda a ficha técnica do filme, para fazer a devida homenagem ao produtor Luiz Carlos Barreto e aos produtores associados; ao Diretor Fábio Barreto; à produção de Paula Barreto e Rômulo Marinho Jr.; à produção executiva de Rômulo Marinho Jr.; aos roteiristas Daniel Tendler, Denise Paraná e Fernando Bonassi e também aos extraordinários artistas, sobretudo Glória Pires, que fez o papel de D. Eurídice Ferreira Mello, que é a Dona Lindu, mãe de Lula; o próprio ator que fez o papel de Lula, Rui Ricardo Diaz; Cléo Pires, que fez o papel de Maria de Lurdes da Silva; Juliana Baroni, que fez o papel de Marisa Letícia Lula da Silva.
O Sr. Mário Couto (PSDB - PA) - Peço-lhe um aparte, Senador Suplicy.
O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Senador Mário Couto, V. Exª tem o aparte.
O Sr. Mário Couto (PSDB - PA) - Em primeiro lugar, quero parabenizá-lo pela divulgação do Presidente Lula. V. Exª, a partir de hoje, passou a ser um dos divulgadores do filme. Acho que o filme devia existir, sim, sinceramente, mas acho que o Presidente Lula devia mandar fazer o filme também da miséria em que vivem os aposentados deste País hoje. Isso seria fundamental, Senador, para mostrar à Nação como eles morrem, miseravelmente, sem alimentos e sem remédios! Dei graças a Deus que V. Exª fosse à tribuna para falar do filme, porque, na verdade... Vou esperar o Senador João Pedro lhe passar alguma coisa. Senador João Pedro, já passou o que queria? Mas é impressionante como vivem...
(Interrupção do som.)
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Concedo mais um minuto para o the end.
O Sr. Mário Couto (PSDB - PA) - É impressionante como vivem os miseráveis aposentados deste País! E se faz um filme do Presidente Lula no apogeu, no auge, ganhando R$12 mil de aposentadoria por mês, enquanto aqueles de que ele não gosta, que são os aposentados deste Brasil, meu caro Senador Eduardo Suplicy, não têm um filme. Coitados, não se pode nem falar neles! Quando se fala neles, o Presidente Lula diz: “Não, deixe eles morrerem miseravelmente nas ruas”. Quero fazer uma sugestão a V. Exª, que é tão ligado ao Presidente Lula: mande fazer um filme sobre os aposentados, que a população brasileira, maciçamente, vai lotar os cinemas, vai chorar. Se alguém chora nesse filme do Presidente Lula, nesse filme montado, Senador, passe aquilo que é real nas ruas - nada montado -, mostre como vivem os aposentados deste País, que a população inteira do Brasil vai chorar! Essa é grande realidade, Senador Eduardo Suplicy.
O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Acho importante que se faça um filme sobre os aposentados, inclusive sobre os projetos de lei e as medidas anunciadas que modificaram a situação dos aposentados. E essas modificações na lei aconteceram durante os governos anteriores ao do Presidente Lula. Então, que se mostre agora como é que se vai fazer a devida modificação para se prover dignidade a todos os brasileiros, inclusive aos mais idosos!
O Sr. Mário Couto (PSDB - PA) - Permita-me um aparte: nunca se vai fazer modificação. Não há vontade do Presidente Lula de fazer modificação.
O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Muito obrigado, Sr. Presidente.
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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SENADOR EDUARDO SUPLICY EM SEU PRONUNCIAMENTO.
(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)
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Matéria referida:
Ficha técnica do filme “Lula, o Filho do Brasil”.
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