Discurso durante a 238ª Sessão Especial, no Senado Federal

Registro da realização de sessão em solidariedade ao Povo Palestino.

Autor
João Pedro (PT - Partido dos Trabalhadores/AM)
Nome completo: João Pedro Gonçalves da Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA INTERNACIONAL.:
  • Registro da realização de sessão em solidariedade ao Povo Palestino.
Publicação
Publicação no DSF de 04/12/2009 - Página 64759
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA INTERNACIONAL.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, REALIZAÇÃO, SESSÃO ESPECIAL, CONGRESSO NACIONAL, SOLIDARIEDADE, POVO, PAIS ESTRANGEIRO, PALESTINA, PRESENÇA, AUTORIDADE, EMBAIXADOR, PAIS, ORIENTE MEDIO, REPRESENTANTE, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), CONGRESSISTA, IMPORTANCIA, VALORIZAÇÃO, HISTORIA, LUTA, RESISTENCIA, POPULAÇÃO, VITIMA, VIOLENCIA, INJUSTIÇA, GUERRA, GOVERNO ESTRANGEIRO, ISRAEL, SUPERIORIDADE, ARMAMENTO.
  • CONCLAMAÇÃO, MUNDO, SOLIDARIEDADE, DEFESA, DEMOCRACIA, DIREITOS HUMANOS, EXPECTATIVA, REFORÇO, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), CRIAÇÃO, ESTADO, PAIS ESTRANGEIRO, PALESTINA, REPUDIO, MURO, PREJUIZO, PAZ.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Presidente Mão Santa. A noite já vai longa e só V. Exª para segurar a nossa sessão.

            Sr. Presidente, hoje pela manhã, aqui nesta Casa, precisamente no Salão Nobre do Senado, nós realizamos uma sessão especial em solidariedade ao povo palestino.

            Dia 29 de novembro é uma data internacional no calendário da Organização das Nações Unidas para prestarmos solidariedade ao povo palestino.

            Conjuntamente com Deputados Federais e outros Senadores aqui da Casa, nós realizamos a sessão especial. Foi uma sessão muito bonita. Foi aberta com o Hino Nacional do nosso País e o hino nacional da Palestina.

            Estavam presentes o Embaixador da Palestina aqui no Brasil, o Sr. Ibrahim Al Zeben; o representante da ONU no Brasil, o Sr. Giancarlo Summa, que abriu a solenidade; o representante do Catar; os Embaixadores do Egito, da Jordânia, da Mauritânia, da Líbia, da Tunísia e do Sudão. O Embaixador da Líbia, o Sr. Salem Omar Ezubedi, e pela Síria, o Encarregado de Negócios Ghassan Obeid.

         Sr. Presidente, considero da maior importância esse gesto do Congresso Nacional. Eu quero registrar o empenho do Deputado Nilson Mourão, do PT do Acre, que é Presidente da Frente Parlamentar do Congresso de Amizade Brasil e Palestina, Brasil e países árabes. Estavam presentes também o Deputado Federal Jackson Barreto; o Vice-Presidente da Câmara, o Deputado Marco Maia, do PT do Rio Grande do Sul; a Vice-Presidente do Senado, Senadora Serys Slhessarenko; o Senador Eduardo Suplicy; o Senador Romeu Tuma, de São Paulo; o Senador José Nery. A solenidade foi aberta pelo Senador Eduardo Azeredo, Presidente da Comissão de Relações Exteriores.

         Sr. Presidente, esta Casa, este Congresso, que tem uma história em defesa das liberdades, em defesa dos direitos humanos, em defesa da soberania dos países e dos povos, não poderia deixar de realizar essa solenidade que resgatou a história do povo palestino, a história da luta e da resistência do povo palestino, principalmente nos últimos trinta anos.

            O povo palestino, a juventude palestina, as crianças palestinas sofrem com a violência, pois sempre que irromperam as guerras, os conflitos mais agudos na Palestina, o que se vê é que a Palestina não consegue se igualar, do ponto de vista armamentista, a Israel. As armas sofisticadas de Israel têm assassinado milhares de palestinos.

            Ainda no início deste ano, a Faixa de Gaza, que é uma parte tão pequena da Palestina, sofreu por mais de um mês um bombardeio interminável de Israel. Foram 1.500 pessoas assassinadas, Presidente Mão Santa, na Faixa de Gaza, entre janeiro e fevereiro. Israel alegava que os foguetes do Hamas, foguetes caseiros, ameaçavam aquele país tão bem armado, que é Israel.

            Sr. Presidente, lembramos também da história do povo da Palestina, do seu grande líder, Yasser Arafat, que já se foi, mas que é uma referência da luta de resistência e da luta pela paz. Quero lembrar aqui que Yasser Arafat foi Prêmio Nobel da Paz.

            No século XXI, os países que lutam por democracia, os países que lutam pelos direitos humanos não podem se calar.

            Eu espero que a ONU acumule mais força no sentido de criar o Estado palestino. Esse povo secular, esse povo histórico, rico do ponto de vista cultural, rico do ponto de vista da resistência, não pode ficar sem pátria, não pode ficar sem o seu Estado.

            Israel tem seu Estado, mas Israel, além de ter o seu Estado, além de ter apoio internacional, não permite a liberdade de ir e de vir dos palestinos. Se há um povo vigiado, se há um povo controlado, é o povo palestino, Presidente Mão Santa.

            Parte dos palestinos não pode visitar Jerusalém, que é a capital mulçumana, que é a capital da Palestina. Só entra em Jerusalém os palestinos que vivem, que moram em Jerusalém. Os palestinos que vivem em Ramallah, que vivem em Hebron, que vivem em Belém, que vivem em Bani Naim, não podem entrar em Jerusalém. Há um controle militar rigoroso incabível, inaceitável, para quem defende a liberdade de ir e vir, para quem defende a soberania de um país.

            Por isso, Sr. Presidente, foram grandes as contribuições, as reflexões em solidariedade ao povo palestino.

            A Palestina, Presidente, para finalizar, está toda dividida com muros que separam os interesses de Israel e os do povo palestino. Presidente Mão Santa, eu tive a oportunidade de passar na Palestina no mês de julho. São muros mais altos do que a altura do pé direito da cobertura do Senado, muros de concreto, com arames eletrificados sobre os muros. É preciso que nós denunciemos a postura de Israel.

            Há poucos dias, a comunidade internacional comemorava a queda do Muro de Berlim. E tinha que cair mesmo o muro que separava o povo alemão; todavia, não podemos ficar calados frente aos muros que Israel está construindo, cortando a esperança do povo palestino, cortando a história do povo palestino. Nós não podemos aceitar esse concreto, dividindo o povo palestino. Toda a Cisjordânia está cercada de quilômetros e quilômetros de muros construídos por Israel.

            Então, Sr. Presidente, nesta data, 29 de novembro, data da ONU em solidariedade ao povo palestino, nós realizamos essa sessão no Salão Nobre do Senado.

            E, Sr. Presidente, além de registrar a sessão realizada pela parte da manhã, finalizo deixando aqui a minha palavra no sentido de cobrar da ONU e dos países que trabalham a criação do Estado Palestino que precisamos continuar firmes, resolutos, no sentido de que os países democráticos ajudem o povo palestino a construir a paz. E a paz do povo palestino, a paz no Oriente Médio só virá se tivermos a audácia, a coragem de criar o Estado soberano do povo palestino.

            Muito obrigado, Presidente Mão Santa.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/12/2009 - Página 64759