Discurso durante a 240ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem ao Colégio Brasileiro de Cirurgiões, localizado no Rio de Janeiro, na Praia de Botafogo, pelos 80 anos de sua criação.

Autor
Mão Santa (PSC - Partido Social Cristão/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao Colégio Brasileiro de Cirurgiões, localizado no Rio de Janeiro, na Praia de Botafogo, pelos 80 anos de sua criação.
Aparteantes
Garibaldi Alves Filho.
Publicação
Publicação no DSF de 08/12/2009 - Página 65359
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, INSTITUTO BRASILEIRO, CIRURGIA, LOCALIZAÇÃO, SEDE, MUNICIPIO, RIO DE JANEIRO (RJ), ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), LEITURA, DOCUMENTO, BALANÇO, ATUAÇÃO, INCENTIVO, QUALIFICAÇÃO, MEDICINA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Papaléo Paes, que preside esta sessão de segunda-feira, Parlamentares presentes, brasileiras e brasileiros aqui presentes no plenário e que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado.

            Papaléo Paes, quis Deus V. Exª estar aí presente. Nós todos tivemos um sonho. E para ele nós dedicamos o melhor de nossas vidas. Nosso sonho foi sermos médicos. Depois, vêm outros sonhos.

            Padre Antonio Vieira, teólogo e filósofo que por aqui passou, sempre disse que um bem nunca vem só. Depois de conquistarmos o nosso sonho de ser médico, ao qual nós dedicamos os melhores anos de nossa vida para buscar ciência e consciência e com consciência servirmos, um sonho nunca vem só, vem acompanhado de outro. O Padre Antonio Vieira disse que um bem nunca vem só; é acompanhado de outro bem, Zezinho.

            Então, depois desse sonho conquistado, eu tive outro: ser cirurgião. E é encantadora a vida de um cirurgião. Papaléo, eu indico a todo jovem que faz medicina e medicina cirúrgica a ler o livro “Sob o Olhar de Deus”, de Hans Killian, um médico cirurgião de guerra, filho de Joseph Killian. Foi Joseph Killian quem criou o broncoscópio. Foi o que primeiro tirou objetos do pulmão usando o broncoscópio. Esse livro narra a vibração e a emoção de um cirurgião.

            Eu quero dizer que fui muito feliz. Está ouvindo, Papaléo? Eu tenho uma gratidão a meus familiares, porque eles me deram todos os meios para que eu pudesse fazer todos os cursos imagináveis em medicina. Mas também tenho mérito porque eu podia ter essa condição e ter sido um vadio. Tive oportunidade e aproveitei.

            E fiz residência. Na época, a melhor residência em cirurgia era a do Hospital dos Servidores do Estado, do Ipase. Era meu professor Mariano de Andrade.

            Há pouco, comentávamos o livro que Zózimo Tavares vai lançar. É um grande laureado, um dos melhores escritores, hoje, do Brasil é Zózimo Tavares, um piauiense. E o Piauí tem essa tradição de grandes escritores. Cito Carlos Castello Branco. Ninguém o superou como jornalista político. A coluna do Castelinho orientava todos nos tempos mais difíceis.

            E Zózimo está lá. Recebi, hoje, um volume para entregar ao nosso Geraldo Mesquita Júnior, escolhido para apresentar o livro quando ele foi ao Piauí. Eu li lá uma frase. Ele cita umas frases que o Mão Santa, ao longo de sua vida, costuma repetir, além do “atentai bem!” que ele colocou na capa. Ele disse esta frase: “A ignorância é audaciosa”. Atentai bem, Papaléo, para o significado disso.

            Eu era médico, residente, lá no Hospital dos Servidores do Estado, e o nosso chefe era o Prof. Mariano de Andrade. Ele era professor de Medicina em cirurgia. Ele talvez tenha sido, Papaléo, um dos melhores cirurgiões de tireóide do mundo. Ele tinha uma técnica de tireoidectomia subtotal com anestesia local.

            Flávio Arns, então, o laureado Professor Mariano de Andrade costumava ver os residentes operarem. O médico residente - Papaléo foi residente e não fez cirurgia, mas acompanhou -, novo, acha que a velocidade é que qualifica o cirurgião. Mariano de Andrade entrava na sala e, quando via um médico residente ligeiro e afoito, parava e dizia: “A ignorância é audaciosa.” Era só isso que ele dizia, porque é verdade. Isto é para a vida e não só para a cirurgia: a ignorância é audaciosa.

            O cirurgião que não tem muitos conhecimentos opera rapidamente. Sangrou, ele pinça e amarra. Mas ele não sabe que ali pode haver um nervo. Quando se está tirando a tireóide, há uns bichinhos bem pequenos que se chamam paratireóides, debaixo da tireóide. Se, na hora da cirurgia, elas forem lesadas, causa-se um problema eterno do distúrbio do cálcio e do fósforo, e o paciente fica a vida toda com convulsões. O cirurgião ignorante faz ligeiramente e tira o negócio, mas, nessa arrancada, pode lesar o recorrente e nunca mais falar, pode lesar a paratireóide e causar distúrbios do cálcio, do metabolismo, do fósforo e causar convulsões.

            Então, ele dizia, na sua sabedoria, esta frase: “a ignorância é audaciosa.”

            O cara. O próprio Platão...

            Chegou a Professora Ideli Salvatti. Olha, V. Exª está citada no livro ali, e quarta-feira eu convido V. Exª. Eu não tenho culpa não; é o autor. Você sabe que o nosso caso é assim, entre tapas e beijos, carinho e amor, vamos levando, mas sempre nos respeitando. Então, um jornalista pegou e fez um livro. No Senado, V. Exª tinha que estar citada, não é? Aí não tem nada. E no Governo do Piauí, nós não conhecemos lá... Mas está, tinha que estar. Sem a Ideli, não tinha. Então, eu convido V. Exª para quarta-feira.

            Ele lançou essa frase, que eu repito. Platão, quando fez, Papaléo, a primeira academia, o mestre dele, o Sócrates, o Mariano de Andrade dele, não tinha escrito nada, como Jesus não tinha escrito nada, como Jesus não escreveu nada - não é, Ideli? -; foram os discípulos, o Platão fez a sua escola. E ele dizia, na primeira aula, no primeiro ano: “Seja ousado”. No segundo: “Seja ousado, cada vez mais”. E no terceiro, que era o último do curso, dizia: “Seja ousado, não em demasia”.

            Então, Platão recomendava a ousadia com a prudência. O Professor Mariano dizia: “A ignorância é audaciosa”, o que é demais. Tem que ter prudência, principalmente em cirurgia. E ele dizia, Flávio Arns - V. Exª, que é muito sensível -, uma frase: “Cirurgia não é corrida de cavalo”. Você não vai demorar dois dias, três dias operando o cara, mas não é corrida de cavalo. Você só não deve também marcar o tempo que você opera em calendário. Mas tem o meio-termo. A virtude está no meio.

            A cirurgia é fantástica. Depois do sonho de médico que você teve, aí V. Exª se apaixonou pelo coração, que é o centro da vida. Talvez até pensasse que lá havia um amor, aí você foi dissecá-lo, porque lá é o centro do amor, e soube que não é. Lá existem os nódulos de Tawara, o feixe de His, a rede de Purkinje. E na cardiologia, o seu partido não é o PSDB; na cardiologia, é o PQRSTU, que são as linhas, as ondas do eletrocardiograma.

            V. Exª entrou nesse mundo, e nós entramos no da cirurgia. Agora, isso é tão importante... E eu sou como Pelé. Ele não joga mais, mas ama o futebol, vive o futebol. Era o Pelé fazendo gol; eu, operando e o Dom Hélder, celebrando. E, Papaléo, muito importante... Aí, de repente, eu entro nesse negócio de política. Elegeram-me Deputado, e eu até gostei, porque Deputado - lá parecia com isso aqui - só fazia discurso e ia embora.

            Olha, Papaléo, eu saía da sala de cirurgia meio-dia, deixava o Dr. Paulo lá ajudando - ele foi meu Secretário de Saúde -, pegava um Corcel branco, que era novo, e ia para Teresina. Olha, era muita multa. O cara já esperava. Antes de três horas - eram 340 quilômetros - eu já estava discursando na Assembléia. Já tinha um paletó lá. Adalgisa sabia que eu não parava - era novinha - e já levava um sanduíche ali para os caronas que a gente dava. A gente ia direto em duas horas e quarenta de cinco minutos, às vezes três horas. Coisas da juventude.

            Depois me elegeram Prefeito. Quando era Deputado, ia ali, passava terça e quarta. Quinta de noite eu voltava, sexta eu já estava operando.

            Mas, Ideli, V. Exª é candidata à Governadora?

            Pois aí, fui eleito, que nem o Papaléo. Não sei como o Papaléo reagiu. Eu tive medo. Flávio Arns, a gente tem medo. Tenho coragem de dizer que tive medo.

            Papaléo, fui um cirurgião muito bom, muito feliz. Meu mundo era Fortaleza, onde me formei; Rio de Janeiro, aonde todo ano eu ia - tirava uns dias - , e ia comprar livros; na última semana, em Buenos Aires, com Adalgisa, no El Ateneo. Não tinha nada em Teresina. Meu mundo era esse.

            Aí me elegeram Prefeito, Flávio Arns. Sabe o que é medo, Flávio Arns? Você já teve medo? Eu tive. Minha eleição, quando eu vi... Garibaldi não sabe. Eu tive. Aí comecei a pensar: “Por que diabo entrei nessa? Mas, Mão Santa, tu és doido”. Na sala de cirurgia, eu ia tão bem, eu dominava. Operava muito bem, muito, muito, muito bem. Foi para Brasília quem quis. Era uma oportunidade para quem quisesse. Eu que não quis vir para Brasília, para o Hospital de Base.

            Papaléo, aí eu disse: “Estou lascado. Como é que entrei numa fria dessa?” Estava tão bom, médico e cirurgião. Parnaíba. Fortaleza, Rio. Só com a Adalgisa! Tranquilo, fazendo o bem numa Santa Casa, onde, além de ganhar um dinheirinho, tinha satisfação. Foi lá que me colocaram esse apelido.

            Papaléo, aí eu estou lascado. Pensei: como é que eu vou me meter nisso? Vou me queimar com esse negócio de ser prefeito. Administrar? Não tem nada a ver. Eu sou bom é aqui na sala de cirurgia.

            Mas nós aprendemos a estudar, Garibaldi. Médico estuda muito. Não é pouco, não. Eu estou com uma filha médica agora que já está há três anos médica; passou um ano no Rio, agora está estudando no Rio Grande do Sul, não acaba. A gente aprende a estudar. A coisa mais importante é isto: aprender a estudar. Eu aprendi não foi nem lá não; foi interno num colégio cearense, o Marista.

            Então, eu aí comecei a estudar. Fui eleito, dia 1º iria tomar posse, mas eu... A Adalgisa dormindo, e eu estudando, como estudava Anatomia, como estudei Fisiologia - porque eu fiz Medicina -, como estudei Cirurgia, porque a gente estuda muito, médico estuda muito. Flávio Arns, aí eu comecei a estudar Administração. Henri Fayol, o primeiro. Henri Fayol, o primeiro livro de Administração: unidade de comando, unidade de direção, planejar, designar, orientar, coordenar e controlar. Aí fui estudando. Li até...

            Este País, Luiz Inácio... Eu estou aqui é para ensinar mesmo, nós somos pais da pátria. Este País é muito organizado. O Getúlio Vargas fez o Dasp. Wagner Estelita foi o seu diretor. Quem vai administrar vá ler, vá buscar - está ouvindo, Garibaldi? - Wagner Estelita Campos, o livro de administração Chefia: sua técnica, seus problemas. O livro é sobre chefia, liderança, administração. Eu li também ele. Critérios de promoção. Ninguém escreveu mais bonito sobre o assunto do que o Dasp, de Getúlio Vargas.

            Atentai bem, Luiz Inácio, este País tem muita história. Houve o antes. Critério de promoção é a coisa mais importante! Ninguém hoje... Garibaldi, peça hoje na biblioteca: Wagner Estelita, do Dasp. É a coisa mais séria. Vou dar um exemplo a V. Exª de que não tive isso. Por exemplo, o Hospital Getúlio Vargas, um grande hospital do Nordeste, feito na ditadura por um médico. Eu construí um Pronto Socorro do lado. Se você for para lá e pegar um diretor....Se buscar um lá do Rio Grande do Norte e botar lá, fere ali o critério de muita gente. Critério de promoção. Isso é muito importante.

            Quero dizer que eu, estudando, estudando, estudando, Garibaldi, eu olhava e dizia: estou é lascado. No dia 1º, acabou o Mão Santa. Vai ficar é Mão do Cão no negócio para a Prefeitura. Como é que eu vou mexer nisso? Com medo, Paim! Está entendendo?

            Mas aí eu estou estudando de madrugada, vem um livro - e esta é a homenagem do discurso que estou fazendo, a coisa mais séria: Colégio Brasileiro do Cirurgião. Aí Garibaldi, com medo, já estava chegando o dia 1º. E eu dizia: estou lascado. Fui fazer esta besteira, fui sair daqui, estava tão bom: médico, cirurgião, famoso. Era o Roberto Carlos cantando, o Pelé fazendo gol, e eu cirurgião numa Santa Casa. Então, vão me queimar.

            Aí, um irmão meu mais velho me disse: “Rapaz, você não sabe onde vai se meter. Lá só tem cabra sem vergonha”. Aí é que fiquei com medo: estou lá. Mas, lá pela madrugada, peguei um livro, capa amarela, Taylor, o Mago da Administração. Aí fui lendo, e com medo. Quando chegou lá pelas 2h30 da madrugada, Flávio Arns, o cabra disse o seguinte: “Administrar é fácil.” Fácil o quê? Estou é lascado! “É como o cirurgião.” Aí eu digo: é comigo mesmo. Para administrar, você tem de ser como um cirurgião: ter coragem, saber começar e saber terminar.

            Ninguém sabe mais disso do que um cirurgião. Dava uma anestesia ráqui, porque às vezes o anestesista não ia, e eu tinha de dar para fazer uma cesariana em uma pobre na Santa Casa. Entendeu? Então, a gente tem de saber começar e saber terminar. Tem um prazo. O cirurgião sabe. É preciso saber trabalhar em equipe. Ter coração. E estudar os problemas os mais importantes, ter as prioridades. Se a pessoa tem uma apendicite, você não vai operá-la de varizes antes. Tem de operar a apendicite, ou dá peritonite, e o cabra morre. Não é verdade?

            Então, aí o autor foi dando o exemplo do cirurgião. “Trabalhar em equipe, ter coragem, saber começar.” Eu digo: é comigo mesmo. Comecei a me situar. “O pré-operatório.” Por isso, o Juscelino não deu certo. O pré-operatório é o planejamento - está-se falando do pré-operatório, daquela consulta - é o planejar; o transoperatório é a operação em si, é a obra ali; e o pós-operatório é o controle.

            O que é administração? É planejar, designar, orientar, coordenar e fazer o controle. Então, Paim, o cirurgião tem três itens. O pré-operatório é o planejamento; o transoperatório é a cirurgia em si, que a gente faz em equipe, trabalhando, consultando; e o pós-operatório é o controle, se o doente vai bem, sem pressa.

            E aí vi que Juscelino deu certo. O Piauí tinha três cirurgiões médicos, ótimos governadores: Rocha Furtado; Dirceu Mendes Arcoverde, que morreu aqui no primeiro discurso, por isso que eu discurso aqui, excelente, homem de bem, governador; e o Mão Santa, que foi governador. Por isso que você vê... Agorinha mesmo nós temos esse do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, o Jackson Lago, o Almir Gabriel. Então, um cirurgião, como Taylor diz. Aí eu fui e deu certo.

            Ô Flávio Arns, olha para cá! V. Exª sabe que sou um indivíduo. Está ouvindo, Papaléo? Você teve quantos votos lá na sua cidade do Amapá? Paim, você já teve quantos votos lá na sua Caxias do Sul? Quantos votos que você já teve, o mais de percentual?

            O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Quantos votos eu fiz em Caxias?

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Não. Na eleição que você teve mais votos em Caxias do Sul, quantos por cento você teve?

            O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Ah, devo ter tido lá uns 35% dos votos.

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Garibaldi, você nasceu em Natal mesmo? Ô Garibaldi! Rapaz, o Garibaldi está encantando pela Ideli, nem olha. Garibaldi! Ficou encantando pela Ideli. Venha cá, Garibaldi. Ó, não vou não. Ele está encantado, deixem ele lá.

            Está ouvindo, Papaléo? E no Amapá? Quanto foi que você teve para prefeito? A maior. Cinqüenta e sete por cento?

            Eu tive - olhe para cá, Paim -, e sei isso porque o Ronaldo Cunha me disse... O Juscelino teve setenta e tantos por cento em Diamantina. Ele era o primeiro. Teve uns 78%. Ele disse: “Mão Santa, você me roubou o título. Você teve 83,84% de votos quando saiu da sua Prefeitura para ser Governador.”

            Quer dizer que deu certo essa coragem. E é você crer. Aí, a Adalgiza é a rainha, e eu sou macho mesmo, eu sou cirurgião, e vai dar certo. E eu estou aqui. Já governei o Estado e tal. Então, é isso. Daí a emoção que eu vivo neste momento. Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Eu recebi uma carta do Dr. Dib Tajra. Eu votei nele. Ele foi médico também, no Ceará. É mais velho do que eu e foi Presidente lá do diretório acadêmico. E ele foi para o Piauí, extraordinário cirurgião, extraordinário mesmo. Criou muitas coisas, o Hospital de Santa Maria, e ele é o líder dos cirurgiões no Piauí, no capítulo...

            O Sr. Garibaldi Alves Filho (PMDB - RN) - Senador Mão Santa, posso participar do discurso de V. Exª?

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Pode. Com o maior prazer.

            O Sr. Garibaldi Alves Filho (PMDB - RN) - É para fazer um registro de que, na tribuna de honra desta Casa, estão presentes aqueles que vieram para a instalação da 8ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Eles são representantes do Rio Grande do Norte. Não sei se os do Piauí estão chegando. O Congresso vai ser instalado hoje à noite, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Pouco acima, estão outros conterrâneos meus. Uns são componentes da Força Nacional, aquela que foi criada realmente para intervir nos Estados, participar juntamente com a Força Pública dos Estados, quando a segurança estiver sendo ameaçada. Eles estão indo para o Amapá e...

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Pronto, Papaléo. Viu?

            Vocês eram do Rio Grande do Norte? (Pausa.)

            Eram? (Pausa.)

            Mas vão para o Amapá. É tudo gente boa. Vocês não precisam buscar líderes na história, em outros países, em outros Estados. Garibaldi foi a luz, e aqui continua, com as mesmas virtudes e decência, o Papaléo.

            Então, estão apresentados. Que a Mão Santa os abençoe! (Risos.)

            Garibaldi, Papaléo, então, queremos dizer o seguinte: esse Dib Tajra foi líder e plantou lá. Ele é o pai aqui do nosso Diretor. Árvore boa dá bons frutos, mas espera. Quando vieram me perguntar por ele, eu disse que não o conhecia, mas que conhecia o pai dele. Sou do Partido Social Cristão - ouviu, Garibaldi? -, do Partido de Jesus, que disse isto: “A árvore boa dá bons frutos”. Então, conheço o Dib. Mas esse Dib tem o seguinte: ele é médico e tem três filhos médicos cirurgiões. Olhem a satisfação! Você só tem dois... Eu tenho uma filha médica e estou vibrando, porque está lá no Rio Grande do Sul, fazendo Dermatologia. Ele tem Antonio Dib Filho. Meninos, eu vi, Garibaldi, o irmão do Haroldo aqui fazer o primeiro transplante de coração no Piauí com êxito. Eu vi a história de Euryclides Zerbini, a história de Adib Janete. Eu vi no Piauí. Eu era governador. Ele tem também o Luis Carlos Feitosa Tajra, que é urologista, que fez cursos na França e na Alemanha. E agora o Carlos Edmar Tajra. Ele tem três filhos cirurgiões brilhantes.

            Mas eu quero dizer o seguinte: esse Colégio Brasileiro de Cirurgiões comemora 80 anos. Eu me lembro que nós éramos inspirados por Ambroise Paré, que dizia: “Eu os trato, Deus os cura.” E o Colégio Brasileiro, então, tem um capítulo no Piauí, do qual eu faço parte, criado no governo de Dirceu Mendes Arcoverde. Eu fui um dos que ingressou para completar o capítulo do Piauí.

            Muito antes, eu fiz cursos no Rio de Janeiro, na praia de Botafogo, de Anatomia Cirúrgica, de Urgências Médicas Cirúrgicas. Eu fazia parte do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Ingressei no capítulo quando se inaugurou o centro de convenções, que hoje está destruído pelo Partido que acaba tudo, esse tsunami do País que é o PT.

            Eu me lembro da inauguração. Era Dirceu Arcoverde inaugurando, e criou-se o capítulo do Piauí. Então, “CBC, 80 anos. Colégio Brasileiro de Cirurgiões. A maior entidade cirúrgica da América Latina completou oito décadas.” A gente vê a cirurgia do Piauí avançada. Mas a etiologia é um dos fatores, um dos ícones desse Colégio Brasileiro de Cirurgia. Quer dizer, como se transformou o mundo médico, a ciência médica, o avanço cirúrgico, que teve como luz, farol, o Colégio Brasileiro de Cirurgia, do qual todos nós nos orgulhamos.

            Eu me sinto, neste instante, muito honrado em poder ter esse reconhecimento e mostrar ao Brasil onde nasceu o desenvolvimento cirúrgico deste País do qual nos orgulhamos.

O CBC ocupa os três andares do Edifício Sede, na Rua Visconde da Silva, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro [o Papaléo estudou lá, não é?], onde funciona a administração geral.

Com menos de 30 integrantes em 1929 [quando foi iniciado], o Colégio Brasileiro de Cirurgiões chega aos seus 80 anos com mais de seis mil membros em todo o País. [Eu sou um desses seis mil membros, com muito orgulho.] A entidade congrega, além da cirurgia geral, cirurgiões das mais diversas especialidades. Duas vezes por ano, são realizadas posse de novos membros na sede da entidade e também nos capítulos. Os cirurgiões Ivo Pitanguy e Adib Jante são alguns dos membros do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. [o Dr. Antonio Dib, que é o nosso líder maior, que cuida desses capítulos, tem três filhos cirurgiões].

Com atuação em todos os Estados do País, o Colégio Brasileiro de Cirurgiões é dividido em seis setores e 23 capítulos. Os do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais são divididos em regionais.

Criado em 1971, o Concurso para Título de Especialista em Cirurgia Geral é realizado anualmente, de acordo com as normas da Associação Médica Brasileira (AMB), com provas escrita e oral. Até agora, já foram aprovados mais de dois mil especialistas em todo o País.

            Eu quero te parabenizar, Papaléo. Há uns bichos que querem inventar a roda. A formação médica do Brasil é muito boa. Eu digo isso porque nesse concurso da OAB, eles fazem muito mais cursos. É porque o sujeito sai médico geral. Mas para médico especialista, Papaléo, tem que vencer esses trâmites todos, e a sociedade. Isso é uma exigência.

Educação continuada.

Ao longo dos seus 80 anos, o investimento na educação continuada é uma das ações principais do CBC para o desenvolvimento do cirurgião brasileiro. Existe um calendário anual de cursos, jornadas e congressos regionais, curso de cirurgia geral a distância e o Programa de Atualização em Cirurgia - Proaci.

Ponto culminante dessa política é a realização bienal dos congressos brasileiros. Promovidos desde 1938, nas últimas edições, receberam uma média de quatro mil participantes de todo o País. O último congresso foi realizado em julho de 2009, em São Paulo. O próximo será em Fortaleza, em agosto de 2011. [Nós devemos ir a Fortaleza, onde eu me formei, viu, Dr. Dib? Eu quero fazer parte da caravana para aplaudir esses que lideram essa instituição responsável pelo avanço da cirurgia.

Serviços.

No dia 27 de março de 2009, o Centro de Convenções do CBC, um dos mais tradicionais da Zona Sul do Rio, foi reinaugurado para oferecer novas opções ao mercado de eventos e na manutenção da sua qualificação como um símbolo da entidade.

A biblioteca disponibiliza teses e monografias, fitas e DVDs, além de uma grande quantidade de títulos de livros.

Com mais de dois mil acessos por mês, o site do CBC oferece uma série de conteúdos como leituras sugeridas, estudos dirigidos, revista do CBC, além do acesso aos artigos na íntegra de assinaturas de 18 revistas internacionais.

Com periodicidade bimestral, a Revista do CBC é indexada ao SciELO e recentemente conquistou também a indexação ao Medline, base de dados da literatura internacional da área médica e biomédica, produzida pela National Library of Medicine, USA.

As notícias do CBC e da cirurgia nacional são publicadas no Boletim Informativo trimestral e no Informe Eletrônico quinzenal.

Premiações.

Criado em 1970, o Prêmio Colégio Brasileiro de Cirurgiões é concedido anualmente aos cirurgiões brasileiros que tenham contribuído para o ensino e desenvolvimento da cirurgia.

Para incentivar a pesquisa e a produção de trabalhos científicos, o CBC concede ainda mais sete prêmios anuais: Prêmio José Mendonça, destinado ao melhor trabalho de técnica cirúrgica; Prêmio Brant Paes Leme, clínica cirúrgica; Prêmio Oscar Alves, ao melhor trabalho publicado na Revista do CBC; Prêmio Ivo Pitanguy, cirurgia plástica; e os Prêmios do Fórum de Pesquisa em Cirurgia: Alfredo Monteiro[era um cirurgião-geral, que tinha um livro], Ruy Ferreira Santos e Mariano de Andrade [foi meu professor, que é reconhecido].”

            Os assuntos de comunicação estão sob o comando de João Maurício Rodrigues.

            Então, queremos prestar esta homenagem e o reconhecimento do País, que se orgulha do desenvolvimento cirúrgico. Uma das instituições mais sérias e mais responsáveis é o Colégio Brasileiro de Cirurgiões, no Rio de Janeiro, na Praia de Botafogo. No Piauí, o capítulo é dirigido pelo competente e extraordinário médico Dib Tajra.

            Então, a eles, a nossa admiração.


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