Discurso durante a 230ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Abordagem da história, da economia e das potencialidades turísticas do Município de Canarana, no Estado de Mato Grosso.

Autor
Osvaldo Sobrinho (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/MT)
Nome completo: Osvaldo Roberto Sobrinho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES. DESENVOLVIMENTO REGIONAL. HOMENAGEM.:
  • Abordagem da história, da economia e das potencialidades turísticas do Município de Canarana, no Estado de Mato Grosso.
Publicação
Publicação no DSF de 03/12/2009 - Página 64451
Assunto
Outros > ELEIÇÕES. DESENVOLVIMENTO REGIONAL. HOMENAGEM.
Indexação
  • SUGESTÃO, MÃO SANTA, SENADOR, CANDIDATURA, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, VICE-PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • DETALHAMENTO, HISTORIA, FUNDADOR, EX-DEPUTADO, INCENTIVO, MIGRAÇÃO, FAMILIA, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), COLONIZAÇÃO, REGIÃO CENTRO OESTE, FUNDAÇÃO, MUNICIPIO, CANARANA (MT), ESTADO DE MATO GROSSO (MT), INICIATIVA, COOPERATIVA, AQUISIÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, TERRAS, MODELO, INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRARIA (INCRA), RECEBIMENTO, APOIO, SUPERINTENDENCIA DO DESENVOLVIMENTO DA AMAZONIA (SUDAM), ATRAÇÃO, PRODUTOR RURAL, SUPERIORIDADE, PRODUTIVIDADE, AGRICULTURA, HOMENAGEM, ANIVERSARIO, EMANCIPAÇÃO POLITICA, REGISTRO, DADOS, POPULAÇÃO, ECONOMIA, CAPACIDADE, TURISMO, PROXIMIDADE, PARQUE INDÍGENA DO XINGU, CUMPRIMENTO, ESFORÇO, POVO, LIDER.

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            O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu diria aqui para o Senador Mão Santa que o Brasil, daqui a alguns dias, poderá estar bem feliz. É muito grande a popularidade do Senador Mão Santa no Brasil como um todo - andei pelo meu Estado neste final de semana e lá pude constatar a popularidade que venho constatando em todos os lugares onde chego, pois perguntam sempre pelo Senador Mão Santa, onde anda o Mão Santa e o que anda fazendo. Acho que V. Exª é um bom projeto...

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - V. Exª tinha que estar do lado de Gerson Camata...

            O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - ... é um bom projeto para Presidente da República, Vice-Presidente da República. V. Exª tem que começar a pensar já nesses termos. Um nome nacional como o de V. Exª, com a folha de trabalho que V. Exª tem prestado ao Brasil, com a sua determinação de homem público, tenho certeza que é um grande quadro para o Brasil utilizar na hora em que for necessário, e essa hora, acredito, chegou. Qualquer coligação deveria se sentir honrada com a presença de V. Exª numa chapa majoritária neste País. Fica como abertura do meu discurso.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Eu não deveria ter sugerido o aposto Osvaldo Tio não, mas Osvaldo Pai!

            O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores da República, no pronunciamento que faço nesta tarde, eu gostaria de abordar um pouco a história, a economia e as potencialidades turísticas do Município de Canarana, no Estado de Mato Grosso, fundado pelo ex-Deputado Federal Norberto Schwantes, um pastor luterano de origem gaúcha que incentivou várias famílias do Rio Grande do Sul a irem para Mato Grosso fazer uma nova colonização. Acredito que foi uma das colonizações mais bem sucedidas que tivemos no Estado de Mato Grosso. Esse cidadão chamado Norberto Schwantes, que foi Constituinte nesta Casa, faleceu durante seu mandato no dia 17 de setembro de 1988, mas deixou sua marca na história da colonização de Canarana.

            O início de Canarana coincide com o nascimento da Cooperativa Colonizadora 31 de Março Ltda. (Coopercol), por iniciativa do pioneiro Norberto Schwantes em 1971, que foi a primeira Cooperativa Colonizadora do País. A fixação das famílias vindas do Rio Grande do Sul recebeu o nome de Projeto Canarana e seguiu o modelo de colonização recomendado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), previsto no Estatuto da Terra.

            No início, a direção da Cooperativa tentou atender o desejo dos agricultores gaúchos, que era ir para o Município de Dourados, no Mato Grosso do Sul. Porém, com dificuldades para encontrar as terras desejadas naquela região, o pastor Norberto Schwantes mudou o destino para o Mato Grosso, instalando-se na região de Barra do Garças no início dos anos 70 para fazer ali essa grande colonização - o Município de Barra do Garças era um dos municípios maiores do Estado de Mato Grosso e ali ele começou essa colonização. Com oitenta famílias associadas, a Coopercol adquiriu uma área de 39 mil hectares de terra, que foi dividida em oitenta lotes de 480 hectares. Cada uma das oitenta famílias recebeu um lote e o restante da terra ficou como reserva e área destinada a instalações urbanas. Os lotes foram financiados em dez anos pelo Programa Pró-Terra do Banco do Brasil.

            Em 14 de julho de 1972, as primeiras famílias começaram a chegar à nova colonização e assim começou o Projeto Canarana. Elas vinham do Município de Tenente Portela, no Rio Grande do Sul. Inicialmente, se alojaram em acampamento improvisado, mas logo foram construídas três agrovilas para abrigar de forma definitiva as oitenta famílias desse projeto inicial.

            A idéia de criação da cidade surgiu com a implantação dos serviços públicos que iriam servir aos três núcleos habitacionais. Além da Coopercol, em 5 de julho de 1975, foi criada a Cooperativa Agropecuária Mista Canarana Ltda. (Coopercana), que durante dezoito anos desempenhou importante papel naquela região, dando suporte aos agricultores na produção, na assistência técnica, na comercialização e nas melhorias de infraestrutura para a região.

            Canarana situava-se na área dos projetos da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), a saber: a Fazenda Tanguro Agropecuária S.A.; Agropecuária Sete de Setembro S.A.; Agropecuária Bela Vista S.A.; Agropecuária Planalto S.A.; Agropecuária Araxingu S.A.; Agropecuária Curuá S.A.; Agropecuária Norte de Mato Grosso S.A. e outros. O Projeto Canarana tinha um objetivo bem claro: atrair grandes, médios e pequenos empresários rurais para a região, com o apoio institucional da Sudam. Com essa iniciativa, os colonos seriam beneficiados e o Governo também, porque haveria geração de riqueza, renda, emprego, progresso, novos níveis de produtividade, oferta maior e mais diversificada de produtos, enfim, aumento da arrecadação e melhoria das cidades que se situavam no raio de influência da Cooperativa.

            Com o sucesso dos primeiros passos da colonização, mais de trezentas famílias se instalaram rapidamente na região de Canarana. Grande parte comprou os direitos de antigos colonos remanescentes dos assentamentos da Fundação Brasil Central e começou a praticar uma agricultura moderna, com novas técnicas agrícolas e novo modo de produção. O resultado foi igualmente positivo e a região passou a viver um surto de desenvolvimento rural bastante significativo. Basta dizer que, entre 1972 e 1975, a Coopercol desenvolveu com sucesso oito grandes projetos colonizadores em sua área de atuação, totalizando mais de 161 mil hectares. As famílias ocupavam lotes de 400 hectares e a produção agrícola nesse espaço era muito compensadora.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a localidade de Canarana - nome de um tipo de capim bem conhecido na Região Amazônica - foi fundada em 1º de maio de 1975. Com a Lei nº 3.762, de 29 de junho de 1976, foi criado o Distrito de Canarana, pertencente ao Município de Barra do Garças. Em 1978, foi instituída uma Comissão com o objetivo de viabilizar a emancipação daquela localidade. Dela faziam direção: o ex-prerfeito Luiz Cancian, Elói Ernesto Rabuske, Luiz Palma, Guido Afonso Rauber, Mário Mazureck e Nilvo Vicente Cooling, que também dirigiam a Sociedade de Amigos de Canarana (SAC), cujo objetivo principal era cuidar dos interesses da comunidade.

            Em 11 de novembro de 1979, realizou-se uma consulta popular para a criação do novo Município, e o resultado da votação foi quase unânime em favor da autonomia municipal. Finalmente, com a Lei nº 4.165, de 26 de dezembro de 1979, de autoria do então Deputado Estadual Ricardo Corrêa, sancionada pelo Governador da época, Frederico Campos, o Distrito de Canarana foi elevado à categoria de Município. Assim, no próximo dia 26 de dezembro, Canarana estará em festa para comemorar 30 anos de emancipação. No entanto, a instalação do Município ocorreu em 15 de fevereiro de 1981.

            Canarana é um exemplo bem sucedido de colonização rural. O Município conta com uma área de 10 mil 870 quilômetros quadrados e sua população estimada é de 19 mil habitantes. A economia local é vigorosa e se destaca como a maior produtora de grãos do Vale do Araguaia, sendo a soja seu produto principal. O rebanho bovino também é significativo e é formado por mais de 400 mil cabeças que ocupam mais ou menos 600 mil hectares de terra naquela região. Os setores de comércio e serviços também aparecem em boa posição, mas com mais ou menos 700 empresas ativas fazendo a riqueza regional. Na área da educação, Canarana conta com cerca de seis mil alunos inscritos em suas escolas. Em resumo, são duas escolas estaduais, duas indígenas, duas privadas e 20 escolas municipais. Além disso, se destaca no Mato Grosso como importante polo regional de educação superior, mantendo seis cursos superiores em várias atividades educacionais.

            Por fim, não seria possível esquecer o grande potencial turístico da região, com suas pousadas situadas às margens dos rios Sete de Setembro e Culuene, os monumentos do Avião e da Cuia, que são os pontos mais visitados em sua área urbana, o grande número de nascentes e o exuberante Parque Nacional do Xingu, cujo acesso principal por terra localiza-se em Canarana. Sem dúvida, o Município de Canarana detém um potencial para o desenvolvimento do ecoturismo.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o que acabei de dizer neste pronunciamento foram apenas detalhes do que realmente representa o Município de Canarana em termos de progresso, de desenvolvimento e de importância para a economia de Mato Grosso. Eu gostaria de finalizar fazendo uma saudação aos meus amigos pioneiros, às suas lideranças e ao povo em geral de Canarana, que conseguiram, com tenacidade e muita luta, dotar o Município de boas rodovias, meios de transporte, ruas e avenidas pavimentadas, um grande sistema de comunicação, abastecimento de água, energia e áreas de lazer também. É importante reconhecer de perto o que foi feito naquele Município nesses últimos 30 anos, porque ali nós encontramos um povo valoroso, um povo que trabalha, um povo que luta, um povo que realmente veio para fazer progresso. É assim que se faz em Mato Grosso, é assim que foi feito no interior do nosso Estado, com populações que vieram do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e, ali, conseguiram edificar cidades que, hoje, indiscutivelmente, são o orgulho desse povo.

            Portanto, Sr. Presidente, como nosso tributo àquele povo que veio nos ajudar a fazer o novo Mato Grosso, fica aqui o nosso reconhecimento pelo seu trabalho, pela sua luta, pela sua tenacidade, por tudo aquilo que conseguiram fazer para o engrandecimento do Estado de Mato Grosso.

            Sr. Presidente, muito obrigado pela oportunidade.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/12/2009 - Página 64451