Discurso durante a 238ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem pelo transcurso dos 170 anos da Associação Comercial de Pernambuco

Autor
Marco Maciel (DEM - Democratas/PE)
Nome completo: Marco Antônio de Oliveira Maciel
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem pelo transcurso dos 170 anos da Associação Comercial de Pernambuco
Publicação
Publicação no DSF de 11/12/2009 - Página 67106
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ASSOCIAÇÃO COMERCIAL, ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), ELOGIO, ENTIDADE, DEBATE, PROBLEMA, REGIÃO NORDESTE, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, LEITURA, DISCURSO, PRESIDENTE, SOLENIDADE, COMEMORAÇÃO, ANEXAÇÃO, DOCUMENTO, AUTORIA, ARQUITETO, PROFESSOR, UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE), DEPOIMENTO, RECUPERAÇÃO, EDIFICIO SEDE.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MARCO MACIEL (DEM - PE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Senador Mão Santa, Srs. Senadores Magno Malta, João Pedro, Eduardo Suplicy, José Nery, Srªs e Srs. Senadores, venho hoje à tribuna do Senado Federal para registrar a passagem de um fato muito relevante da vida comercial, econômica e cultural de Pernambuco. Eu me refiro à passagem dos 170 anos de existência da Associação Comercial de Pernambuco, a tradicional ACP. Devo mencionar que essa instituição, ao longo da história, foi muito mais do que uma associação comercial. Foi, antes de tudo, uma entidade voltada para discutir os grandes problemas do Nordeste e, de modo especial, de Pernambuco. Daí por que podemos afirmar, sem medo de cometer equívoco, que, na verdade, a Associação Comercial de Pernambuco era e é um grande fórum, porque nele não somente eram discutidas as questões relativas ao comércio inter-regional e ao comércio internacional, mercê do fato da existência do porto de Recife, que era um porto de grande intensidade de comércio, sobretudo nos primórdios do século XX.

            Então, eu diria que a passagem desses 170 anos da instituição não poderia passar sem adequadas comemorações. Atualmente, a Associação Comercial de Pernambuco é presidida pelo Dr. Celso Muniz, que pronunciou um discurso alusivo à passagem da efeméride, que considero importante fazer uma breve menção. Ele disse:

“Estamos aqui para comemorar o aniversário de uma entidade mais do que sesquicentenária.

Tal qual ocorre com as pessoas, a longevidade das instituições nem sempre pode ser motivo de festa.

O que importa é uma longa e duradoura vida se ela representar apenas decrepitude, ruína e decadência?

Não é o caso [afirmou o Presidente Celso Muniz] da Associação Comercial de Pernambuco que, ao completar 170 anos de existência, evidencia-se em plena vitalidade institucional, como muito bem expressa a inauguração das obras de recuperação e restauração desta sua imponente sede.

Uma entidade, hão de observar alguns, é muito maior do que seu edifício-sede.

Inadvertidos da singular significação deste palácio à beira-mar plantado, ícone da paisagem urbanística do Recife, supõem que se poderia dissociá-lo da instituição que nele há quase 100 anos funciona, e que com ele se confunde, como um corpo e alma de um mesmo e único ser.

Saibam os que ainda não sabem que esta Casa magnífica - e continuo citando o Presidente Celso Muniz - hoje completamente restaurada em sua monumentalidade histórica e em sua dignidade arquitetônica, é, sem dúvida, a própria imagem da Associação Comercial de Pernambuco.

Aqui, por vezes tantas, este edifício se fez cidadela de memoráveis lutas em defesa das melhores causas de um Pernambuco insubmisso.

Aqui [continua ele, Sr. Presidente Mão Santa], mais que uma formal e burocrática sede social, este prédio foi, a um só tempo, um fórum de debates, um celeiro de ideias e uma tribuna de reivindicações.

Aqui esta casa extrapolou a sua função sócio-jurídica, a sua missão estética, o seu valor histórico, para se converter em símbolo maior da mais antiga entidade de classe do Estado, a invicta Associação Comercial de Pernambuco.

Envaidece-me [cito ainda, Sr. Presidente, Celso Muniz] como presidente desta casa não ter permitido que, consumida pelo tempo, a antiguidade se fizesse ruína, a arte se reduzisse a vestígios e a tradição histórica se transformasse em saudade.

Recuperar a estrutura física deste edifício, carcomida em grau de risco, foi o mesmo que preservar a entidade desta instituição.

Restaurar este prédio com acurados zelos pelos seus valores históricos e artísticos foi como que devolver a esta entidade a sua dignidade e o seu esplendor.

Por isso, hoje, ao completar 170 anos de existência, a Associação Comercial de Pernambuco pode merecer de todos efusivos parabéns: porque continua viva, íntegra e atuante, tão destacada e marcante quanto este suntuoso prédio que a sua alma habita.

Sem pretensões de ombrear-me aos notáveis que construíram a grandeza e a tradição desta instituição, contenta-me simplesmente a satisfação de não me haver omitido nos deveres do bom administrador e de não passar à história como o presidente que não cuidou.

Mas a luta continua. Enquanto houver mandato a cumprir haverá sempre trabalho a executar.

Com a colaboração inestimável de seus pares, praza Deus possa eu dar conta desta honrosa missão: fazer com que cada aniversário desta Associação Comercial seja sempre motivo de festa e de orgulho para a classe empresarial de Pernambuco.”

            Antes de encerrar, Sr. Presidente, eu gostaria de solicitar a V. Exª, já que ao evento compareceram altas autoridades da vida pernambucana, como o Governador, o Prefeito do Recife, parlamentares federais e estaduais, que fosse anexado também ao pronunciamento que acabo de ler, do Dr. Celso Muniz, um depoimento sobre a recuperação do prédio da Associação Comercial de Pernambuco. Ela foi realizada por um grande professor da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Pernambuco, que se chama José Luiz Mota Menezes, arquiteto, professor, historiador, restaurador e muito mais, pois conseguiu uma façanha que, a muitos, parecia impossível.

            E ao pretender que seja anexado ao discurso que acabo de mencionar, desejo, portanto, que seja transcrita também a apresentação feita pelo Celso Muniz de Araújo no momento em que estavam sendo apresentadas à sociedade pernambucana as novas instalações do prédio, devidamente recuperado com grande zelo por aqueles que constituem a Associação Comercial de Pernambuco.

            Por fim, eu gostaria também de fazer uma referência ao prefácio de um álbum que foi editado pela Associação Comercial de Pernambuco, rememorando toda a história, toda a evolução histórica da referida entidade.

            Sendo assim, Sr. Presidente, eu gostaria de encerrar minhas palavras, dizendo que considero extremamente importante o fato de registrarmos os 170 anos da Associação Comercial de Pernambuco, porque para um País que tem um pouco mais de 500 anos, uma instituição no Nordeste com 170 anos de vida ininterrupta não deixa de ser uma façanha, não deixa de ser algo que demonstra o zelo dos pernambucanos pela sua história, pelas suas instituições e, porque não dizer, também pela busca de uma identidade que se faz a partir do Nordeste e que busca construir, quem sabe, uma convicção de que por esse caminho nós vamos construir uma Nação que seja síntese de integração, desenvolvimento e conseqüentemente de bem estar para toda a sociedade brasileira.

            Muito obrigado a V. Exª, nobre Senador Mão Santa.

 

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR MARCO MACIEL EM SEU PRONUNCIAMENTO

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I, § 2º, do Regimento Interno.)

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Matérias referidas:

Prefácio de um livro editado pela Associação Comercial de Pernambuco, rememorando toda a história da referida entidade

Anexos


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/12/2009 - Página 67106