Discurso durante a 239ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Apelo a diversos setores da sociedade civil para marcarem posicionamento contra a corrupção que se verifica no País. Críticas ao governador do Estado do Piauí. Defesa de melhores vencimentos para os professores, médicos e aposentados.

Autor
Mão Santa (PSC - Partido Social Cristão/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PESCA. ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. POLITICA SALARIAL.:
  • Apelo a diversos setores da sociedade civil para marcarem posicionamento contra a corrupção que se verifica no País. Críticas ao governador do Estado do Piauí. Defesa de melhores vencimentos para os professores, médicos e aposentados.
Aparteantes
Cristovam Buarque.
Publicação
Publicação no DSF de 05/12/2009 - Página 65148
Assunto
Outros > PESCA. ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. POLITICA SALARIAL.
Indexação
  • SOLIDARIEDADE, DISCURSO, GARIBALDI ALVES FILHO, SENADOR, REFERENCIA, PESCA, COMENTARIO, IMPORTANCIA, SETOR PESQUEIRO, ESTADO DO PIAUI (PI), REGISTRO, ANTERIORIDADE, GESTÃO, ORADOR, EX GOVERNADOR, INVESTIMENTO, SETOR.
  • GRAVIDADE, CORRUPÇÃO, BRASIL, SOLICITAÇÃO, EMPENHO, UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES (UNE), ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL (OAB), CONFERENCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL (CNBB), ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA (ABI), MOBILIZAÇÃO, COMBATE, CRIME, CRITICA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, EXCESSO, VIAGEM, GOVERNADOR, ESTADO DO PIAUI (PI), APROPRIAÇÃO INDEBITA, DINHEIRO, SINDICATO, FUNDAMENTAÇÃO, DENUNCIA, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, REGIÃO.
  • DEFESA, MELHORIA, SALARIO, PROFESSOR, MEDICO, BENEFICIO, APOSENTADO, NECESSIDADE, MOBILIZAÇÃO, POPULAÇÃO, DISTRITO FEDERAL (DF), COMBATE, CORRUPÇÃO, GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF).

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Geraldo Mesquita, que preside esta reunião de sexta-feira, Parlamentares presentes, brasileiras e brasileiros que nos assistem aqui e nos acompanham pelo sistema de comunicação do Senado, Deus escreve certo por linha torta. Entendo que Deus não iria abandonar o povo do Brasil. O povo cristão, nos seus mais difíceis momentos, ô Pedro, estava lá.

            Deus buscou o menino Davi para acabar com o monstro Golias, que humilhava os cristãos. Deus buscou Moisés para libertar o seu povo. E Deus colocou V. Exª aqui para presidir nesta sexta-feira.

            V. Exª representa o Direito, a firmeza, a seriedade, a ética, a honestidade.

            E ontem vi aqui no Senado Pedro Simon. Se Ulysses Guimarães, que encantou a todos nós e está encantado no fundo do mar, foi chamado de Sr. Diretas, Pedro Simon é o Sr. Ética. Ontem ele bradava mais alto e mais forte do que Castro Alves em “O Navio Negreiro”: Ó Deus, ó, Deus, onde estás... E ontem ele, Pedro Simon, Sr. Ética, bradava à UNE, que nos envergonha, submissa ao poder, atrás de castelos, perdendo a coragem e a independência da mocidade. E digo, ô Geraldo Mesquita, porque fui daqueles do tempo da UNE que nos encantava, que saía à rua cantando: “Vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer”. E a UNE de hoje espera o mensalão do Presidente da República. Que vergonha!

            A ABI, quede a imprensa? A OAB, quede a OAB? A CNBB, quede os movimentos populares? E Pedro Simon bradava e hoje aparece aqui, tinha que ser aqui. Tinha que ser aqui neste maracanã, neste templo da democracia que tem de ser o Senado; a Maçonaria, representada por Mozarildo Cavalcanti, como Gonçalves Ledo, foi um ícone da independência, como Rui Barbosa, Bonifácio Coelho e outros, da liberdade dos escravos e da República.

            Mozarildo traz a primeira que chega. Atendendo o clamor, o desespero de Pedro Simon, ela chega aqui e mostra que ela está em ação, buscando a ética, a dignidade, a moral para a nossa democracia. Então, nós queríamos dizer, e eu, que represento o Partido Social Cristão, coisa de Deus, de Jesus, sou orgulhoso porque o símbolo é o peixe, de que falei há pouco, e o slogan do nosso Partido é “ética, decência na democracia”. O programa tem o ser humano em primeiro lugar, e a doutrina é cristã.

            Fui buscado pela imprensa e pensavam até que eu era... Nada! Eu sou um cristão novo no partido. Sou Presidente da regional do Piauí. Houve um que entrou nesse imbróglio, e eu não sei, eu não o conheço - está ouvindo, Cristovam? Mas eu quero dizer que ele entrou no caminho errado, porque este é Partido de Deus, do filho de Deus, o Partido Social Cristão - está ouvindo, Cristovam? E Deus deixou claro para o seu Líder Moisés as leis. O oitavo mandamento diz: não roubar. Então, ele entrou num caminho... Ele não sabe a constituição primária de nosso Partido, Mozarildo, que é o Livro de Deus, a primeira constituição a que obedecemos, e, depois, a feita pelos homens.

            Eu buscaria o Livro de Deus. Olha, depois da tempestade vem a bonança. Eu não acredito que possa piorar. Já chegou ao fundo, ao mar de lama, num tsunami de desmoralização, de corrupção.

            Luiz Inácio, nunca antes houve tanta corrupção neste País. Eu tenho 67 anos, bem vividos. Nunca antes! E Montesquieu que pensou em criar um tripé para sustentar a democracia, os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário... Cristovam, o tripé que está segurando esses governos, sustentando, é um tripé também: corrupção, mentira... Nunca antes se mentiu tanto neste País. Nunca antes. Quanto ao governadorzinho do Piauí, que é do PT, eu não conheço, nunca vi, nunca ouvi falar numa pessoa que mentisse tanto. Nunca! E digo que está sendo engraçado. O tripé, ô Cristovam: corrupção, mentira e incompetência. Aloprados rodeiam Luiz Inácio por todo lado.

            Ô, Cristovam, V. Exª é professor. Nós acreditamos muito no estudo, na leitura, no CDF, como chama a nossa mocidade. Eu, Geraldo e todos. Mas eu não vou dizer que o Luiz Inácio não tem cultura. Não vou. Eu sou pai da Pátria.

            A minha profissão, Geraldo Mesquita, cirurgião - atentai bem, Cristovam -, a minha profissão, a que eu me dediquei, você pode aprendê-la, e eu aprendi assim: estudei muito. A teoria é uma luz, um farol. Ia olhar grandes cirurgiões operando. Ficava de trás olhando, olhando... Ia puxar o saco deles mesmo para que eles me permitissem entrar na sala e segurar a pinça para eles. Um cirurgião pode ser feito só disso - não é, Mozarildo? -, só do lado prático. Então, o Luiz Inácio tem isso. Primeiro, ele teve a felicidade de nascer num País organizado. Houve um antes, um muito antes... Um País em que ele teve o privilégio, a sorte, a felicidade de freqüentar uma escola do Senai.

            Conheço o que é a escola do Senai. Conheço muito. Essa Federação das Indústrias, o Senai no Piauí foi levada por minha família. Hoje o Presidente é meu irmão... meu avô. São escolas excepcionais, escolas técnicas de padrão.

            Então, acabe com isso de que ele é desgraçado. Ele, não! O Luiz Inácio foi um bem-aventurado. Encontrou um País responsável.

            Roberto Simonsen idealizou o ensino profissionalizante no Sistema S, que está aí. Eu conheço. Lia a revista, quando menino, do Sesi, o Sesinho. Escola boa, tinha o lado técnico e o lado fundamental. Tenho uma irmã Yeda de Moraes Souza, que foi professora de português de lá. A revista Sesinho... A aritmética de Trajano era adotada. Então, Luiz Inácio, acabe com este negócio de vítima.

            Bem amparado por Deus, estudou em uma escola do Brasil responsável, do empresário responsável - digo isso em homenagem ao meu avô, que era empresário e que levou esse complexo para o Piauí. Ele, depois desse privilégio, foi uma liderança sindical que aplaudimos em todo o País. Ele viajou muito, e não o estou condenando. Juscelino... Quantos médicos há? Quantos políticos? Ele encontrou na viagem conhecimento. Então, não se engane, não! O Luiz Inácio foi como aquele cirurgião que se prepara, mesmo sem amor aos livros - ele mesmo confessa que ler uma página de livro dá uma canseira e que é melhor fazer uma hora de esteira. Mas ele viajou o mundo. Ele conheceu. Ele é como um cirurgião - conheço isso - que não adentrou nos livros, mas teve a capacidade de observar grandes cirurgiões. Então, ninguém conhece mais o mundo do que Luiz Inácio. Só Deus! Só Deus, que o fez. Ele conhece. Viajou e repetiu por várias vezes; mais de 100 países. Então, ele viu a prática. É como também o cantor de música que diz que o é “por ouvido”. Não sou bom de música, mas sei disso.

            O Luiz Inácio, Cristovam, conhece mais países do que nós todos juntos aqui. Ele viu os povos: uns ricos, outros pobres; uns educados, outros mal-educados; uns que acreditam em Deus, outros que não acreditam em Deus. Então, ele tem essa cultura.

            Mas eu quero dizer que perdemos, e votei em Luiz Inácio em 1994. Fui responsável e já pedi perdão. Rezo e ensino o Brasil a rezar. Está vendo, Garibaldi? Não caia nessa não. Ô Pedro Simon, três coisas só fazemos uma vez na vida: nascer, morrer e votar no PT. Eu já fiz, já pedi perdão, rezo e tudo. Olhai os governos do PT aí. Eu quero que fique o exemplo. O exemplo arrasta, e como diz Padre Antonio Vieira: “Palavra sem exemplo é um tiro sem bala”. Mas nós estamos aqui.

            O Sr. Pedro Simon (PMDB - RS) - Eu não gostei da afirmativa de V. Exª: Nascer, votar no PT e morrer. V. Exª já nasceu, já votou no PT, mas tem muita coisa para fazer antes de morrer.

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Pois é, uma delas que é a mais importante é ter a coragem de revelar o erro que fiz. E lá no Piauí é uma desgraceira.

            Mas eu traria aqui umas manchetes: “Reitora demite 216 prestadores de serviço de uma só vez”. Esse é o PT. A universidade, Senador Cristovam...

            Eu tenho também uma página na educação. Deus me permitiu criar 400 cursos no Piauí, 36 campi universitários. Eu dei, Senador Cristovam, o Palácio moderno de Governo do Estado para o reitor e fui para um casebre antigo, dando o exemplo.

            Eu não sei... A Uespi foi um desastre. Cristovam, só vou te dar um quadro. Eu tive a visão de fazer convênios com o mundo. Coimbra! Aí, eu fui lá - eu votei nessa gentalha - e perguntei se tinham utilizado o convênio com Coimbra. Quando eu assinei, eu fiquei em um castelo em Coimbra. Não sei se V. Exª conhece o castelo. Eu e Adalgisa, Geraldo, em um castelo. Fui lá e saí para beber uma ginja num povoado. É um licor deles, a ginja. Ô, é bom! Mas aí eu levei o reitor e fizemos o convênio. Eu fui lá. Está certo, Geraldo Mesquita, que era aposento de estudante, mas era R$500 a mensalidade de estudante piauiense da Uespi para ir para lá. Eu fui perguntar quantos foram. Esse PT é uma desgraceira! São uns aloprados. Eu digo que o tripé é: corrupção, mentira e incompetência. Nenhum! Dão dinheiro para toda a desgraceira, para toda a parafernália do mundo. Nenhum! Eu pensei que o Governador iria premiar os melhores alunos com uma bolsa para estudar em Coimbra. Nenhuma! Zero! É a incompetência dessa gente! E aqui está a Uespi se acabando.

            Aqui há um artigo no Diário do Povo: “Sindicatos acusam Governo de apropriação indébita”, de Luciano Coelho, um repórter extraordinário. Essa reportagem é longa e é de um jornalista bravo, eficiente, Luciano Coelho, repórter de política. Governo fica com dinheiro dos sindicatos, do estudo, do Iapep. É grande. Podem lê-la. É de Luciano Coelho. Está no Diário do Povo. Esse é o Governo do PT.

            E queria mostrar, no final, para terminar: “Dez mil famílias em risco de alagamento”. Mas o PT...

            É interessante, Geraldo Mesquita, pesquisei e mostrei a este País que havia 76 impostos. Rapaz, eles criaram outro, Cristovam! Eles são... Olha, se Cristo andasse hoje na Brasília do Cristovam... Diz que perguntaram a ele, revoltado contra os governantes, o povo se enfurecendo, contra os “Arrudas” da vida: Cristo, é justo a gente pagar o imposto? Aí, ele olhou e perguntou: o que está aí nessa moeda? É de César? “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.” Geraldo, se Cristo andasse aqui e lhe perguntassem se é justo pagar imposto ao PT, Cristo pularia acolá e diria: não, essa gente está roubando demais e já criou imposto demais.

            Atentai bem, ele está criando outro. Olha aí, rapaz! O bicho é traquinas. Não existe as estradas? Quem botar propaganda agora, um outdoor, um negócio paga imposto. E o descaramento chega a tal ponto que ele diz que é para consertar as estradas. E a Cide, criada e já removida? Então, é isso.

            Ontem, os médicos do Piauí fizeram greve. Cristovam, V. Exª pediu e se frustrou, está frustrado, eu estou até com medo, você tem que tomar um Persantin para não ter um enfarte. As professorinhas, por quem V. Exª sonhou, lutou, esbravejou e nos liderou para dar-lhes um piso de R$960,00. E este é o País imoral, indigno e corrupto. O piso não é uma realidade - é um sonho -, não chegou às professorinhas. E os médicos do Piauí... Não deixe, Pedro Simon! Bote o Fogaça lá para tomar conta. Olha, sabe quanto ganha o médico? Ganha R$1.010,00. Ouviu, Cristovam? Os médicos do Piauí fizeram greve, liderados pelo sindicato.

            O descaramento, Pedro Simon... Nunca vi, eu nunca vi tanto descaramento. Atentai bem! Ele não foi convidado para Copenhague porque o Luiz Inácio chegou à conclusão de que ele é um menino travesso, mentiroso. Aí, ele, para não ficar por baixo, foi para a Alemanha e para a Grécia. Disse que ia buscar o comércio da Grécia com o Piauí. A Grécia não - não existe nada - não comercializa nem com o Brasil. Avalie com o Piauí.

            Ele entrou na Alemanha. Sabe o que ele fez, Cristovam? V. Exª saiu do PT na hora certa. Sabe o que ele fez? O secretário não é médico não; é um companheiro dele. O médico, eu acho que... Aí tirou - falou uma mulher em alemão - e disse que vai trazer médicos alemães para o Brasil. Falou. Encheu a televisão, os jornais e o diabo. O Geraldo Mesquita sabe disso. Olha o descaramento! Agora, para cima de mim, que tenho 43 anos de médico? Rapaz, como é que um médico alemão vai lá para o Piauí? Quem é que sabe alemão? Quando esse médico alemão entender português, já vai ter morrido todo mundo que estava internado lá. Quer dizer, vivemos sob isso. Então, são essas as nossas palavras.

            Ô, Pedro Simon, nós estávamos conversando aqui - eu, o Cristovam e o Geraldo Mesquita. V. Exª é o general dessa campanha, que começou a ter eco. Aí, a grande gente de Brasília, que somos todos nós, começou a exigir, e eu, Líder aqui do Partido Social Cristão, lembro o meu líder, Cristo. Não é só negócio de mansidão, não. Houve uma hora em que Cristo pegou o chicote, enfureceu-se e botou os vendilhões para fora. Ó homens e mulheres de Brasília, 300 mil piauienses - eu aqui represento o Piauí -, está na hora de pegarmos... Ô Pedro Simon, olha o Cristo com o chicote, o líder do meu Partido, que botou os vendilhões para fora da casa de Deus. Então, está na hora, Cristovam, de ensinarmos o bravo povo de Brasília, Capital da República, na festa maior dos seus 50 anos, a pegar o chicote e botar esses vagabundos corruptos para fora do Governo de Brasília e do Brasil.

            Um aparte de Cristovam não poderia faltar, porque ele representa com grandeza esse povo. Falo com emoção e vibração. Brasília é grandiosa, porque tem 300 mil piauienses, que a construíram e a engrandecem.

            O Sr. Cristovam Buarque (PDT - DF) - Senador, primeiramente, parabéns por todo o seu discurso. Obrigado por sua referência a Brasília. Realmente, Brasília precisa demonstrar ao Brasil inteiro que soube enfrentar essa crise terrível que vivemos. Não há outra maneira, a não ser afastando aqueles que envergonham a cidade pelo que fizeram, comprovadamente. Mas quero agradecer-lhe sobretudo a referência às professorinhas, como o senhor disse. Quanto às professoras e aos professores do Brasil, depois de uma luta tão grande aqui, conseguimos aprovar um piso salarial, que está parado no Supremo há um ano. O Supremo não decide se esse piso é ou não constitucional. Imaginem que coisa absurda! Tenho a impressão de que, se esses Governadores que pediram a inconstitucionalidade estivessem no Governo em 1888, teriam entrado com um pedido de inconstitucionalidade da Lei Áurea, porque diriam que a Princesa não tinha poder para interferir nos escravos nos seus respectivos Estados. Se o Supremo fosse o atual, pelo menos um ano ou mais, teriam ficado sem liberdade nossos escravos. É inadmissível dizer que o Brasil, a União e nós do Congresso podemos definir salário mínimo aplicado a todos os Estados e pisos salariais de outras categorias, como fizemos nesta semana, quando aprovamos uma reforma constitucional estabelecendo o piso para os policiais civis e militares, mas o professor não tem esse direito. É inadmissível que Governadores tenham feito isso.

            É mais inadmissível ainda que o Supremo segure esse projeto, e mais inadmissível ainda que nesse período em que não decide o piso dos professores ele tenha aumentado o teto salarial dos Ministros do Supremo.

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Incorporo todas as palavras do sábio Professor Cristovam Buarque diante dessas coisas, no País que se sustenta no tripé corrupção, mentira e incompetência. Quando esse Barack Obama vem aqui, Cristovam? Esse Barack Obama, quando vir os velhinhos aposentados, ele que confessou no seu primeiro livro: “Se não fossem os meus avós, eu seria um maconheiro”! Quando ele vir os avós do Brasil, os velhinhos idosos aposentados, sofridos, humilhados, desesperançados, ele vai mudar Luiz Inácio. Mude antes que o Presidente Barack Obama chegue aqui e veja a corrupção, a mentira, a incompetência, o abandono das professorinhas, dos médicos, dos aposentados. E ele disse: “É o cara! Luiz Inácio é o cara! Mas cara de pau!”

            O SR. PRESIDENTE (Geraldo Mesquita Júnior. PMDB - AC) - Parabéns pelo pronunciamento, Senador Mão Santa. Agora, eu diria a V. Exª, mais uma vez, usando da prerrogativa e do precedente instituído por V. Exª, que Barack Obama não está mais com essa bola toda não. Depois de mandar mais trinta mil jovens americanos para a guerra do Afeganistão, ele baixou muito a bola no meu conceito. 

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Mas quem está com a bola toda aqui é a busca da verdade, da ética e da decência, e o nosso comandante é Pedro Simon nessa batalha. Eu tenho a convicção de que o bem haverá de vencer o mal.

            O SR. PRESIDENTE (Geraldo Mesquita Júnior. PMDB - AC) - Aí falando em Pedro Simon, é unanimidade.

            De uma tacada só, convido V. Exª para assumir a Presidência da Mesa e chamo à tribuna o Senador Cristovam Buarque, o próximo orador inscrito.


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